SlideShare uma empresa Scribd logo
Psicologia Moderna:
as Matrizes
Epistemológicas
Psic. Jonia Lacerda Felício
Dra. em Psicologia Clínica -IPUSP
Centro Universitário FAM
São Paulo – SP
2017
Desenvolvimento da Psicologia
Psicologia
Filosófica
Psicologia
Científica
(sec. XIX)
Psicologia
Moderna
(sec. XX)
O estudo da alma
e da sua relação
com o corpo e a
percepção da
realidade.
A psicologia sem
alma, no estudo
experimental da
consciência. em
sua estrutura,
funções e
aprendizagem.
1. BEHAVIORISMO
2. GESTALT
3. PSICANÁLISE
Psicologia Moderna
1. BEHAVIORISMO = constitui a noção de um fato
psicológico concreto, o comportamento aparente. O
interno é caixa preta, não passível de estudos
quantitativos.
2. GESTALT Humanismo = busca a compreensão das
ações e processos humanos na perspectiva de sua
totalidade, em relação ao contexto do qual fazem
parte, em uma abordagem mais filosófica.
3. PSICANÁLISE = dá conta dos processos afetivo-
relacionais a partir da compreensão da dualidade
razão-desrazão, consciente-inconsciente, o mundo
interno e seus motivos profundos, o conflito com as
exigências externas.
Behaviorismo
Comportamentalismo
JOHN B. WATSON (1878 – 1958)
 Nesta Psicologia, uma ciência do comportamento,
abandona-se o estudo da consciência, e se investiga o
comportamento observável, o que pode ser verificado
experimentalmente.
 No debate central à Psicologia – Natureza biológica X
Ambiente – o comportamentalismo considera que tudo
é aprendido no ambiente, por condicionamento: o
comportamento é modelado por suas consequências
(ação-reação).
 Com o comportamentalismo, a Psicologia passou a
estudar animais em Laboratórios.
Watson: primórdios do comportamentalismo
B.F. Skinner: o florescimento
do behaviorismo (1904- 1990)
 Nos anos 50, o behaviorismo confrontou a grande influência da
psicanálise no meio norteamericano :
“ os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um
resultado positivo e a não repetir as que levam a um
resultado negativo”.
 Seus resultados, como fazer pombos jogarem ping-pong,
demonstraram a possibilidade de se construir uma tecnologia
comportamental, que foi aplicada em fábricas, escolas,
presídios, hospitais e no marketing.
 Prevê uma autonomia humana bastante relativa = seríamos
controlados pelo meio, não pela consciência (= “caixa preta”, não
acessível experimentalmente).
Skinner: reforço e punição na análise
experimental do comportamento
Berço de Julia e Debbie, filhas de Skinner
https://www.youtube.com/watch?v=fVN02oL2nCQ
Behaviorismo: pesquisas com o método
quantitativo-experimental
 RESPOSTA
CONDICIONADA =
resposta que acontece
depois que é
condicionada (C ) , a um
estímulo-(E) que antes
era neutro, não causava
esta resposta.
 GENERALIZAÇÃO =
tendência a responder a
um estímulo similar ao
EC
 DISCRIMINAÇÃO DOS
ESTÍMULOS.
 CONDICIONAMENTO
OPERANTE = o
organismo opera algo no
ambiente para conseguir
resultado esperado. =
Throndike não supõe que
a pessoa ou organismo
tenha consciência e
compreensão do vínculo
entre E e R.
Análise experimental do comportamento:
eficácia técnica
 REFORÇO POSITIVO =
‘premio’ que provoca
aumento da resposta
procedente.
 REFORÇO NEGATIVO=
a retirada do estimulo
aversivo provoca
aumento na ocorrência
da resposta precedente.
 PUNIÇÃO = Estimulo
Aversivo = pois diminui a
probabilidade da resposta
precedente ocorrer de novo.
 ESQUEMAS DE REFORÇO:
INTERVALO FIXO;
INTERVALO VARIÁVEL;
 MODELAGEM =
ensino/condicionamento de
comportamentos complexos,
ao se reforçar aproximações
cada vez maiores com
comportamento que se deseja
reforçar.
Modificações no Behaviorismo = teoria
cognitivo-social – Albert Bandura
 Animais e pessoas
desenvolvem
expectativas mentais de
que receberão
determinado reforço em
sequência a um
reforçamento.
 APRENDIZAGEM POR
OBSERVAÇÃO = ver alguém
fazendo algo; se aprende pela
observação de um MODELO:
 Há ATENÇÃO E
PERCEPÇÃO dirigida ao
comportamento do outro;
 2. Acontece REPRODUÇÃO
da ação observada;
 3. Supõe MOTIVAÇÃO na
busca de se aprender e
reproduzir o comportamento
no futuro.
Terapias comportamentais
1. Comportamento
aversivo: oferecer o
que o sujeito procura
combinado com E
Aversivos;
2. Desenbilização
sistemática: exposição
gradual ao estímulo
gerador de ansiedade é
combinada com
relaxamento.
TCC= Ativação negativa
1. Sistema de crenças
irracionais
2. Consequências
emocionais
Walden Two =
utopia social de Skinner
Tentativa de concretiza-la: Twin Oaks (1967).
 https://www.youtube.com/watch?v=O_EJ20tb
L-s
 https://www.youtube.com/watch?v=H7in_Iqn
qjo
Comportamentalismo X Psicologia da
Gestalt X Psicanálise
 PSICOLOGIA DA
GESTALT, a partir de Berlim
(Alemanha), estudou as
ilusões perceptivas,
considerando que entre o
estímulo e o ambiente existe
um processo perceptivo, uma
consciência que não acessa a
realidade de forma tão
objetiva, já que tudo depende
do contexto em que se vê ou
se significa algo.
 PSICANÁLISE, a partir de
Vienna (Áustria), nos estudos
de Sigmund Freud (1856 –
1939) abordam os motivos
emocionais profundos,
considerando não só a
consciência, mas também o
inconsciente, razão e
desrazão.
PSICANÁLISE
PSICANÁLISE: pesquisas através
do método clínico
Sigmund Freud:
“ O inconsciente é a realidade psíquica verdadeira; em sua
natureza mais íntima, é tão desconhecido para nós quanto a
realidade do mundo externo”
 O fato mental, enquanto uma realidade
representacional, sustenta tanto as formações
conscientes quanto as formações substitutivas.
 As formações substitutivas constituem o sintoma
neurótico,
que satisfaz, simbolicamente, um desejo que não pode ser
plenamente conhecido.
 O caráter inaceitável do desejo inconsciente exige que
ele seja transformado em um comportamento
incompreensível ao sujeito, o que é possível pelas
transformações provocadas por deslocamentos,
projeções, repressões e outros mecanismos de defesa
da mente contra a angústia.
PSICANÁLISE: a vida emocional é conflitiva
CONSCIENTE
-imperativos
sociais, da
realidade externa-
X
INCONSCIENTE
-desejos
pulsionais-
EU (ego) X ISSO
(id) e SUPEREU
(Realidade interna) =
conflito neurótico
EU X Realidade
externa = conflito
psicótico
Conflito pulsional:
Princípio do
prazer (o sexual)
X
Princípio da
realidade (o eu)
Tânatos (pulsão
de morte) X Eros
(pulsão de vida)
PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
 Enfatiza a natureza
histórica da vida
emocional.
 Nesta história, é
considerada
fundamental a vida
infantil, das primeiras
relações de apego da
criança com seus pais.
 Trata-se da história do
desenvolvimento
psicosexual, pois os
vínculos humanos
trazem um caráter
pulsional, o prazer
libidinal que marca
estes afetos.
PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao
longo do ciclo de vida
 FASE ORAL (0-1 a)= o prazer
da amamentação, da
proximidade e comunicação
não-verbal, de dependência.
 FASE ANAL (1-3 a) = o prazer
do controle pessoal, da
experiência de valor e
desvalor em relação ao que se
produz.
 FASE FÁLICO-EDIPIANA (3 –
5/6 a) = o prazer da
identificação sexual com uma
das figuras parentais, o que
traz ciúme e competição para
a criança.
 FASE DE LATÊNCIA ( 7 –
anos prepúberes) = o prazer
das conquistas sociais e
intelectuais, que se amparam
no que a criança já alcançou
no romance familiar (as
primeiras relações com os
pais).
 FASE GENITAL (adolescência
até a idade madura) = a
possibilidade de unir todas as
experiências prévias e parciais
dos vínculos infantis em uma
relação mais plena.
PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
Freud,1917: “O que se opõe à psicanálise não é a
psiquiatria, mas os psiquiatras. A psiquiatria
relaciona-se com a psicanálise aproximadamente
como a anatomia se relaciona com a histologia :
uma estuda as formas externas dos órgãos, a outra
estuda sua estruturação em tecidos e células”
 Psiquiatria: estuda a história natural dos sintomas.
 Psicanálise: aborda o sentido simbólico e as forças
dinâmicas que sustentam os sintomas.
PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia
A Psicanálise considera a loucura uma forma
singular do sujeito dizer a verdade
 A loucura não se insere no registro do erro (como
na Psiquiatria), mas sim da verdade.
 Freud cria um espaço clínico e um método de
investigação sustentados no registro da
fala/escuta, supondo que o sujeito se constitui e
se revela simultaneamente pelo ato de falar , a
partir do qual enuncia a sua singularidade (Joel
Birman)
A GESTALT:
Max Wertheimer, Kurt Koffka,
Wolfgang Köhler
O QUE É GESTALT
A tradução mais próxima em português seria:
a forma ou a conformação
 Começo do século XX: os estudos psicofísicos sobre
sensações, espaço-forma, tempo-forma estavam em
alta. Neste contexto, a Gestalt estuda a percepção e
sensação do movimento.
 Estes estudos procuram a compreensão de quais são os
processos psicológicos envolvidos nas ilusões de ótica.
 Verificam que há um PROCESSO PERCEPTIVO
ENTRE O SUJEITO E A REALIDADE.
 Concluem que o estímulo físico é percebido pelo sujeito
de um modo diferente do que o estímulo é na realidade.
A PERCEPÇÃO
 Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do
indivíduo, encontra-se o processo de percepção.
 Então, o que e como o indivíduo percebe é um dado
importante, mostra que a pessoa não pode ser
compreendida isolada de seu contexto mais amplo, o
“fundo” das experiências e sentidos que determinam
como ela percebe a realidade.
 O comportamento é então analisado em relação aos
seus aspectos mais globais, levando em consideração
as condições que alteram a percepção do estímulo.
A PARTE É CONSIDERADA NA SUA RELAÇÃO COM O
TODO.
O estudo da percepção e da consciência
(Alemanha,anos 20)
Max Wertheimer: “A Fórmula fundamental da teoria
gestáltica pode ser assim expressa: há
TOTALIDADES cujo comportamento não é
determinado pelos seus elementos individuais”
A percepção busca a boa forma da figura, que permite a
relação entre figura e fundo.
O processo perceptivo tenta estabelecer
 Equilíbrio;
 Simetria;
 Estabilidade;
 Simplicidade.
A consciência procura a
“boa forma”
PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
 Fenômeno “FI” = ilusão de movimento caso estímulos se sucedam
rapidamente;
 FIGURA FUNDO = separação de imagens organiza percepções;
 PROXIMIDADE= proximidade faz as coisas parecerem-se
semelhantes;
OUTROS PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:
 Fechamento = há tendência a agrupar elementos em uma totalidade;
 Semelhança = há tendência a agrupar elementos semelhantes;
 Simplicidade = Lei de Pragmanz = “boa forma” = há tendência a organizar
formas da maneira mais simples possível;
 Continuidade = tendência em seguir direção que se está dando à pessoa;
 Região Comum = agrupamento de elementos que compartilham região
comum;
 Conexão = tendência a perceber regiões uniformes como comuns.
PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS
Proximidade, Semelhança, Continuidade, Fechamento
FIGURA – FUNDO
GESTALT: ilusões perceptivas
GESTALT: consequências clínicas
Campo psicológico= a
percepção estabelece um
campo de forças na
procura da boa forma =
uma tendência a tentar
estabelecer coerência e
totalidade, tornar o
estranho algo conhecido.
 Insight: nem sempre se
compreende uma figura ao
olharmos imediatamente,
pois não há ainda uma
clara percepção figura-
fundo, dificultando a
compreensão das relações
entre a parte e o todo.
 Mas, repentinamente, sem
fazer esforço, a relação
figura-fundo se elucida =
HOUVE O INSIGHT
GESTALT: consequências clínicas
 Kurt Lewin: as relações entre o indivíduo e seu
quadro de fundo (a totalidade) traduz seu
espaço vital psicológico = Teoria do campo
psicológico.
 Aplicações = na psicologia organizacional,
social e de grupos.
 Processos da percepção e consciência trazem
dados sobre a pessoa= testes psicológicos
projetivos e cognitivos.
TERCEIRA FORÇA: HUMANISTAS
 CARL ROGERS (1902-1987):
conceito de “self” e da postura de
aceitação incondicional poitiva pelo
terapeuta.
 “Por que uma criança aprende a andar?
Ela tenta erguer-se, cai e machuca a
cabeça. [...] Não existe grande
recompensa enquanto ela não
conseguir realmente realizar seu intento,
e apesar de tudo, a criança está
disposta a suportar a dor [...] Para mim,
isso é uma indicação de que existe uma
verdadeira força de atração para a
possibilidade de crescimento continuar.”
(Rogers, In: Frick, W. Psicologia
Humanista, p. 118)
O humanismo: pesquisas com o método
fenomenológico
 ‘A experiência mostrou-me que as pessoas têm
fundamentalmente uma orientação positiva’ .
Rogers Tornar-se Pessoa (1961/1997).
 ‘Descobrimos, dentro da pessoa, sob certas
condições, uma capacidade para a
reestruturação e reorganização do self, e,
consequentemente, a reorganização do
comportamento, o que tem profundas
implicações sociais.’
O humanismo na
Abordagem Centrada na Pessoa
TENDENCIA ATUALIZANTE: é inerente ao indivíduo, a
disposição para que sejam desenvolvidas suas
potencialidades, algo parcialmente limitada pelas
dificuldades do meio em que a pessoa se desenvolve.
Compreende-se que a pessoa visa constantemente a
autorealização, o desenvolvimento de suas
potencialidades, garantindo sua conservação e
enriquecimento contínuo.
TENDENCIA A AUTOREALIZAÇÃO: ‘existe em todo organismo, em
qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização
construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma
tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais
frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que
está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento
sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa
(Rogers Terapia Centrada no Cliente).
O Humanismo na
Abordagem Terapêutica Centrada na Pessoa
É o cliente, não o terapeuta, que realiza o
processo de cura (healing process). O terapeuta é
um facilitador.
As atitudes do terapeuta facilitador que promovem
o potencial positivo do cliente são:
 Aceitação positiva incondicional (não
julgamento)
 Autenticidade e congruência
 Compreensão empática
Uma consulta psicoterapêutica com Rogers: o caso Gloria
https://www.youtube.com/watch?v=bIxAQ79RmL4
Outras perspectivas teóricas na Psicologia
Moderna
 COGNITIVA = (anos 50 até o presente) = Jean Piaget,
(1896-1980) na Educação; Aleksandr Romanovitch Luria
(1902-1977) na neuropsicologia = aborda os
pensamentos e processos mentais como a inteligência,
atenção e memória = o comportamento humano
depende de como as pessoas adquirem, armazenam e
processam a informação.
 BIOLÓGICA = (anos 50 até o presente) = o
comportamento tem bases fisiológicas = pode ser
explicado pelas estruturas do corpo e seus processos
bioquímicos.
 EVOLUCIONISTA = (anos 80 até o presente) =
fundamentos evolucionistas do comportamento = o
comportamento se dirige a solucionar problemas
adaptativos; por isto, são selecionados na natureza.
Áreas de atuação
PSICOLOGIA CLÍNICA: atua na
avaliação, aconselhamento e
psicoterapia individual junto a
casais, famílias e grupos em
consultórios, equipes
multiprofissionais de clínicas e
organizações públicas e privadas.
PSICOLOGIA HOSPITALAR:
trata-se da clínica na Saúde e junto
às organizações sociais que tratam
das políticas de Saúde, enfocando a
compreensão e terapêutica dos
aspectos psicológicos inerentes ao
adoecer e à busca de condições de
vida saudáveis.
Trabalha-se no hospital geral e de
especialidades, como junto às
pessoas com problemas gástricos,
urológicos, ginecológicos,
oncológicos, entre outros, incluindo
a especialidade psiquiátrica.
NEUROPSICOLOGIA: atua em
interface com a neurologia e a
psiquiatria, avaliando funções
mentais superiores, como a
inteligência, memória e atenção,
visando seu desenvolvimento e
reabilitação.
Áreas de atuação
 PSICOLOGIA SOCIAL:atua
junto às organizações, movimentos
e políticas sociais visando a
cidadania plena dos grupos,
instituições e comunidades.
PSICOLOGIA JURÍDICA:
assessora as instituições jurídicas
com os subsídios psicológicos
envolvidos na compreensão e
intervenção das situações
avaliadas, como as que são
relacionadas às políticas públicas
de segurança e justiça social.
 PSICOLOGIA DO ESPORTE
e ÁREA ACADÊMICA
 PSICOLOGIA ESCOLAR:
intervenção e assessoria junto aos
processos biopsicosociais
implicados no desenvolvimento
educacional, em atividades junto a
alunos, familiares, professores e
funcionários do sistema escolar.
PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL: atua nas
empresas e organizações de
trabalho como um todo, nas
questões que envolvem
relacionamentos interpessoais das
equipes e a carreira dos
trabalhadores, em processos
como seleção, treinamento,
desenvolvimento profissional e
programas de qualidade de vida no
trabalho.
Bibliografia
 BOCK, A. Psicologia (s): uma introdução ao
estudo da psicologia 13ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2000.
 FIGUEIREDO, Luís Cláudio. Matrizes do
Pensamento Psicológico. Petrópolis: Rio de
Janeiro: Vozes, 1991.
 SCHULTZ, D. História da Psicologia Moderna.
São Paulo: Cultrix, 1981.
.
.
PROFA DRA JONIA
LACERDA FELICIO
PSICOLOGIA
FAM

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

PPT
A Psicologia como ciência e profissão.ppt
SadeMental13RS
 
PPTX
Aula - Introdução à Psicologia 1
Felipe Saraiva Nunes de Pinho
 
PPTX
Teoria e Pratica - Abordagem Psicanalitica
Deisiane Cazaroto
 
PPT
Psicologia introdução
Chrys Souza
 
PPTX
Aula 2 O Behaviorismo - uma proposta de estudo do comportamento
Ludmila Moura
 
PPTX
Grupoterapias
Rayanne Chagas
 
PPT
Terapia Comportamental e Cognitiva
Marcelo da Rocha Carvalho
 
PDF
A terapia cognitivo comportamental
Ana Larissa Perissini
 
PPTX
O que é a psicologia
psicologiaazambuja
 
PDF
Psicologia: Diferentes Abordagens
Bruno Carrasco
 
PPT
I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1
Lampsi
 
PPTX
Id.Ego.Super
Camila Munari
 
PPTX
Psicologia escolar
Daniela Ponciano Oliveira
 
PPTX
Origem da Psicologia
ritateixeira17
 
PDF
Avaliação cognitivo comportamental
Elizabeth Barbosa
 
PPT
Introdução À Psicologia
psicologiaisecensa
 
PPTX
Introdução à Psicologia: História da Psicologia
Edgard Lombardi
 
PPT
Escolas da Psicologia 1a. Aula
rosariasperotto
 
PPT
slides da história da psicologia
joaovitorinopolacimatos
 
A Psicologia como ciência e profissão.ppt
SadeMental13RS
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Felipe Saraiva Nunes de Pinho
 
Teoria e Pratica - Abordagem Psicanalitica
Deisiane Cazaroto
 
Psicologia introdução
Chrys Souza
 
Aula 2 O Behaviorismo - uma proposta de estudo do comportamento
Ludmila Moura
 
Grupoterapias
Rayanne Chagas
 
Terapia Comportamental e Cognitiva
Marcelo da Rocha Carvalho
 
A terapia cognitivo comportamental
Ana Larissa Perissini
 
O que é a psicologia
psicologiaazambuja
 
Psicologia: Diferentes Abordagens
Bruno Carrasco
 
I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1
Lampsi
 
Id.Ego.Super
Camila Munari
 
Psicologia escolar
Daniela Ponciano Oliveira
 
Origem da Psicologia
ritateixeira17
 
Avaliação cognitivo comportamental
Elizabeth Barbosa
 
Introdução À Psicologia
psicologiaisecensa
 
Introdução à Psicologia: História da Psicologia
Edgard Lombardi
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
rosariasperotto
 
slides da história da psicologia
joaovitorinopolacimatos
 

Semelhante a Matrizes abordagens da psicologia moderna (20)

PPT
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Psicologia Jurídica - 03
Jordano Santos Cerqueira
 
PPT
Teorias da psicologia
guest277152fb
 
PDF
PSICOLOGIA.pdf
Miguel Pascoal
 
PDF
Aula 2 psicologia apostila
José Vitor Alves
 
PPT
Psicologia ciência e profissão..........
Priscila522904
 
PDF
Psicologia_-_Ciencia.pdf
ssuser2d85e91
 
PPTX
Psicologia Ciencia senso comum e profissão.pptx
nathaliafreitas35
 
PPTX
O método das ciências humanas
Alan
 
DOC
Cor na psicologia
Blogotipos - Diário das Marcas
 
PPT
Psicologia Jurídica (Aula II)
julilp10
 
PPT
Aula psico. organizacional
Moicano Jason
 
PDF
Slides_aula_gestalt_psicologia_2024_atualizado
MariaG78
 
PPTX
Aula semsa 2015
Eduardo Jorge Sant'Ana Honorato
 
DOC
Desenvolvimento
Kalina Lima Santos
 
PDF
A invenção do espaço psi historia e epistemologia da psicologia 2014 pdf
Jonia Lacerda
 
PPTX
Aula 01 o behaviorismo radical e a psicologia como ciência.ppt
Bruna Talita
 
PPT
Gestalt
lilalemos
 
PDF
psicologia aplicada a enfermagem aula 1.
profeduardo95
 
PPTX
3.A Psicologia enquanto ciência.pp,...tx
yelriscem
 
PPTX
A psicologia experimental e o estruturalismo.pptx
vilcielepazebem
 
Faceli - Direito - 2° Período - Curso de Psicologia Jurídica - 03
Jordano Santos Cerqueira
 
Teorias da psicologia
guest277152fb
 
PSICOLOGIA.pdf
Miguel Pascoal
 
Aula 2 psicologia apostila
José Vitor Alves
 
Psicologia ciência e profissão..........
Priscila522904
 
Psicologia_-_Ciencia.pdf
ssuser2d85e91
 
Psicologia Ciencia senso comum e profissão.pptx
nathaliafreitas35
 
O método das ciências humanas
Alan
 
Psicologia Jurídica (Aula II)
julilp10
 
Aula psico. organizacional
Moicano Jason
 
Slides_aula_gestalt_psicologia_2024_atualizado
MariaG78
 
Desenvolvimento
Kalina Lima Santos
 
A invenção do espaço psi historia e epistemologia da psicologia 2014 pdf
Jonia Lacerda
 
Aula 01 o behaviorismo radical e a psicologia como ciência.ppt
Bruna Talita
 
Gestalt
lilalemos
 
psicologia aplicada a enfermagem aula 1.
profeduardo95
 
3.A Psicologia enquanto ciência.pp,...tx
yelriscem
 
A psicologia experimental e o estruturalismo.pptx
vilcielepazebem
 
Anúncio

Último (19)

PPTX
saude bucal do hipertenso e portadores de has
ThiagoAndrade562510
 
PDF
PLANO DE TRABALHO DO CURSO DE TEOLOGIA - 2025 - ATUALIZADO.pdf
D&H ASSESSORIA ACADÊMICA
 
PPTX
AFECÇÕES CLÍNICAS - AULA 1 CURSO TEC DE ENFERMAGEM
contatoeducarloss
 
PPT
Manual Saude, bem documentado com uma reflexão cuidadosa
Victor Hugo Victorhugopinkfloyd
 
PPTX
ATENDIMENTO AO PACIENTE ORIENTAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS
Francico Rames Epifânio de França
 
PDF
Hipertensao Arterial Sistemica , Manual CREMAL
RodrigoSantos67392
 
PDF
Nosso-Incrivel-Esqueleto humano com um desing chamativo
dynhoSilva1
 
PPT
NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO SST SPP
GuilhermeDuarte219391
 
PDF
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO FULL STACK MODELO 2025.pdf
HELLEN CRISTINA
 
PDF
03 Aula Urgência e emergência. CEF 2025.
mariaelisampaio64
 
PPT
16_Aula_Marcadores_bioquímicos_de_Metabolismo_ósseo.ppt
WesleyMota27
 
PDF
Aula 5 - Trombopoeise.pdffffffffffffffff
RacheilaCornelio
 
PDF
1.2-BASES_DO_CONHECIMENTO_CIENTÍFICO.pdf
joaopaulinopb
 
PPTX
ewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewes
marisol100008
 
PPTX
SINAIS VITAIS - AULA DE SINAIS VITAIS
nepecoshosphsr
 
PDF
Aula 6, 7 & 8 - Siste. anticoagulatorio, Coagulopatias, Coagulograma_080226.pdf
RacheilaCornelio
 
PPTX
NR05+-+Seguranca+na+Cozinha+Industrial+-+2023_C.pptx
elonmartinsdeoliveir
 
PDF
CHOQUE ELÉTRICO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.23
mariaelisampaio64
 
PDF
ENSA-Saude_Proposta-de-Adesao---Particulares_documento.pdf
NathanielFernandes4
 
saude bucal do hipertenso e portadores de has
ThiagoAndrade562510
 
PLANO DE TRABALHO DO CURSO DE TEOLOGIA - 2025 - ATUALIZADO.pdf
D&H ASSESSORIA ACADÊMICA
 
AFECÇÕES CLÍNICAS - AULA 1 CURSO TEC DE ENFERMAGEM
contatoeducarloss
 
Manual Saude, bem documentado com uma reflexão cuidadosa
Victor Hugo Victorhugopinkfloyd
 
ATENDIMENTO AO PACIENTE ORIENTAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS
Francico Rames Epifânio de França
 
Hipertensao Arterial Sistemica , Manual CREMAL
RodrigoSantos67392
 
Nosso-Incrivel-Esqueleto humano com um desing chamativo
dynhoSilva1
 
NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO SST SPP
GuilhermeDuarte219391
 
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO FULL STACK MODELO 2025.pdf
HELLEN CRISTINA
 
03 Aula Urgência e emergência. CEF 2025.
mariaelisampaio64
 
16_Aula_Marcadores_bioquímicos_de_Metabolismo_ósseo.ppt
WesleyMota27
 
Aula 5 - Trombopoeise.pdffffffffffffffff
RacheilaCornelio
 
1.2-BASES_DO_CONHECIMENTO_CIENTÍFICO.pdf
joaopaulinopb
 
ewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewewes
marisol100008
 
SINAIS VITAIS - AULA DE SINAIS VITAIS
nepecoshosphsr
 
Aula 6, 7 & 8 - Siste. anticoagulatorio, Coagulopatias, Coagulograma_080226.pdf
RacheilaCornelio
 
NR05+-+Seguranca+na+Cozinha+Industrial+-+2023_C.pptx
elonmartinsdeoliveir
 
CHOQUE ELÉTRICO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.23
mariaelisampaio64
 
ENSA-Saude_Proposta-de-Adesao---Particulares_documento.pdf
NathanielFernandes4
 
Anúncio

Matrizes abordagens da psicologia moderna

  • 1. Psicologia Moderna: as Matrizes Epistemológicas Psic. Jonia Lacerda Felício Dra. em Psicologia Clínica -IPUSP Centro Universitário FAM São Paulo – SP 2017
  • 2. Desenvolvimento da Psicologia Psicologia Filosófica Psicologia Científica (sec. XIX) Psicologia Moderna (sec. XX) O estudo da alma e da sua relação com o corpo e a percepção da realidade. A psicologia sem alma, no estudo experimental da consciência. em sua estrutura, funções e aprendizagem. 1. BEHAVIORISMO 2. GESTALT 3. PSICANÁLISE
  • 3. Psicologia Moderna 1. BEHAVIORISMO = constitui a noção de um fato psicológico concreto, o comportamento aparente. O interno é caixa preta, não passível de estudos quantitativos. 2. GESTALT Humanismo = busca a compreensão das ações e processos humanos na perspectiva de sua totalidade, em relação ao contexto do qual fazem parte, em uma abordagem mais filosófica. 3. PSICANÁLISE = dá conta dos processos afetivo- relacionais a partir da compreensão da dualidade razão-desrazão, consciente-inconsciente, o mundo interno e seus motivos profundos, o conflito com as exigências externas.
  • 4. Behaviorismo Comportamentalismo JOHN B. WATSON (1878 – 1958)  Nesta Psicologia, uma ciência do comportamento, abandona-se o estudo da consciência, e se investiga o comportamento observável, o que pode ser verificado experimentalmente.  No debate central à Psicologia – Natureza biológica X Ambiente – o comportamentalismo considera que tudo é aprendido no ambiente, por condicionamento: o comportamento é modelado por suas consequências (ação-reação).  Com o comportamentalismo, a Psicologia passou a estudar animais em Laboratórios.
  • 5. Watson: primórdios do comportamentalismo
  • 6. B.F. Skinner: o florescimento do behaviorismo (1904- 1990)  Nos anos 50, o behaviorismo confrontou a grande influência da psicanálise no meio norteamericano : “ os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um resultado positivo e a não repetir as que levam a um resultado negativo”.  Seus resultados, como fazer pombos jogarem ping-pong, demonstraram a possibilidade de se construir uma tecnologia comportamental, que foi aplicada em fábricas, escolas, presídios, hospitais e no marketing.  Prevê uma autonomia humana bastante relativa = seríamos controlados pelo meio, não pela consciência (= “caixa preta”, não acessível experimentalmente).
  • 7. Skinner: reforço e punição na análise experimental do comportamento Berço de Julia e Debbie, filhas de Skinner https://www.youtube.com/watch?v=fVN02oL2nCQ
  • 8. Behaviorismo: pesquisas com o método quantitativo-experimental  RESPOSTA CONDICIONADA = resposta que acontece depois que é condicionada (C ) , a um estímulo-(E) que antes era neutro, não causava esta resposta.  GENERALIZAÇÃO = tendência a responder a um estímulo similar ao EC  DISCRIMINAÇÃO DOS ESTÍMULOS.  CONDICIONAMENTO OPERANTE = o organismo opera algo no ambiente para conseguir resultado esperado. = Throndike não supõe que a pessoa ou organismo tenha consciência e compreensão do vínculo entre E e R.
  • 9. Análise experimental do comportamento: eficácia técnica  REFORÇO POSITIVO = ‘premio’ que provoca aumento da resposta procedente.  REFORÇO NEGATIVO= a retirada do estimulo aversivo provoca aumento na ocorrência da resposta precedente.  PUNIÇÃO = Estimulo Aversivo = pois diminui a probabilidade da resposta precedente ocorrer de novo.  ESQUEMAS DE REFORÇO: INTERVALO FIXO; INTERVALO VARIÁVEL;  MODELAGEM = ensino/condicionamento de comportamentos complexos, ao se reforçar aproximações cada vez maiores com comportamento que se deseja reforçar.
  • 10. Modificações no Behaviorismo = teoria cognitivo-social – Albert Bandura  Animais e pessoas desenvolvem expectativas mentais de que receberão determinado reforço em sequência a um reforçamento.  APRENDIZAGEM POR OBSERVAÇÃO = ver alguém fazendo algo; se aprende pela observação de um MODELO:  Há ATENÇÃO E PERCEPÇÃO dirigida ao comportamento do outro;  2. Acontece REPRODUÇÃO da ação observada;  3. Supõe MOTIVAÇÃO na busca de se aprender e reproduzir o comportamento no futuro.
  • 11. Terapias comportamentais 1. Comportamento aversivo: oferecer o que o sujeito procura combinado com E Aversivos; 2. Desenbilização sistemática: exposição gradual ao estímulo gerador de ansiedade é combinada com relaxamento. TCC= Ativação negativa 1. Sistema de crenças irracionais 2. Consequências emocionais
  • 12. Walden Two = utopia social de Skinner Tentativa de concretiza-la: Twin Oaks (1967).  https://www.youtube.com/watch?v=O_EJ20tb L-s  https://www.youtube.com/watch?v=H7in_Iqn qjo
  • 13. Comportamentalismo X Psicologia da Gestalt X Psicanálise  PSICOLOGIA DA GESTALT, a partir de Berlim (Alemanha), estudou as ilusões perceptivas, considerando que entre o estímulo e o ambiente existe um processo perceptivo, uma consciência que não acessa a realidade de forma tão objetiva, já que tudo depende do contexto em que se vê ou se significa algo.  PSICANÁLISE, a partir de Vienna (Áustria), nos estudos de Sigmund Freud (1856 – 1939) abordam os motivos emocionais profundos, considerando não só a consciência, mas também o inconsciente, razão e desrazão.
  • 15. PSICANÁLISE: pesquisas através do método clínico Sigmund Freud: “ O inconsciente é a realidade psíquica verdadeira; em sua natureza mais íntima, é tão desconhecido para nós quanto a realidade do mundo externo”  O fato mental, enquanto uma realidade representacional, sustenta tanto as formações conscientes quanto as formações substitutivas.  As formações substitutivas constituem o sintoma neurótico, que satisfaz, simbolicamente, um desejo que não pode ser plenamente conhecido.  O caráter inaceitável do desejo inconsciente exige que ele seja transformado em um comportamento incompreensível ao sujeito, o que é possível pelas transformações provocadas por deslocamentos, projeções, repressões e outros mecanismos de defesa da mente contra a angústia.
  • 16. PSICANÁLISE: a vida emocional é conflitiva CONSCIENTE -imperativos sociais, da realidade externa- X INCONSCIENTE -desejos pulsionais- EU (ego) X ISSO (id) e SUPEREU (Realidade interna) = conflito neurótico EU X Realidade externa = conflito psicótico Conflito pulsional: Princípio do prazer (o sexual) X Princípio da realidade (o eu) Tânatos (pulsão de morte) X Eros (pulsão de vida)
  • 17. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao longo do ciclo de vida  Enfatiza a natureza histórica da vida emocional.  Nesta história, é considerada fundamental a vida infantil, das primeiras relações de apego da criança com seus pais.  Trata-se da história do desenvolvimento psicosexual, pois os vínculos humanos trazem um caráter pulsional, o prazer libidinal que marca estes afetos.
  • 18. PSICANÁLISE: o desenvolvimento emocional ao longo do ciclo de vida  FASE ORAL (0-1 a)= o prazer da amamentação, da proximidade e comunicação não-verbal, de dependência.  FASE ANAL (1-3 a) = o prazer do controle pessoal, da experiência de valor e desvalor em relação ao que se produz.  FASE FÁLICO-EDIPIANA (3 – 5/6 a) = o prazer da identificação sexual com uma das figuras parentais, o que traz ciúme e competição para a criança.  FASE DE LATÊNCIA ( 7 – anos prepúberes) = o prazer das conquistas sociais e intelectuais, que se amparam no que a criança já alcançou no romance familiar (as primeiras relações com os pais).  FASE GENITAL (adolescência até a idade madura) = a possibilidade de unir todas as experiências prévias e parciais dos vínculos infantis em uma relação mais plena.
  • 19. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia Freud,1917: “O que se opõe à psicanálise não é a psiquiatria, mas os psiquiatras. A psiquiatria relaciona-se com a psicanálise aproximadamente como a anatomia se relaciona com a histologia : uma estuda as formas externas dos órgãos, a outra estuda sua estruturação em tecidos e células”  Psiquiatria: estuda a história natural dos sintomas.  Psicanálise: aborda o sentido simbólico e as forças dinâmicas que sustentam os sintomas.
  • 20. PSICANÁLISE: a contribuição à psicopatologia A Psicanálise considera a loucura uma forma singular do sujeito dizer a verdade  A loucura não se insere no registro do erro (como na Psiquiatria), mas sim da verdade.  Freud cria um espaço clínico e um método de investigação sustentados no registro da fala/escuta, supondo que o sujeito se constitui e se revela simultaneamente pelo ato de falar , a partir do qual enuncia a sua singularidade (Joel Birman)
  • 21. A GESTALT: Max Wertheimer, Kurt Koffka, Wolfgang Köhler
  • 22. O QUE É GESTALT A tradução mais próxima em português seria: a forma ou a conformação  Começo do século XX: os estudos psicofísicos sobre sensações, espaço-forma, tempo-forma estavam em alta. Neste contexto, a Gestalt estuda a percepção e sensação do movimento.  Estes estudos procuram a compreensão de quais são os processos psicológicos envolvidos nas ilusões de ótica.  Verificam que há um PROCESSO PERCEPTIVO ENTRE O SUJEITO E A REALIDADE.  Concluem que o estímulo físico é percebido pelo sujeito de um modo diferente do que o estímulo é na realidade.
  • 23. A PERCEPÇÃO  Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção.  Então, o que e como o indivíduo percebe é um dado importante, mostra que a pessoa não pode ser compreendida isolada de seu contexto mais amplo, o “fundo” das experiências e sentidos que determinam como ela percebe a realidade.  O comportamento é então analisado em relação aos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. A PARTE É CONSIDERADA NA SUA RELAÇÃO COM O TODO.
  • 24. O estudo da percepção e da consciência (Alemanha,anos 20) Max Wertheimer: “A Fórmula fundamental da teoria gestáltica pode ser assim expressa: há TOTALIDADES cujo comportamento não é determinado pelos seus elementos individuais” A percepção busca a boa forma da figura, que permite a relação entre figura e fundo. O processo perceptivo tenta estabelecer  Equilíbrio;  Simetria;  Estabilidade;  Simplicidade.
  • 25. A consciência procura a “boa forma” PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:  Fenômeno “FI” = ilusão de movimento caso estímulos se sucedam rapidamente;  FIGURA FUNDO = separação de imagens organiza percepções;  PROXIMIDADE= proximidade faz as coisas parecerem-se semelhantes; OUTROS PRINCÍPIOS PERCEPTUAIS:  Fechamento = há tendência a agrupar elementos em uma totalidade;  Semelhança = há tendência a agrupar elementos semelhantes;  Simplicidade = Lei de Pragmanz = “boa forma” = há tendência a organizar formas da maneira mais simples possível;  Continuidade = tendência em seguir direção que se está dando à pessoa;  Região Comum = agrupamento de elementos que compartilham região comum;  Conexão = tendência a perceber regiões uniformes como comuns.
  • 29. GESTALT: consequências clínicas Campo psicológico= a percepção estabelece um campo de forças na procura da boa forma = uma tendência a tentar estabelecer coerência e totalidade, tornar o estranho algo conhecido.  Insight: nem sempre se compreende uma figura ao olharmos imediatamente, pois não há ainda uma clara percepção figura- fundo, dificultando a compreensão das relações entre a parte e o todo.  Mas, repentinamente, sem fazer esforço, a relação figura-fundo se elucida = HOUVE O INSIGHT
  • 30. GESTALT: consequências clínicas  Kurt Lewin: as relações entre o indivíduo e seu quadro de fundo (a totalidade) traduz seu espaço vital psicológico = Teoria do campo psicológico.  Aplicações = na psicologia organizacional, social e de grupos.  Processos da percepção e consciência trazem dados sobre a pessoa= testes psicológicos projetivos e cognitivos.
  • 31. TERCEIRA FORÇA: HUMANISTAS  CARL ROGERS (1902-1987): conceito de “self” e da postura de aceitação incondicional poitiva pelo terapeuta.  “Por que uma criança aprende a andar? Ela tenta erguer-se, cai e machuca a cabeça. [...] Não existe grande recompensa enquanto ela não conseguir realmente realizar seu intento, e apesar de tudo, a criança está disposta a suportar a dor [...] Para mim, isso é uma indicação de que existe uma verdadeira força de atração para a possibilidade de crescimento continuar.” (Rogers, In: Frick, W. Psicologia Humanista, p. 118)
  • 32. O humanismo: pesquisas com o método fenomenológico  ‘A experiência mostrou-me que as pessoas têm fundamentalmente uma orientação positiva’ . Rogers Tornar-se Pessoa (1961/1997).  ‘Descobrimos, dentro da pessoa, sob certas condições, uma capacidade para a reestruturação e reorganização do self, e, consequentemente, a reorganização do comportamento, o que tem profundas implicações sociais.’
  • 33. O humanismo na Abordagem Centrada na Pessoa TENDENCIA ATUALIZANTE: é inerente ao indivíduo, a disposição para que sejam desenvolvidas suas potencialidades, algo parcialmente limitada pelas dificuldades do meio em que a pessoa se desenvolve. Compreende-se que a pessoa visa constantemente a autorealização, o desenvolvimento de suas potencialidades, garantindo sua conservação e enriquecimento contínuo. TENDENCIA A AUTOREALIZAÇÃO: ‘existe em todo organismo, em qualquer nível, um fluxo subjacente de movimento para uma realização construtiva de suas possibilidades intrínsecas. Há no homem uma tendência natural para o desenvolvimento completo. O termo mais frequentemente usado para isso é o de tendência de realização, que está presente em todos os organismos vivos. Trata-se do fundamento sobre o qual está construída a abordagem centrada-na-pessoa (Rogers Terapia Centrada no Cliente).
  • 34. O Humanismo na Abordagem Terapêutica Centrada na Pessoa É o cliente, não o terapeuta, que realiza o processo de cura (healing process). O terapeuta é um facilitador. As atitudes do terapeuta facilitador que promovem o potencial positivo do cliente são:  Aceitação positiva incondicional (não julgamento)  Autenticidade e congruência  Compreensão empática Uma consulta psicoterapêutica com Rogers: o caso Gloria https://www.youtube.com/watch?v=bIxAQ79RmL4
  • 35. Outras perspectivas teóricas na Psicologia Moderna  COGNITIVA = (anos 50 até o presente) = Jean Piaget, (1896-1980) na Educação; Aleksandr Romanovitch Luria (1902-1977) na neuropsicologia = aborda os pensamentos e processos mentais como a inteligência, atenção e memória = o comportamento humano depende de como as pessoas adquirem, armazenam e processam a informação.  BIOLÓGICA = (anos 50 até o presente) = o comportamento tem bases fisiológicas = pode ser explicado pelas estruturas do corpo e seus processos bioquímicos.  EVOLUCIONISTA = (anos 80 até o presente) = fundamentos evolucionistas do comportamento = o comportamento se dirige a solucionar problemas adaptativos; por isto, são selecionados na natureza.
  • 36. Áreas de atuação PSICOLOGIA CLÍNICA: atua na avaliação, aconselhamento e psicoterapia individual junto a casais, famílias e grupos em consultórios, equipes multiprofissionais de clínicas e organizações públicas e privadas. PSICOLOGIA HOSPITALAR: trata-se da clínica na Saúde e junto às organizações sociais que tratam das políticas de Saúde, enfocando a compreensão e terapêutica dos aspectos psicológicos inerentes ao adoecer e à busca de condições de vida saudáveis. Trabalha-se no hospital geral e de especialidades, como junto às pessoas com problemas gástricos, urológicos, ginecológicos, oncológicos, entre outros, incluindo a especialidade psiquiátrica. NEUROPSICOLOGIA: atua em interface com a neurologia e a psiquiatria, avaliando funções mentais superiores, como a inteligência, memória e atenção, visando seu desenvolvimento e reabilitação.
  • 37. Áreas de atuação  PSICOLOGIA SOCIAL:atua junto às organizações, movimentos e políticas sociais visando a cidadania plena dos grupos, instituições e comunidades. PSICOLOGIA JURÍDICA: assessora as instituições jurídicas com os subsídios psicológicos envolvidos na compreensão e intervenção das situações avaliadas, como as que são relacionadas às políticas públicas de segurança e justiça social.  PSICOLOGIA DO ESPORTE e ÁREA ACADÊMICA  PSICOLOGIA ESCOLAR: intervenção e assessoria junto aos processos biopsicosociais implicados no desenvolvimento educacional, em atividades junto a alunos, familiares, professores e funcionários do sistema escolar. PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL: atua nas empresas e organizações de trabalho como um todo, nas questões que envolvem relacionamentos interpessoais das equipes e a carreira dos trabalhadores, em processos como seleção, treinamento, desenvolvimento profissional e programas de qualidade de vida no trabalho.
  • 38. Bibliografia  BOCK, A. Psicologia (s): uma introdução ao estudo da psicologia 13ª edição. São Paulo: Saraiva, 2000.  FIGUEIREDO, Luís Cláudio. Matrizes do Pensamento Psicológico. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 1991.  SCHULTZ, D. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 1981.
  • 39. . . PROFA DRA JONIA LACERDA FELICIO PSICOLOGIA FAM