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A CULTURA DO PALÁCIO
1. De meados de Quatrocentos ao início
da Guerra dos 30 Anos (1618): a Europa
das rotas comerciais, das ideias e dos
objetos de cultura
   Localização no tempo:
    séculos XV e XVI


                 Século XV - Quattrocento




                  Século XVI - Cinquecento
   Localização no tempo:
    séculos XV e XVI
   Localização no espaço:
    Berço – Itália
    Difusão – Flandres
           - Inglaterra
           - França
           - Espanha
           - Portugal
INDIVIDUALISMO
                              HOMEM IDEAL           RACIONALISMO
  (carácter burguês)


ANTROPOCENTRISMO              CLASSICISMO         ESPÍRITO CRÍTICO


                                                EXPERIENCIALISMO
 HUMANISMO
                                                (expansão marítima)
                       RENASCIMENTO
                                            HELIOCENTRISMO
 MECENATO
                                            (cisão ciência/igreja)


                                                  PENSAMENTO
ARTE RENASCENTISTA           NATURALISMO
                                                   CIENTÍFICO

      CRISE RELIGIOSA
                                                        Intercâmbios
                        CONTRA-                         económicos
  REFORMA
PROTESTANTE
                       REFORMA       IMPRENSA        (comércio à escala
                       CATÓLICA                         mundial) e
                                                          culturais
OS FATORES DO APARECIMENTO
      DO RENASCIMENTO
1. OS DESCOBRIMENTOS EUROPEUS
1. OS DESCOBRIMENTOS EUROPEUS




   Expansão marítima de Portugal e Espanha, mais tarde Holanda, França e Inglaterra
1. OS DESCOBRIMENTOS EUROPEUS
                              Comércio à
                                escala
                               mundial




  Intercâmbios
                                                       Conhecimento do
 culturais entre
                                                        Globo terrestre
   continentes

                             Consequências




           Novos conceitos
              sobre o                        Experiencialismo
              Homem
O experiencialismo e o alargamento da

compreensão da Natureza
                Descobrimentos Portugueses

Ptolomeu escreveu que o Mar Índico é como uma lagoa apartada do nosso mar
Oceano Ocidental (o Atlântico) (…)
O que tudo isto é falso (…) como a experiência é madre das coisas, por ela
soubemos radicalmente a verdade.
                             Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis




                  O valor da observação e da experiência,
                      em detrimento do saber livresco
Pedro Nunes, Tratado da Esfera, 1537


“Não há dúvida que as navegações deste reino, de cem anos a esta parte,
 são as maiores, mais maravilhosas, de mais altas e mais discretas
 conjecturas que as de nenhuma outra gente do mundo. Os Portugueses
 ousaram cometer o grande mar oceano. Entraram por ele sem nenhum
 receio. Descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos e o
 que mais é, novo céu e novas estrelas.
(…) Tiraram-nos de muitas ignorâncias e amostraram-nos ser a terra maior
 que o mar e haver aí antípodas, que até os santos duvidavam, e que não há
 região que nem por quente, nem por fria, se deixe de habitar. E que em um
 mesmo clima e a igual distância da equinocial há homens brancos e pretos e
 de mui diferentes qualidades. (…)”
De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543)




           Copérnico e a Teoria Heliocêntrica
De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543)


•   Qual a importância da obra De
    Revolutionibus Orbium Coelestium?


2. Como Copérnico atingiu as
   conclusões que expõe na obra?


3. Porque razão essa obra foi tão
   polémica no seu tempo?




                                        Copérnico e a Teoria Heliocêntrica
De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543)
•        Qual a importância da obra De Revolutionibus
         Orbium Coelestium?
              Pela primeira vez, é exposta de forma
         matemática e científica, a teoria heliocêntrica,
         comprovando-se com rigorosas demonstrações
         matemáticas.
3.       Como Copérnico atingiu as conclusões que
         expõe na obra?
          Copérnico fez medições, utilizando o quadrante
         (mede o arco diurno percorrido pelo Sol), a esfera
         armilar (para determinar a posição dos astros) e           Copérnico e a
         um torqueton (medir a posição dos astros no
         céu). A partir das observações, fez complicadas          Teoria Heliocêntrica
         demonstrações matemáticas

    1.    Porque razão essa obra foi tão polémica no seu tempo?
          As conclusões de Copérnico eram contrárias aos ensinamentos dos sentidos e às
          teorias dos Antigos e negavam afirmações da Bíblia, pondo em causa alguns dogmas
          da Igreja. A obra permaneceu no Index até 1835.
Novos conceitos sobre o Homem




       Anthropos=homem + centro

        Antropocentrismo
Novos conceitos sobre o Homem




            Concepção mais profana e pragmática da vida
Novos conceitos sobre o Homem
 Os interesses dos
 Humanistas:
 -   Estudo do grego, latim e
     hebraico
 -   Leitura dos autores
     antigos
 -   Crença nas capacidades
     do Homem



       Individualismo
2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS
 EM ITÁLIA
  Itália estava dividida
em             ducados,
                           Florença
repúblicas e reinados
soberanos
                                  Roma




Rivalidade económica,
  política e cultural
2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS EM
ITÁLIA
    Abundam em Itália os
vestígios da arte greco-
romana, que viriam a
inspirar numerosos artistas.


  Por sua vez, as bibliotecas
dos mosteiros guardavam
cópias de muitas obras da
antiguidade,     que        os
intelectuais         italianos
estudavam, e muitas vezes,
reeditavam.
2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS EM
ITÁLIA
 Muitas cidades italianas tinham-se
tornado activos e prósperos
centros      de     comércio      e
financeiros.

  Graças a essa prosperidade, os
grandes     senhores    nobres   e
eclesiásticos e os ricos burgueses
praticavam o mecenato cultural,
apoiando escritores e artistas.



     LOURENÇO DE MÉDICIS
Lourenço de Médicis, Il Magnífico
               (1449 – 1492)
1. Que características definem a
   personalidade e a atuação
   política de Lourenço de Médicis?


2.     Quais os contributos de
     Lourenço para a vida da sua
     cidade, Florença?


3. De que modo a sua prsonalidade
   e a sua atuação política refletem
   o seu tempo?
Lourenço de Médicis, Il Magnífico
                   (1449 – 1492)
1. Que características definem a personalidade e a atuação política de Lourenço de
   Médicis?
   Lourenço era eloquente, curioso e vivo, tinha uma inteligência acima da média e
   uma grande sensibilidade artística, era culto, eclético, sensível e sofisticado
2. Quais os contributos de Lourenço para a vida da sua cidade, Florença?
    Lourenço governou com grande sabedoria e tato político, tendo trazido bem-
   estar e fama a Florença. Instituiu um poder absoluto mas teve o apoio dos mais
   pobres. Amante das artes e das letras, desenvolveu uma política cultural
   notável, criando em Florença um ambiente de permanente animação cultural.
   Atraiu e apoiou poetas, pensadores e artistas, criou escolas e bibliotecas,
   colecionou livros e obras de arte, renovou arquitetonicamente a cidade e
   promoveu inúmeras festas públicas e privadas.
3. De que modo a sua personalidade e a sua atuação política refletem o seu
   tempo?
    Lourenço é um homem do seu tempo devido à enorme curiosidade e vontade
   de saber que sempre demonstrou e ao valor dado à criatividade dos artistas que
   apoiou
AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO
   Humanismo
   Espírito crítico
   Individualismo / antropocentrismo / Humanismo
   Experiencialismo / Racionalismo
   Evolução científica dos conhecimentos da Natureza:
          - Geografia
          - Matemática
          - Astronomia
          - Anatomia
          - Medicina
          - Astrologia
AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

                                   ANTROPOCENTRISMO: Atitude
                                   filosófica que coloca o Homem no centro
                                   do Universo.


 MECENATO: é a acção de proteger
a cultura, por parte de um particular,
isto é, de um mecenas.



                                    HUMANISMO: Movimento cultural
                                   renascentista – filosófico, literário e
                                   artístico – que se interessa pelo
                                   Homem, as suas características e
                                   potencialidades. Apoiou-se na cultura
                                   clássica (grega e romana) que
                                   redescobriu e reinventou.
AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

       INDIVIDUALISMO: Corrente doutrinal e
       prática que defende, para cada homem,
       a concretização das potencialidades e
       características próprias e sobrevaloriza
       o papel do indivíduo na evolução das
       sociedades e da História.




  Exemplo: os artistas assumem-se como intelectuais, que
  pelo seu talento técnico, pelo raciocínio e compreensão das
  coisas, mostram génio, recebendo reconhecimento público,
  garantindo a sua ascensão social, pelo que são chamados
  às cortes dos senhores e assinam as suas obras.
AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO
                                    CLASSICISMO: Tendência
                                    literária e artística baseada na
                                    imitação dos clássicos:
                                    gregos e romanos.



HOMEM IDEAL: Homem completo e perfeito, cultiva a formação
física, intelectual e cívica, ou seja uma formação integral (mente sã,
em corpo são).

NATURALISMO: Doutrina e
atitude filosófica e estética que
valoriza a observação e
imitação da Natureza.
AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO
EXPERIENCIALISMO: Espírito de curiosidade (gosto por) e de
observação da Natureza para a construção do conhecimento
recusando aceitar a autoridade dos livros, valorizando a
Experiência de quem vê.
O experiencialismo para qual os portugueses com as suas
descobertas e estudos tanto contribuíram, consiste num saber da
experiência feito de resultados de observações empíricas.
                        RACIONALISMO: Atitude filosófica em que os
                        conhecimentos antigos ou resultantes da observação
                        da Natureza só seriam válidos se fossem
                        confirmados / interpretado pela Razão.


ESPÍRITO CRÍTICO: Atitude de uma
pessoa que não aceita ideias, factos,
conceitos, teorias, sem reflectir sobre os
seus fundamentos e sobre o seu valor.
OS REFLEXOS SOBRE A ARTE
   Abandono das práticas góticas
   Libertação dos artistas das corporações e reconhecimento do valor
    da sua autoria

   Elevação do seu estatuto social



   Giorgio Vasari aparece como o 1º historiador da arte
   Rigor conceptual e técnico na descoberta e criação de novas
    regras, cânones e temas para suplantar a própria natureza
   Arte racional e científica, imitação intelectualizada e tecnicista da
    natureza
OS REFLEXOS SOBRE A ARTE

Homem Vitruviano:
    - figura masculina desnuda
separadamente                e
simultaneamente     em    duas
posições sobrepostas com os
braços inscritos num círculo e
num quadrado.
- a combinação das posições dos
braços e pernas formam quatro
posturas diferentes.




                                  As proporções matemáticas
                                      do corpo humano
OS REFLEXOS SOBRE A ARTE

 Homem Vitruviano:
  - As posições com os braços
 em cruz e os pés são inscritas
 juntas no quadrado. Por outro
 lado, a posição superior dos
 braços e das pernas é inscrita
 no círculo.
 - Isto ilustra o princípio que na
 mudança entre as duas
 posições, o centro aparente da
 figura parece se mover, mas
 de fato o umbigo da figura, que
 é o verdadeiro centro de
 gravidade, permanece imóvel.


                                     As proporções matemáticas
                                         do corpo humano
2. O palácio, habitação das elites. As artes
no palácio




Palácio Strozzi
Século XV
2. O palácio, habitação das elites. As artes
no palácio
  A vida centra-se nas cidades
                                         nobres

Palácio – habitação típica das elites    eclesiásticos

                                        burgueses




                                               Palacio Rucellai,
                                              Florença, século
                                              XIV
2. O palácio, habitação das elites. As artes
no palácio
    A vida centra-se nas cidades
                                           nobres

Palácio – habitação típica das elites      eclesiásticos

                                          burgueses

-    planta quadrangular
-    3 a 4 pisos
-    ocupa normalmente um quarteirão
-    de pedra
-    aspeto fechado, compacto e maciço,
     poucas janelas
2. O palácio, habitação das elites. As artes
    no palácio
-   Fachadas internas em torno de
    um pátio central e aberto:
    elegantes loggias, de arcos
    redondos à maneirra romana,
    decoradas    com     mármores,
    medalhões      de     cerâmica
    esmaltada e peças de estatuária
-   Pátio como centro orgânico do
    palácio: divisões desenvolvem-se
    a partir dele assim como os eixos
    de circulação interna


                                        Palácio Médici-Ricardi, Florença,
                                           século XV
2. O palácio, habitação das elites. As artes
    no palácio
-    Fachadas internas em torno de
     um pátio central e aberto:
     elegantes loggias, de arcos
     redondos à maneirra romana,
     decoradas    com     mármores,
     medalhões      de     cerâmica
     esmaltada e peças de estatuária
-    Pátio como centro orgânico do
     palácio: divisões desenvolvem-se
     a partir dele assim como os eixos
     de circulação interna
2. O palácio, habitação das elites. As artes
no palácio

-   Pisos segundo critérios
    funcionais:
-   Rés do chão: área de
    serviços
-   1º andar: dependências
    nobres e sociais
-   2º andar: zonas privadas




                               Palácio Médicis-Ricardi
2. O palácio, habitação das elites. As artes
no palácio
 Palácios como centros
culturais e artísticos:
-  banquetes, bailes e
   saraus
-  Bibliotecas e
   museus privados
-  Tertúlias intelectuais
-  Local de trabalho de
   artistas
                            Palácio Pitti, Florença, século XV
Palácio Médici-Ricardi, Florença, século XV
Palácio Médici-Ricardi, Florença, século XV
Palácio Médici-Ricardi, Florença, século XV
Palácio Strozzi, Florença
Palácio Strozzi, Florença
3. O Humanismo e a Imprensa
3. O Humanismo e a Imprensa
      Expressão literária dos novos valores
          intelectuais do Renascimento




  -   Pesquisa em bibliotecas e nos scriptoria dos mosteiros dos
      manuscritos antigos
  -   Aprendizagem do grego e do latim
                                               Renovação literária
  -   Pesquisa e estudo de inscrições
  -   Valorização das línguas nacionais
                                               Obras de crítica social
3. O Humanismo e a Imprensa
     Descoberta da imprensa por João Gutenberg,
    na Alemanha, em 1434 e outros seus
    colaboradores.

   Inovações:
        criou caracteres individuais de metal
         (antes existiam blocos de impressão em
         madeira)

        Experimentou misturas para tintas

        Adaptação da prensa vinícola

        Procura de novos suportes para as
         impressões (pergaminho era utilizado até
         então)
3. O Humanismo e a Imprensa

Caracteres individuais de metal
        - Individuais = podem ser feitos em quantidade e reutilizados
noutros livros
        - Metal = feitos numa liga de chumbo fundido, estanho e
antimónio, logo mais resistentes, podem fazer mais cópias


   Pensa-se que a letra
   utilizada, Blackletter, foi
   concebida por um dos
   seus colaboradores
   Peter Schöffer
                                 Reconstituição dos caracteres da
                                 oficina de Gutenberg.
3. O Humanismo e a Imprensa
Misturas para tintas

As tintas sobre o suporte tinham de
ser absorvidas sem escorrer,
assegurando a precisão dos traços;
precisava-se que a secagem fosse
rápida e a impressão permanente.

Por isso, Gutenberg experimentou
pigmentos à base de azeite, para
imprimir com as matrizes, e as
capitulares e ilustrações que se
realizavam manualmente.
                                      Bíblia de Gutenberg, 1455
3. O Humanismo e a Imprensa
   Adaptação da prensa
    vinícola
    Até se tornar mais prática e fácil de
    usar

   Procura de novos
    suportes para as
    impressões
    Até então utilizava-se o
    pergaminho.
    Experimenta-se a utilização de
    papel de trapo de origem chinesa,
    introduzido na Europa na sua
    época
Bíblia de Gutenberg,
    1455
   A primeira obra impressa foi
    a Bíblia.
   Cada página foi rubricada e
    iluminada à mão em um
    período de três anos.
   Tinha 42 linhas (aqui 40)
    em 2 colunas
   Margens e texto seguem a
    Razão de Ouro 1.6
   Acredita-se que 180 cópias
    foram produzidas com 1282
    páginas, a maioria em 2
    volumes; 45 em
    pergaminho e 135 em
    papel.
Título de cada livro
                                       Resíduo de uma marcação de cabedal,
                                       colocada no início de cada livro da Bíblia

                                    Numeral romano acrescentado por um
                                    escriba indicando a divisão do texto em
                                    passagens para as leituras em voz alta
                                 Abreviaturas do escriba

                                    Pequena rubrica acrescentada à mão


                                    Gralha no texto




                                   Rubrica adicionada por um escriba para
                                   indicar o fim do Livro do Génesis e o
                                   início do Êxodo

                                   Letra inicial iluminada

                                   Nota de um escriba como este livro está
Retirado do Projecto Gutenberg     dividido em 60 passagens para os serviços
Caracteres móveis metálicos

                 a
                       1



                           b
     4       3
                           2

         c




Elementos principais dum caracter móvel nos dias de hoje
a. Olho; b. Face (anterior) ou Barriga; c. Corpo
Detalhes: 1. Rebarba ou talude; 2. Risca ou ranhura 3. Canal ou goteira; 4. Pé.
3. O Humanismo e a Imprensa
Imprensa: Temas / Géneros
    Livros de carácter religioso: bíblias,
     missais e outros livros de orações,
     vidas de santos (hagiografias), obras
     dos doutores da igreja (exemplos:
     grandes teólogos do Ocidente:
     Agostinho de Hipona, Jerónimo de
     Strídon e Gregório Magno, Doutores
     da Igreja em 1298; Padres do Oriente,
     Atanásio de Alexandria e Gregório de
     Nanzianzo, declarados Doutores em
     1568, com Tomás de Aquino.)
    A partir do século XVI: romances de cavalaria, literatura de
     viagens, reedição de clássicos em latim ou grego, livros de
     medicina e direito ou obras dos humanistas da época.
3. O Humanismo e a Imprensa
Contributos do Desenvolvimento da Imprensa
   As inovações na imprensa
    permitiram fazer livros em maior
    quantidade, logo estes livros
    impressos ficavam mais baratos
    que os seus antecessores todos
    executados à mão, contribuindo
    assim para o acesso à cultura de
    um número maior de pessoas.

   Não se conhece o valor na época,
    mas sabemos que continua a ser
    um artigo caro a que poucos
    conseguem ter acesso, como os
    clérigos, nobres e burgueses ricos.
3. O Humanismo e a Imprensa
Contributos do Desenvolvimento da Imprensa
   Grandes progressos na vida
    cultural:
   Permitiu a mais rápida divulgação
    das ideias e dos saberes
   Generalizou as correntes culturais
    (filosóficas, literárias ou
    científicas)
   Facilitou o estudo e o ensino
   Alargou os horizontes mentais e
    geográficos dos homens
4. Reformas e Espiritualidade
4. Reformas e Espiritualidade
   Grande acumulação de
    riqueza e poder político
    pelo clero, o que provoca o
    desagrado de nobres e
    burgueses.

   Bula das Indulgências – o
    pedido de esmolas para a
    construção da Basílica de
    S. Pedro em Roma,
    garantindo o perdão dos
    pecados e a salvação da
    alma, conduz a protestos.
Martinho Lutero, As 95 Teses contra as
Indulgências, 31 de Outubro de 1517
                 […] 21. Erram, pois, os pregadores das
                  indulgências que dizem que, pelas
                  indulgências do papa, o homem fica livre
                  de toda a pena e fica salvo.
                 27. Pregam doutrina puramente humana
                  os que dizem que “logo que o dinheiro cai
                  na caixa a alma se liberta do Purgatório”.
                 32. Serão eternamente condenados com
                  seus mestres, aqueles que pensam que as
                  indulgências lhes asseguram a salvação.
                 50. É preciso ensinar aos cristãos que, se
                  o Papa soubesse as exacções dos
                  pregadores de indulgências, preferia ver a
                  basílica de S. Pedro reduzida a cinzas do
                  que sabê-la edificada com a pele, a carne
                  e os ossos das suas ovelhas. […]
Reforma Protestante




        Lucas Cranach, 1529

  Martinho Lutero                João Calvino                    Henrique VIII
Monge Agostinho alemão       Teólogo francês               Rei de Inglaterra

95 Teses contra as           Adere protestantismo          Act of Supremacy 1534

Indulgências 1517             em 1532-1533 (23 ou 24 anos)
1521 Bula de excomunhão      Genebra, Suíça


       IGREJA                       IGREJA                         IGREJA
      LUTERANA                    CALVINISTA                     ANGLICANA
Igrejas no século XVI
Comparação dos princípios religiosos




                            •   Missa em latim
A reação da Igreja Católica


                 Concílio    Reafirmação do dogma e do culto
                de Trento    Reforma dos costumes do clero e da
A Reforma      (1545-1563)      organização da Igreja
   católica
(renovação)
                  Criação de novas ordens religiosas

                              Inquisição
A Contra-     Tribunal do
                              (desde o séc. XII, reorganizada no
                              séc. XVI)
 reforma      Santo Ofício
 (combate)                    Congregação do Índex
                              (1543)
Concílio de Trento (1545-1563)
 1º Período – 13/12/1545 a 17/09/1549 (morte do Papa Paulo III)
 2º Período – 14/12/1550 (Papa Júlio III) a 28/04/1552 (guerras)
 3º Período – 18/01/1562 a 04/12/1563 (período mais importante)




Sessão do 2º Período
Concílio de Trento (1545-1563)
               -   Salvação pela fé e boas obras

               -   Mantidos os 7 sacramentos

               -   Reforçado o culto da Virgem Maria e dos
                   Santos
Reafirmação
do dogma e     -   Presença real de Crista na Eucaristia com
                   transubstanciação
do culto
               -   Manutenção do poder supremo do Papa e da
                   hierarquia episcopal

               -   Igreja essencial à salvação (meio)

               -   Manutenção da Bíblia e celebrações em Latim
Concílio de Trento (1545-1563)

                 -  Criação de Seminários para
                    melhorar     a   formação     de
                    sacerdotes
                 -  Obrigatoriedade dos Bispos e
Reforma dos         sacerdotes de residirem nas
costumes do         dioceses
clero e da       - Manutenção do celibato dos padres
                 -  Defendida a organização de
organização         grandes cerimónias para atrair
da Igreja           seguidores
                 - Construídas ou renovadas igrejas
                    com decorações cada vez mais
                    ricas e faustosas para atrair as
                    populações
Criação de
                             novas
                            Ordens
                           religiosas




                          Companhia
Agostinhos                              Carmelitas
             Capucinhos      De                      Oratorianos
Descalços                               Descalças
                            Jesus
Criação de
                      novas
                     Ordens
                    religiosas




                   Companhia
                      De
                     Jesus




            Objectivos dos Jesuítas:
- Pregação
- Ensino em colégios e universidades
- Evangelização como por exemplo, os padres Manuel
    da Nóbrega e José de Anchieta, no Brasil onde
    defenderam os índios e S. Francisco Xavier no
    Oriente
Santo Inácio de Loyola, Les Constitutions
REGRAS QUE OS JESUÍTAS DEVEM
SEGUIR:

1. (...) Todos devem esforçar-se
para observar o melhor possível a
obediência e, ser o melhor, não só
no que é obrigatório mas ainda em
tudo o resto, e isto a um simples
sinal da vontade do superior, sem
nenhuma ordem expressa. (...)

Executemos o que nos é mandado
com prontidão, com contentamento
de espírito, com perseverança.
Persuadamo-nos de que tudo é justo
quando o Superior o ordena.
Inquisição
  (desde o séc. XII, reorganizada no séc. XVI - Dominicanos)


Função: Julgar os acusados de práticas de:
 Heresia – afastamento dos dogmas católicos

 Apostasia – crença diferente como:

    - Judaísmo - judeus ou cristãos-novos (judeus que se converteram ao
       catolicismo, principalmente na Península Ibérica)
    - Protestantismo (principalmente no Norte da Europa)
 Feitiçaria, bigamia ou sodomia



Processo: Envolve perseguição, aprisionamento, tortura, vexame público,
   confisco de bens (parte ficava para quem denuncia, a outra parte para a
   Igreja), encarceramento ou ainda o culpado é relaxado à justiça secular e
   morto pelo fogo em auto-de-fé.
Inquisição
(desde o séc. XII, reorganizada no séc. XVI - Dominicanos)




                Auto-de-fé no Terreiro do Paço, Lisboa
Congregação do Índex (1543)
              Funções:
              - Criação de listas de livros

                (Index Librorum
                Proibitorum ), autores e
                             )
                impressores / tipografias
                considerados perigosos à
                fé católica ou ao poder do
                Papa

              - Leitura e censura de todos
                 os livros ou outros
                 escritos a publicar
António Ferreira, 1598
(…) A medo vivo, a medo escrevo e falo;
Hei medo do que falo só comigo;
Mais inda a medo cuido, a medo calo.
Encontro a cada passo com um inimigo
De todo bom espírito: este me faz
Temer-me de mi mesmo, e do amigo.
Tais novidades este tempo traz,
Que é necessário fingir pouco siso,
Se queres vida ter, se queres paz.
Vida em tanta cautela, tanto aviso,
Quando me deixarás? quando verei
Um verdadeiro rosto, um simples riso?
   (…)
NOVA ESPIRITUALIDADE

   Exteriorização de rituais (culto,
    festas, peregrinações,
    confrarias, devoções,
    promessas…)
   Tendência para uma nova
    espiritualidade interior,
    individual, apoiada na leitura da
    Bíblia.
NOVA ESPIRITUALIDADE
   Duas obras:
    - “Imitação de Cristo”, de Thomas
    Kempis;
    - Aparecimento do movimento da
    devotio moderna , pelos Irmãos da Vida
    Comum, nos Países Baixos: Gerado
    Croote e discípulo Florêncio Radewijns

   Características da modernidade da
    Devotio moderna:
    - abertura à influência secular
    - recusa reconhecer a existência de
    discórdia entre o clero e as aspirações
    religiosas dos leigos.

                                              Thomas Kempis
Consequências das Reformas Religiosas
                       Aspectos políticos: graves
                        conflitos entre as igrejas
                        que levaram a
                        perseguições, execuções,
                        massacres e guerras

                       Aspectos culturais:
                        condiciona a produção
                        literária e científica, assim
                        como a sua difusão e
                        evolução, com medo de
                        represálias por parte das
                        igrejas.
FIM

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A cultura do palacio

  • 1. A CULTURA DO PALÁCIO
  • 2. 1. De meados de Quatrocentos ao início da Guerra dos 30 Anos (1618): a Europa das rotas comerciais, das ideias e dos objetos de cultura
  • 3. Localização no tempo: séculos XV e XVI Século XV - Quattrocento Século XVI - Cinquecento
  • 4. Localização no tempo: séculos XV e XVI  Localização no espaço: Berço – Itália Difusão – Flandres - Inglaterra - França - Espanha - Portugal
  • 5. INDIVIDUALISMO HOMEM IDEAL RACIONALISMO (carácter burguês) ANTROPOCENTRISMO CLASSICISMO ESPÍRITO CRÍTICO EXPERIENCIALISMO HUMANISMO (expansão marítima) RENASCIMENTO HELIOCENTRISMO MECENATO (cisão ciência/igreja) PENSAMENTO ARTE RENASCENTISTA NATURALISMO CIENTÍFICO CRISE RELIGIOSA Intercâmbios CONTRA- económicos REFORMA PROTESTANTE REFORMA IMPRENSA (comércio à escala CATÓLICA mundial) e culturais
  • 6. OS FATORES DO APARECIMENTO DO RENASCIMENTO
  • 8. 1. OS DESCOBRIMENTOS EUROPEUS  Expansão marítima de Portugal e Espanha, mais tarde Holanda, França e Inglaterra
  • 9. 1. OS DESCOBRIMENTOS EUROPEUS Comércio à escala mundial Intercâmbios Conhecimento do culturais entre Globo terrestre continentes Consequências Novos conceitos sobre o Experiencialismo Homem
  • 10. O experiencialismo e o alargamento da compreensão da Natureza Descobrimentos Portugueses Ptolomeu escreveu que o Mar Índico é como uma lagoa apartada do nosso mar Oceano Ocidental (o Atlântico) (…) O que tudo isto é falso (…) como a experiência é madre das coisas, por ela soubemos radicalmente a verdade. Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis O valor da observação e da experiência, em detrimento do saber livresco
  • 11. Pedro Nunes, Tratado da Esfera, 1537 “Não há dúvida que as navegações deste reino, de cem anos a esta parte, são as maiores, mais maravilhosas, de mais altas e mais discretas conjecturas que as de nenhuma outra gente do mundo. Os Portugueses ousaram cometer o grande mar oceano. Entraram por ele sem nenhum receio. Descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos e o que mais é, novo céu e novas estrelas. (…) Tiraram-nos de muitas ignorâncias e amostraram-nos ser a terra maior que o mar e haver aí antípodas, que até os santos duvidavam, e que não há região que nem por quente, nem por fria, se deixe de habitar. E que em um mesmo clima e a igual distância da equinocial há homens brancos e pretos e de mui diferentes qualidades. (…)”
  • 12. De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543) Copérnico e a Teoria Heliocêntrica
  • 13. De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543) • Qual a importância da obra De Revolutionibus Orbium Coelestium? 2. Como Copérnico atingiu as conclusões que expõe na obra? 3. Porque razão essa obra foi tão polémica no seu tempo? Copérnico e a Teoria Heliocêntrica
  • 14. De Revolutionibus Orbium Coelestium (1543) • Qual a importância da obra De Revolutionibus Orbium Coelestium? Pela primeira vez, é exposta de forma matemática e científica, a teoria heliocêntrica, comprovando-se com rigorosas demonstrações matemáticas. 3. Como Copérnico atingiu as conclusões que expõe na obra? Copérnico fez medições, utilizando o quadrante (mede o arco diurno percorrido pelo Sol), a esfera armilar (para determinar a posição dos astros) e Copérnico e a um torqueton (medir a posição dos astros no céu). A partir das observações, fez complicadas Teoria Heliocêntrica demonstrações matemáticas 1. Porque razão essa obra foi tão polémica no seu tempo? As conclusões de Copérnico eram contrárias aos ensinamentos dos sentidos e às teorias dos Antigos e negavam afirmações da Bíblia, pondo em causa alguns dogmas da Igreja. A obra permaneceu no Index até 1835.
  • 15. Novos conceitos sobre o Homem Anthropos=homem + centro Antropocentrismo
  • 16. Novos conceitos sobre o Homem Concepção mais profana e pragmática da vida
  • 17. Novos conceitos sobre o Homem Os interesses dos Humanistas: - Estudo do grego, latim e hebraico - Leitura dos autores antigos - Crença nas capacidades do Homem Individualismo
  • 18. 2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS EM ITÁLIA Itália estava dividida em ducados, Florença repúblicas e reinados soberanos Roma Rivalidade económica, política e cultural
  • 19. 2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS EM ITÁLIA Abundam em Itália os vestígios da arte greco- romana, que viriam a inspirar numerosos artistas. Por sua vez, as bibliotecas dos mosteiros guardavam cópias de muitas obras da antiguidade, que os intelectuais italianos estudavam, e muitas vezes, reeditavam.
  • 20. 2. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS EM ITÁLIA Muitas cidades italianas tinham-se tornado activos e prósperos centros de comércio e financeiros. Graças a essa prosperidade, os grandes senhores nobres e eclesiásticos e os ricos burgueses praticavam o mecenato cultural, apoiando escritores e artistas. LOURENÇO DE MÉDICIS
  • 21. Lourenço de Médicis, Il Magnífico (1449 – 1492) 1. Que características definem a personalidade e a atuação política de Lourenço de Médicis? 2. Quais os contributos de Lourenço para a vida da sua cidade, Florença? 3. De que modo a sua prsonalidade e a sua atuação política refletem o seu tempo?
  • 22. Lourenço de Médicis, Il Magnífico (1449 – 1492) 1. Que características definem a personalidade e a atuação política de Lourenço de Médicis? Lourenço era eloquente, curioso e vivo, tinha uma inteligência acima da média e uma grande sensibilidade artística, era culto, eclético, sensível e sofisticado 2. Quais os contributos de Lourenço para a vida da sua cidade, Florença? Lourenço governou com grande sabedoria e tato político, tendo trazido bem- estar e fama a Florença. Instituiu um poder absoluto mas teve o apoio dos mais pobres. Amante das artes e das letras, desenvolveu uma política cultural notável, criando em Florença um ambiente de permanente animação cultural. Atraiu e apoiou poetas, pensadores e artistas, criou escolas e bibliotecas, colecionou livros e obras de arte, renovou arquitetonicamente a cidade e promoveu inúmeras festas públicas e privadas. 3. De que modo a sua personalidade e a sua atuação política refletem o seu tempo? Lourenço é um homem do seu tempo devido à enorme curiosidade e vontade de saber que sempre demonstrou e ao valor dado à criatividade dos artistas que apoiou
  • 23. AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO  Humanismo  Espírito crítico  Individualismo / antropocentrismo / Humanismo  Experiencialismo / Racionalismo  Evolução científica dos conhecimentos da Natureza: - Geografia - Matemática - Astronomia - Anatomia - Medicina - Astrologia
  • 24. AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO ANTROPOCENTRISMO: Atitude filosófica que coloca o Homem no centro do Universo. MECENATO: é a acção de proteger a cultura, por parte de um particular, isto é, de um mecenas. HUMANISMO: Movimento cultural renascentista – filosófico, literário e artístico – que se interessa pelo Homem, as suas características e potencialidades. Apoiou-se na cultura clássica (grega e romana) que redescobriu e reinventou.
  • 25. AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO INDIVIDUALISMO: Corrente doutrinal e prática que defende, para cada homem, a concretização das potencialidades e características próprias e sobrevaloriza o papel do indivíduo na evolução das sociedades e da História. Exemplo: os artistas assumem-se como intelectuais, que pelo seu talento técnico, pelo raciocínio e compreensão das coisas, mostram génio, recebendo reconhecimento público, garantindo a sua ascensão social, pelo que são chamados às cortes dos senhores e assinam as suas obras.
  • 26. AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO CLASSICISMO: Tendência literária e artística baseada na imitação dos clássicos: gregos e romanos. HOMEM IDEAL: Homem completo e perfeito, cultiva a formação física, intelectual e cívica, ou seja uma formação integral (mente sã, em corpo são). NATURALISMO: Doutrina e atitude filosófica e estética que valoriza a observação e imitação da Natureza.
  • 27. AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO EXPERIENCIALISMO: Espírito de curiosidade (gosto por) e de observação da Natureza para a construção do conhecimento recusando aceitar a autoridade dos livros, valorizando a Experiência de quem vê. O experiencialismo para qual os portugueses com as suas descobertas e estudos tanto contribuíram, consiste num saber da experiência feito de resultados de observações empíricas. RACIONALISMO: Atitude filosófica em que os conhecimentos antigos ou resultantes da observação da Natureza só seriam válidos se fossem confirmados / interpretado pela Razão. ESPÍRITO CRÍTICO: Atitude de uma pessoa que não aceita ideias, factos, conceitos, teorias, sem reflectir sobre os seus fundamentos e sobre o seu valor.
  • 28. OS REFLEXOS SOBRE A ARTE  Abandono das práticas góticas  Libertação dos artistas das corporações e reconhecimento do valor da sua autoria  Elevação do seu estatuto social  Giorgio Vasari aparece como o 1º historiador da arte  Rigor conceptual e técnico na descoberta e criação de novas regras, cânones e temas para suplantar a própria natureza  Arte racional e científica, imitação intelectualizada e tecnicista da natureza
  • 29. OS REFLEXOS SOBRE A ARTE Homem Vitruviano: - figura masculina desnuda separadamente e simultaneamente em duas posições sobrepostas com os braços inscritos num círculo e num quadrado. - a combinação das posições dos braços e pernas formam quatro posturas diferentes. As proporções matemáticas do corpo humano
  • 30. OS REFLEXOS SOBRE A ARTE Homem Vitruviano: - As posições com os braços em cruz e os pés são inscritas juntas no quadrado. Por outro lado, a posição superior dos braços e das pernas é inscrita no círculo. - Isto ilustra o princípio que na mudança entre as duas posições, o centro aparente da figura parece se mover, mas de fato o umbigo da figura, que é o verdadeiro centro de gravidade, permanece imóvel. As proporções matemáticas do corpo humano
  • 31. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio Palácio Strozzi Século XV
  • 32. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio A vida centra-se nas cidades nobres Palácio – habitação típica das elites eclesiásticos burgueses Palacio Rucellai, Florença, século XIV
  • 33. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio A vida centra-se nas cidades nobres Palácio – habitação típica das elites eclesiásticos burgueses - planta quadrangular - 3 a 4 pisos - ocupa normalmente um quarteirão - de pedra - aspeto fechado, compacto e maciço, poucas janelas
  • 34. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio - Fachadas internas em torno de um pátio central e aberto: elegantes loggias, de arcos redondos à maneirra romana, decoradas com mármores, medalhões de cerâmica esmaltada e peças de estatuária - Pátio como centro orgânico do palácio: divisões desenvolvem-se a partir dele assim como os eixos de circulação interna Palácio Médici-Ricardi, Florença, século XV
  • 35. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio - Fachadas internas em torno de um pátio central e aberto: elegantes loggias, de arcos redondos à maneirra romana, decoradas com mármores, medalhões de cerâmica esmaltada e peças de estatuária - Pátio como centro orgânico do palácio: divisões desenvolvem-se a partir dele assim como os eixos de circulação interna
  • 36. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio - Pisos segundo critérios funcionais: - Rés do chão: área de serviços - 1º andar: dependências nobres e sociais - 2º andar: zonas privadas Palácio Médicis-Ricardi
  • 37. 2. O palácio, habitação das elites. As artes no palácio Palácios como centros culturais e artísticos: - banquetes, bailes e saraus - Bibliotecas e museus privados - Tertúlias intelectuais - Local de trabalho de artistas Palácio Pitti, Florença, século XV
  • 43. 3. O Humanismo e a Imprensa
  • 44. 3. O Humanismo e a Imprensa Expressão literária dos novos valores intelectuais do Renascimento - Pesquisa em bibliotecas e nos scriptoria dos mosteiros dos manuscritos antigos - Aprendizagem do grego e do latim Renovação literária - Pesquisa e estudo de inscrições - Valorização das línguas nacionais Obras de crítica social
  • 45. 3. O Humanismo e a Imprensa Descoberta da imprensa por João Gutenberg, na Alemanha, em 1434 e outros seus colaboradores.  Inovações:  criou caracteres individuais de metal (antes existiam blocos de impressão em madeira)  Experimentou misturas para tintas  Adaptação da prensa vinícola  Procura de novos suportes para as impressões (pergaminho era utilizado até então)
  • 46. 3. O Humanismo e a Imprensa Caracteres individuais de metal - Individuais = podem ser feitos em quantidade e reutilizados noutros livros - Metal = feitos numa liga de chumbo fundido, estanho e antimónio, logo mais resistentes, podem fazer mais cópias Pensa-se que a letra utilizada, Blackletter, foi concebida por um dos seus colaboradores Peter Schöffer Reconstituição dos caracteres da oficina de Gutenberg.
  • 47. 3. O Humanismo e a Imprensa Misturas para tintas As tintas sobre o suporte tinham de ser absorvidas sem escorrer, assegurando a precisão dos traços; precisava-se que a secagem fosse rápida e a impressão permanente. Por isso, Gutenberg experimentou pigmentos à base de azeite, para imprimir com as matrizes, e as capitulares e ilustrações que se realizavam manualmente. Bíblia de Gutenberg, 1455
  • 48. 3. O Humanismo e a Imprensa  Adaptação da prensa vinícola Até se tornar mais prática e fácil de usar  Procura de novos suportes para as impressões Até então utilizava-se o pergaminho. Experimenta-se a utilização de papel de trapo de origem chinesa, introduzido na Europa na sua época
  • 49. Bíblia de Gutenberg, 1455  A primeira obra impressa foi a Bíblia.  Cada página foi rubricada e iluminada à mão em um período de três anos.  Tinha 42 linhas (aqui 40) em 2 colunas  Margens e texto seguem a Razão de Ouro 1.6  Acredita-se que 180 cópias foram produzidas com 1282 páginas, a maioria em 2 volumes; 45 em pergaminho e 135 em papel.
  • 50. Título de cada livro Resíduo de uma marcação de cabedal, colocada no início de cada livro da Bíblia Numeral romano acrescentado por um escriba indicando a divisão do texto em passagens para as leituras em voz alta Abreviaturas do escriba Pequena rubrica acrescentada à mão Gralha no texto Rubrica adicionada por um escriba para indicar o fim do Livro do Génesis e o início do Êxodo Letra inicial iluminada Nota de um escriba como este livro está Retirado do Projecto Gutenberg dividido em 60 passagens para os serviços
  • 51. Caracteres móveis metálicos a 1 b 4 3 2 c Elementos principais dum caracter móvel nos dias de hoje a. Olho; b. Face (anterior) ou Barriga; c. Corpo Detalhes: 1. Rebarba ou talude; 2. Risca ou ranhura 3. Canal ou goteira; 4. Pé.
  • 52. 3. O Humanismo e a Imprensa Imprensa: Temas / Géneros  Livros de carácter religioso: bíblias, missais e outros livros de orações, vidas de santos (hagiografias), obras dos doutores da igreja (exemplos: grandes teólogos do Ocidente: Agostinho de Hipona, Jerónimo de Strídon e Gregório Magno, Doutores da Igreja em 1298; Padres do Oriente, Atanásio de Alexandria e Gregório de Nanzianzo, declarados Doutores em 1568, com Tomás de Aquino.)  A partir do século XVI: romances de cavalaria, literatura de viagens, reedição de clássicos em latim ou grego, livros de medicina e direito ou obras dos humanistas da época.
  • 53. 3. O Humanismo e a Imprensa Contributos do Desenvolvimento da Imprensa  As inovações na imprensa permitiram fazer livros em maior quantidade, logo estes livros impressos ficavam mais baratos que os seus antecessores todos executados à mão, contribuindo assim para o acesso à cultura de um número maior de pessoas.  Não se conhece o valor na época, mas sabemos que continua a ser um artigo caro a que poucos conseguem ter acesso, como os clérigos, nobres e burgueses ricos.
  • 54. 3. O Humanismo e a Imprensa Contributos do Desenvolvimento da Imprensa  Grandes progressos na vida cultural:  Permitiu a mais rápida divulgação das ideias e dos saberes  Generalizou as correntes culturais (filosóficas, literárias ou científicas)  Facilitou o estudo e o ensino  Alargou os horizontes mentais e geográficos dos homens
  • 55. 4. Reformas e Espiritualidade
  • 56. 4. Reformas e Espiritualidade  Grande acumulação de riqueza e poder político pelo clero, o que provoca o desagrado de nobres e burgueses.  Bula das Indulgências – o pedido de esmolas para a construção da Basílica de S. Pedro em Roma, garantindo o perdão dos pecados e a salvação da alma, conduz a protestos.
  • 57. Martinho Lutero, As 95 Teses contra as Indulgências, 31 de Outubro de 1517  […] 21. Erram, pois, os pregadores das indulgências que dizem que, pelas indulgências do papa, o homem fica livre de toda a pena e fica salvo.  27. Pregam doutrina puramente humana os que dizem que “logo que o dinheiro cai na caixa a alma se liberta do Purgatório”.  32. Serão eternamente condenados com seus mestres, aqueles que pensam que as indulgências lhes asseguram a salvação.  50. É preciso ensinar aos cristãos que, se o Papa soubesse as exacções dos pregadores de indulgências, preferia ver a basílica de S. Pedro reduzida a cinzas do que sabê-la edificada com a pele, a carne e os ossos das suas ovelhas. […]
  • 58. Reforma Protestante Lucas Cranach, 1529 Martinho Lutero João Calvino Henrique VIII Monge Agostinho alemão Teólogo francês Rei de Inglaterra 95 Teses contra as Adere protestantismo Act of Supremacy 1534 Indulgências 1517 em 1532-1533 (23 ou 24 anos) 1521 Bula de excomunhão Genebra, Suíça IGREJA IGREJA IGREJA LUTERANA CALVINISTA ANGLICANA
  • 60. Comparação dos princípios religiosos • Missa em latim
  • 61. A reação da Igreja Católica Concílio Reafirmação do dogma e do culto de Trento Reforma dos costumes do clero e da A Reforma (1545-1563) organização da Igreja católica (renovação) Criação de novas ordens religiosas Inquisição A Contra- Tribunal do (desde o séc. XII, reorganizada no séc. XVI) reforma Santo Ofício (combate) Congregação do Índex (1543)
  • 62. Concílio de Trento (1545-1563) 1º Período – 13/12/1545 a 17/09/1549 (morte do Papa Paulo III) 2º Período – 14/12/1550 (Papa Júlio III) a 28/04/1552 (guerras) 3º Período – 18/01/1562 a 04/12/1563 (período mais importante) Sessão do 2º Período
  • 63. Concílio de Trento (1545-1563) - Salvação pela fé e boas obras - Mantidos os 7 sacramentos - Reforçado o culto da Virgem Maria e dos Santos Reafirmação do dogma e - Presença real de Crista na Eucaristia com transubstanciação do culto - Manutenção do poder supremo do Papa e da hierarquia episcopal - Igreja essencial à salvação (meio) - Manutenção da Bíblia e celebrações em Latim
  • 64. Concílio de Trento (1545-1563) - Criação de Seminários para melhorar a formação de sacerdotes - Obrigatoriedade dos Bispos e Reforma dos sacerdotes de residirem nas costumes do dioceses clero e da - Manutenção do celibato dos padres - Defendida a organização de organização grandes cerimónias para atrair da Igreja seguidores - Construídas ou renovadas igrejas com decorações cada vez mais ricas e faustosas para atrair as populações
  • 65. Criação de novas Ordens religiosas Companhia Agostinhos Carmelitas Capucinhos De Oratorianos Descalços Descalças Jesus
  • 66. Criação de novas Ordens religiosas Companhia De Jesus Objectivos dos Jesuítas: - Pregação - Ensino em colégios e universidades - Evangelização como por exemplo, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no Brasil onde defenderam os índios e S. Francisco Xavier no Oriente
  • 67. Santo Inácio de Loyola, Les Constitutions REGRAS QUE OS JESUÍTAS DEVEM SEGUIR: 1. (...) Todos devem esforçar-se para observar o melhor possível a obediência e, ser o melhor, não só no que é obrigatório mas ainda em tudo o resto, e isto a um simples sinal da vontade do superior, sem nenhuma ordem expressa. (...) Executemos o que nos é mandado com prontidão, com contentamento de espírito, com perseverança. Persuadamo-nos de que tudo é justo quando o Superior o ordena.
  • 68. Inquisição (desde o séc. XII, reorganizada no séc. XVI - Dominicanos) Função: Julgar os acusados de práticas de:  Heresia – afastamento dos dogmas católicos  Apostasia – crença diferente como: - Judaísmo - judeus ou cristãos-novos (judeus que se converteram ao catolicismo, principalmente na Península Ibérica) - Protestantismo (principalmente no Norte da Europa)  Feitiçaria, bigamia ou sodomia Processo: Envolve perseguição, aprisionamento, tortura, vexame público, confisco de bens (parte ficava para quem denuncia, a outra parte para a Igreja), encarceramento ou ainda o culpado é relaxado à justiça secular e morto pelo fogo em auto-de-fé.
  • 69. Inquisição (desde o séc. XII, reorganizada no séc. XVI - Dominicanos) Auto-de-fé no Terreiro do Paço, Lisboa
  • 70. Congregação do Índex (1543) Funções: - Criação de listas de livros (Index Librorum Proibitorum ), autores e ) impressores / tipografias considerados perigosos à fé católica ou ao poder do Papa - Leitura e censura de todos os livros ou outros escritos a publicar
  • 71. António Ferreira, 1598 (…) A medo vivo, a medo escrevo e falo; Hei medo do que falo só comigo; Mais inda a medo cuido, a medo calo. Encontro a cada passo com um inimigo De todo bom espírito: este me faz Temer-me de mi mesmo, e do amigo. Tais novidades este tempo traz, Que é necessário fingir pouco siso, Se queres vida ter, se queres paz. Vida em tanta cautela, tanto aviso, Quando me deixarás? quando verei Um verdadeiro rosto, um simples riso? (…)
  • 72. NOVA ESPIRITUALIDADE  Exteriorização de rituais (culto, festas, peregrinações, confrarias, devoções, promessas…)  Tendência para uma nova espiritualidade interior, individual, apoiada na leitura da Bíblia.
  • 73. NOVA ESPIRITUALIDADE  Duas obras: - “Imitação de Cristo”, de Thomas Kempis; - Aparecimento do movimento da devotio moderna , pelos Irmãos da Vida Comum, nos Países Baixos: Gerado Croote e discípulo Florêncio Radewijns  Características da modernidade da Devotio moderna: - abertura à influência secular - recusa reconhecer a existência de discórdia entre o clero e as aspirações religiosas dos leigos. Thomas Kempis
  • 74. Consequências das Reformas Religiosas  Aspectos políticos: graves conflitos entre as igrejas que levaram a perseguições, execuções, massacres e guerras  Aspectos culturais: condiciona a produção literária e científica, assim como a sua difusão e evolução, com medo de represálias por parte das igrejas.
  • 75. FIM