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Psicologia Experimental
Aula 1
Introdução à Psicologia Experimental
Prof. Dr. Caio Maximino
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Objetivos da aula
●
Descrever os marcos históricos e conceituais da experimentação em psicologia
●
Analisar criticamente conceitos básicos da Psicologia Cognitiva
●
Identificar as matrizes teóricas e filosóficas da Psicologia Cognitiva Experimental
●
Discriminar hipóteses e as previsões derivadas dessas hipóteses
●
Identificar as principais fontes de ideias/hipóteses para a pesquisa experimental
em Psicologia
●
Enumerar fontes de pesquisa bibliográfica relevantes para a investigação em
Psicologia Experimental
●
Descrever as diferentes partes de um artigo científico
Ψ
O Método Experimental
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
A crise da
repetibilidade
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
● Coleção de desenhos experimentais que usam
manipulação e mensuração controladas para
entender processos causais
– Uma ou mais variáveis independentes são manipuladas
para determinar o efeito em uma variável dependente
● Via de regra, na pesquisa experimental
– Existe prioridade temporal em uma relação causal (i.e.,
a causa precede o efeito)
– Existe consistência na relação causal (uma causa
sempre levará ao mesmo efeito)
– A magnitude de correlação é grande
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Francis Bacon (1561-1626)
●
“Mas a verdadeira ordem da
experiência, ao contrário, começa por,
primeiro, acender o archote e, depois,
com o archote mostrar o caminho,
começando por uma experiência
ordenada e medida —nunca vaga e
errática -, dela deduzindo os axiomas
e, dos axiomas, enfim, estabelecendo
novos experimentos”
● Empirismo: Rejeição da
dedução como méotodo
privilegiado para
alcançara a verdade
● Novum Organum:
Propõe a indução como
método lógico para a
descoberta
● Considerado um dos
criadores da ciência
experimental e do
método científico
moderno
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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Leipzig, 1879
Demarcação
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Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
“A descrição exata da consciência [Bewusstsein]
é o objetivo primordial da psicologia experimental”
Ψ
O que, afinal, é Psicologia
Experimental?
● NÃO é uma “abordagem teórica” – p. ex., psicologia
experimental ≠ comportamentalismo
● Aplicação do método experimental na investigação
e entendimento da mente e do comportamento →
METODOLOGIA ao invés de área
● Técnicas utilizadas em diversas sub-áreas da
Psicologia, incluindo a psicologia cognitiva,
psicobiologia, psicofísica, psicologia
comportamental psicologia do desenvolvimento,, e
psicologia social
Demarcação
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teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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Replicabilidade
● A capacidade de replicar um experimento (i.e., reproduzi-lo,
de forma a confirmar os achados ou garantir a precisão) é
uma característica definidora da ciência experimental
● Até mesmo pesquisas de alta qualidade podem apresentar
resultados irreprodutíveis devido ao erro aleatório ou
sistemático
● Práticas problemáticas possíveis
– Reporte seletivo de resultados
– Análises seletivas
– Especificações insuficientes das condições necessárias ou
suficientes para a obtenção dos resultados
Demarcação
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Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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Hipóteses e
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Fontes de
ideias
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Anatomia
do artigo
científico
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● 100 replicações executadas por 270 autores
● Estudos correlacionais e experimentais
publicados nas revistas Psychological
Science, Journal of Personality and Social
Psychology e Journal of Experimental
Psychology: Learning, Memory, and Cognition
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Fontes de
ideias
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bibliográfica
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do artigo
científico
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Métodos de pesquisa em Psicologia:
Experimento em laboratório
● Obtenção de amostras do
desempenho em tarefas
específicas em recorte de tempo e
espaço
● Sujeitos/participantes normalmente
alocados aleatoriamente
● Normalmente, há controle
experimental das variáveis
independentes
● Amostras de qualquer tamanho
● Amostras podem ser
representativas
● Validade ecológica depende da
tarefa e do contexto
●
Informação sobre diferenças
individuais normalmente não é
enfatizada
●
Pontos fortes: Fácil de administrar
e analisar; alta probabilidade de
produzir inferências causais válidas
●
Fraquezas: Dificuldade em
generalizar resultados;
discrepâncias entre o
comportamento dentro e fora do
laboratório
Demarcação
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Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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● Participantes aprenderam listas de
palavras categorizadas ou não
– Escala de agradabilidade, organização em
categorias, mapa conceitual
● 24 h depois, testou-se a memória dos
participantes acerca das palavras
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teórica
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filosóficas
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previsões
Fontes de
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bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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Métodos de pesquisa em Psicologia:
Experimentos psicobiológicos
● Estudo de funções psicológicas e
fisiológicas em animais humanos e
não-humanos, com medidas
biológicas
● Sujeitos/participantes normalmente
não são alocados aleatoriamente
● Controle experimental das variáveis
independentes varia bastante
●
Amostras pequenas
● Amostras normalmente não são
representativas
● Validade ecológica depende do
contexto
● Informação sobre diferenças
individuais levada em conta
● Pontos fortes: Evidência “dura” de
funções cognitivas através de
atividade fisiológica; visão mais
completa dos processos cognitivos;
possibilidade de desenvolver
tratamentos para déficits cognitivos
● Principais fraquezas: Acessibilidade
limitada; amostras pequenas;
generalização limitada quando
cérebros anormais ou de animais
não-humanos são investigados
Demarcação
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filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
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bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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● Participantes fugiam de um “predador” em labirinto virtual
associado com um leve choque elétrico
● Atividade cerebral medida por fMRI
● Quando o predador estava longe, a atividade maior era no
córtex pré-frontal ventromedial; conforme o predador se
aproximava, o sinal mudava para a grísea periaqueductal
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Métodos de pesquisa em Psicologia:
Auto-relatos
● Obtenção de relatos da cognição
dos participantes em curso ou
em retrospectiva
● Sujeitos/participantes não são
alocados aleatoriamente
● Normalmente, não há controle
experimental das variáveis
independentes
● Amostras pequenas
● Amostras podem ser
representativas
● Pode haver validade ecológica
● Informação sobre diferenças
individuais levada em conta
● Pontos fortes: Acesso à
introspecção do ponto de vista dos
participantes
● Principais fraquezas: Incapacidade
de reportar processos
inconscientes; protocolos
verbais/escalas podem influenciar
os processos sendo reportados;
retrospectiva: discrepâncias entre
a cognição atual e a memória
Demarcação
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teóricas
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filosóficas
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previsões
Fontes de
ideias
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bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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● Os participantes fizeram registros diários sobre eventos
estressantes e padrões de sono, e coletaram amostras de
saliva durante quatro semanas
● Níveis baixos de cortisol ao despertar associados com
ansiedade no dia anterior e sonolência; níveis altos de
cortisol ao entardecer associados com sintomas de estresse
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filosóficas
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Fontes de
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bibliográfica
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do artigo
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Métodos de pesquisa em Psicologia:
Estudos de caso
● Engajamento no estudo intensivo
de um único indivíduo,
produzindo conclusões gerais
sobre o comportamento
● Sujeitos/participantes não são
alocados aleatoriamente
● Normalmente, não há controle
experimental das variáveis
independentes
● Amostra pequena/unitária
● Amostra pouco representativa
Demarcação
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filosóficas
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Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
● Alta validade ecológica para o
caso individual; baixa
generalização para outros
● Diferença individual marcada
● Pontos fortes: Acesso a
informações detalhadas sobre
indivíduos, incluindo história e
contexto atual; pode levar a
aplicações especializadas para
grupos especiais
● Principais fraquezas: Baixa
aplicabilidade a outros indivíduos;
generalização limitada
Ψ
● Ratos condicionados a pressionar uma barra em FI
● Após o estabelecimento da resposta, uma contingência
Pavloviana foi sobreposta, com US – som, CS – choque
● A resposta previamente condicionada era suprimida
durante a apresentação do tom
● Dados apresentados com curvas cumulativas para
animais individuais
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Métodos de pesquisa em Psicologia:
Observações naturalísticasDemarcação
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Hipóteses e
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Fontes de
ideias
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Anatomia
do artigo
científico
● Observação em contextos
reais, não-laboratoriais
● Não há alocação aleatória de
sujeitos/participantes
● Não há controle experimental
das variáveis independentes
● Amostra provavelmente
pequena
● Amostra pode ser
representativa
● Alta validade ecológica
● Diferenças individuais
geralmente não enfatizadas
● Pontos fortes: Acesso a
muita informação contextual
● Principais fraquezas: Falta
de controle experimental,
possível influência no
comportamento devido à
presença do observador
Ψ
● Participantes divididos em pequenos grupos realizaram tarefa falsa, e
seu comportamento social e consumo de EtOH foi observado durante
uma “pausa” de 50 min
● As expectativas sobre os efeitos do álcool foram avaliadas através de
escalas
● Expectativas sobre os efeitos positivos e/ou excitantes do álcool
positivamente relacionadas ao consumo em contexto naturalístico;
efeitos de grupo observados
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teóricas
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do artigo
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Métodos de pesquisa em
Psicologia: Simulações e IA
● Simulações procuram emular o
desempenho cognitivo humano
em computadores
● A IA tenta fazer com que
computadores demonstrem
desempenho cognitivo
inteligente, independente da
semelhança do processo com a
cognição humana
● O controle experimental das
variáveis independentes é total
● Não existem participantes
● Baixíssima validade ecológica
● Pontos fortes: Exploração de
possibilidades para a
modelagem de processos
cognitivos; Permite a testagem
clara de hipóteses; Ampla
variedade de aplicações
práticas
● Principais fraquezas:
Limitações impostas por
hardware e software; As
simulações podem modelar
imperfeitamente a cognição
humana
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bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
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● Marr e Poggle criaram um
modelo computacional de
disparidade na visão
estereoscópica
● O modelo extrai informação
estereoscópica a partir de
estereogramas amplamente
utilizados na psicofísica
● Implicações para o estudo
experimental das
sensações e da percepção
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do artigo
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Psicologia Cognitiva
● Dominância do comportamentalismo
principalmente nos EUA
– Alemanha – Gestalt → Quais são os
processos mentais que determinam a
percepção?
– Inglaterra – Barlett → Memória
– URSS – Vygotsky e Luria →
Desenvolvimento cognitivo
– França/Suíça – Piaget
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científico
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● Motivos para a queda do
domínio:
– Dificuldade em explicar
comportamento complexo (p.
ex., linguagem)
– Alguns behavioristas
postulavam conexões
intermediárias pouco
parcimoniosas para explicar
comportamento complexo
– Recurso ao histórico de
reforçamento é circular e
insuficiente
– Resultados experimentais
menos interessantes do que os
primeiros exemplos (Skinner,
Ferster, Tollmann)
Psicologia Cognitiva
● Legado do
behaviorismo: A
evidência de processos
mentais internos deve
vir do comportamento
– Método hipotético-
dedutivo: Hipotetizar a
existência de estados
internos que explicam o
comportamento
– Avaliar essas hipóteses
a partir das previsões
feitas a partir deas
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Jerome Bruner
● Bruner e Goodman (1947): O valor de um
objeto afeta a percepção de seu tamanho
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Neisser (1967), Cognitive
Psychology
● “Por volta de 1964, tudo se
encaixou em minha cabeça. A
princípio, pensei, poderíamos
seguir a informação para dentro
a partir de seu primeiro encontro
com um órgão dos sentidos até o
seu armazenamento e eventual
reconstrução na memória. Os
primeiros estágios do
processamento eram
necessariamente holísticos (uma
ideia que emprestei da
Psicologia da Gestalt), e os
últimos baseados na
recodificação recorrente (uma
ideia emprestada, de forma ainda
mais óbvia, de George Miller)”
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Psicologia Cognitiva Experimental
● Neufeld et al. (2009): Pontos de consenso
1) A mente é formada por processos cognitivos interrelacionados
2) O principal responsável pela vida mental é a organização do
conhecimento
3) Processos cognitivos que sustentam eventos mentais devem ocorrer
dentro de uma ordem específfica, pelo menos em algumas situações
4) Já que eventos mentais são abstratos, serão mais facilmente
compreendidos utilizando uma análise abstrata e, apesar de depender
de um subtrato neural, não se restringem a ele
5) O ser humano é autônomo e interage com o mundo externo
intencionalmente
6) A interação se dá por meio da mente, que é um processador de
símbolos e significados que terão relação com as coisas do mundo
externo
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ideias
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Representação mental
● A mente deve ser concebida como um sistema
simbólico – uma entidade que processa, transforma,
elabora e manipula símbolos
● Intencionalidade → a referência a um objeto é a
característica decisiva e indispensável dos processos
mentais
● Substitui o objeto do mundo externo no mundo interno
● Computação semântica ou representacional das
relações e das funções
Demarcação
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Hipóteses e
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ideias
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Representação mental
● Possibilita trabalhar com o objeto sem que o
mesmo esteja presente em termos físicos
● Eysenck e Kayne (2007): dois tipos de
representação
– Proposicional: Expressa ideias com conteúdo
abstrato
– Análoga: Expressa imagens concretas, com
características sensoriais
● Representações mentais das ações
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Ciência cognitiva
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Temas centrais (Sternberg, 2010)
● Natureza vs. Criação (“Inato” vs. “Aprendido”)
– Qual aspecto é mais importante para a cognição
humana?
– Interação gene x ambiente
●
Racionalismo vs. Empirismo
– Como podemos nos conhecer e conhecer o mundo
ao nosso redor? Observação vs. lógica/teoria
– Podemos combinar a teoria com métodos
● Estruturas vs. Processos
– Devemos estudar conteúdos, atributos e produtos da
mente, ou nos focar nos processos do pensamento?
– Podemos explorar como os processos mentais
operam sobre estruturas mentais
● Generalidade de domínio vs. Especificidade de
domínio
– Os processos observados limitam-se a domínio
únicos, ou são gerais? As observações feitas em um
domínio podem aplicar-se a todos os domínios?
– Podemos explorar quais processos são gerais e quais
são específicos
● Validade de inferências causais vs. Validade
ecológica
– Devemos estudar a cognição usando experimentos
altamente controlados ou técnicas mais
naturalísticas?
– Podemos combinar métodos diferentes para produzir
evidências convergentes
● Pesquisa aplicada vs. Pesquisa básica
– Devemos fazer pesquisas sobre processos
fundamentais? Ou devemos estudar maneiras de
ajudar as pessoas usarem suas capacidades
cognitivas em situações práticas?
– Podemos combinar os dois tipos de pesquisa, de
forma que a pesquisa básica leve à pesquisa
aplicada, que estimula mais pesquisa básica
● Métodos biológicos vs. Métodos comportamentais
– Devemos estudar o cérebro e seu funcionamento
diretamente? Ou devemos estudar o comportamento
das pessoas em tarefas cognitivas?
– Podemos tentar sintetizar métodos biológicos e
comportamentais para entender fenômenos
cognitivos em múltiplos níveis de análise
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Fundamentos filosóficos
● Racionalismo vs. Empirismo
– Racionalismo: O caminho para o conhecimento é o pensamento e
a análise lógica – A razão é a fonte ou a justificação do
conhecimento
– Empirismo: Adquirimos conhecimento através de evidências
empíricas (experiência e observação)
● Hobbes (1636), Leviatã → Razão como ponto de partida
para criação de modelos
– Abordagem da realidade por intermédio de categorias
(representação, imitação, reprodução)
– Modelos são imperfeitos e devem ser atualizados
– Consequência para a ciência cognitiva: Abstração das relações
funcionais a partir da realidade fenomênica → lógica funcional
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ideias
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Lógica Hobbesiana e a cibernética
● Impacto da cibernética na ciência cognitiva
● Opção pela lógica matemática para descrever o
funcionamento da mente
● Instauração da teoria dos sistemas, “meta-
disciplina” que busca formular os princípios que
governam todos os sistemas complexos
● Advento da teoria da informação como tratamento
estatístico do sinal e dos canais de comunicação
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Filosofia da ciência
● Observação dirigida pela teoria
● Falsificacionismo (Popper): O teste de uma
teoria não é a verificação, mas a falsificação
– “Falsear” ou “falsificar” uma teoria é testá-la
– Boas teorias devem ser testáveis
● Kuhn: Ciência normal vs. ciência
paradigmática
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O processo de pesquisa
● O primeiro passo no desenho de um estudo experimental é a clarificação
de detalhes básicos
– Temas/Problemas
– Objetivos
– Medidas
● Tema: Área na qual se concentra o problema
– Representa um contexto mais amplo
– Permite a inserção de inúmeros problemas
● Problema de pesquisa: Formulação clara e precisa que indica o
questionamento concreto que mobiliza a pesquisa, com identificação das
variáveis e de suas relações
● Especificar precocemente os objetivos primários e secundários do estudo
ajuda a guiar o planejamento e a alocação de recursos
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Exemplo
● Tema de pesquisa: Consumo de droga
● Problema de pesquisa: Qual é a influência da classe social de jovens
no consumo de drogas?
● Hipótese: O consumo de drogas independe da classe social
● Objetivo geral: Avaliar a influência da classe social do jovem no
consumo de drogas
● Objetivos específicos
– Caracterizar o perfil sócio-econômico dos jovens que consomem drogas
– Caracterizar o perfil sócio-econômico dos jovens que não consomem drogas
– Investigar se existe correlação entre classe social e consumo de drogas
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Problemas de pesquisa
● Buscam:
– Descrever um determinado fenômeno/evento
– Delinear a distribuição de características ou
atributos em uma população
– Avaliar os efeitos de um fenômeno/evento
– Comparar fenômenos/eventos/medidas
– Identificar relações entre variáveis
● Melhor estratégia: elaborar o problema na
forma de pergunta (Santos, 2015)
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Tipos de pergunta (Volpato, 2011)
● Como esse fenômeno é? (Descrição)
– Caracterização de uma variável
– Não requer hipótese
– Depende fortemente da representatividade da amostra
● Com o que esse fenômeno está associado? (Associação)
– Deve ser guiada por hipóteses, mesmo quando é exploratória
– Duas ou mais variáveis que não interferem uma na outra
● No que esse fenômeno interfere? OU O que interfere nesse
fenômeno (Associação com interferência)
– A associação existe porque uma ou mais variáveis interferem nas outras
– Se há interferência, há mecanismo
– Pergunta experimental por excelência
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Hipóteses e previsões
● Na Psicologia Experimental, comumente são testadas hipóteses
sobre fenômenos mentais
● “Perguntas” ou teorias preliminares sobre o comportamento
– Indicam como o problema de pesquisa será atacado no estudo, definindo as
proposições específicas e/ou testes que serão avaliados
– Formulação específica e formal
● Baseadas em pesquisas anteriores e considerações teóricas
● Hipóteses inicialmente planejadas vs. Hipóteses exploratórias/post-hoc
● Desenhos de duas fases: Hipóteses post-hoc são investigadas em um
novo experimento
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Características da hipótese
● Contrastabilidade empírica
– Pode ser testada/falseada
– Submeter a hipótese a provas (experimentos)
– De uma proposição deduzem-se uma ou mais
proposições suscetíveis à verificação
– As proposições submetidas à prova indicarão a verdade
ou falsidade
● Formulada como solução provisória para um
problema
● Apresenta caráter explicativo ou preditivo
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Tipos de hipótese
● Hipótese de ocorrência
– Baseada na especulação, sem fundamentação na literatura
● Hipótese empírica
– Baseada em evidências experimentais preliminares
● Hipótese plausível
– Relaciona-se de maneira consistente com as teorias existentes
● Hipótese convalidada
– Apoiada em teorias conhecidas e com o apoio de evidências
ocorridas na realidade.
Demarcação
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Fases da investigação de
hipóteses
● Produção da hipótese a ser avaliada e
testada
● Avaliação da plausibilidade relativa da
hipótese, dada a evidência prévia
● Teste da hipótese, em busca de mais
evidências
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“Armadilhas” na avaliação das
hipóteses
● Uma investigação de hipótese falha quando
– Rejeitamos uma hipótese verdadeira como falsa (Erro do tipo I)
– Tomamos uma hipótese falsa por verdadeira (Erro do tipo II)
● “Antolhos” (“visão de túnel”) → Deixar de considerar todas as hipóteses
razoáveis
● Abusar da evidência → Deixar de avaliar a evidência disponível de forma
apropriada, levando à avaliação errônea da plausibilidade das hipóteses
– Valorizar demais uma determinada evidência
– Subvalorizar uma evidência “negativa”
● Buscar informação/evidências em fontes que não ajudam a determinar a
plausibilidade
– Viés de confirmação
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Guias para a boa formulação de
hipóteses
● Examinar diversas hipóteses alternativas
● Investigar ativamente hipóteses múltiplas (difícil
de fazer com um único experimento)
● Procurar evidências que falseiem a hipótese
● Usar métodos estruturados
– Análise de hipóteses rivais (Heuer, 1999)
– Mapeamento de hipóteses
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científico
Ψ
Análise de hipóteses rivais
1.Identificar as possíveis hipóteses a serem
consideradas
2.Fazer uma lista de evidências e argumentos
significativos a favor e contra cada hipótese
3.Preparar uma matriz com hipóteses (colunas) e
evidências (linhas)
4.Identificar quais evidências apresentam mais peso no
julgamento da hipótese
5.Reconsiderar as hipóteses e retirar as evidências e
argumentos sem valor diagnóstico
6.Produzir conclusões temporárias sobre a
probabilidade de cada hipótese, buscando falseá-las
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Exemplo: A cognição afeta a
percepção?Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Sim (“Top-down”) Não (“Bottom-up”)
Evidência 1: Efeito da
categorização sobre a
percepção de cores
+ -
Evidência 2: Efeito do
estado emocional sobre
a percepção de
movimento
+ -
Contra-Evidência 1:
Aspectos do percepto
montados no nível do
receptor
- +
Contra-Evidência 2:
Constância de forma em
neonatos
- +
Ψ
Mapeamento de hipóteses
● Diagramas do raciocínio envolvido na
investigação das hipóteses, relacionando-
as com evidências, contra-evidências,
argumentos de apoio, e previsões
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Previsões
● Tanto o problema de pesquisa quanto as hipóteses tratam de
aspectos e conceitos abstratos, relacionados às teorias sobre
o tema
● Previsões operacionalizam a hipótese → Representar
variáveis teóricas através de variáveis operacionais
– Raciocínio dedutivo
– Conceitos concretos e mensuráveis
– Definição de mensuração de um fenômeno que não é diretamente
mensurável
● “A confirmação de uma previsão pelos resultados de um
estudo constitui suporte para a hipótese, mas não constitui
prova” (Cozby, p. 31)
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Medidas, intervenções e preditores
de interesse
● As medidas devem estar claramente relacionadas ao problema
de pesquisa e aos objetivos do estudo
● Devem ser escolhidas e priorizadas de acordo
● Medida primárias são definidas quando o objetivo é detectar
um efeito específico
● Medidas secundárias podem ser testadas, mas o resultado
desses testes será interpretado como “gerador de hipóteses”
● O tamanho da amostra se baseia nas medidas primárias,
mas não nas secundárias
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Fontes de ideias
● O problema de pesquisa, as hipóteses e
previsões derivadas dele são formuladas
com base em várias fontes, das quais
Cozby enumera
– Senso comum
– Observação do mundo a nosso redor e
serendipidade
– Teorias
– Pesquisas anteriores
– Problemas práticos
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
A pesquisa bibliográfica
● Antes de iniciar qualquer projeto de pesquisa, o pesquisador deve conhecer bem os
resultados de pesquisas anteriores
● Momento mais importante do projeto, porque permite definir
– Temas/Problemas
– Objetivos
– Medidas
● Estado da arte busca
– Mostrar as abordagens concorrentes para resolver o problema, mostrando vantagens e
deficiências
– Descrever o tema de pesquisa, mostrando o que já se fez e o que ainda não se fez
– Mostrar o que foi feito para resolver problemas parecidos
● Fontes eletrônicas: .periódicos., Google Acadêmico,
● A qualidade da referência é crucial para julgar o peso da evidência
– Indicadores de qualidade: Qualis CAPES, fator de impacto, índice H
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
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Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Comparação de índices
Revista Índice h5 Fator de impacto Qualis
Psicologia: Teoria
e Pesquisa
18 0.3014 A1
Psicologia:
Reflexão e Crítica
16 0.2444 A1
Psicologia:
Ciência e
Profissão
13 0.2343 A2
Psychological
Science
84 4.94 Não consta
Psychological
Bulletin
81 14.765 Não consta
Journal of
Experimental
Psychology:
General
42 5.929 Não consta
Journal of the
Experimental
Analysis of
Behavior
20 1.865 A1
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Anatomia do artigo científico
● Resumo
– Auto-contido (p. ex, resumos para congressos) → Estruturado como
miniatura do trabalho
– Vinculado ao texto completo → Deve dar indícios que complementem
o título e despertem o interesse do leitor (“resumo criativo”)
● Introdução
– Função: Situar o problema de pesquisa e justificar a proposta
– Detalhamento de pesquisas anteriores e teorias relevantes para o
problema
– Formalização de hipóteses
– Pode partir do problema de pesquisa, do objetivo, ou mesmo de uma
história interessante
– Nunca separar Introdução e Justificativa
– Seguir os tipos lógicos de pergunta
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Anatomia do artigo científico
● Método
– Geralmente dividido em subseções, cujo
número depende da complexidade do
planejamento
– Deve ser didático
– Tópicos lógicos usuais (Volpato, 2011):
● Sujeitos da pesquisa
● Delineamento do estudo
● Procedimentos específicos
● Análise dos dados
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Elementos que devem figurar em um
artigo em Psicologia Experimental
● Sobre os experimentadores
– Quem foram?
– O que sabiam sobre o experimento?
– O que sabiam sobre os
participantes?
– O que esperavam do experimento?
● Sobre os participantes
– Quem eram?
– Que recompensas/contrapartidas
receberam?
– O que sabiam sobre o experimento?
– O que sabiam sobre o
experimentador?
– O que poderiam esperar do
experimento?
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
● Sobre o desenho experimental
– Que tipo de
recompensa/contrapartida era
oferecida?
– Houve algum tipo de engodo?
– Quais informações estavam
disponibilizadas aos
participantes?
– Como essas informações foram
transmitidas?
– O experimentador estava
presente durante a
mensuração?
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ou estavam a distância
perceptual dos seus pares?
Ψ
Anatomia do artigo científico
● Resultados
– Descrição narrativa dos resultados
– Descrição estatística dos resultados
– Sumarização dos resultados em tabelas e gráficos
– Em pesquisas descritivas quantitativas, indicar os
valores em tabelas é mais indicado do que em
gráficos
– Em pesquisas que testam hipóteses, as variações (ou
ausência delas) são melhor percebidas em figuras
– Destacar resultados mais importantes (p. ex.,
medidas primárias) em Figuras e manter os outros
(p. ex., medidas secundárias) em segundo plano
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
filosóficas
Hipóteses e
previsões
Fontes de
ideias
Pesquisa
bibliográfica
Anatomia
do artigo
científico
Ψ
Anatomia do artigo científico
● Discussão
– Representa a defesa que o autor faz de suas
conclusões
– O autor usará de todas as evidências da
literatura, acrescidas das evidências que
produziu (métodos e resultados), para
defender as conclusões.
– Pode conter implicações para teorias,
aplicações práticas, sugestões de pesquisas
futuras, etc.
Demarcação
teórica
Matrizes
teóricas
Matrizes
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Hipóteses e
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Introdução à Psicologia Experimental

  • 1. Ψ Psicologia Experimental Aula 1 Introdução à Psicologia Experimental Prof. Dr. Caio Maximino
  • 2. Ψ Objetivos da aula ● Descrever os marcos históricos e conceituais da experimentação em psicologia ● Analisar criticamente conceitos básicos da Psicologia Cognitiva ● Identificar as matrizes teóricas e filosóficas da Psicologia Cognitiva Experimental ● Discriminar hipóteses e as previsões derivadas dessas hipóteses ● Identificar as principais fontes de ideias/hipóteses para a pesquisa experimental em Psicologia ● Enumerar fontes de pesquisa bibliográfica relevantes para a investigação em Psicologia Experimental ● Descrever as diferentes partes de um artigo científico
  • 3. Ψ O Método Experimental Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas A crise da repetibilidade Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica ● Coleção de desenhos experimentais que usam manipulação e mensuração controladas para entender processos causais – Uma ou mais variáveis independentes são manipuladas para determinar o efeito em uma variável dependente ● Via de regra, na pesquisa experimental – Existe prioridade temporal em uma relação causal (i.e., a causa precede o efeito) – Existe consistência na relação causal (uma causa sempre levará ao mesmo efeito) – A magnitude de correlação é grande Anatomia do artigo científico
  • 4. Ψ Francis Bacon (1561-1626) ● “Mas a verdadeira ordem da experiência, ao contrário, começa por, primeiro, acender o archote e, depois, com o archote mostrar o caminho, começando por uma experiência ordenada e medida —nunca vaga e errática -, dela deduzindo os axiomas e, dos axiomas, enfim, estabelecendo novos experimentos” ● Empirismo: Rejeição da dedução como méotodo privilegiado para alcançara a verdade ● Novum Organum: Propõe a indução como método lógico para a descoberta ● Considerado um dos criadores da ciência experimental e do método científico moderno Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 5. Ψ Leipzig, 1879 Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico “A descrição exata da consciência [Bewusstsein] é o objetivo primordial da psicologia experimental”
  • 6. Ψ O que, afinal, é Psicologia Experimental? ● NÃO é uma “abordagem teórica” – p. ex., psicologia experimental ≠ comportamentalismo ● Aplicação do método experimental na investigação e entendimento da mente e do comportamento → METODOLOGIA ao invés de área ● Técnicas utilizadas em diversas sub-áreas da Psicologia, incluindo a psicologia cognitiva, psicobiologia, psicofísica, psicologia comportamental psicologia do desenvolvimento,, e psicologia social Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 7. Ψ Replicabilidade ● A capacidade de replicar um experimento (i.e., reproduzi-lo, de forma a confirmar os achados ou garantir a precisão) é uma característica definidora da ciência experimental ● Até mesmo pesquisas de alta qualidade podem apresentar resultados irreprodutíveis devido ao erro aleatório ou sistemático ● Práticas problemáticas possíveis – Reporte seletivo de resultados – Análises seletivas – Especificações insuficientes das condições necessárias ou suficientes para a obtenção dos resultados Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 9. Ψ ● 100 replicações executadas por 270 autores ● Estudos correlacionais e experimentais publicados nas revistas Psychological Science, Journal of Personality and Social Psychology e Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 10. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Experimento em laboratório ● Obtenção de amostras do desempenho em tarefas específicas em recorte de tempo e espaço ● Sujeitos/participantes normalmente alocados aleatoriamente ● Normalmente, há controle experimental das variáveis independentes ● Amostras de qualquer tamanho ● Amostras podem ser representativas ● Validade ecológica depende da tarefa e do contexto ● Informação sobre diferenças individuais normalmente não é enfatizada ● Pontos fortes: Fácil de administrar e analisar; alta probabilidade de produzir inferências causais válidas ● Fraquezas: Dificuldade em generalizar resultados; discrepâncias entre o comportamento dentro e fora do laboratório Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 11. Ψ ● Participantes aprenderam listas de palavras categorizadas ou não – Escala de agradabilidade, organização em categorias, mapa conceitual ● 24 h depois, testou-se a memória dos participantes acerca das palavras Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 12. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Experimentos psicobiológicos ● Estudo de funções psicológicas e fisiológicas em animais humanos e não-humanos, com medidas biológicas ● Sujeitos/participantes normalmente não são alocados aleatoriamente ● Controle experimental das variáveis independentes varia bastante ● Amostras pequenas ● Amostras normalmente não são representativas ● Validade ecológica depende do contexto ● Informação sobre diferenças individuais levada em conta ● Pontos fortes: Evidência “dura” de funções cognitivas através de atividade fisiológica; visão mais completa dos processos cognitivos; possibilidade de desenvolver tratamentos para déficits cognitivos ● Principais fraquezas: Acessibilidade limitada; amostras pequenas; generalização limitada quando cérebros anormais ou de animais não-humanos são investigados Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 13. Ψ ● Participantes fugiam de um “predador” em labirinto virtual associado com um leve choque elétrico ● Atividade cerebral medida por fMRI ● Quando o predador estava longe, a atividade maior era no córtex pré-frontal ventromedial; conforme o predador se aproximava, o sinal mudava para a grísea periaqueductal Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 14. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Auto-relatos ● Obtenção de relatos da cognição dos participantes em curso ou em retrospectiva ● Sujeitos/participantes não são alocados aleatoriamente ● Normalmente, não há controle experimental das variáveis independentes ● Amostras pequenas ● Amostras podem ser representativas ● Pode haver validade ecológica ● Informação sobre diferenças individuais levada em conta ● Pontos fortes: Acesso à introspecção do ponto de vista dos participantes ● Principais fraquezas: Incapacidade de reportar processos inconscientes; protocolos verbais/escalas podem influenciar os processos sendo reportados; retrospectiva: discrepâncias entre a cognição atual e a memória Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 15. Ψ ● Os participantes fizeram registros diários sobre eventos estressantes e padrões de sono, e coletaram amostras de saliva durante quatro semanas ● Níveis baixos de cortisol ao despertar associados com ansiedade no dia anterior e sonolência; níveis altos de cortisol ao entardecer associados com sintomas de estresse Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 16. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Estudos de caso ● Engajamento no estudo intensivo de um único indivíduo, produzindo conclusões gerais sobre o comportamento ● Sujeitos/participantes não são alocados aleatoriamente ● Normalmente, não há controle experimental das variáveis independentes ● Amostra pequena/unitária ● Amostra pouco representativa Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico ● Alta validade ecológica para o caso individual; baixa generalização para outros ● Diferença individual marcada ● Pontos fortes: Acesso a informações detalhadas sobre indivíduos, incluindo história e contexto atual; pode levar a aplicações especializadas para grupos especiais ● Principais fraquezas: Baixa aplicabilidade a outros indivíduos; generalização limitada
  • 17. Ψ ● Ratos condicionados a pressionar uma barra em FI ● Após o estabelecimento da resposta, uma contingência Pavloviana foi sobreposta, com US – som, CS – choque ● A resposta previamente condicionada era suprimida durante a apresentação do tom ● Dados apresentados com curvas cumulativas para animais individuais Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 18. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Observações naturalísticasDemarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico ● Observação em contextos reais, não-laboratoriais ● Não há alocação aleatória de sujeitos/participantes ● Não há controle experimental das variáveis independentes ● Amostra provavelmente pequena ● Amostra pode ser representativa ● Alta validade ecológica ● Diferenças individuais geralmente não enfatizadas ● Pontos fortes: Acesso a muita informação contextual ● Principais fraquezas: Falta de controle experimental, possível influência no comportamento devido à presença do observador
  • 19. Ψ ● Participantes divididos em pequenos grupos realizaram tarefa falsa, e seu comportamento social e consumo de EtOH foi observado durante uma “pausa” de 50 min ● As expectativas sobre os efeitos do álcool foram avaliadas através de escalas ● Expectativas sobre os efeitos positivos e/ou excitantes do álcool positivamente relacionadas ao consumo em contexto naturalístico; efeitos de grupo observados Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 20. Ψ Métodos de pesquisa em Psicologia: Simulações e IA ● Simulações procuram emular o desempenho cognitivo humano em computadores ● A IA tenta fazer com que computadores demonstrem desempenho cognitivo inteligente, independente da semelhança do processo com a cognição humana ● O controle experimental das variáveis independentes é total ● Não existem participantes ● Baixíssima validade ecológica ● Pontos fortes: Exploração de possibilidades para a modelagem de processos cognitivos; Permite a testagem clara de hipóteses; Ampla variedade de aplicações práticas ● Principais fraquezas: Limitações impostas por hardware e software; As simulações podem modelar imperfeitamente a cognição humana Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 21. Ψ ● Marr e Poggle criaram um modelo computacional de disparidade na visão estereoscópica ● O modelo extrai informação estereoscópica a partir de estereogramas amplamente utilizados na psicofísica ● Implicações para o estudo experimental das sensações e da percepção Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 22. Ψ Psicologia Cognitiva ● Dominância do comportamentalismo principalmente nos EUA – Alemanha – Gestalt → Quais são os processos mentais que determinam a percepção? – Inglaterra – Barlett → Memória – URSS – Vygotsky e Luria → Desenvolvimento cognitivo – França/Suíça – Piaget Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 23. Ψ ● Motivos para a queda do domínio: – Dificuldade em explicar comportamento complexo (p. ex., linguagem) – Alguns behavioristas postulavam conexões intermediárias pouco parcimoniosas para explicar comportamento complexo – Recurso ao histórico de reforçamento é circular e insuficiente – Resultados experimentais menos interessantes do que os primeiros exemplos (Skinner, Ferster, Tollmann) Psicologia Cognitiva ● Legado do behaviorismo: A evidência de processos mentais internos deve vir do comportamento – Método hipotético- dedutivo: Hipotetizar a existência de estados internos que explicam o comportamento – Avaliar essas hipóteses a partir das previsões feitas a partir deas Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 24. Ψ Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico Jerome Bruner ● Bruner e Goodman (1947): O valor de um objeto afeta a percepção de seu tamanho
  • 26. Ψ Neisser (1967), Cognitive Psychology ● “Por volta de 1964, tudo se encaixou em minha cabeça. A princípio, pensei, poderíamos seguir a informação para dentro a partir de seu primeiro encontro com um órgão dos sentidos até o seu armazenamento e eventual reconstrução na memória. Os primeiros estágios do processamento eram necessariamente holísticos (uma ideia que emprestei da Psicologia da Gestalt), e os últimos baseados na recodificação recorrente (uma ideia emprestada, de forma ainda mais óbvia, de George Miller)” Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 27. Ψ Psicologia Cognitiva Experimental ● Neufeld et al. (2009): Pontos de consenso 1) A mente é formada por processos cognitivos interrelacionados 2) O principal responsável pela vida mental é a organização do conhecimento 3) Processos cognitivos que sustentam eventos mentais devem ocorrer dentro de uma ordem específfica, pelo menos em algumas situações 4) Já que eventos mentais são abstratos, serão mais facilmente compreendidos utilizando uma análise abstrata e, apesar de depender de um subtrato neural, não se restringem a ele 5) O ser humano é autônomo e interage com o mundo externo intencionalmente 6) A interação se dá por meio da mente, que é um processador de símbolos e significados que terão relação com as coisas do mundo externo Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 28. Ψ Representação mental ● A mente deve ser concebida como um sistema simbólico – uma entidade que processa, transforma, elabora e manipula símbolos ● Intencionalidade → a referência a um objeto é a característica decisiva e indispensável dos processos mentais ● Substitui o objeto do mundo externo no mundo interno ● Computação semântica ou representacional das relações e das funções Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 29. Ψ Representação mental ● Possibilita trabalhar com o objeto sem que o mesmo esteja presente em termos físicos ● Eysenck e Kayne (2007): dois tipos de representação – Proposicional: Expressa ideias com conteúdo abstrato – Análoga: Expressa imagens concretas, com características sensoriais ● Representações mentais das ações Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 31. Ψ Temas centrais (Sternberg, 2010) ● Natureza vs. Criação (“Inato” vs. “Aprendido”) – Qual aspecto é mais importante para a cognição humana? – Interação gene x ambiente ● Racionalismo vs. Empirismo – Como podemos nos conhecer e conhecer o mundo ao nosso redor? Observação vs. lógica/teoria – Podemos combinar a teoria com métodos ● Estruturas vs. Processos – Devemos estudar conteúdos, atributos e produtos da mente, ou nos focar nos processos do pensamento? – Podemos explorar como os processos mentais operam sobre estruturas mentais ● Generalidade de domínio vs. Especificidade de domínio – Os processos observados limitam-se a domínio únicos, ou são gerais? As observações feitas em um domínio podem aplicar-se a todos os domínios? – Podemos explorar quais processos são gerais e quais são específicos ● Validade de inferências causais vs. Validade ecológica – Devemos estudar a cognição usando experimentos altamente controlados ou técnicas mais naturalísticas? – Podemos combinar métodos diferentes para produzir evidências convergentes ● Pesquisa aplicada vs. Pesquisa básica – Devemos fazer pesquisas sobre processos fundamentais? Ou devemos estudar maneiras de ajudar as pessoas usarem suas capacidades cognitivas em situações práticas? – Podemos combinar os dois tipos de pesquisa, de forma que a pesquisa básica leve à pesquisa aplicada, que estimula mais pesquisa básica ● Métodos biológicos vs. Métodos comportamentais – Devemos estudar o cérebro e seu funcionamento diretamente? Ou devemos estudar o comportamento das pessoas em tarefas cognitivas? – Podemos tentar sintetizar métodos biológicos e comportamentais para entender fenômenos cognitivos em múltiplos níveis de análise Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 32. Ψ Fundamentos filosóficos ● Racionalismo vs. Empirismo – Racionalismo: O caminho para o conhecimento é o pensamento e a análise lógica – A razão é a fonte ou a justificação do conhecimento – Empirismo: Adquirimos conhecimento através de evidências empíricas (experiência e observação) ● Hobbes (1636), Leviatã → Razão como ponto de partida para criação de modelos – Abordagem da realidade por intermédio de categorias (representação, imitação, reprodução) – Modelos são imperfeitos e devem ser atualizados – Consequência para a ciência cognitiva: Abstração das relações funcionais a partir da realidade fenomênica → lógica funcional Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 33. Ψ Lógica Hobbesiana e a cibernética ● Impacto da cibernética na ciência cognitiva ● Opção pela lógica matemática para descrever o funcionamento da mente ● Instauração da teoria dos sistemas, “meta- disciplina” que busca formular os princípios que governam todos os sistemas complexos ● Advento da teoria da informação como tratamento estatístico do sinal e dos canais de comunicação Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 34. Ψ Filosofia da ciência ● Observação dirigida pela teoria ● Falsificacionismo (Popper): O teste de uma teoria não é a verificação, mas a falsificação – “Falsear” ou “falsificar” uma teoria é testá-la – Boas teorias devem ser testáveis ● Kuhn: Ciência normal vs. ciência paradigmática Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 35. Ψ O processo de pesquisa ● O primeiro passo no desenho de um estudo experimental é a clarificação de detalhes básicos – Temas/Problemas – Objetivos – Medidas ● Tema: Área na qual se concentra o problema – Representa um contexto mais amplo – Permite a inserção de inúmeros problemas ● Problema de pesquisa: Formulação clara e precisa que indica o questionamento concreto que mobiliza a pesquisa, com identificação das variáveis e de suas relações ● Especificar precocemente os objetivos primários e secundários do estudo ajuda a guiar o planejamento e a alocação de recursos Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 36. Ψ Exemplo ● Tema de pesquisa: Consumo de droga ● Problema de pesquisa: Qual é a influência da classe social de jovens no consumo de drogas? ● Hipótese: O consumo de drogas independe da classe social ● Objetivo geral: Avaliar a influência da classe social do jovem no consumo de drogas ● Objetivos específicos – Caracterizar o perfil sócio-econômico dos jovens que consomem drogas – Caracterizar o perfil sócio-econômico dos jovens que não consomem drogas – Investigar se existe correlação entre classe social e consumo de drogas Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 37. Ψ Problemas de pesquisa ● Buscam: – Descrever um determinado fenômeno/evento – Delinear a distribuição de características ou atributos em uma população – Avaliar os efeitos de um fenômeno/evento – Comparar fenômenos/eventos/medidas – Identificar relações entre variáveis ● Melhor estratégia: elaborar o problema na forma de pergunta (Santos, 2015) Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 38. Ψ Tipos de pergunta (Volpato, 2011) ● Como esse fenômeno é? (Descrição) – Caracterização de uma variável – Não requer hipótese – Depende fortemente da representatividade da amostra ● Com o que esse fenômeno está associado? (Associação) – Deve ser guiada por hipóteses, mesmo quando é exploratória – Duas ou mais variáveis que não interferem uma na outra ● No que esse fenômeno interfere? OU O que interfere nesse fenômeno (Associação com interferência) – A associação existe porque uma ou mais variáveis interferem nas outras – Se há interferência, há mecanismo – Pergunta experimental por excelência Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 39. Ψ Hipóteses e previsões ● Na Psicologia Experimental, comumente são testadas hipóteses sobre fenômenos mentais ● “Perguntas” ou teorias preliminares sobre o comportamento – Indicam como o problema de pesquisa será atacado no estudo, definindo as proposições específicas e/ou testes que serão avaliados – Formulação específica e formal ● Baseadas em pesquisas anteriores e considerações teóricas ● Hipóteses inicialmente planejadas vs. Hipóteses exploratórias/post-hoc ● Desenhos de duas fases: Hipóteses post-hoc são investigadas em um novo experimento Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 40. Ψ Características da hipótese ● Contrastabilidade empírica – Pode ser testada/falseada – Submeter a hipótese a provas (experimentos) – De uma proposição deduzem-se uma ou mais proposições suscetíveis à verificação – As proposições submetidas à prova indicarão a verdade ou falsidade ● Formulada como solução provisória para um problema ● Apresenta caráter explicativo ou preditivo Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 41. Ψ Tipos de hipótese ● Hipótese de ocorrência – Baseada na especulação, sem fundamentação na literatura ● Hipótese empírica – Baseada em evidências experimentais preliminares ● Hipótese plausível – Relaciona-se de maneira consistente com as teorias existentes ● Hipótese convalidada – Apoiada em teorias conhecidas e com o apoio de evidências ocorridas na realidade. Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 42. Ψ Fases da investigação de hipóteses ● Produção da hipótese a ser avaliada e testada ● Avaliação da plausibilidade relativa da hipótese, dada a evidência prévia ● Teste da hipótese, em busca de mais evidências Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 43. Ψ “Armadilhas” na avaliação das hipóteses ● Uma investigação de hipótese falha quando – Rejeitamos uma hipótese verdadeira como falsa (Erro do tipo I) – Tomamos uma hipótese falsa por verdadeira (Erro do tipo II) ● “Antolhos” (“visão de túnel”) → Deixar de considerar todas as hipóteses razoáveis ● Abusar da evidência → Deixar de avaliar a evidência disponível de forma apropriada, levando à avaliação errônea da plausibilidade das hipóteses – Valorizar demais uma determinada evidência – Subvalorizar uma evidência “negativa” ● Buscar informação/evidências em fontes que não ajudam a determinar a plausibilidade – Viés de confirmação Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 44. Ψ Guias para a boa formulação de hipóteses ● Examinar diversas hipóteses alternativas ● Investigar ativamente hipóteses múltiplas (difícil de fazer com um único experimento) ● Procurar evidências que falseiem a hipótese ● Usar métodos estruturados – Análise de hipóteses rivais (Heuer, 1999) – Mapeamento de hipóteses Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 45. Ψ Análise de hipóteses rivais 1.Identificar as possíveis hipóteses a serem consideradas 2.Fazer uma lista de evidências e argumentos significativos a favor e contra cada hipótese 3.Preparar uma matriz com hipóteses (colunas) e evidências (linhas) 4.Identificar quais evidências apresentam mais peso no julgamento da hipótese 5.Reconsiderar as hipóteses e retirar as evidências e argumentos sem valor diagnóstico 6.Produzir conclusões temporárias sobre a probabilidade de cada hipótese, buscando falseá-las Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 46. Ψ Exemplo: A cognição afeta a percepção?Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico Sim (“Top-down”) Não (“Bottom-up”) Evidência 1: Efeito da categorização sobre a percepção de cores + - Evidência 2: Efeito do estado emocional sobre a percepção de movimento + - Contra-Evidência 1: Aspectos do percepto montados no nível do receptor - + Contra-Evidência 2: Constância de forma em neonatos - +
  • 47. Ψ Mapeamento de hipóteses ● Diagramas do raciocínio envolvido na investigação das hipóteses, relacionando- as com evidências, contra-evidências, argumentos de apoio, e previsões Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 48. Ψ Previsões ● Tanto o problema de pesquisa quanto as hipóteses tratam de aspectos e conceitos abstratos, relacionados às teorias sobre o tema ● Previsões operacionalizam a hipótese → Representar variáveis teóricas através de variáveis operacionais – Raciocínio dedutivo – Conceitos concretos e mensuráveis – Definição de mensuração de um fenômeno que não é diretamente mensurável ● “A confirmação de uma previsão pelos resultados de um estudo constitui suporte para a hipótese, mas não constitui prova” (Cozby, p. 31) Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 49. Ψ Medidas, intervenções e preditores de interesse ● As medidas devem estar claramente relacionadas ao problema de pesquisa e aos objetivos do estudo ● Devem ser escolhidas e priorizadas de acordo ● Medida primárias são definidas quando o objetivo é detectar um efeito específico ● Medidas secundárias podem ser testadas, mas o resultado desses testes será interpretado como “gerador de hipóteses” ● O tamanho da amostra se baseia nas medidas primárias, mas não nas secundárias Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 50. Ψ Fontes de ideias ● O problema de pesquisa, as hipóteses e previsões derivadas dele são formuladas com base em várias fontes, das quais Cozby enumera – Senso comum – Observação do mundo a nosso redor e serendipidade – Teorias – Pesquisas anteriores – Problemas práticos Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 51. Ψ A pesquisa bibliográfica ● Antes de iniciar qualquer projeto de pesquisa, o pesquisador deve conhecer bem os resultados de pesquisas anteriores ● Momento mais importante do projeto, porque permite definir – Temas/Problemas – Objetivos – Medidas ● Estado da arte busca – Mostrar as abordagens concorrentes para resolver o problema, mostrando vantagens e deficiências – Descrever o tema de pesquisa, mostrando o que já se fez e o que ainda não se fez – Mostrar o que foi feito para resolver problemas parecidos ● Fontes eletrônicas: .periódicos., Google Acadêmico, ● A qualidade da referência é crucial para julgar o peso da evidência – Indicadores de qualidade: Qualis CAPES, fator de impacto, índice H Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 52. Ψ Comparação de índices Revista Índice h5 Fator de impacto Qualis Psicologia: Teoria e Pesquisa 18 0.3014 A1 Psicologia: Reflexão e Crítica 16 0.2444 A1 Psicologia: Ciência e Profissão 13 0.2343 A2 Psychological Science 84 4.94 Não consta Psychological Bulletin 81 14.765 Não consta Journal of Experimental Psychology: General 42 5.929 Não consta Journal of the Experimental Analysis of Behavior 20 1.865 A1 Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 53. Ψ Anatomia do artigo científico ● Resumo – Auto-contido (p. ex, resumos para congressos) → Estruturado como miniatura do trabalho – Vinculado ao texto completo → Deve dar indícios que complementem o título e despertem o interesse do leitor (“resumo criativo”) ● Introdução – Função: Situar o problema de pesquisa e justificar a proposta – Detalhamento de pesquisas anteriores e teorias relevantes para o problema – Formalização de hipóteses – Pode partir do problema de pesquisa, do objetivo, ou mesmo de uma história interessante – Nunca separar Introdução e Justificativa – Seguir os tipos lógicos de pergunta Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 54. Ψ Anatomia do artigo científico ● Método – Geralmente dividido em subseções, cujo número depende da complexidade do planejamento – Deve ser didático – Tópicos lógicos usuais (Volpato, 2011): ● Sujeitos da pesquisa ● Delineamento do estudo ● Procedimentos específicos ● Análise dos dados Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 55. Ψ Elementos que devem figurar em um artigo em Psicologia Experimental ● Sobre os experimentadores – Quem foram? – O que sabiam sobre o experimento? – O que sabiam sobre os participantes? – O que esperavam do experimento? ● Sobre os participantes – Quem eram? – Que recompensas/contrapartidas receberam? – O que sabiam sobre o experimento? – O que sabiam sobre o experimentador? – O que poderiam esperar do experimento? Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico ● Sobre o desenho experimental – Que tipo de recompensa/contrapartida era oferecida? – Houve algum tipo de engodo? – Quais informações estavam disponibilizadas aos participantes? – Como essas informações foram transmitidas? – O experimentador estava presente durante a mensuração? – Os participantes eram isolados, ou estavam a distância perceptual dos seus pares?
  • 56. Ψ Anatomia do artigo científico ● Resultados – Descrição narrativa dos resultados – Descrição estatística dos resultados – Sumarização dos resultados em tabelas e gráficos – Em pesquisas descritivas quantitativas, indicar os valores em tabelas é mais indicado do que em gráficos – Em pesquisas que testam hipóteses, as variações (ou ausência delas) são melhor percebidas em figuras – Destacar resultados mais importantes (p. ex., medidas primárias) em Figuras e manter os outros (p. ex., medidas secundárias) em segundo plano Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico
  • 57. Ψ Anatomia do artigo científico ● Discussão – Representa a defesa que o autor faz de suas conclusões – O autor usará de todas as evidências da literatura, acrescidas das evidências que produziu (métodos e resultados), para defender as conclusões. – Pode conter implicações para teorias, aplicações práticas, sugestões de pesquisas futuras, etc. Demarcação teórica Matrizes teóricas Matrizes filosóficas Hipóteses e previsões Fontes de ideias Pesquisa bibliográfica Anatomia do artigo científico