SlideShare uma empresa Scribd logo
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FACEAR
PROFª RUTE CONCEIÇÃO PEREIRA SANTOS
HISTÓRIA DO ATENDIMENTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
ATRAVÉS DOS TEMPOS
Nas sociedades de
cultura primitiva, os
povos eram nômades,
sobrevivendo da caça
e da pesca. Estavam
sujeitos às
intempéries e aos
animais selvagens.
HISTORIA
Tudo isto dificultava a
aceitação de pessoas que
fugiam à rotina da tribo, pois,
incapazes de irem à busca da
caça e de sobreviver por si
mesmos à agressividade da
vida, essas pessoas
mostravam-se dependentes
da tribo.
ABANDONO
Por este motivo, eram
abandonadas em ambientes
agrestes e perigosos, o que
inevitavelmente contribuía
para sua morte. Embora,
não se tenham registros
declarados da existência de
pessoas com deficiência
nesta época, estes dados
levantam a hipótese de tal
ocorrência.
FRUTO DE UM PROCESSO HISTÓRICO
 Os contextos educacionais
que a sociedade atual
oferece àqueles que
apresentam alguma
deficiência para se adaptar
à expectativa da
comunidade em que vivem
é fruto de um processo
histórico social que
remonta à Idade
 Antiga.
EM ESPARTA
 Em Esparta e Atenas crianças
com deficiências física,
sensorial e mental eram
consideradas subumanas, o
que legitimava sua eliminação
e abandono. Tal prática era
coerente com os ideais
atléticos, de beleza e
 classistas que serviam de base
à organização sócio-cultural
desses dois locais.
 Em Esparta eram lançados do
alto dos rochedos e em Atenas
eram rejeitados e abandonados
nas praças públicas ou nos
campos.
 Assista ao filme “300”, que mostra a
 eliminação de crianças em Esparta.
ARISTÓTELES E PLATÃO
 Aristóteles e Platão
admitiam essa prática,
coerente com a visão de
 equilíbrio demográfico,
aristocrático e elitista,
principalmente quando
a
 pessoa com deficiência
fosse dependente
economicamente.
 “Quanto aos corpos de constituição doentia, não lhes
prolongava a vida e os sofrimentos com tratamentos e
purgações regradas, que
 poriam em condições de se reproduzirem em outros
seres fadados, certamente a serem iguais
progenitores.
 [...] também que não deveria curar os que, por frágeis
de compleição não podem chegar ao limite natural da
vida, porque isso nem lhes é vantajoso a eles nem ao
Estado”
PATRONO DAS CRIANÇAS
 Na Europa, no dia 06 de dezembro, é comemorado o
dia de São Nicolau, como se fosse o Papai Noel que,
em alguma época foi considerado o Patrono das
Crianças com Perturbações do Desenvolvimento.
SÃO NICOLAU
 Na Europa, no dia 06
de dezembro, é
comemorado o dia de
São
 Nicolau, como se
fosse o Papai Noel
que, em alguma
época foi
 considerado o
Patrono das Crianças
com Perturbações do
 Desenvolvimento.
 Na Europa, em geral, a atitude para
com as pessoas com deficiência
 era a mesma, até a difusão do
cristianismo. Entre os milagres de
Cristo,
 aparece em grande número a cura de
deficiências física, auditiva (Mc 7,31-
37)
 e visual. Um exemplo de influência
dos ideais cristãos é a figura de
Nicolau,
 Bispo de Myra, que nos anos 300
d.C. acolhia crianças e pessoas com
 deficiência abandonadas
 Com o cristianismo estas pessoas
ganharam alma e, eliminá-las ou
 abandoná-las significava atentar contra os
desígnios da divindade. Assim, ao
 longo da idade média são consideradas
“filhas de Deus” (anjos retratados em
 pinturas da época possuíam
características de síndrome de Down).
Todavia, a
 igualdade de status moral ou teológico
não correspondia à igualdade civil e de
 direitos.
LUTERO
 Lutero conheceu um menino
de 12 anos, na cidade de
Dessau que se
empanturrava de comida,
babava e gritava quando as
pessoas se
 aproximavam. Sugeriu ao
príncipe da cidade que o
afogasse no rio.
 No século XIV, surge a
primeira legislação sobre os
cuidados com a
sobrevivência e com os bens
das pessoas com deficiência
mental (Da prerogativa regis,
baixada por Eduardo II, da
Inglaterra). O rei era
responsável por esses
cuidados e recebia a herança
como pagamento..
EDUARDO II
 Nessa lei surge a distinção entre a pessoa
com deficiência mental e com doença
mental; a primeira, “louca natural”, pessoas
que sofriam de idiotia permanente e, a
segunda, “lunática”, aquelas que sofriam de
alterações psiquiátricas transitórias. O
doente mental tinha direito aos cuidados
sem perder os bens. A lei não deixou de
marcar a diferença entre eles
IDADE MODERNA
 No século XVI, surgiram dois
intelectuais: Paracelso, médico
e, Cardano, filósofo. Paracelso,
no seu livro “Sobre as doenças
que privam o homem da razão”,
foi o primeiro a considerar a
deficiência mental um problema
médico, digno de tratamento e
complacência. Cardano, além de
concordar que a deficiência era
um problema médico, se
preocupava com a
 educação das pessoas que
apresentavam a deficiência.
 Ainda neste século,
novas leis definem a
loucura e a idiotia
como
 enfermidade ou
produto de infortúnios
naturais, com o
objetivo de disciplinar
 a administração de
bens e heranças
dessas pessoas.
 Em Londres, em “Cerebri
Anatome”, Thomas Willis apresenta
uma
 postura organicista da deficiência
mental, argumentando,
cientificamente,
 como um produto de estrutura e
eventos neurais. Essas
explicações, contudo,
 não mudam de imediato a visão
que a sociedade tem das pessoas
com
 deficiência. Ainda prevalecem as
atitudes religiosas.
 No século XVII, John Locke revoluciona as
doutrinas vigentes sobre a mente humana e
suas funções. Ele definiu o recém-nascido e o
idiota como “tabula rasa” (o comportamento
como produto do ambiente, que possibilita as
 experiências) e via, então, a deficiência como
a carência de experiências.
 Advogava que o ensino deveria suprir essa
carência.
 Locke influenciou Condillac que deu uma
formulação psicológica à teoria de seu
mestre. A estátua de Condillac simbolizava a
teoria da “tabula rasa” e como o
conhecimento é adquirido, premissa esta que
embasaria sua teoria de aquisição de idéias.
A partir daí, sugere-se como aparecem os
eventuais atrasos no desenvolvimento.
IDADE CONTEMPORÂNEA
 No século XVIII, Foderé escreveu o
“Tratado do bócio e do cretinismo”.
Nesse trabalho, o autor levanta a
idéia da hereditariedade da
deficiência, o fatalismo genético do
cretinismo. Segundo ele, o
cretinismo
 implica, sobretudo, na degradação
intelectual que será maior ou menor,
 conforme o acometimento da
doença.
Fundamentos da educação especial aula 2
TRATADO DE BÓCIO
RETARDOS
 Diferentes graus de retardo foram, então,
associados a diferentes níveis de
hereditariedade, justificando a segregação e
a esterilização dos adultos afetados pelo
bócio.
ESQUIROL
FROBEL
 Froebel, visitando uma escola do seu mestre
Pestallozzi, aprofunda seus estudos e cria um sistema
de Educação Especial com materiais e jogos
específicos, simples e eficazes, que tornam o ensino
mais produtivo, ganhando um aspecto lúdico e
concreto. Os princípios da metodologia de Froebel são:
cada criança tem sua individualidade, é mais executiva
do que receptiva e a educação formal deve começar
antes dos seis anos.
A TAREFA DO PROFESSOR
 "A tarefa do professor é
preparar motivações para
atividades culturais, num
ambiente previamente
organizado, e depois se
abster de interferir".
 Maria Montessori
HISTÓRIA DO ATENDIMENTO À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA NO BRASIL
 A história da Educação
Especial no Brasil foi
determinada, pelo menos até o
final do século XIX, pelos
costumes e informações vindas
da Europa.
ABANDONO
 O abandono de crianças com deficiências nas ruas,
portas de conventos e igrejas era comum no século
XVII, que acabavam sendo devoradas por cães ou
acabavam morrendo de frio, fome ou sede. A criação
da “roda de expostos” em Salvador e Rio de Janeiro,
no início do século XVIII e, em São Paulo, no início do
século XIX, deu início a institucionalização dessas
crianças que eram
 cuidadas por religiosas.
RODA DOS EXPOSTOS
VIDEO
CONSTITUIÇÃO DE 1824
 A Constituição de 1824,outorgada por D.
Pedro I, privava do direito político o
incapacitado
 físico ou moral (título II, artigo 8º, item 1).
 Constituição de 1824
1874
 O Hospital Juliano Moreira em Salvador,
Bahia, fundado em 1874 é considerado
como a primeira instituição para atendimento
às pessoas com deficiência mental.
INFLUÊNCIA DA MEDICINA
 A influência da Medicina na educação destas
pessoas perdurou até por volta de 1930.
Atrelada aos pressupostos higienistas da
época, o serviço de saúde do governo orientava
o povo para comportamentos de higiene e
saúde nas residências e nas escolas.
PAVILHÃO BOURNEVILLE
 Dentro desse princípio, a deficiência mental
foi considerada problema de saúde pública e
foi, então, criado o Pavilhão Bourneville, em
1903, no Rio de Janeiro, como a primeira
Escola
 Especial para Crianças Anormais.
HOSPICIO JUQUERI
 Mais tarde, foi construído um pavilhão para
crianças no Hospício de Juquery. A Medicina foi
sendo gradualmente substituída pela Psicologia
e a Pedagogia. Agora não mais mortos ou
abandonados, mas institucionalizados.
 Entretanto, tais iniciativas aconteciam nos
grandes centros. No geral, as crianças com
deficiências continuavam sendo cuidadas
em casa ou institucionalizadas.
 Foi um dos primeiros a estudar a Deficiência
Mental no Brasil, enfatizando a necessidade do
atendimento médico-pedagógico criando uma
equipe multidisciplinar para trabalhar com as
crianças com deficiência.
 Ulysses Pernambucano de Melo Sobrinho
 (1892-1943)
SÉCULO XX
 Durante as primeiras décadas do século XX,
o país vivenciou a estruturação da República
e o processo de popularização da escola
primária.
 Neste período, o índice de analfabetismo era
de 80% da população.
ESCOLA PARA TODOS
 Surge o movimento da “escola-nova”, que
postulava: a crença no poder da educação
como ponto de transformação social, o
interesse por pesquisas científicas, a
preocupação em reduzir as desigualdades
sociais e estimular a liberdade individual da
criança.
PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO
 O ideário da “escola-nova” permitiu a
penetração da Psicologia na Educação,
resultando no uso de testes de
inteligência para identificar as crianças
com deficiências.
HELENA ANTIPOFF
 Na década de 30, chega ao Brasil a psicóloga e
educadora Helena Antipoff, russa de
nascimento, para coordenar os cursos de
formação de professores no Estado de Minas
Gerais. Acabou criando os serviços de
diagnósticos e classes especiais nas escolas
públicas desse estado, que depois se estendeu
para outros estados.
HELENA ANTIPOFF
 Fundou a Sociedade Pestalozzi
e
 influenciou a implantação da
Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE) em
MOVIMENTO ESCOLANOVISMO
 A influência do movimento escolanovista na
Educação, no nosso país, ainda que defendesse a
diminuição das desigualdades sociais, ao enfatizar o
estudo das diferenças individuais e a proposição de
ensino adequado e especializado, acabou
contribuindo para a exclusão dos diferentes das
escolas regulares.
SÉCULO XX
 Até mais da metade do século XX, o
atendimento à pessoa com deficiência foi
implementado através da institucionalização, da
implantação de
 escolas especiais mantidas pela comunidade e
de classes especiais nas escolas públicas para
os variados graus de deficiência mental. Houve,
também, pouca preocupação com a
conceituação e a classificação da deficiência.
Os critérios
 de seleção eram vagos, baseados em
desempenho escolar ruim.
 Para exemplificar o texto acima: em 1949,
havia cerca de 40 estabelecimentos de
ensino para pessoas com deficiência mental
no país. Desses serviços, 27 estavam nas
escolas públicas e os demais eram
instituições particulares ou beneficentes. Em
1959, o número de instituições para pessoas
com deficiência era de 190 e, destas, 77%
eram públicas
INSTITUIÇÕES DE NATUREZA FILANTRÓPICA
 Como o sistema público não dava conta da
demanda, observou-se, a partir de 1960, o
crescimento das instituições de natureza
filantrópica, sem fins lucrativos, as APAEs
(Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais) que ofereceriam atendimento
aos casos mais graves de deficiência
mental.
ANOS 70
 Por volta de 1970, havia mais de 800
estabelecimentos de ensino especial no
Brasil. Em junho de 1973, é criado o Centro
Nacional de Educação Especial (CENESP),
o primeiro órgão oficial para definir a política
de Educação Especial no país, ainda que
houvesse nos seus planos uma tendência
em privilegiar a iniciativa privada,
marcadamente assistencialista, em
detrimento dos serviços públicos de ensino
especial.
1986
 Em 1986, é criada a Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (CORDE) que tem como objetivo
coordenar as ações em Educação Especial.
DIRETRIZES
 As Diretrizes da Educação Especial, da
Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo, de 1987, indicava que “[....] o aluno
excepcional deve ser integrado no processo
educacional comum para que possa utilizar-
se, da melhor maneira possível, das
oportunidades educacionais oferecidas aos
 alunos em geral” (SÃO PAULO, 1987, p.2).
ENSINO ESPECIAL
 O que se observava, no
entanto, era a retirada de
crianças do ensino
regular, encaminhando-as
para o ensino especial.
SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO
 Nessa época, o encaminhamento da escola
comum para os serviços especiais definia o
 caminho para a segregação e a exclusão do
sistema regular:
 a) Durante os primeiros meses, o professor
identificava aquelas crianças que, segundo
suas crenças ou expectativas, iriam fracassar;
SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO
 b) Já que eram incapazes,
eram encaminhadas para
avaliação psicológica ou
médica que legitimava o rótulo
estabelecido previamente pelo
professor;
 c) Eram, então, colocadas nas
classes especiais, com a
chance mínima de retorno ao
sistema escolar regular.
SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO
 O aluno tornava-se, então, responsável por um
problema que não era dele, mas do sistema
educacional. As avaliações dos alunos feitas
por profissionais fora do sistema escolar
(médicos e psicólogos) desconsiderava a
história escolar da criança, utilizando-se de um
instrumental fora do contexto escolar.
SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO
 Em resumo, essa forma de
lidar com aqueles alunos
que não conseguiam se
apropriar dos conteúdos
apresentados pelo
professor,
 mascarava a incapacidade
do sistema de lidar com as
diferenças individuais, com
a heterogeneidade da sua
clientela.
BAIXO NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO
 Havia um aspecto social determinante nessa
atuação: as crianças que fracassavam eram,
em sua maioria, provenientes de famílias de
baixo nível sócio-econômico.
DOCUMENTARIO INDICADOS
Fundamentos da educação especial aula 2

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

PPTX
Alfabetização e letramento
LianeMagnolia
 
PPTX
Reunião de pais e mestres : Alguns segredos da arte de educar!
Alzeni Araújo
 
PDF
Projeto familia na escola
Eduardojr-professor
 
PDF
Autismo e educação
SimoneHelenDrumond
 
PPS
Alfabetização e letramento
Naysa Taboada
 
PPT
Pauta de Reunião da educação Infantil
Flaviaelcs
 
PPTX
Sequência didática na educação infantil
Luiza Carvalho
 
PDF
inclusão escolar
Ulisses Vakirtzis
 
PPSX
Família, Escola e Comunidade
Luúh Reis
 
PDF
Pedagogia - Autismo
Aurivan
 
PDF
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Dirce Cristiane Camilotti
 
PPTX
Planejamento pedagógico alinhado à BNCC
ThalesSantos36
 
PPT
Psicogênese da Língua Escrita
Bruna Braga
 
PPT
Estabelecendo limites
Cras Macatuba
 
PDF
Inclusão escolar fundamentos
Thiago Tavares
 
PPT
1ª oficina - Escola e família fortalecendo vínculos.
Lucimara Lopes França
 
PPT
Roteiro para o conselho de classe
Elisângela Chaves
 
PPTX
EJA AULA 10: Currículo, Avaliação do ensino e aprendizagem e as Diretrizes Op...
profamiriamnavarro
 
PPT
A relação família-escola
Thiago de Almeida
 
DOC
Pareceres do 1º ano 2º semestre
Araceli Kleemann
 
Alfabetização e letramento
LianeMagnolia
 
Reunião de pais e mestres : Alguns segredos da arte de educar!
Alzeni Araújo
 
Projeto familia na escola
Eduardojr-professor
 
Autismo e educação
SimoneHelenDrumond
 
Alfabetização e letramento
Naysa Taboada
 
Pauta de Reunião da educação Infantil
Flaviaelcs
 
Sequência didática na educação infantil
Luiza Carvalho
 
inclusão escolar
Ulisses Vakirtzis
 
Família, Escola e Comunidade
Luúh Reis
 
Pedagogia - Autismo
Aurivan
 
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Dirce Cristiane Camilotti
 
Planejamento pedagógico alinhado à BNCC
ThalesSantos36
 
Psicogênese da Língua Escrita
Bruna Braga
 
Estabelecendo limites
Cras Macatuba
 
Inclusão escolar fundamentos
Thiago Tavares
 
1ª oficina - Escola e família fortalecendo vínculos.
Lucimara Lopes França
 
Roteiro para o conselho de classe
Elisângela Chaves
 
EJA AULA 10: Currículo, Avaliação do ensino e aprendizagem e as Diretrizes Op...
profamiriamnavarro
 
A relação família-escola
Thiago de Almeida
 
Pareceres do 1º ano 2º semestre
Araceli Kleemann
 

Destaque (16)

PDF
Dificuldadesdeaprendizagem
Rute Pereira
 
PDF
Brincar com todos
Rute Pereira
 
PPT
7 ameninaqueesqueciadelevarafalaparaaescola-130922185355-phpapp01
Rute Pereira
 
PDF
O professor-e-a-educacao-inclusiva (1)
Rute Pereira
 
PPT
Aula1
Rute Pereira
 
PDF
O grande dia
Rute Pereira
 
PDF
Brinquedos e brincadeiras mec
Rute Pereira
 
PPT
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Rute Pereira
 
PPT
Ninguém é igual a ninguém
Rute Pereira
 
PPT
Aula 2 e 3 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
Rute Pereira
 
DOCX
Sequencia didática o casamento de dona baratinha 2
Antônio Fernandes
 
PDF
2 planejamento dona baratinha
SimoneHelenDrumond
 
PDF
Sequencia mentira da_barata
Cátia Regina Busarello
 
PDF
Para PNAIC-Sequencia didática -1
Graça Sousa
 
DOCX
Sequencia didática de Matemática Alfabetizadora Eva Anilda Silveira
Solange Goulart
 
PPT
Gestão Democrática Da Educação
regicenci
 
Dificuldadesdeaprendizagem
Rute Pereira
 
Brincar com todos
Rute Pereira
 
7 ameninaqueesqueciadelevarafalaparaaescola-130922185355-phpapp01
Rute Pereira
 
O professor-e-a-educacao-inclusiva (1)
Rute Pereira
 
O grande dia
Rute Pereira
 
Brinquedos e brincadeiras mec
Rute Pereira
 
Disciplina fundamentos da educação especial e inclusiva aula 4 e 5
Rute Pereira
 
Ninguém é igual a ninguém
Rute Pereira
 
Aula 2 e 3 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
Rute Pereira
 
Sequencia didática o casamento de dona baratinha 2
Antônio Fernandes
 
2 planejamento dona baratinha
SimoneHelenDrumond
 
Sequencia mentira da_barata
Cátia Regina Busarello
 
Para PNAIC-Sequencia didática -1
Graça Sousa
 
Sequencia didática de Matemática Alfabetizadora Eva Anilda Silveira
Solange Goulart
 
Gestão Democrática Da Educação
regicenci
 
Anúncio

Semelhante a Fundamentos da educação especial aula 2 (20)

PPT
Necessidades Educativas Especiais para estudantes em formação de educação esp...
celsodavid5
 
PPTX
Historia da Educação Especial no Brasil
izabel Lucia
 
PPT
Pne 1
Stefani Silva
 
PDF
303 o inclusiva)
Bernardo Alves
 
PDF
Caderno 2.pdf educação especial987654egfdf
LucasVinicius684307
 
PPTX
Aula 01 - Hitoria da educação inclusiva..pptx
Rafael Fontoura
 
PPTX
Aula 1 história
ffcruzoleto
 
PPTX
O amor é cego
Grasiela Dourado
 
PPTX
Aula 2-O significado histórico-cultural da deficiência.pptx
DOUGLLASDUARTE1
 
PPTX
Disciplina Educação Especial no Brasil.pptx
ClaudiaStefaniadeAlm
 
PPTX
ATIVIDADE xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
saragomesnogueira1
 
PDF
Avaliacao_e_Curriculo desdinado a alunos.pdf
applicenca
 
PDF
aprendizagem-e-inclusao-elisangela-mercado-aula-03.pdf
DhiegoRecobaCampodon
 
PPT
Fundamentos da Educação especial.ppt
MariaCristinaCury
 
PDF
Unidade 5 -_deficiencia_mental
eurenicedosreis
 
PDF
Portfólio de Educação Especial.pdf. UEA
lgmmlet22
 
PDF
Portfólio de Educação Especial.pdf. UEA
lgmmlet22
 
PDF
Da exclusao a inclusao
tanilenatic
 
PPTX
A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
DenisedeAmorimRamos
 
PDF
inclusão a hisória da pessoa com deficiencia
TaisaBeatriz1
 
Necessidades Educativas Especiais para estudantes em formação de educação esp...
celsodavid5
 
Historia da Educação Especial no Brasil
izabel Lucia
 
303 o inclusiva)
Bernardo Alves
 
Caderno 2.pdf educação especial987654egfdf
LucasVinicius684307
 
Aula 01 - Hitoria da educação inclusiva..pptx
Rafael Fontoura
 
Aula 1 história
ffcruzoleto
 
O amor é cego
Grasiela Dourado
 
Aula 2-O significado histórico-cultural da deficiência.pptx
DOUGLLASDUARTE1
 
Disciplina Educação Especial no Brasil.pptx
ClaudiaStefaniadeAlm
 
ATIVIDADE xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
saragomesnogueira1
 
Avaliacao_e_Curriculo desdinado a alunos.pdf
applicenca
 
aprendizagem-e-inclusao-elisangela-mercado-aula-03.pdf
DhiegoRecobaCampodon
 
Fundamentos da Educação especial.ppt
MariaCristinaCury
 
Unidade 5 -_deficiencia_mental
eurenicedosreis
 
Portfólio de Educação Especial.pdf. UEA
lgmmlet22
 
Portfólio de Educação Especial.pdf. UEA
lgmmlet22
 
Da exclusao a inclusao
tanilenatic
 
A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
DenisedeAmorimRamos
 
inclusão a hisória da pessoa com deficiencia
TaisaBeatriz1
 
Anúncio

Último (20)

PDF
Aula. Fraudes nas relações de trabalho.pdf
MariaJosRios3
 
DOCX
Mapa da Oceania - Países e Dependências.docx
Doug Caesar
 
PDF
Visita ao museu.pdf, museu marítimo de Ílhavo
biblioteca123
 
PDF
Reflexão_Uma análise às licenciaturas que permitem aceder aos mestrados de en...
Nelson Santos
 
PDF
4-Curriculo-no-contexto-da-Formacao.447.pdf
HelcimarSilva1
 
PDF
Mat - Seguindo as setas adição subtração multplicação e divisão.
Mary Alvarenga
 
PDF
Ficha de trabalho B1.pdf25 de abril de 74
biblioteca123
 
PDF
Almanach Trivulzio, 2025: Guia Genealógico da Casa Principesca de Trivulzio G...
principeandregalli
 
PPTX
Slides Lição 4, CG, Pedro, A Epístola Da Esperança, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
PPTX
Bandeira dos Países do Mundo África.pptx
Doug Caesar
 
PDF
Indicações na cidade.pdf com mapas e tudo
biblioteca123
 
PDF
Matemática - Explorando os números.
Mary Alvarenga
 
PPTX
Slides Lição 5, CPAD, Uma Igreja Cheia de Amor, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
PDF
💌 Carta Informal-férias.pdf, Açores nove ilhas
biblioteca123
 
PDF
Regras do jogo: Rumo à Tectónica de Placas 1.0
Casa Ciências
 
PDF
🎨 DiálogoGraça Morais.pdfartista plástica
biblioteca123
 
DOCX
Mapa de Nauru - Mapa dos Países do Mundo
Doug Caesar
 
PDF
A festa de anos da avó.pdfe também dos netos
biblioteca123
 
PDF
📱 No futuro.pdfterei uma casa inteligente
biblioteca123
 
PDF
Preposições^Mpaíses.pdfcom países e cidades
biblioteca123
 
Aula. Fraudes nas relações de trabalho.pdf
MariaJosRios3
 
Mapa da Oceania - Países e Dependências.docx
Doug Caesar
 
Visita ao museu.pdf, museu marítimo de Ílhavo
biblioteca123
 
Reflexão_Uma análise às licenciaturas que permitem aceder aos mestrados de en...
Nelson Santos
 
4-Curriculo-no-contexto-da-Formacao.447.pdf
HelcimarSilva1
 
Mat - Seguindo as setas adição subtração multplicação e divisão.
Mary Alvarenga
 
Ficha de trabalho B1.pdf25 de abril de 74
biblioteca123
 
Almanach Trivulzio, 2025: Guia Genealógico da Casa Principesca de Trivulzio G...
principeandregalli
 
Slides Lição 4, CG, Pedro, A Epístola Da Esperança, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Bandeira dos Países do Mundo África.pptx
Doug Caesar
 
Indicações na cidade.pdf com mapas e tudo
biblioteca123
 
Matemática - Explorando os números.
Mary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Uma Igreja Cheia de Amor, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
💌 Carta Informal-férias.pdf, Açores nove ilhas
biblioteca123
 
Regras do jogo: Rumo à Tectónica de Placas 1.0
Casa Ciências
 
🎨 DiálogoGraça Morais.pdfartista plástica
biblioteca123
 
Mapa de Nauru - Mapa dos Países do Mundo
Doug Caesar
 
A festa de anos da avó.pdfe também dos netos
biblioteca123
 
📱 No futuro.pdfterei uma casa inteligente
biblioteca123
 
Preposições^Mpaíses.pdfcom países e cidades
biblioteca123
 

Fundamentos da educação especial aula 2

  • 1. FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL FACEAR PROFª RUTE CONCEIÇÃO PEREIRA SANTOS
  • 2. HISTÓRIA DO ATENDIMENTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS Nas sociedades de cultura primitiva, os povos eram nômades, sobrevivendo da caça e da pesca. Estavam sujeitos às intempéries e aos animais selvagens.
  • 3. HISTORIA Tudo isto dificultava a aceitação de pessoas que fugiam à rotina da tribo, pois, incapazes de irem à busca da caça e de sobreviver por si mesmos à agressividade da vida, essas pessoas mostravam-se dependentes da tribo.
  • 4. ABANDONO Por este motivo, eram abandonadas em ambientes agrestes e perigosos, o que inevitavelmente contribuía para sua morte. Embora, não se tenham registros declarados da existência de pessoas com deficiência nesta época, estes dados levantam a hipótese de tal ocorrência.
  • 5. FRUTO DE UM PROCESSO HISTÓRICO  Os contextos educacionais que a sociedade atual oferece àqueles que apresentam alguma deficiência para se adaptar à expectativa da comunidade em que vivem é fruto de um processo histórico social que remonta à Idade  Antiga.
  • 6. EM ESPARTA  Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram consideradas subumanas, o que legitimava sua eliminação e abandono. Tal prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza e  classistas que serviam de base à organização sócio-cultural desses dois locais.  Em Esparta eram lançados do alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas ou nos campos.
  • 7.  Assista ao filme “300”, que mostra a  eliminação de crianças em Esparta.
  • 8. ARISTÓTELES E PLATÃO  Aristóteles e Platão admitiam essa prática, coerente com a visão de  equilíbrio demográfico, aristocrático e elitista, principalmente quando a  pessoa com deficiência fosse dependente economicamente.
  • 9.  “Quanto aos corpos de constituição doentia, não lhes prolongava a vida e os sofrimentos com tratamentos e purgações regradas, que  poriam em condições de se reproduzirem em outros seres fadados, certamente a serem iguais progenitores.  [...] também que não deveria curar os que, por frágeis de compleição não podem chegar ao limite natural da vida, porque isso nem lhes é vantajoso a eles nem ao Estado”
  • 10. PATRONO DAS CRIANÇAS  Na Europa, no dia 06 de dezembro, é comemorado o dia de São Nicolau, como se fosse o Papai Noel que, em alguma época foi considerado o Patrono das Crianças com Perturbações do Desenvolvimento.
  • 11. SÃO NICOLAU  Na Europa, no dia 06 de dezembro, é comemorado o dia de São  Nicolau, como se fosse o Papai Noel que, em alguma época foi  considerado o Patrono das Crianças com Perturbações do  Desenvolvimento.
  • 12.  Na Europa, em geral, a atitude para com as pessoas com deficiência  era a mesma, até a difusão do cristianismo. Entre os milagres de Cristo,  aparece em grande número a cura de deficiências física, auditiva (Mc 7,31- 37)  e visual. Um exemplo de influência dos ideais cristãos é a figura de Nicolau,  Bispo de Myra, que nos anos 300 d.C. acolhia crianças e pessoas com  deficiência abandonadas
  • 13.  Com o cristianismo estas pessoas ganharam alma e, eliminá-las ou  abandoná-las significava atentar contra os desígnios da divindade. Assim, ao  longo da idade média são consideradas “filhas de Deus” (anjos retratados em  pinturas da época possuíam características de síndrome de Down). Todavia, a  igualdade de status moral ou teológico não correspondia à igualdade civil e de  direitos.
  • 14. LUTERO  Lutero conheceu um menino de 12 anos, na cidade de Dessau que se empanturrava de comida, babava e gritava quando as pessoas se  aproximavam. Sugeriu ao príncipe da cidade que o afogasse no rio.
  • 15.  No século XIV, surge a primeira legislação sobre os cuidados com a sobrevivência e com os bens das pessoas com deficiência mental (Da prerogativa regis, baixada por Eduardo II, da Inglaterra). O rei era responsável por esses cuidados e recebia a herança como pagamento.. EDUARDO II
  • 16.  Nessa lei surge a distinção entre a pessoa com deficiência mental e com doença mental; a primeira, “louca natural”, pessoas que sofriam de idiotia permanente e, a segunda, “lunática”, aquelas que sofriam de alterações psiquiátricas transitórias. O doente mental tinha direito aos cuidados sem perder os bens. A lei não deixou de marcar a diferença entre eles
  • 17. IDADE MODERNA  No século XVI, surgiram dois intelectuais: Paracelso, médico e, Cardano, filósofo. Paracelso, no seu livro “Sobre as doenças que privam o homem da razão”, foi o primeiro a considerar a deficiência mental um problema médico, digno de tratamento e complacência. Cardano, além de concordar que a deficiência era um problema médico, se preocupava com a  educação das pessoas que apresentavam a deficiência.
  • 18.  Ainda neste século, novas leis definem a loucura e a idiotia como  enfermidade ou produto de infortúnios naturais, com o objetivo de disciplinar  a administração de bens e heranças dessas pessoas.
  • 19.  Em Londres, em “Cerebri Anatome”, Thomas Willis apresenta uma  postura organicista da deficiência mental, argumentando, cientificamente,  como um produto de estrutura e eventos neurais. Essas explicações, contudo,  não mudam de imediato a visão que a sociedade tem das pessoas com  deficiência. Ainda prevalecem as atitudes religiosas.
  • 20.  No século XVII, John Locke revoluciona as doutrinas vigentes sobre a mente humana e suas funções. Ele definiu o recém-nascido e o idiota como “tabula rasa” (o comportamento como produto do ambiente, que possibilita as  experiências) e via, então, a deficiência como a carência de experiências.  Advogava que o ensino deveria suprir essa carência.
  • 21.  Locke influenciou Condillac que deu uma formulação psicológica à teoria de seu mestre. A estátua de Condillac simbolizava a teoria da “tabula rasa” e como o conhecimento é adquirido, premissa esta que embasaria sua teoria de aquisição de idéias. A partir daí, sugere-se como aparecem os eventuais atrasos no desenvolvimento.
  • 22. IDADE CONTEMPORÂNEA  No século XVIII, Foderé escreveu o “Tratado do bócio e do cretinismo”. Nesse trabalho, o autor levanta a idéia da hereditariedade da deficiência, o fatalismo genético do cretinismo. Segundo ele, o cretinismo  implica, sobretudo, na degradação intelectual que será maior ou menor,  conforme o acometimento da doença.
  • 25. RETARDOS  Diferentes graus de retardo foram, então, associados a diferentes níveis de hereditariedade, justificando a segregação e a esterilização dos adultos afetados pelo bócio.
  • 27. FROBEL  Froebel, visitando uma escola do seu mestre Pestallozzi, aprofunda seus estudos e cria um sistema de Educação Especial com materiais e jogos específicos, simples e eficazes, que tornam o ensino mais produtivo, ganhando um aspecto lúdico e concreto. Os princípios da metodologia de Froebel são: cada criança tem sua individualidade, é mais executiva do que receptiva e a educação formal deve começar antes dos seis anos.
  • 28. A TAREFA DO PROFESSOR  "A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir".  Maria Montessori
  • 29. HISTÓRIA DO ATENDIMENTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL  A história da Educação Especial no Brasil foi determinada, pelo menos até o final do século XIX, pelos costumes e informações vindas da Europa.
  • 30. ABANDONO  O abandono de crianças com deficiências nas ruas, portas de conventos e igrejas era comum no século XVII, que acabavam sendo devoradas por cães ou acabavam morrendo de frio, fome ou sede. A criação da “roda de expostos” em Salvador e Rio de Janeiro, no início do século XVIII e, em São Paulo, no início do século XIX, deu início a institucionalização dessas crianças que eram  cuidadas por religiosas.
  • 32. CONSTITUIÇÃO DE 1824  A Constituição de 1824,outorgada por D. Pedro I, privava do direito político o incapacitado  físico ou moral (título II, artigo 8º, item 1).  Constituição de 1824
  • 33. 1874  O Hospital Juliano Moreira em Salvador, Bahia, fundado em 1874 é considerado como a primeira instituição para atendimento às pessoas com deficiência mental.
  • 34. INFLUÊNCIA DA MEDICINA  A influência da Medicina na educação destas pessoas perdurou até por volta de 1930. Atrelada aos pressupostos higienistas da época, o serviço de saúde do governo orientava o povo para comportamentos de higiene e saúde nas residências e nas escolas.
  • 35. PAVILHÃO BOURNEVILLE  Dentro desse princípio, a deficiência mental foi considerada problema de saúde pública e foi, então, criado o Pavilhão Bourneville, em 1903, no Rio de Janeiro, como a primeira Escola  Especial para Crianças Anormais.
  • 36. HOSPICIO JUQUERI  Mais tarde, foi construído um pavilhão para crianças no Hospício de Juquery. A Medicina foi sendo gradualmente substituída pela Psicologia e a Pedagogia. Agora não mais mortos ou abandonados, mas institucionalizados.
  • 37.  Entretanto, tais iniciativas aconteciam nos grandes centros. No geral, as crianças com deficiências continuavam sendo cuidadas em casa ou institucionalizadas.
  • 38.  Foi um dos primeiros a estudar a Deficiência Mental no Brasil, enfatizando a necessidade do atendimento médico-pedagógico criando uma equipe multidisciplinar para trabalhar com as crianças com deficiência.  Ulysses Pernambucano de Melo Sobrinho  (1892-1943)
  • 39. SÉCULO XX  Durante as primeiras décadas do século XX, o país vivenciou a estruturação da República e o processo de popularização da escola primária.  Neste período, o índice de analfabetismo era de 80% da população.
  • 40. ESCOLA PARA TODOS  Surge o movimento da “escola-nova”, que postulava: a crença no poder da educação como ponto de transformação social, o interesse por pesquisas científicas, a preocupação em reduzir as desigualdades sociais e estimular a liberdade individual da criança.
  • 41. PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO  O ideário da “escola-nova” permitiu a penetração da Psicologia na Educação, resultando no uso de testes de inteligência para identificar as crianças com deficiências.
  • 42. HELENA ANTIPOFF  Na década de 30, chega ao Brasil a psicóloga e educadora Helena Antipoff, russa de nascimento, para coordenar os cursos de formação de professores no Estado de Minas Gerais. Acabou criando os serviços de diagnósticos e classes especiais nas escolas públicas desse estado, que depois se estendeu para outros estados.
  • 43. HELENA ANTIPOFF  Fundou a Sociedade Pestalozzi e  influenciou a implantação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em
  • 44. MOVIMENTO ESCOLANOVISMO  A influência do movimento escolanovista na Educação, no nosso país, ainda que defendesse a diminuição das desigualdades sociais, ao enfatizar o estudo das diferenças individuais e a proposição de ensino adequado e especializado, acabou contribuindo para a exclusão dos diferentes das escolas regulares.
  • 45. SÉCULO XX  Até mais da metade do século XX, o atendimento à pessoa com deficiência foi implementado através da institucionalização, da implantação de  escolas especiais mantidas pela comunidade e de classes especiais nas escolas públicas para os variados graus de deficiência mental. Houve, também, pouca preocupação com a conceituação e a classificação da deficiência. Os critérios  de seleção eram vagos, baseados em desempenho escolar ruim.
  • 46.  Para exemplificar o texto acima: em 1949, havia cerca de 40 estabelecimentos de ensino para pessoas com deficiência mental no país. Desses serviços, 27 estavam nas escolas públicas e os demais eram instituições particulares ou beneficentes. Em 1959, o número de instituições para pessoas com deficiência era de 190 e, destas, 77% eram públicas
  • 47. INSTITUIÇÕES DE NATUREZA FILANTRÓPICA  Como o sistema público não dava conta da demanda, observou-se, a partir de 1960, o crescimento das instituições de natureza filantrópica, sem fins lucrativos, as APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) que ofereceriam atendimento aos casos mais graves de deficiência mental.
  • 48. ANOS 70  Por volta de 1970, havia mais de 800 estabelecimentos de ensino especial no Brasil. Em junho de 1973, é criado o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), o primeiro órgão oficial para definir a política de Educação Especial no país, ainda que houvesse nos seus planos uma tendência em privilegiar a iniciativa privada, marcadamente assistencialista, em detrimento dos serviços públicos de ensino especial.
  • 49. 1986  Em 1986, é criada a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) que tem como objetivo coordenar as ações em Educação Especial.
  • 50. DIRETRIZES  As Diretrizes da Educação Especial, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, de 1987, indicava que “[....] o aluno excepcional deve ser integrado no processo educacional comum para que possa utilizar- se, da melhor maneira possível, das oportunidades educacionais oferecidas aos  alunos em geral” (SÃO PAULO, 1987, p.2).
  • 51. ENSINO ESPECIAL  O que se observava, no entanto, era a retirada de crianças do ensino regular, encaminhando-as para o ensino especial.
  • 52. SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO  Nessa época, o encaminhamento da escola comum para os serviços especiais definia o  caminho para a segregação e a exclusão do sistema regular:  a) Durante os primeiros meses, o professor identificava aquelas crianças que, segundo suas crenças ou expectativas, iriam fracassar;
  • 53. SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO  b) Já que eram incapazes, eram encaminhadas para avaliação psicológica ou médica que legitimava o rótulo estabelecido previamente pelo professor;  c) Eram, então, colocadas nas classes especiais, com a chance mínima de retorno ao sistema escolar regular.
  • 54. SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO  O aluno tornava-se, então, responsável por um problema que não era dele, mas do sistema educacional. As avaliações dos alunos feitas por profissionais fora do sistema escolar (médicos e psicólogos) desconsiderava a história escolar da criança, utilizando-se de um instrumental fora do contexto escolar.
  • 55. SEGREGAÇÃO E A EXCLUSÃO  Em resumo, essa forma de lidar com aqueles alunos que não conseguiam se apropriar dos conteúdos apresentados pelo professor,  mascarava a incapacidade do sistema de lidar com as diferenças individuais, com a heterogeneidade da sua clientela.
  • 56. BAIXO NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO  Havia um aspecto social determinante nessa atuação: as crianças que fracassavam eram, em sua maioria, provenientes de famílias de baixo nível sócio-econômico.