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OLIVIO CEZAR
VOL. 1
DIÁLOGOS COM
PAI JACÓ
OLIVIO CEZAR
VOL. 1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP. Brasil)
ISBN 978-65-01-55712-0 - 1ª- edição
Cezar. Olivio
Diálogos com Pai Jacó, 2025.
1. Doutrina Espírita 2. Auto ajuda 3. Desenvolvimento
espiritual
Todos os direitos reservados.
Reprodução total ou de trechos deste livro serão permitidos
após autorização do autor.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
4
DIÁLOGOS COM
PAI JACÓ
OLIVIO CEZAR
2025
VOL. 1
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
5
Deus, mizifio está dentro do teu coração.
Não procura Ele em altares ou mesmo no céu.
Ele permea tudo.
No plano material e no espirituá.
No micro e no macro cosmo.
Nos prano suti.
No astrá, no mentá que é só luz.
E em otros mais acima,
que preto velho não pode ainda acessá.
(*) A escrita aqui apresentada valoriza o conteúdo intuitivo e inspirado, em
alguns momentos sobrepondo-se às exigências formais da gramática,
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
6
Esta obra faz parte da trilogia:
 Diálogos com Pai Jacó – Vol. 1
 Encontros com Pai Jacó – Vol. 2
 Ensinamentos de Pai Jacó – Vol. 3
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
7
Índice
Palavras Antes da Jornada
Prefácio
Capítulo 1 – O jardim interior
Capítulo 2 – Ouve primeiro o silêncio
Capítulo 3 – O peso que não é teu
Capítulo 4 – A lembrança da alma
Capítulo 5 – A criança que chora em silêncio
Capítulo 6 – O acerto de contas espiritual
Capítulo 7 – Quando o corpo adoece a alma
Capítulo 8 – A cura não vem da superfície
Capítulo 9 – As correntes invisíveis
Capítulo 10 – A noite escura da alma
Capítulo 11 – O silêncio de Deus
Capítulo 12 – A alma e os sonhos
Capítulo 13 – Quando o amor machuca
Capítulo 14 – A casa espiritual
Capítulo 15 – O reencontro com o Eu Maior
Epílogo – A travessia
Mensagem final de Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
8
Palavras antes da jornada
Quando tinha 15 anos, comprei um quadro com o retrato
de um preto velho, sentado em um banquinho, com um
cachimbo na boca (muito parecido com a capa deste livro)
e o coloquei na sala de estar. Não lembro porque fiz isso,
pois na época era católico dedicado, daqueles que vão à
missa todos os domingos, confessando e recebendo a
comunhão e, principalmente, lendo com frequência o
Evangelho, procurando conhecer os ensinamentos de
Jesus.
Meus pais, como bons católicos que eram não receberam
bem a idéia do quadro, que foi para um depósito e de lá se
perdeu. Alguns anos depois, comecei a me interessar pela
Doutrina Espírita a partir a obras de Kardec e durante
muitos anos o preto velho ficou esquecido.
Avançando no tempo, tive a felicidade de frequentar
minhas primeiras reuniões mediúnicas em uma casa
espírita progressista, o Grupo da Fraternidade Leopoldo
Machado, em Salvador (Bahia) que permitia a
manifestação das falanges de espíritos de pretos velhos,
índios e até exus, e isso me reconectou novamente com
eles. Lembro-me que vários médiuns videntes me falavam
da presença de um preto velho ao meu lado, me
acompanhando.
O tempo foi passando, me oferecendo novas
oportunidades de conversar com muitos pretos velhos e
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
9
uma sintonia cada vez maior foi se formando entre nós.
Contudo, nenhum deles tinha o nome Jacó. Em 2016
comecei a frequentar o Centro Espírita Caridade e Luz, em
São Roque (SP), casa fundada em 1945, originalmente com
o nome Centro Espírita Pai Jacó. Logo nas primeiras
reuniões mediúnicas que eu presidia ele veio, sempre de
mansinho, por qualquer médium que estivesse disponível
no momento, oferecendo sábios conselhos.
Mas, foram necessários vários anos até que alguns
dirigentes e frequentadores entendessem a presença de Pai
Jacó como o mentor principal da casa e aceitasse que um
quadro em sua homenagem fosse colocado no salão
doutrinário, ao lado de outros grandes vultos do
Espiritismo. Infelizmente, por ignorância e preconceito, os
espíritas acham que esses espíritos são somente da
Umbanda e restringem suas comunicações, que são de
elevado teor moral.
O tempo continuou, a idade madura me trouxe um pouco
de sabedoria, mais intuição e tempo para reflexão. Hoje,
sinto sua presença todos os dias, sempre conversando
comigo, me incentivando a caminhar para frente e para o
alto.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
10
Prefácio
Existem encontros que não se dão com o corpo, mas com a
alma.
São diálogos que não precisam de palavras faladas, porque
são tecidos no silêncio profundo do coração. Foi assim que
Pai Jacó chegou até mim.
Ele não veio com pompas nem milagres. Veio descalço, de
fala mansa, com cheiro de café coado e sabedoria ancestral.
Sentou-se comigo não banco de madeira e começou a
conversar.
Cada encontro com esse Preto Velho de elevada hierarquia
espiritual me conduziu a camadas da alma que estavam
esquecidas: feridas da infância, dores de vidas passadas,
medos antigos e também potências escondidas que eu nem
sabia possuir.
Este livro nasceu desses encontros. Não como uma obra
doutrinária ou técnica, mas como um mapa simbólico,
feito de palavras que acolhem, curam e provocam. Os
diálogos com Pai Jacó são, na verdade, convites. Convites
para você também sentar no banco da alma, fechar os
olhos, e ouvir aquilo que sua essência mais anseia dizer.
Aqui, misturam-se saberes: a força dos arquétipos, a luz da
espiritualidade, a profundidade da psicologia
transpessoal, e a doçura dos guias que nos amam mesmo
quando nos perdemos. Você encontrará meditações,
regressões simbólicas, conversas com o medo, com a culpa,
com o perdão. E, principalmente, com você mesmo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
11
Não importa de onde você vem, que fé professa, ou que
nome dá a Deus. Se o seu coração reconhece a linguagem
da alma, então Pai Jacó também falará com você.
Este livro não é meu. É de todos que se permitirem ouvir.
Muita luz no seu caminhar.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
12
Capítulo 1 – O jardim interior
Há um lugar onde o mundo se cala…
Onde o tempo desacelera…
E onde você pode finalmente ouvir aquilo que sua alma vem
tentando dizer há muito tempo.
Esse lugar não está em nenhum mapa.
Não pertence a nenhuma religião.
Não se alcança por esforço, mas por entrega.
Esse lugar é o jardim interior.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
13
Atravessando o portal
Feche os olhos por um instante. Respire fundo.
Imagine que à sua frente existe um portão antigo —
simples, de madeira gasta pelo tempo, envolto por
trepadeiras e flores silvestres. Ele se abre suavemente.
Você atravessa. E sente que algo dentro de você começa a
silenciar.
Você caminha por um jardim encantado — talvez com
árvores frondosas, pedras cobertas de musgo, pássaros que
não têm medo. Um vento leve toca seu rosto. Tudo aqui
parece familiar… como se fosse um retorno, não uma
chegada.
No centro desse jardim, há um banco de madeira, sob a
sombra generosa de uma árvore ancestral.
Ali, sentado com o corpo sereno e a alma antiga, está Pai
Jacó.
Ele está de olhos fechados, como quem conversa com o
tempo.
Quando você se aproxima, ele sorri sem pressa.
— Ôh… está chegando, né, meu filho?
Vem, senta aqui com o véio.
Você demorou… mas veio.
Você senta. Nenhuma palavra é necessária. O silêncio
entre vocês é confortável. Vivo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
14
O primeiro diálogo
Você: — Pai Jacó… onde estou?
Pai Jacó: — está dentro de você, filho.
Esse lugar aqui é teu coração aberto.
É teu jardim de cura.
Você só esqueceu como chegar.
Mas agora… se lembrou.
Você: — E por que estou aqui?
Pai Jacó: — Porque chegou a hora.
A alma sabe quando é tempo de olhar pra dentro, de ouvir
o que foi calado, de sentir o que foi engavetado.
Você veio buscar respostas, né?
Mas às vezes, o que você precisa… é só sentar e lembrar-se
de sentir.
Ele pega um punhado de terra nas mãos e cheira.
— Tudo que é verdadeiro cresce devagar.
Mas cresce.
E você, meu filho, está florescendo por dentro, mesmo que
ainda ache que está seco.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
15
A semente
Pai Jacó então abre a palma da mão e te entrega uma
semente.
— Plante isso no teu jardim interior.
Numa parte que precise de esperança.
E toda vez que voltar aqui dentro de ti, rega com silêncio,
com oração, com verdade.
Mais cedo ou mais tarde… essa semente vira caminho.
Você pega a semente. Ela brilha levemente — como se
tivesse luz própria.
— Essa é tua.
E ninguém mais pode cuidar dela por ti.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
16
Encerramento simbólico
Você se despede de Pai Jacó com um gesto de gratidão.
Sabe que pode voltar quando quiser.
O jardim é seu. O banco estará lá. E o velho sábio…
também.
Ao abrir os olhos, você se sente mais inteiro.
Com a sensação de ter reencontrado uma parte esquecida
de si.
Talvez não saiba explicar o que aconteceu. Mas sabe que
algo mudou.
Prática sugerida
Nos próximos dias, sempre que puder, volte ao seu jardim
interior.
Sente-se com Pai Jacó. Pergunte. Ouça. Ou simplesmente
esteja.
E sempre que a dúvida vier, lembre-se:
Você já sabe o caminho.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
17
Capítulo 2 – Ouve primeiro o silêncio
Antes de qualquer palavra verdadeira, existe o silêncio.
É nele que a alma fala. É nele que Pai Jacó escuta.
Este capítulo marca o primeiro ensinamento essencial —
talvez o mais difícil para quem busca respostas apressadas:
- calar para ouvir o que importa.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
18
O reencontro
Você volta ao seu jardim interior.
Já conhece o caminho.
Os pés caminham mais leves.
O coração, menos aflito.
Lá está ele: Pai Jacó, sentado sob a árvore, com o olhar
voltado para o chão como quem conversa com a terra.
Você se aproxima devagar e se senta, em silêncio.
Ele respira fundo, ergue os olhos mansos, e fala devagar:
— Antes de perguntar, escuta.
Porque tem pergunta que é só barulho.
E tem silêncio que traz mais resposta do que mil palavras.
Você fica quieto. Pela primeira vez, aceita não saber.
E sente que algo se move dentro de si.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
19
Diálogo com o silêncio
Você: — Pai… por que é tão difícil ficar em silêncio?
Pai Jacó (sorri com ternura): — Porque no silêncio, não tem
como se esconder.
O silêncio é um espelho. Mostra tuas dúvidas, tua pressa,
tuas feridas.
Mas também mostra tua luz.
O problema é que o povo tem medo de se escutar.
Ele fecha os olhos e toca o peito.
— Tu vives num mundo que grita o tempo todo…
E aí quando o coração cochicha… ninguém ouve.
Mas só no silêncio é que a alma planta raiz.
Você: — Mas e quando o silêncio dói?
Pai Jacó: — Dói… porque está limpando.
Dói… porque tem coisa velha saindo.
Dói… mas cura.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
20
Palavra viva
Pai Jacó se levanta devagar. Caminha até uma pequena
fogueira no centro do jardim.
Ele pega um galho seco e diz:
— A palavra que nasce sem silêncio é igual esse galho:
seca, vazia, quebradiça.
Mas a palavra que nasce do silêncio… essa sim tem raiz,
tem flor, tem força.
Ele joga o galho no fogo e deixa queimar.
— A primeira palavra que você precisa aprender, meu
filho… é ouvir.
Ouvir com a alma.
Ouvir sem pressa.
Ouvir sem querer responder logo.
Porque quando você ouve de verdade… até o silêncio vira
oração.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
21
Encerramento simbólico
Pai Jacó te entrega uma pedra preta e lisa.
— Guarda essa pedra.
Quando tua mente gritar, segura ela.
Fecha os olhos e ouve teu coração.
Porque quem aprende a ouvir o silêncio… aprende a ouvir
Deus.
Você guarda a pedra junto à semente que recebeu antes.
Sai do jardim em paz.
Mais conectado.
Mais presente.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
22
Prática sugerida
Durante os próximos dias:
Reserve 5 minutos diários para o silêncio absoluto.
Sente-se com os olhos fechados e as mãos sobre o peito.
Ouça os ruídos internos… sem julgá-los.
Se vierem palavras, deixe passar… e ouça o que fica.
Palavra é ponte.
Mas o silêncio… é morada.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
23
Capítulo 3 – O peso que não é teu
Alguns fardos não nos pertencem, mas os carregamos como se
fossem nossos desde sempre.
- Culpa que não é nossa.
- Medos que não nasceram nesta vida.
- Silêncios herdados.
- Promessas feitas há muito tempo... e esquecidas.
Neste capítulo, o Preto Velho nos convida a reconhecer o
que estamos carregando sem necessidade, para que
possamos devolver com amor — e seguir mais leves.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
24
O fardo na trilha
Na visão simbólica, você caminha por um caminho de
terra.
Seu corpo está curvado… pesado.
Às costas, um saco amarrado com cordas velhas.
Você não lembra quando o pegou. Só sabe que está aí há
tanto tempo, que virou parte de você.
Ao longe, Pai Jacó te espera sentado numa pedra, embaixo
de uma árvore torta e cheia de história.
Quando você se aproxima, ele observa o saco às suas
costas e diz com firmeza amorosa:
— está carregando o que não é teu, né, meu filho?
Você tenta explicar. Justificar. Mas ele ergue a mão:
— Não precisa contar tudo, não.
Véio Jacó sabe…
Às vezes, a alma pega dor que é da mãe, do pai, dos fio…
Outras vezes, pega promessa de outra vida…
E tem hora que carrega até os sentimentos dos outros,
achando que é compaixão.
Mas isso, meu filho, não é caridade… é prisão.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
25
O reconhecimento
Pai Jacó te convida a tirar o saco das costas e colocá-lo no
chão.
Você hesita.
O peso já virou hábito.
Mas com cuidado, desfaz os nós e o abre.
Dentro dele, há pedaços de dor, frases antigas, rostos
esquecidos, símbolos de lutas que não são mais suas.
Ele te olha nos olhos:
— Olha bem pra isso aí.
Agradece.
Honra.
Mas devolve.
— Quem ama de verdade… não carrega a dor do outro
como escudo.
Carrega como lembrança.
Como semente de compaixão.
Mas sem se esquecer de viver a própria vida.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
26
Ritual de liberação simbólica
Ele acende uma pequena fogueira ao lado.
— Coloca aí dentro o que já cumpriu seu tempo.
Você pega, com respeito, os pesos. Um a um.
Para cada objeto simbólico, uma liberação.
Para cada nome, um perdão.
Para cada dor, um aprendizado.
A fogueira consome o que não é mais necessário.
E no fogo, tudo se transforma.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
27
Diálogo final
Você: — Por que aceitei carregar este peso por tanto
tempo?
Pai Jacó: — Porque você achava que amar era sofrer pelo
outro.
Mas amor de verdade é libertar.
Primeiro os outros.
Depois… você mesmo.
Ele coloca as mãos sobre seus ombros:
— Agora vai.
Mais leve.
Porque a alma que solta o peso dos outros… começa a voar
com as próprias asas.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
28
Prática sugerida
1. Escreva num papel tudo o que sente que carrega dos
outros: traumas herdados, culpas familiares, medos que
não sabe de onde vêm.
2. Honre essas histórias. Leia em voz alta.
3. Queime o papel (com segurança), mentalizando que está
devolvendo o que não é seu com gratidão e amor.
4. Ore. Respire. E se abrace.
Nem tudo que pesa é seu.
Nem tudo que vem com amor, deve ficar com dor.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
29
Capítulo 4 – A lembrança da alma
Algumas memórias não moram na cabeça.
Moram no corpo.
Na emoção.
No medo sem nome.
No sonho recorrente.
No gesto que se repete sem explicação.
Pai Jacó convida você a tocar uma das mais profundas
camadas do ser: — a memória espiritual — aquilo que tua
alma nunca esqueceu, mesmo que sua mente não lembre
mais.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
30
O espelho do tempo
No jardim interior, hoje há um silêncio diferente.
Mais denso. Mais profundo.
Você caminha devagar, sentindo o chão sob os pés com
mais consciência.
Ao fundo, vê Pai Jacó sentado diante de algo novo: um
espelho preto, redondo como a lua nova, cercado por velas
acesas.
Ele acena para você se aproximar.
— Hoje nóis vai olhar pra trás, meu filho.
Mas não é pra reviver dor, não.
É pra lembrar de quem você é.
Você senta ao lado dele, e o espelho começa a vibrar
levemente.
Não mostra reflexo. Mostra sensações.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
31
A indução simbólica
Pai Jacó orienta:
— Fecha os olhos.
Respira bem fundo.
Imagina que você está caminhando por um corredor de
luz…
No final dele, tem uma porta.
Atrás dela… uma lembrança antiga da tua alma.
Você visualiza o corredor.
A cada passo, se sente mais leve.
Mais disponível.
Abre a porta.
E sente:
– Um cheiro familiar.
– Uma dor no peito.
– Um nome sussurrado.
– Uma paisagem diferente… antiga.
Você não vê tudo com clareza. Mas sente.
E no sentir… começa a lembrar.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
32
O diálogo da lembrança
Você: — Pai Jacó… é real isso que tô vendo? Ou é
imaginação?
Pai Jacó (com serenidade): — É tua alma te contando uma
história.
Real não é só o que o olho vê.
Real também é o que faz teu coração tremer, tua mão suar,
tua lágrima cair sem saber por quê.
— Não precisa entender tudo agora.
Só sente.
E guarda.
Ele coloca a mão no seu ombro e fala com doçura firme:
— Tem dor que vem de outra vida.
Tem talento também.
E quando você lembra… você cura.
Você recolhe os pedaços do que ficou espalhado no tempo.
A oferenda de lembrança.
Pai Jacó te entrega uma pequena pena branca.
— Essa pena veio da ave que voou contigo em outras
encarnações.
É leve… como tua alma deve ser.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
33
Quando lembrar do passado, lembra com amor.
Não com peso.
Porque você não é o que aconteceu contigo.
Você é o que você escolhe fazer com o que lembra.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
34
Prática sugerida – Viagem simbólica
1. Reserve um momento de silêncio.
2. Deite-se ou sente-se com os olhos fechados.
3. Imagine um corredor de luz e uma porta ao final.
4. Atravessando essa porta, confie no que vier: imagens,
sensações, nomes, paisagens.
5. Ao retornar, escreva tudo que sentir. Não analise.
Apenas registre.
6. Agradeça à sua alma pela lembrança.
"Reencarnar é lembrar-se aos poucos…
Evoluir é saber o que fazer com o que se lembra."
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
35
Capítulo 5 – A criança que chora em
silêncio
Antes das culpas,
antes dos medos,
antes das máscaras…
Existe uma criança.
Ela ainda vive dentro de você.
Às vezes escondida, outras vezes ferida…
Mas sempre esperando ser vista, ouvida, acolhida.
Aqui, Pai Jacó te convida a reencontrar essa criança
espiritual, aquela que guarda os traços da tua essência e os
traumas que o tempo não curou.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
36
O bosque da infância
No jardim interior, hoje o caminho te leva a um bosque
florido e silencioso.
As árvores são mais baixas. Os sons, mais suaves.
Você sente uma saudade que não sabe explicar.
No meio do bosque, sentada não tronco caído, está uma
criança.
Ela está de costas. Cabeça baixa.
Chora em silêncio.
Você se aproxima, com delicadeza.
Antes que diga qualquer coisa, Pai Jacó surge, com um
olhar sério e compassivo.
— Chegou a hora, meu filho.
Hora de abraçar quem você esqueceu.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
37
O encontro
Você se aproxima da criança.
Ela levanta o rosto devagar.
Os olhos são os seus.
Mas mais puros. Mais intensos. Mais tristes.
Ela não diz nada. Mas o olhar dela pergunta:
“Por que você me deixou aqui sozinho?”
Você sente a dor. A culpa. A ternura.
E então, com lágrimas nos olhos, você se ajoelha e estende
os braços.
— Me perdoa. Eu não sabia cuidar…
Mas agora eu voltei.
A criança hesita, mas se entrega.
O abraço é silencioso, mas cura memórias que você nem
sabia que estavam abertas.
Pai Jacó observa com o chapéu na mão, em respeito ao
momento.
— A criança não precisa de explicação.
Ela precisa de acolhimento.
De promessa nova. De colo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
38
Diálogo da alma
Você: — Como cuido dela agora, Pai?
Pai Jacó: — Dando a ela o que nunca deram: escuta,
paciência, tempo, afeto.
Não é mimar. É curar.
Toda vez que tua alma sangrar por dentro, pergunta:
“É ela que está chorando?”
Porque às vezes, o adulto grita…
Mas é a criança que está com medo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
39
O presente
Pai Jacó tira um pequeno boneco de pano do bolso e
entrega à criança:
— Isso aqui é símbolo de proteção.
Quando você tiver com medo, abraça isso.
E lembra: agora você não está mais sozinho.
Você segura a criança pela mão.
O menino sorri, pela primeira vez.
E então… caminha com você.
Agora, vocês são um só.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
40
Prática sugerida – O resgate da criança interior
1. Reserve um tempo para si, em silêncio.
2. Feche os olhos e visualize um bosque onde sua criança
interior está.
3. Sinta a emoção dela. Abrace. Peça perdão. Diga que está
de volta.
4. Escute o que ela precisa dizer. Prometa cuidar dela.
5. Escreva uma carta para essa criança. Leia para si mesmo
em voz baixa.
6. Se quiser, desenhe ou procure uma foto de infância para
acompanhar esse processo.
“Quando a criança sorri por dentro, a alma começa a florescer
por fora.”
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
41
Capítulo 6 – O acerto de contas espiritual
Há encontros nesta vida que não são novos.
São reencontros.
Pactos antigos.
Promessas quebradas.
Feridas abertas em outras existências, que retornam para pedir
cura — não vingança.
Este capítulo é um chamado à reconciliação profunda,
consigo mesmo e com os outros. É o momento de olhar
para as amarras invisíveis que ainda prendem a alma.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
42
O círculo das dívidas
No centro do jardim, hoje há um círculo feito de sal grosso
e carvão.
Dentro dele, quatro velas estão acesas, uma em cada ponto
cardeal.
Pai Jacó está de pé, com um colar de contas vermelhas no
peito e um bastão na mão.
— Hoje nóis vai mexê com coisa que o povo gosta de
evitar:
- Acerto de conta espiritual.
Mas fica calmo, filho… isso aqui não é castigo.
É libertação.
Ele pede que você entre no círculo.
Ao fazê-lo, você sente um calor no peito.
Imagens começam a surgir…
Rostos. Situações.
Pessoas que causaram dor — ou que sofreram por sua
causa.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
43
Diálogo com a sombra
Você: — Pai Jacó… por que isso ainda me persegue?
Pai Jacó: — Porque tua alma não esqueceu.
E enquanto não houver perdão, verdade e restituição… a
conta volta.
E o que a justiça dos homens não vê… a justiça espiritual
guarda.
Você: — E se eu não lembrar o que fiz?
Pai Jacó: — não precisa lembrar tudo.
Precisa sentir o chamado do acerto.
Se a alma sente culpa ou medo sem razão… é sinal que
tem nó de outra vida pedindo pra ser desatado.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
44
O ritual de reconciliação
Pai Jacó pede que você feche os olhos e chame
mentalmente:
Aqueles que feriu.
Aqueles que te feriram.
Aqueles que ainda te seguem nas sombras, cobrando
o que não foi resolvido.
Um a um, você os imagina diante de si.
Ele diz: — Agora, você vai dizer com a alma:
“Se te feri, me perdoa.
Se me feriu, eu perdoo.
Que a luz da verdade nos liberte.
Que cada um siga seu caminho.
Em paz.”
Você repete. A voz treme. Mas sai.
E então, uma luz dourada desce sobre o círculo.
— Agora você está devolvendo o que é deles…
E tomando de volta o que é teu.
Isso é resgate de poder espiritual, meu filho.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
45
Libertação dos obsessores
Pai Jacó faz um gesto sobre sua cabeça e diz em voz firme:
— Se tiver obsessor, guia endurecido, espírito
preso…
Que receba agora a luz da verdade.
Que vá pra onde precisa ir.
Que solte a alma desse filho que escolheu se curar.
Você sente uma pressão saindo dos ombros.
Um peso indo embora.
Algo dentro de você se desamarra.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
46
O presente
Ao final, ele te entrega um cristal preto.
— Isso aqui é tua força.
Quando se sentir fraco, segura isso e lembra:
Você já se libertou de coisa muito mais pesada do que
pensa.
E se tiver dívida que ainda precisa acertar…
Que seja com amor, com lucidez, com escolha.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
47
Prática sugerida – Roda de perdão espiritual
1. Acenda quatro velas em forma de círculo (se desejar,
desenhe com sal no chão). Ou substitua as velas por
varetas de incenso.
2. Sente-se no centro com os olhos fechados.
3. Mentalize pessoas ligadas a dores passadas. Peça
perdão. Ofereça perdão.
4. Finalize com uma oração que venha do coração.
5. Ao apagar as velas (ou após a queima completa dos
incensos), diga em voz baixa:
"Cada um segue com sua luz. E eu sigo com a minha."
"Perdoar é pagar uma dívida antiga com a moeda da
consciência."
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
48
Capítulo 7 – Quando o corpo adoece a
alma
Nem toda dor nasce da carne.
Nem toda doença começa no sangue.
Muitas vezes, o corpo fala o que a alma calou por tempo demais.
Este capítulo é um convite à escuta profunda do corpo
como mensageiro da alma — e não como inimigo.
Pai Jacó nos ensina que todo sintoma é uma carta que
precisa ser lida com amor.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
49
O leito simbólico
Você entra numa pequena casa de cura espiritual, simples,
de chão batido e paredes feitas de barro e fé.
No centro, uma esteira de palha.
Você deita nela.
Pai Jacó aparece com um pote de argila e ervas. Ele se
ajoelha ao seu lado e começa a passar a mistura nos seus
braços, pernas e peito.
— O corpo é morada da alma, meu filho.
Quando a alma está ferida, o corpo vira altar de aviso.
A dor, às vezes, é só um grito pedindo escuta.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
50
O mapa do corpo-emoção
Ele aponta algumas partes do seu corpo com delicadeza:
Cabeça pesada → pensamento repetido, culpa
antiga.
Peito apertado → mágoa guardada, amor sufocado.
Barriga doente → medo do futuro, digestão da vida
travada.
Coluna envergada → excesso de responsabilidade,
fardos que não são seus.
— Tudo isso é tua alma tentando falar contigo, filho.
Mas você anda escutando mais médico do que tua
intuição, né?
Ele sorri com doçura, mas o olhar é sério.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
51
Diálogo com a dor
Você: — Mas e se a doença for mesmo física? Biológica?
Pai Jacó: — E é mesmo.
Mas toda doença física tem uma raiz energética, emocional
ou espiritual.
Se você trata só o sintoma… a alma continua ferida.
— Agora, se você trata com amor, escuta, perdão e
mudança…até o corpo agradece.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
52
O ritual de escuta do corpo
Ele pede silêncio.
— Fecha os olhos.
Escolhe uma parte do teu corpo que dói ou incomoda.
Pergunta pra ela:
“O que você está tentando me contar?”
Você faz isso.
No início, nada vem. Mas então… uma imagem. Uma
lembrança. Uma emoção.
Você começa a entender.
A dor tem voz. E tem história.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
53
O bálsamo
Pai Jacó coloca uma gota de óleo de arruda e alfazema
sobre sua testa.
— Que essa unção seja tua cura.
Que você aprenda a cuidar do corpo como se cuida de um
templo.
Porque não é fraqueza adoecer.
Fraqueza é ignorar o que a alma grita até o corpo cair.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
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Prática sugerida – Escuta terapêutica do corpo
1. Escolha um momento de calma.
2. Deite-se ou sente-se confortavelmente.
3. Concentre-se em uma parte do corpo que está doendo
ou tensa.
4. Pergunte mentalmente: “O que você quer me dizer?”
5. Anote o que vier: sensações, memórias, emoções.
6. Agradeça ao corpo pela mensagem.
"O corpo grita o que a alma sussurra.
Cura de verdade escuta os dois."
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
55
Capítulo 8 – A cura não vem da
superfície
Curar não é apagar a dor.
Curar é entender o que a dor quis ensinar.
Nem sempre o corpo melhora.
Mas a alma… a alma pode florescer mesmo no meio da
tempestade.
Aqui, Pai Jacó nos conduz para além das aparências. Ele
mostra que a cura verdadeira não começa na pele, nem
termina no diagnóstico. Ela começa quando a gente muda
por dentro.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
56
A roda dos curadores
Hoje, no jardim interior, há uma roda de espíritos vestidos
de branco.
Homens e mulheres de diversas raças, idades, origens.
São os curadores da alma.
Cada um carrega um instrumento: um tambor, uma folha,
uma pedra, um livro.
Pai Jacó está no centro. Ele te convida a se sentar entre eles.
— Hoje você vai aprender o que cura de verdade.
Porque tem muita gente por aí querendo milagre…
Mas fugindo da mudança.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
57
A ilusão da cura rápida
Você: — Pai Jacó, por que algumas pessoas rezam, fazem
tratamento espiritual… e continuam doentes?
Pai Jacó: — Porque pensam que cura é ficar bom por fora.
Mas tem doença que foi semeada em muitas vidas.
Tem dor que vem pra acordar a alma.
E enquanto a alma não acorda, o corpo continua
chamando.
— Cura não é só melhora.
Cura é mudança.
Cura é quando você deixa de ser quem adoeceu… e vira
quem escolhe viver diferente.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
58
As três perguntas do curador
Pai Jacó acende uma vela azul clara diante de você e
pergunta com firmeza:
1. Você quer mesmo mudar?
2. Está pronto pra abrir mão do que sustenta essa
dor?
3. Vai aceitar viver sem precisar do sofrimento pra se
sentir vivo?
Você sente o impacto das palavras.
Mudar assusta mais do que adoecer, às vezes.
Porque a dor, ao menos, é conhecida.
Mas a cura… exige o novo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
59
A oferenda interior
Ele te pede para entregar, simbolicamente, algo que ainda
te prende à dor:
– Um medo.
– Uma crença.
– Uma relação tóxica.
– Uma identidade baseada na vítima.
Você coloca isso no centro da roda, numa pequena tigela
de barro.
A tigela começa a brilhar.
O círculo inteiro vibra.
— Agora sim… a cura começou.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
60
Diálogo final
Você: — E se eu cair de novo?
Pai Jacó: — Então você levanta…
Porque curar não é nunca mais sofrer.
Cura é sofrer de outro jeito:
Com consciência.
Com propósito.
Sem culpa.
Com fé.
— O milagre, meu filho… é continuar com fé mesmo
quando não tem sinal nenhum que vai dar certo.
Fé é semente. Cura é colheita.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
61
Prática sugerida – A cura como caminho
1. Escreva:
– O que você acredita que precisa curar.
– O que ainda te prende à dor.
– Como sua vida mudaria se você fosse curado.
2. Reflita:
– O que você está disposto a fazer diferente?
3. Crie seu próprio símbolo de cura (um desenho, um
objeto, uma palavra) e mantenha por perto como lembrete
do seu compromisso.
"A alma começa a sarar no dia em que a gente para de procurar
milagre… e começa a construir mudança."
Pai Jacó.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
62
Capítulo 9 – As correntes invisíveis
Tem algema que não se vê.
Tem prisão que é feita de medo, culpa e pensamento repetido.
Tem corrente que não foi posta por outro…
Mas por você mesmo, em outras vidas ou nesta.
Neste Capítulo, Pai Jacó nos mostra que, muitas vezes, a
alma está presa sem saber. Presa em crenças. Presa em
pactos antigos. Presa em palavras que aceitou como
verdade… e carregou como destino.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
63
O labirinto das crenças
Você entra não corredor escuro.
Cada parede tem inscrições. Frases. Palavras.
Você reconhece algumas:
“Você não merece.”
“Nunca vai dar certo.”
“Você nasceu pra sofrer.”
“Melhor não tentar.”
Cada uma dessas frases brilha como se ainda estivessem
vivendo dentro de você.
Pai Jacó aparece, com um cajado de luz.
— Esse aqui é o labirinto da mente presa, meu filho.
Essas palavras aí… não são verdades.
São feitiço de repetição.
Foram ditas por alguém — e você acreditou.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
64
As correntes do pensamento
Você: — Pai Jacó, como eu me liberto disso?
Pai Jacó: — Primeiro passo é ver.
Segundo é negar a mentira.
Terceiro é plantar uma nova palavra onde antes só tinha
veneno.
Ele aponta para uma frase escrita na parede:
"Você é fraco."
Com o cajado, ele toca a frase.
Ela se apaga.
No lugar, surge outra:
"Você é mais forte do que pensa."
— Isso é reprogramação da alma, filho.
Você não precisa de mágica…
Precisa de coragem pra trocar o que te prende por aquilo
que te liberta.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
65
Pactos inconscientes
Pai Jacó explica:
— Em outras vidas, você pode ter feito pactos de dor, de
silêncio, de pobreza, de castigo.
Promessas como:
"Nunca mais amarei."
"Pagarei com o corpo o que devo com a alma."
"Serei servo pra sempre."
— E quando você reencarna… mesmo sem lembrar, está
vivendo como se essas promessas ainda valessem.
Você: — E eu posso revogar isso?
Pai Jacó: — E deve!
Ele te entrega uma folha de bananeira.
Nela, você escreve:
"Revogo toda promessa, pacto ou crença que me prende ao
sofrimento.
Aceito agora viver com liberdade, amor e consciência."
A folha queima sozinha e se transforma em luz dourada.
— Agora você começou a quebrar as correntes invisíveis.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
66
O presente da liberdade
Pai Jacó te entrega um colar de contas azuis.
— Isso aqui é símbolo de liberdade de pensamento.
Quando sentir que está preso de novo… segura isso e
lembra:
— Você pode escolher outro caminho.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
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Prática sugerida – Quebra simbólica de pactos e crenças
1. Em silêncio, escreva todas as frases que ainda limitam
sua vida.
2. Depois, ao lado de cada uma, escreva uma nova frase
curadora.
3. Queime (com cuidado) ou rasgue o papel antigo.
4. Reafirme as novas palavras por 7 dias.
5. Ore:
“Liberto minha alma de tudo que não me pertence mais.
Eu sou livre. Eu sou novo. Eu sou inteiro.”
"Toda corrente tem um elo que pode ser quebrado.
E toda alma tem dentro de si a chave da libertação."
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
68
Capítulo 10 – A noite escura da alma
O silêncio era quase absoluto. O ambiente estava vazio,
iluminado apenas pela luz tímida da lamparina. A fumaça
do incenso subia em espirais lentas, como se hesitasse em
deixar o chão.
Sentei no banco de madeira com a alma pesada. Havia dias
em que nada parecia fazer sentido. Nem os ensinamentos,
nem as preces, nem mesmo as palavras doces de Pai Jacó
ressoavam dentro de mim. Era como se o mundo espiritual
tivesse se retirado para algum lugar distante, inacessível, e
me deixado ali... sozinho.
Foi então que ele apareceu. Silencioso como sempre,
apoiando o bastão firme na terra, olhos de ébano
profundo, olhar que vê além da superfície. Não sorriu
dessa vez. Sentou-se ao meu lado e apenas respirou
comigo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
69
— Está sentindo que está tudo escuro, né, filho? —
perguntou.
Assenti com a cabeça, incapaz de dizer qualquer coisa sem
me emocionar.
— A noite escura da alma... chega devagar, mas toma
tudo. A fé fica sem voz, a esperança sem cor, o coração
sem direção.
Fechei os olhos e as lágrimas escorreram sem força. Era
isso. Eu estava vazio. Sem brilho, sem resposta, sem chão.
— Mas ó... — continuou ele, com voz baixa — quando o fio
de luz some, é que a gente aprende a ver com o espírito.
— Mas por que, Pai Jacó? Por que o plano espiritual se cala
quando mais precisamos?
— Porque é hora de escutar teu espírito, filho. Nessa
travessia, os guia tudo se aquieta, não porque foram
embora, mas porque tão ali... sustentando tua alma de
longe, respeitando teu silêncio interno.
Ele tocou meu ombro com carinho.
— Você está atravessando a noite da tua alma. Não porque
errou. Mas porque está crescendo. E crescer... dói.
Silêncio.
— Às vezes, Deus se esconde no escuro pra gente deixar
de procurar Ele fora, e começar a procurar Ele dentro.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
70
Sabe, filho... a fé verdadeira não nasce na bonança. Ela
nasce é no deserto.
Suspirei fundo. A dor continuava ali, mas algo em mim se
movia.
— E quanto tempo dura essa noite, Pai?
Ele olhou para as estrelas lá fora e respondeu com doçura:
— Dura o tempo da travessia. Dura o tempo que tua alma
precisa pra lembrar que tem luz própria.
Depois se levantou, bateu o cajado no chão e disse, antes
de desaparecer:
— Só atravessa a noite escura quem está pronto pra
amanhecer de dentro pra fora.
E ali fiquei, não mais esperando respostas, mas aceitando o
silêncio como parte da jornada. Pela primeira vez, percebi
que mesmo na escuridão, algo em mim continuava aceso.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
71
Capítulo 11 – O silêncio de Deus
O céu daquela noite parecia distante. Nenhuma estrela
visível. A lua se escondeu atrás das nuvens, e o vento que
dançava entre as folhas parecia sussurrar coisas que eu não
conseguia entender.
A sensação de abandono persistia. Era como se Deus
houvesse recolhido Sua voz, como se todas as preces
tivessem caído em um poço fundo, sem eco. Eu havia me
acostumado com a presença silenciosa de Pai Jacó, com os
sinais, os sonhos, os pressentimentos. Mas agora... nada.
Nem sonho, nem sinal. Nem mesmo ele.
Voltei ao pátio solitário. Era madrugada. Sentei-me ao pé
da árvore onde tantas vezes o vi encostado, cajado à mão e
sabedoria no olhar. Fiquei ali, com os olhos fechados,
escutando o vazio. E foi ali, sem cerimônia, sem efeito
especial, que senti novamente sua presença.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
72
— Deus não some, filho. É nóis que cala dentro.
Abri os olhos devagar. Ele estava ali, como se nunca
tivesse ido. Mas agora com um semblante mais grave,
como quem vem tocar em algo profundo.
— Quando o coração da gente está barulhento demais,
Deus silencia. Não é castigo, é convite. Deus não grita com
quem já está gritando por dentro.
Aquelas palavras caíram sobre mim como água morna.
— Tem hora que a prece não sobe — continuei —, que o
coração não sente. Parece que Ele desistiu de mim.
Pai Jacó fez um gesto com a cabeça, pedindo que eu o
acompanhasse. Caminhamos até o interior do pátio e ele
apontou para um vaso seco, onde antes havia uma flor.
— Sabe essa terra aí? Está seca, sem flor, sem perfume.
Mas a raiz ainda está viva. Está calada, esperando a hora
de brotar.
— Mas e o céu que não responde? — insisti.
— O céu sempre responde, filho. Mas às vezes Ele
responde com silêncio, pra ensinar que fé de verdade não
depende de emoção, nem de arrepio. Fé de verdade é
decisão: a de continuar caminhando mesmo sem ver o
caminho.
Ele se abaixou e tocou a terra do vaso.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
73
— Toda alma que amadurece atravessa esse silêncio de
Deus. Porque é nesse silêncio que a gente descobre que Ele
nunca foi fora... sempre foi dentro.
Fechei os olhos. O silêncio continuava, sim — mas agora
tinha outro sabor. Não era abandono, era espaço sagrado.
Um intervalo entre a dor e o milagre.
Antes de se afastar, ele ainda disse:
— Fica tranquilo, filho. Se Deus está em silêncio, é porque
Ele está te escutando mais do que nunca. Quando Ele cala,
é tua alma que precisa falar.
E mais uma vez, a noite se iluminou sem precisar de
estrela.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
74
Capítulo 12 – A alma e os sonhos
Numa certa noite, adormeci cansado, mas com o coração
mais leve. Havia aceitado o silêncio de Deus, como quem
entende que há respostas que só chegam depois que a
alma aprende a escutar mais do que com os ouvidos. Mas
naquela madrugada, algo diferente aconteceu.
No sonho, eu me vi caminhando num campo amplo,
envolto por uma névoa dourada. O chão era feito de terra
vermelha, firme, mas viva. Havia árvores imensas, com
copas que tocavam o céu. E ali, como sempre, estava Pai
Jacó. Mas dessa vez, ele não veio com o cajado — veio com
uma tocha acesa.
— Vamo fazer uma viagem dentro de você, filho — disse
ele, sem rodeios. — Porque alma que só olha pro mundo
de fora, se perde dos caminhos de dentro.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
75
Seguimos caminhando. A paisagem mudava conforme eu
sentia. Quando eu temia, o chão tremia. Quando eu me
acalmava, flores nasciam ao redor. Entendi, então, que
aquele não era um lugar qualquer. Era meu mundo
interior.
— O sonho, filho, é onde tua alma fala mais livre. É onde o
espírito tira os sapatos do corpo e caminha na verdade.
Paramos diante de um espelho d’água. Nele, vi cenas da
minha infância, momentos esquecidos, dores adormecidas.
Vi também rostos desconhecidos — ou melhor, não
lembrados — de outras vidas. Uma mulher que me olhava
com ternura e tristeza. Um homem que me estendia a mão
após uma batalha. Um menino com meus olhos que sorria
para mim como se me reconhecesse.
— Tudo isso é você também — sussurrou Pai Jacó —. A
alma não tem só um tempo, ela carrega muitos. E o sonho
é o lugar onde esses tempos tudo se encosta.
— Mas como saber o que é só imaginação e o que é
mensagem? — perguntei.
Ele olhou firme e respondeu:
— Sonho tem cheiro, filho. Quando é só da mente, some na
primeira luz do dia. Mas quando é da alma... ele te
acompanha feito perfume invisível, mexe com tuas
escolha, muda tua estrada.
Sentei à beira daquele lago. Deixei que as imagens
passassem como nuvens. Vi dores que não compreendia, e
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
76
agora faziam sentido. Vi promessas antigas. Vi tarefas
esquecidas. Vi amor. Vi culpa. Vi recomeço.
— Toda noite é convite — disse Pai Jacó. — Mas só entra
nesse mundo quem aprende a dormir com o espírito
desperto.
— E como desperto o espírito durante o sono?
Ele sorriu com paciência:
— Com prece, com intenção, com coração limpo. Não
precisa muito, filho... antes de dormir, entrega. Só isso.
Entrega tua alma pros bons amigos do Alto, que eles
levam tua consciência aonde você mais precisa ir.
E antes que eu pudesse agradecer, tudo se desfez. A
paisagem, a luz, o lago. Acordei com os olhos úmidos e o
coração cheio. Sabia que havia estado num lugar real,
embora invisível. E que nem todos os sonhos são
esquecíveis. Alguns são avisos, reencontros, curas.
Naquela manhã, escrevi em meu caderno:
"Na linguagem da alma, o sonho é a voz do invisível que
cochicha o que a vida ainda não consegue dizer em voz alta."
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
77
Capítulo 13 – Quando o amor machuca
Era fim de tarde, e o céu parecia um coração aberto: tons
de vermelho e dourado se misturavam no horizonte, como
se o dia estivesse se despedindo com emoção. Eu estava
recolhido, sentindo um aperto antigo. Aquela dor que não
vem de um lugar físico, mas do centro do peito — uma
saudade que não se sabe de quê, uma ferida sem nome.
Estava mexido. Pensava nas pessoas que passaram pela
minha vida: amores intensos, laços difíceis, amizades
rompidas. E me perguntava: por que amar às vezes dói
tanto?
Foi quando Pai Jacó se aproximou. Veio devagar,
respeitando meu silêncio. Sentou-se ao meu lado, como
quem já conhecia aquela dor.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
78
— Coração ferido é chão fértil, filho. Se não tiver cuidado,
vira espinho. Mas se souber cuidar... vira flor.
Fiquei em silêncio. Ele prosseguiu:
— Amor, meu filho... é coisa divina. Mas quando a gente
mistura amor com carência, apego ou medo de ficar só, aí
vira nó. Nó na alma.
— Mas Pai, por que a gente ama quem nos machuca? Por
que é tão difícil se libertar?
Ele olhou o pôr do sol, depois me olhou por dentro.
— Porque tua alma reconhece, mesmo sem lembrar. Às
vezes, o que você chama de paixão é reencontro de outras
vidas. E nem sempre reencontro é abraço. Tem reencontro
que é acerto, que é aprendizado, que é espelho. Tem alma
que vem pra te ensinar a amar certo... pra te mostrar o
quanto você ainda ama errado.
As palavras pesavam e libertavam ao mesmo tempo.
— Mas e quando a gente faz tudo certo, e mesmo assim
sofre?
— Ah, filho... o amor certo às vezes machuca também.
Porque amar de verdade é se expor. Mas se machuca mais
do que cura, mais prende do que liberta... não é amor. É
apego vestido de amor.
— E como curar isso, Pai?
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
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Ele ficou um tempo em silêncio. Depois respondeu com
suavidade:
— Primeiro, você precisa se escolher. Depois, você precisa
perdoar. E, por fim, você precisa deixar ir. Não o que foi
bonito, mas o que hoje já não serve. Amor de verdade não
aprisiona, não controla, não dói sempre. Amor verdadeiro
é altar, não é cela.
Fechei os olhos. Lembrei-me de rostos, de palavras, de
promessas feitas e desfeitas. Doeu. Mas pela primeira vez,
a dor tinha nome. Tinha direção.
Pai Jacó tocou meu ombro com firmeza.
— O amor que machuca é professor. O que cura é aquele
que começa em você mesmo. Aprende a se amar, filho.
Quem não se ama, aceita qualquer coisa e chama de amor.
Antes de partir, ele olhou para o horizonte e disse:
— Se quiser saber se é amor bom, pergunta: "esse amor me
faz mais perto ou mais longe de mim mesmo?"
E então desapareceu como sempre — deixando no ar o
perfume discreto da verdade que cura devagar.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
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Capítulo 14 – A casa espiritual
Numa noite silenciosa, fui tomado por uma sensação
estranha: como se estivesse sendo chamado, não por uma
voz externa, mas por um eco vindo de dentro. Senti uma
leveza incomum, como se meu corpo adormecesse, mas
minha consciência despertasse em outro plano.
Lá estava Pai Jacó, de pé ao lado de uma trilha feita de
pedras brancas, ladeada por folhas caídas. Olhou-me com
ternura, mas sem sorrir. Seu semblante era o de quem
conduziria algo sério — porém necessário.
— Hoje você vai visitar tua morada — disse, sem rodeios.
— Minha casa? — perguntei confuso.
— Tua casa espiritual. Aquela que você vai construindo
com os pensamentos, os sentimentos, os gestos de cada
dia.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
81
Caminhamos por um tempo que não sei medir. Então,
avistamos uma casa à distância. Era simples, mas
carregava uma energia densa. As paredes pareciam cinza;
as janelas estavam fechadas. Um telhado rachado. As
portas trancadas por dentro.
— Essa é tua casa agora, filho — disse Pai Jacó, com calma.
— Não precisa ter vergonha. Todo mundo tem uma assim
em algum momento da caminhada.
Aproximei-me devagar. Ao tocar a porta, ela se abriu
sozinha. O ar lá dentro era abafado. Os cômodos escuros,
desorganizados, cheios de objetos velhos, lembranças
esquecidas, sentimentos empilhados como papéis
amarelados.
— Aqui é onde você guarda as mágoas, as culpass, as
palavra que nunca disse, o perdão que ainda não deu —
explicou ele. — Teu espírito mora aqui quando se afasta da
luz.
Fiquei parado, em silêncio. Meu coração apertava. Aquela
casa era eu.
— E o que faço com isso tudo?
Pai Jacó andou até uma janela e abriu as cortinas. Um feixe
de luz entrou.
— Primeiro, você ilumina. Depois, você limpa. Cada vez
que você perdoa, é um quarto que se areja. Cada vez que
você agradece, é um canto que se ilumina. Cada verdade
dita, cada passo de coragem... é um tijolo novo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
82
Fomos de cômodo em cômodo. Em um, havia uma criança
chorando — minha criança interior. Em outro, um espelho
trincado — minha autoimagem distorcida. No sótão, um
baú cheio de sonhos engavetados.
— Alma que não visita sua própria casa, acaba vivendo na
dos outros — disse ele. — E espírito que não cuida do lar
interno, vive esperando que alguém venha arrumar o caos
de dentro.
Fiquei ali um tempo, com vontade de chorar, mas também
com o impulso de arrumar, limpar, reacender.
— Pai Jacó... essa casa pode ser reconstruída?
— Ela pode até ser um templo, filho. Templo de luz, de
verdade, de liberdade. Mas pra isso, você tem que voltar
sempre. Entrar. Sentir. Cuidar.
Antes de partir, ele me entregou uma chave.
— Tua consciência é a chave. E tua escolha é a porta. Entra
todo dia, nem que seja só pra acender uma vela.
Acordei com essa imagem ainda viva: uma chave na mão e
uma vontade nova no peito. Naquele dia, recomecei.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
83
Capítulo 15 – O reencontro com o Eu
Maior
Depois de tantas jornadas, silêncios e revelações, sentia
que algo dentro de mim se reorganizava. Não era paz
exatamente, mas uma espécie de alinhamento — como se
peças antigas finalmente começassem a se encaixar.
Numa madrugada serena, fui novamente conduzido a um
estado entre o sono e a vigília. Lá estava Pai Jacó, sob uma
figueira enorme, com raízes expostas como veias da terra.
Seus olhos estavam mais profundos do que nunca. Ele não
disse nada no início. Apenas me estendeu a mão.
— Hoje, você vai se encontrar com quem você é de
verdade — disse por fim. — Com o que ficou esquecido
atrás de tanta máscara, dor, cobrança e medo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
84
Caminhamos em silêncio por um campo de luz. Não havia
paredes, nem estrada, nem tempo. Apenas um espaço
amplo, onde tudo parecia acontecer ao mesmo tempo.
Paramos diante de uma figura. De costas, imóvel. Senti
como se a conhecesse profundamente, mas não conseguia
nomeá-la.
— Quem é? — perguntei.
— Chega perto, filho — disse Pai Jacó. — E olha nos olhos
dele.
Aproximei-me devagar. A figura se virou. E então
compreendi.
Era eu. Mas um “eu” maior. Não no corpo, mas na
presença. Um olhar que conhecia todos os meus segredos,
que não julgava, que apenas... acolhia.
— Esse é teu Espírito. Teu Eu Maior. A parte de você que
nunca esqueceu quem é.
Fiquei ali, diante de mim mesmo, com um misto de
reverência e espanto. A figura me estendeu as mãos. Ao
tocá-las, senti tudo: as vidas passadas, as escolhas, os
erros, os aprendizados, os amores, as quedas, os
recomeços. Tudo pulsava ali.
— Enquanto você se via como pequeno, perdido,
limitado... essa parte tua esperava você lembrar.
— Mas por que me afastei tanto disso?
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
85
Pai Jacó se aproximou, colocando a mão no meu ombro:
— Porque o mundo ensina a gente a esquecer. Ensina que
somos falta, que somos medo, que somos só corpo. Mas
teu Eu Maior é a memória viva da tua luz. Não importa o
quanto se perca... ele sempre te espera.
Chorei. Não de tristeza, mas de reencontro. De alívio. De
volta pra casa.
— E agora? — perguntei.
— Agora, você vive com mais verdade. Você deixa o Eu
Maior guiar o Eu de cada dia. Porque quando a alma
lembra quem é... o mundo de fora muda também.
Antes de partir, Pai Jacó disse, com olhos marejados de
amor:
— Toda caminhada que parece pra fora... é pra dentro.
Toda busca espiritual é pra lembrar que Deus vive em
você também.
E então tudo se dissolveu. A luz, a imagem, o campo.
Acordei em paz.
Naquele dia, escrevi com firmeza:
“Sou mais do que lembrava. Sou luz em aprendizado. Sou
espírito em experiência. Sou reencontro em forma de gente.”
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
86
Epílogo – A travessia
A jornada iniciada em silêncio encontrou, no tempo certo,
uma nova rota.
Foram encontros, sonhos, perguntas, vazios e reencontros.
A cada capítulo vivido, a alma foi sendo desfiada até tocar
a sua verdade. Não a verdade que convence os outros, mas
aquela que pacifica por dentro.
O que começou como dor virou direção. O que parecia
ausência, revelou-se presença sutil. E o que eu imaginava
ser apenas um guia espiritual, revelou-se espelho da parte
mais luminosa que existe dentro de mim.
Pai Jacó não trouxe todas as respostas — mas me ensinou a
escutar as perguntas com o coração aberto. Não prometeu
atalhos, mas me mostrou que todo passo com consciência
já é caminho.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
87
Este livro não termina aqui. Porque a travessia é contínua.
Porque o reencontro com o Eu Maior é um convite diário.
E porque, toda vez que o coração se inclina em humildade
e coragem, um novo diálogo se inicia.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
88
Mensagem final de Pai Jacó
Filho querido...
Se você chegou até aqui, é sinal que tua alma se permitiu.
Se permitiu sentir, lembrar, doer, limpar e caminhar.
A vida é estrada com muita curva e pedra,
mas também com flor e céu.
Quem olha só pras pedra, tropeça mais.
Quem olha com alma, aprende com cada passo.
Não se esqueça: tua luz não depende da luz de ninguém.
Teu valor não mora no olhar dos outros.
E tua força está no tanto de verdade que você aceita viver.
Quando tudo parecer escuro de novo, volta pras prece simples.
Volta pro silêncio com Deus. Volta pra tua casa espiritual.
E lembra...
Eu tô por aqui. Sempre que você chamar com verdade.
Com fé e axé,
Pai Jacó
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
89
Agradecimentos
Agradeço primeiro à vida, por me permitir atravessar
desertos que se transformaram em jardins de consciência.
Agradeço à espiritualidade amiga, em especial a Pai Jacó
— espírito amoroso que me inspira, consola e ensina com
firmeza e doçura.
Agradeço às dores que despertaram minha sensibilidade, e
aos silêncios que me ensinaram a escutar o que a alma
queria dizer.
Agradeço a todas as pessoas que passaram, passam e
ainda passarão nesta minha existência e peço perdão a
aquelas que magoei ou machuquei, tendo consciência de
meus erros na caminhada evolutiva.
Aos leitores, irmãos de jornada: que este livro possa ter
sido um espelho, uma companhia ou um chamado — e
que cada um encontre em si o ponto de luz que o conecte
ao divino.
E, por fim, agradeço a Jesus, Mestre Maior, por seu amor
incondicional à humanidade.
Com gratidão profunda,
Verão de 2025
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
90
Pai Jacó
Pai Jacó é uma entidade espiritual venerada como Preto-Velho, conectada às
linhas que representam sabedoria, humildade e caridade, especialmente no
âmbito da cura física, emocional e espiritual.
Atua na limpeza de energias, equilíbrio da aura e fortalecimento da saúde
corporal e espiritual.
É reconhecido por sua doçura e por transmitir “paz inexplicável” a quem o
procura.
Pai Jacó teria nascido em Guiné em 1764, levado escravizado ao Brasil, e cuja
humildade e resignação o tornaram um espírito de luz após a morte.
Viveu até os 83 anos, no século XIX, em Minas Gerais.
Também é conhecido como Antônio Silas ou Pae Jacó, e tem papel relevante
no resgate de espíritos obsessores, por seu compromisso com a caridade e
sua elevada condição espiritual.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
91
O autor
OLIVIO CEZAR RODRIGUES DA SILVA nasceu em 05/01/1953 em
Ipaussu, SP. Viveu algumas décadas em Salvador, onde trabalhou como
engenheiro mecânico, professor universitário e consultor técnico.
Atualmente está aposentado e vive em Portugal.
Trabalhou no movimento espírita por quatro décadas, nas seguintes
instituições: Grupo da Fraternidade Leopoldo Machado (Salvador), Centro
Espírita Chico Xavier (Salvador), Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo
(Salvador) e Centro Espírita Caridade e Luz (São Roque - SP) tendo exercido
a função de presidente nas três ultimas casas. Atualmente frequenta o Seara
de Luz, na cidade de Beiriz, norte de Portugal.
É autor dos livros: A Era do Cordeiro, Nos Bastidores do Hospital Esperança,
Correlações entre a Ciência e o Espiritismo, Corpos Sutis e Chacras, Nos Bastidores
das Reuniões de Desobsessão, Diálogos com Pai Jacó, Encontros com Pai Jacó e
Ensinamentos de Pai Jacó. Co-autor com o médium Arthur Ângelo dos livros:
Os Planos Sutis ao Redor da Terra e Um Grito de Loucura, ditados pelo Espírito
Duarte Vilasboas.
Contatos, críticas e sugestões para:
oliviocezarsilva@gmail.com
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
92
SINOPSE
Este livro traz informações inéditas do mundo espiritual próximo à Terra,
descrevendo comunidades do plano astral, detalhes da vida nas diversas
camadas do Umbral e em planetas de planos espirituais próximos ao nosso
orbe. Aborda aspectos históricos da origem do homem e das civilizações que
já estiveram aqui, oriundas de diversas constelações, que utilizavam
tecnologias de transporte avançadas, destacando sempre a Lei do Progresso,
que estabelece os processos da evolução dos seres, sejam humanos ou
extraterrestres.
Vamos conhecer a vida cotidiana nas cidades de Aruanda, Nosso Lar,
Hospital Esperança, Campo Formoso e outras, abordando temas como:
localização, alimentação, vestuário, moradia, lazer, trabalho, flora e fauna da
região.
Elementais da natureza, entidades sob a forma de zoantropia, ovóides,
dragões e magos negros, são alguns dos assuntos abordados ao longo da
narrativa, sempre com uma visão abrangente e de vanguarda, revelando a
diversidade de seres e planos convivendo de forma intensa.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
93
SINOPSE
Afinal, por onde teria andado Jesus após Sua crucificação e morte até a
madrugada da Ressurreição?
- Em que tipo de corpo Ele aparece aos seus discípulos?
- O que ocorreu com Seu corpo carnal?
- Qual é a síntese de Sua mensagem?
Este livro nos leva a uma imersão na história do Cordeiro, criando um
cenário a partir da Sexta-feira da Paixão até o Domingo da Ressurreição,
baseando-se nos registros contidos nos Evangelhos Canônicos e no estudo
cientifico do Sudário de Turim.
Avançando no tempo, busca também compreender a importância da
mediunidade ao longo dos séculos do cristianismo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
94
SINOPSE
Um Grito de Loucura - um grito aos loucos. Porque aos loucos? Louco é
aquele que decide se distanciar de sua missão. Nosso objetivo nesse livro é
abordar essa loucura, na busca da ressignificação da pureza e do amor.
Respeitar todas as chagas é entender a dor do outro de forma compassiva,
vendo nele nosso semelhante, agregando a essa dor nossa capacidade de
empatia para absorver e aceitar suas necessidades. Hoje, o mundo
lentamente desperta seu interesse para tratar as chamadas doenças
silenciosas. Dentre elas, a ansiedade, a depressão, a esquizofrenia e a
loucura, que culminam no suicídio. A missão deste nosso despretensioso
trabalho é ajudar as pessoas a reencontrarem o amor - o amor perdido, o
amor esquecido...
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
95
SINOPSE
No livro “O Abismo” temos a primeiras notícias do Reino dos Dragões, onde
vivem seres descomunais e horripilantes, com aspectos disformes que
perderam a forma humana, degradados pela permanência no Mal.
Nas Trevas, ainda abaixo do nosso solo material, encontramos o domínio
dos Magos Negros, seres iniciados nas diversas religiões da Antiguidade e
exímios conhecedores das leis que os regulam.
No Umbral Grosso, que ocupa o mesmo espaço da nossa crosta terrestre,
vive a grande maioria dos desencarnados que ainda desconhecem as leis da
fraternidade. Subindo para o Umbral Médio, que se estende a partir de 20
km da crosta até cerca de 50 km de altitude, vamos encontrar os postos de
socorro.
Através de Chico Xavier, as noções mais detalhadas da rotina das cidades
espirituais do Umbral Fino. O livro “Nosso Lar” é referencia desse tipo de
colônia. A verdade é que milhares de colônias existem em torno da Terra
cada uma em determinada faixa de vibração.
Este livro aborda informações da colônia espiritual Hospital Esperança,
apresentando trechos de livros que citam aquela instituição.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
96
SINOPSE
O método cientifico atual baseia-se na observação e repetição de fatos, tanto
os realizados por experimentos como aqueles advindos da Natureza. Mas
este método é específico muitas vezes varia para cada determinada área de
conhecimento humano. A Ciência ainda precisa medir ou pesar para obter
comprovações do fenômeno estudado.
Neste modesto livro, não pretendemos criticar a Ciência materialista ou
mesmo os cientistas que a seguem, mas apresentar evidencias de um enorme
campo do conhecimento humano sobre os fenômenos chamados de
paranormais.
A base será a Doutrina Espírita, que busca esclarecer e libertar a mente
humana das prisões que infelizmente as religiões formais a colocaram. Mas
também navegaremos pelos conceitos trazidos pela Teosofia e
consequentemente as religiões seculares do Oriente. Estudaremos a
parapsicologia, a psicotrônica, as experiências de quase morte, a
reencarnação, a transcomunicação instrumental, as teorias da origem da vida
e muitos outros assuntos, como a mediunidade, a glândula pineal, o registro
akáshico, sempre buscando as interpretações da Ciência com uma pitada de
Espiritualidade.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
97
SINOPSE
Somos um complexo de energia em várias frequências, portanto, estamos
constantemente trocando energia uns com os outros e também com a
Natureza, de forma consciente ou inconsciente.
Nosso corpo energético é semelhante ao Universo. Ele possui milhões de
pontos brilhantes. Junto com eles temos vórtices maiores de energia, que se
parecem com as galáxias e são vórtices de luz brilhante, girando em alta
velocidade. Dentro desses vórtices temos vários outros mini vórtices de luz,
que denominamos de chacras.
A Doutrina Espírita traz uma grande contribuição para o assunto,
abordando a realidade dos fluidos, a imortalidade da alma e a existência de
planos espirituais, nos alertando que somos o que pensamos, interagindo o
tempo todo com tudo ao nosso redor.
Esta obra está dividida em três partes principais: corpos sutis, chacras e
planos sutis, pois esses assuntos estão interligados e consideramos
importante a abordagem dos mesmos para uma melhor compreensão do
leitor.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
98
SINOPSE:
A obsessão espiritual é um tema que, ao longo do tempo, tem despertado
curiosidade, temor e, muitas vezes, incompreensão. Presente sob diversas
formas nas tradições religiosas e culturais da humanidade, é na Doutrina
Espírita que encontramos uma explicação clara, racional e profundamente
consoladora para suas causas, manifestações e possibilidades de superação.
Reuni aqui uma abordagem didática, equilibrada e vivencial, que integra
teoria e prática, buscando oferecer ao leitor não apenas um diagnóstico do
problema obsessivo, mas também caminhos de cura, libertação e
autoconhecimento. A inclusão de temas mais complexos, como vampirismo
espiritual, zoantropia e ovoidização, revela o compromisso de tratar a
obsessão com a profundidade e o respeito que ela exige — sempre à luz do
Evangelho.
Mais do que um estudo teórico, este livro é um convite à ação consciente e
caridosa diante do sofrimento alheio. Ele é direcionado a médiuns,
trabalhadores espíritas, estudiosos e a todos que desejam compreender as
causas profundas das dores humanas e colaborar com os processos de cura
espiritual — os seus e os do próximo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
99
SINOPSE
Em Diálogos com Pai Jacó, o leitor é conduzido por uma jornada simbólica,
espiritual e profundamente humana. Através dos encontros com Pai Jacó —
espírito sábio na forma de um Preto Velho de elevada hierarquia — o
narrador enfrenta suas sombras, dores, perdas e confusões existenciais,
sendo guiado com firmeza e amor pelo caminho do autoconhecimento.
Cada capítulo é um mergulho em temas universais como fé, sofrimento,
silêncio espiritual, vínculos afetivos, perdão, sonhos, reencarnação e o
reencontro com o Eu Maior. Com linguagem simples, poética e acessível, a
obra toca o coração sem perder a profundidade filosófica e terapêutica.
Este livro é mais do que leitura — é um chamado. Um chamado à alma que
busca sentido, paz e reconexão com sua essência mais verdadeira.
"Alma que não visita sua própria casa, acaba vivendo na dos outros." — Pai Jacó.
Se você sente que chegou a hora de conversar com sua própria luz — e
também com suas sombras — este livro será sua companhia de travessia.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
100
SINOPSE:
Encontros com Pai Jacó é um mergulho profundo na alma humana através de
diálogos poéticos e espirituais entre o autor e seu mentor, Pai Jacó — um
Preto Velho de sabedoria serena e acolhedora. Em uma linguagem simples,
porém carregada de significado, o livro aborda temas delicados como
tristeza, solidão, desilusão, culpa, depressão, medo, suicídio, amor-próprio e
perdão, oferecendo acolhimento e reflexão para as dores mais íntimas do ser.
Cada capítulo é construído como uma conversa à beira das fronteiras da
alma, onde o silêncio, o afeto e a escuta se tornam ferramentas de cura. Com
ternura e firmeza, Pai Jacó conduz o leitor por um caminho de
autoconhecimento e reconexão espiritual, ensinando que a transformação
verdadeira começa no interior e que é possível encontrar luz mesmo nos
momentos mais sombrios.
A obra é ao mesmo tempo um livro de autoajuda e espiritualidade,
fundamentado na sensibilidade da Doutrina Espírita, mas acessível a todos
que buscam sentido, consolo e reconciliação com a própria história. Não há
promessas mágicas, mas uma presença constante que afirma: “você não está
só”.
Ao final, o convite é claro e amoroso: voltar para casa — esse lugar simbólico
onde a alma se sente inteira, amada e em paz. Encontros com Pai Jacó é um
livro para ler com o coração aberto, e talvez, para encontrar a si mesmo em
meio às páginas.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
101
SINOPSE:
Este livro é um convite ao despertar da alma e à escuta da própria essência.
Em trinta reflexões curtas e poéticas, o autor percorre os caminhos do
silêncio, da dor, da fé, do perdão, do corpo, dos relacionamentos e da
ancestralidade para revelar que a verdadeira sabedoria nasce de dentro.
Cada capítulo é uma semente de consciência, plantada com palavras
simples, mas profundas, que ressoam como ensinamentos antigos e
atemporais. Com linguagem acessível e espiritualidade enraizada na vida
cotidiana, o livro mostra que cair faz parte do caminho, que o corpo fala o
que a alma cala, e que ouvir os outros — e a si mesmo — pode ser um ato
sagrado.
Ensinamentos de Pai Jacó é um manual delicado de crescimento pessoal e
espiritual, voltado a quem busca leveza, verdade e presença na jornada da
vida.
Uma leitura para tocar o coração e lembrar que o fim nunca é o fim — é só
um novo começo.
Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar
102
Estes livros estão disponíveis para download gratuito nos seguintes sites:
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  • 3. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP. Brasil) ISBN 978-65-01-55712-0 - 1ª- edição Cezar. Olivio Diálogos com Pai Jacó, 2025. 1. Doutrina Espírita 2. Auto ajuda 3. Desenvolvimento espiritual Todos os direitos reservados. Reprodução total ou de trechos deste livro serão permitidos após autorização do autor.
  • 4. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 4 DIÁLOGOS COM PAI JACÓ OLIVIO CEZAR 2025 VOL. 1
  • 5. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 5 Deus, mizifio está dentro do teu coração. Não procura Ele em altares ou mesmo no céu. Ele permea tudo. No plano material e no espirituá. No micro e no macro cosmo. Nos prano suti. No astrá, no mentá que é só luz. E em otros mais acima, que preto velho não pode ainda acessá. (*) A escrita aqui apresentada valoriza o conteúdo intuitivo e inspirado, em alguns momentos sobrepondo-se às exigências formais da gramática,
  • 6. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 6 Esta obra faz parte da trilogia:  Diálogos com Pai Jacó – Vol. 1  Encontros com Pai Jacó – Vol. 2  Ensinamentos de Pai Jacó – Vol. 3
  • 7. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 7 Índice Palavras Antes da Jornada Prefácio Capítulo 1 – O jardim interior Capítulo 2 – Ouve primeiro o silêncio Capítulo 3 – O peso que não é teu Capítulo 4 – A lembrança da alma Capítulo 5 – A criança que chora em silêncio Capítulo 6 – O acerto de contas espiritual Capítulo 7 – Quando o corpo adoece a alma Capítulo 8 – A cura não vem da superfície Capítulo 9 – As correntes invisíveis Capítulo 10 – A noite escura da alma Capítulo 11 – O silêncio de Deus Capítulo 12 – A alma e os sonhos Capítulo 13 – Quando o amor machuca Capítulo 14 – A casa espiritual Capítulo 15 – O reencontro com o Eu Maior Epílogo – A travessia Mensagem final de Pai Jacó
  • 8. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 8 Palavras antes da jornada Quando tinha 15 anos, comprei um quadro com o retrato de um preto velho, sentado em um banquinho, com um cachimbo na boca (muito parecido com a capa deste livro) e o coloquei na sala de estar. Não lembro porque fiz isso, pois na época era católico dedicado, daqueles que vão à missa todos os domingos, confessando e recebendo a comunhão e, principalmente, lendo com frequência o Evangelho, procurando conhecer os ensinamentos de Jesus. Meus pais, como bons católicos que eram não receberam bem a idéia do quadro, que foi para um depósito e de lá se perdeu. Alguns anos depois, comecei a me interessar pela Doutrina Espírita a partir a obras de Kardec e durante muitos anos o preto velho ficou esquecido. Avançando no tempo, tive a felicidade de frequentar minhas primeiras reuniões mediúnicas em uma casa espírita progressista, o Grupo da Fraternidade Leopoldo Machado, em Salvador (Bahia) que permitia a manifestação das falanges de espíritos de pretos velhos, índios e até exus, e isso me reconectou novamente com eles. Lembro-me que vários médiuns videntes me falavam da presença de um preto velho ao meu lado, me acompanhando. O tempo foi passando, me oferecendo novas oportunidades de conversar com muitos pretos velhos e
  • 9. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 9 uma sintonia cada vez maior foi se formando entre nós. Contudo, nenhum deles tinha o nome Jacó. Em 2016 comecei a frequentar o Centro Espírita Caridade e Luz, em São Roque (SP), casa fundada em 1945, originalmente com o nome Centro Espírita Pai Jacó. Logo nas primeiras reuniões mediúnicas que eu presidia ele veio, sempre de mansinho, por qualquer médium que estivesse disponível no momento, oferecendo sábios conselhos. Mas, foram necessários vários anos até que alguns dirigentes e frequentadores entendessem a presença de Pai Jacó como o mentor principal da casa e aceitasse que um quadro em sua homenagem fosse colocado no salão doutrinário, ao lado de outros grandes vultos do Espiritismo. Infelizmente, por ignorância e preconceito, os espíritas acham que esses espíritos são somente da Umbanda e restringem suas comunicações, que são de elevado teor moral. O tempo continuou, a idade madura me trouxe um pouco de sabedoria, mais intuição e tempo para reflexão. Hoje, sinto sua presença todos os dias, sempre conversando comigo, me incentivando a caminhar para frente e para o alto.
  • 10. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 10 Prefácio Existem encontros que não se dão com o corpo, mas com a alma. São diálogos que não precisam de palavras faladas, porque são tecidos no silêncio profundo do coração. Foi assim que Pai Jacó chegou até mim. Ele não veio com pompas nem milagres. Veio descalço, de fala mansa, com cheiro de café coado e sabedoria ancestral. Sentou-se comigo não banco de madeira e começou a conversar. Cada encontro com esse Preto Velho de elevada hierarquia espiritual me conduziu a camadas da alma que estavam esquecidas: feridas da infância, dores de vidas passadas, medos antigos e também potências escondidas que eu nem sabia possuir. Este livro nasceu desses encontros. Não como uma obra doutrinária ou técnica, mas como um mapa simbólico, feito de palavras que acolhem, curam e provocam. Os diálogos com Pai Jacó são, na verdade, convites. Convites para você também sentar no banco da alma, fechar os olhos, e ouvir aquilo que sua essência mais anseia dizer. Aqui, misturam-se saberes: a força dos arquétipos, a luz da espiritualidade, a profundidade da psicologia transpessoal, e a doçura dos guias que nos amam mesmo quando nos perdemos. Você encontrará meditações, regressões simbólicas, conversas com o medo, com a culpa, com o perdão. E, principalmente, com você mesmo.
  • 11. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 11 Não importa de onde você vem, que fé professa, ou que nome dá a Deus. Se o seu coração reconhece a linguagem da alma, então Pai Jacó também falará com você. Este livro não é meu. É de todos que se permitirem ouvir. Muita luz no seu caminhar.
  • 12. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 12 Capítulo 1 – O jardim interior Há um lugar onde o mundo se cala… Onde o tempo desacelera… E onde você pode finalmente ouvir aquilo que sua alma vem tentando dizer há muito tempo. Esse lugar não está em nenhum mapa. Não pertence a nenhuma religião. Não se alcança por esforço, mas por entrega. Esse lugar é o jardim interior.
  • 13. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 13 Atravessando o portal Feche os olhos por um instante. Respire fundo. Imagine que à sua frente existe um portão antigo — simples, de madeira gasta pelo tempo, envolto por trepadeiras e flores silvestres. Ele se abre suavemente. Você atravessa. E sente que algo dentro de você começa a silenciar. Você caminha por um jardim encantado — talvez com árvores frondosas, pedras cobertas de musgo, pássaros que não têm medo. Um vento leve toca seu rosto. Tudo aqui parece familiar… como se fosse um retorno, não uma chegada. No centro desse jardim, há um banco de madeira, sob a sombra generosa de uma árvore ancestral. Ali, sentado com o corpo sereno e a alma antiga, está Pai Jacó. Ele está de olhos fechados, como quem conversa com o tempo. Quando você se aproxima, ele sorri sem pressa. — Ôh… está chegando, né, meu filho? Vem, senta aqui com o véio. Você demorou… mas veio. Você senta. Nenhuma palavra é necessária. O silêncio entre vocês é confortável. Vivo.
  • 14. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 14 O primeiro diálogo Você: — Pai Jacó… onde estou? Pai Jacó: — está dentro de você, filho. Esse lugar aqui é teu coração aberto. É teu jardim de cura. Você só esqueceu como chegar. Mas agora… se lembrou. Você: — E por que estou aqui? Pai Jacó: — Porque chegou a hora. A alma sabe quando é tempo de olhar pra dentro, de ouvir o que foi calado, de sentir o que foi engavetado. Você veio buscar respostas, né? Mas às vezes, o que você precisa… é só sentar e lembrar-se de sentir. Ele pega um punhado de terra nas mãos e cheira. — Tudo que é verdadeiro cresce devagar. Mas cresce. E você, meu filho, está florescendo por dentro, mesmo que ainda ache que está seco.
  • 15. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 15 A semente Pai Jacó então abre a palma da mão e te entrega uma semente. — Plante isso no teu jardim interior. Numa parte que precise de esperança. E toda vez que voltar aqui dentro de ti, rega com silêncio, com oração, com verdade. Mais cedo ou mais tarde… essa semente vira caminho. Você pega a semente. Ela brilha levemente — como se tivesse luz própria. — Essa é tua. E ninguém mais pode cuidar dela por ti.
  • 16. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 16 Encerramento simbólico Você se despede de Pai Jacó com um gesto de gratidão. Sabe que pode voltar quando quiser. O jardim é seu. O banco estará lá. E o velho sábio… também. Ao abrir os olhos, você se sente mais inteiro. Com a sensação de ter reencontrado uma parte esquecida de si. Talvez não saiba explicar o que aconteceu. Mas sabe que algo mudou. Prática sugerida Nos próximos dias, sempre que puder, volte ao seu jardim interior. Sente-se com Pai Jacó. Pergunte. Ouça. Ou simplesmente esteja. E sempre que a dúvida vier, lembre-se: Você já sabe o caminho.
  • 17. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 17 Capítulo 2 – Ouve primeiro o silêncio Antes de qualquer palavra verdadeira, existe o silêncio. É nele que a alma fala. É nele que Pai Jacó escuta. Este capítulo marca o primeiro ensinamento essencial — talvez o mais difícil para quem busca respostas apressadas: - calar para ouvir o que importa.
  • 18. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 18 O reencontro Você volta ao seu jardim interior. Já conhece o caminho. Os pés caminham mais leves. O coração, menos aflito. Lá está ele: Pai Jacó, sentado sob a árvore, com o olhar voltado para o chão como quem conversa com a terra. Você se aproxima devagar e se senta, em silêncio. Ele respira fundo, ergue os olhos mansos, e fala devagar: — Antes de perguntar, escuta. Porque tem pergunta que é só barulho. E tem silêncio que traz mais resposta do que mil palavras. Você fica quieto. Pela primeira vez, aceita não saber. E sente que algo se move dentro de si.
  • 19. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 19 Diálogo com o silêncio Você: — Pai… por que é tão difícil ficar em silêncio? Pai Jacó (sorri com ternura): — Porque no silêncio, não tem como se esconder. O silêncio é um espelho. Mostra tuas dúvidas, tua pressa, tuas feridas. Mas também mostra tua luz. O problema é que o povo tem medo de se escutar. Ele fecha os olhos e toca o peito. — Tu vives num mundo que grita o tempo todo… E aí quando o coração cochicha… ninguém ouve. Mas só no silêncio é que a alma planta raiz. Você: — Mas e quando o silêncio dói? Pai Jacó: — Dói… porque está limpando. Dói… porque tem coisa velha saindo. Dói… mas cura.
  • 20. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 20 Palavra viva Pai Jacó se levanta devagar. Caminha até uma pequena fogueira no centro do jardim. Ele pega um galho seco e diz: — A palavra que nasce sem silêncio é igual esse galho: seca, vazia, quebradiça. Mas a palavra que nasce do silêncio… essa sim tem raiz, tem flor, tem força. Ele joga o galho no fogo e deixa queimar. — A primeira palavra que você precisa aprender, meu filho… é ouvir. Ouvir com a alma. Ouvir sem pressa. Ouvir sem querer responder logo. Porque quando você ouve de verdade… até o silêncio vira oração.
  • 21. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 21 Encerramento simbólico Pai Jacó te entrega uma pedra preta e lisa. — Guarda essa pedra. Quando tua mente gritar, segura ela. Fecha os olhos e ouve teu coração. Porque quem aprende a ouvir o silêncio… aprende a ouvir Deus. Você guarda a pedra junto à semente que recebeu antes. Sai do jardim em paz. Mais conectado. Mais presente.
  • 22. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 22 Prática sugerida Durante os próximos dias: Reserve 5 minutos diários para o silêncio absoluto. Sente-se com os olhos fechados e as mãos sobre o peito. Ouça os ruídos internos… sem julgá-los. Se vierem palavras, deixe passar… e ouça o que fica. Palavra é ponte. Mas o silêncio… é morada.
  • 23. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 23 Capítulo 3 – O peso que não é teu Alguns fardos não nos pertencem, mas os carregamos como se fossem nossos desde sempre. - Culpa que não é nossa. - Medos que não nasceram nesta vida. - Silêncios herdados. - Promessas feitas há muito tempo... e esquecidas. Neste capítulo, o Preto Velho nos convida a reconhecer o que estamos carregando sem necessidade, para que possamos devolver com amor — e seguir mais leves.
  • 24. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 24 O fardo na trilha Na visão simbólica, você caminha por um caminho de terra. Seu corpo está curvado… pesado. Às costas, um saco amarrado com cordas velhas. Você não lembra quando o pegou. Só sabe que está aí há tanto tempo, que virou parte de você. Ao longe, Pai Jacó te espera sentado numa pedra, embaixo de uma árvore torta e cheia de história. Quando você se aproxima, ele observa o saco às suas costas e diz com firmeza amorosa: — está carregando o que não é teu, né, meu filho? Você tenta explicar. Justificar. Mas ele ergue a mão: — Não precisa contar tudo, não. Véio Jacó sabe… Às vezes, a alma pega dor que é da mãe, do pai, dos fio… Outras vezes, pega promessa de outra vida… E tem hora que carrega até os sentimentos dos outros, achando que é compaixão. Mas isso, meu filho, não é caridade… é prisão.
  • 25. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 25 O reconhecimento Pai Jacó te convida a tirar o saco das costas e colocá-lo no chão. Você hesita. O peso já virou hábito. Mas com cuidado, desfaz os nós e o abre. Dentro dele, há pedaços de dor, frases antigas, rostos esquecidos, símbolos de lutas que não são mais suas. Ele te olha nos olhos: — Olha bem pra isso aí. Agradece. Honra. Mas devolve. — Quem ama de verdade… não carrega a dor do outro como escudo. Carrega como lembrança. Como semente de compaixão. Mas sem se esquecer de viver a própria vida.
  • 26. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 26 Ritual de liberação simbólica Ele acende uma pequena fogueira ao lado. — Coloca aí dentro o que já cumpriu seu tempo. Você pega, com respeito, os pesos. Um a um. Para cada objeto simbólico, uma liberação. Para cada nome, um perdão. Para cada dor, um aprendizado. A fogueira consome o que não é mais necessário. E no fogo, tudo se transforma.
  • 27. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 27 Diálogo final Você: — Por que aceitei carregar este peso por tanto tempo? Pai Jacó: — Porque você achava que amar era sofrer pelo outro. Mas amor de verdade é libertar. Primeiro os outros. Depois… você mesmo. Ele coloca as mãos sobre seus ombros: — Agora vai. Mais leve. Porque a alma que solta o peso dos outros… começa a voar com as próprias asas.
  • 28. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 28 Prática sugerida 1. Escreva num papel tudo o que sente que carrega dos outros: traumas herdados, culpas familiares, medos que não sabe de onde vêm. 2. Honre essas histórias. Leia em voz alta. 3. Queime o papel (com segurança), mentalizando que está devolvendo o que não é seu com gratidão e amor. 4. Ore. Respire. E se abrace. Nem tudo que pesa é seu. Nem tudo que vem com amor, deve ficar com dor.
  • 29. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 29 Capítulo 4 – A lembrança da alma Algumas memórias não moram na cabeça. Moram no corpo. Na emoção. No medo sem nome. No sonho recorrente. No gesto que se repete sem explicação. Pai Jacó convida você a tocar uma das mais profundas camadas do ser: — a memória espiritual — aquilo que tua alma nunca esqueceu, mesmo que sua mente não lembre mais.
  • 30. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 30 O espelho do tempo No jardim interior, hoje há um silêncio diferente. Mais denso. Mais profundo. Você caminha devagar, sentindo o chão sob os pés com mais consciência. Ao fundo, vê Pai Jacó sentado diante de algo novo: um espelho preto, redondo como a lua nova, cercado por velas acesas. Ele acena para você se aproximar. — Hoje nóis vai olhar pra trás, meu filho. Mas não é pra reviver dor, não. É pra lembrar de quem você é. Você senta ao lado dele, e o espelho começa a vibrar levemente. Não mostra reflexo. Mostra sensações.
  • 31. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 31 A indução simbólica Pai Jacó orienta: — Fecha os olhos. Respira bem fundo. Imagina que você está caminhando por um corredor de luz… No final dele, tem uma porta. Atrás dela… uma lembrança antiga da tua alma. Você visualiza o corredor. A cada passo, se sente mais leve. Mais disponível. Abre a porta. E sente: – Um cheiro familiar. – Uma dor no peito. – Um nome sussurrado. – Uma paisagem diferente… antiga. Você não vê tudo com clareza. Mas sente. E no sentir… começa a lembrar.
  • 32. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 32 O diálogo da lembrança Você: — Pai Jacó… é real isso que tô vendo? Ou é imaginação? Pai Jacó (com serenidade): — É tua alma te contando uma história. Real não é só o que o olho vê. Real também é o que faz teu coração tremer, tua mão suar, tua lágrima cair sem saber por quê. — Não precisa entender tudo agora. Só sente. E guarda. Ele coloca a mão no seu ombro e fala com doçura firme: — Tem dor que vem de outra vida. Tem talento também. E quando você lembra… você cura. Você recolhe os pedaços do que ficou espalhado no tempo. A oferenda de lembrança. Pai Jacó te entrega uma pequena pena branca. — Essa pena veio da ave que voou contigo em outras encarnações. É leve… como tua alma deve ser.
  • 33. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 33 Quando lembrar do passado, lembra com amor. Não com peso. Porque você não é o que aconteceu contigo. Você é o que você escolhe fazer com o que lembra.
  • 34. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 34 Prática sugerida – Viagem simbólica 1. Reserve um momento de silêncio. 2. Deite-se ou sente-se com os olhos fechados. 3. Imagine um corredor de luz e uma porta ao final. 4. Atravessando essa porta, confie no que vier: imagens, sensações, nomes, paisagens. 5. Ao retornar, escreva tudo que sentir. Não analise. Apenas registre. 6. Agradeça à sua alma pela lembrança. "Reencarnar é lembrar-se aos poucos… Evoluir é saber o que fazer com o que se lembra." Pai Jacó
  • 35. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 35 Capítulo 5 – A criança que chora em silêncio Antes das culpas, antes dos medos, antes das máscaras… Existe uma criança. Ela ainda vive dentro de você. Às vezes escondida, outras vezes ferida… Mas sempre esperando ser vista, ouvida, acolhida. Aqui, Pai Jacó te convida a reencontrar essa criança espiritual, aquela que guarda os traços da tua essência e os traumas que o tempo não curou.
  • 36. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 36 O bosque da infância No jardim interior, hoje o caminho te leva a um bosque florido e silencioso. As árvores são mais baixas. Os sons, mais suaves. Você sente uma saudade que não sabe explicar. No meio do bosque, sentada não tronco caído, está uma criança. Ela está de costas. Cabeça baixa. Chora em silêncio. Você se aproxima, com delicadeza. Antes que diga qualquer coisa, Pai Jacó surge, com um olhar sério e compassivo. — Chegou a hora, meu filho. Hora de abraçar quem você esqueceu.
  • 37. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 37 O encontro Você se aproxima da criança. Ela levanta o rosto devagar. Os olhos são os seus. Mas mais puros. Mais intensos. Mais tristes. Ela não diz nada. Mas o olhar dela pergunta: “Por que você me deixou aqui sozinho?” Você sente a dor. A culpa. A ternura. E então, com lágrimas nos olhos, você se ajoelha e estende os braços. — Me perdoa. Eu não sabia cuidar… Mas agora eu voltei. A criança hesita, mas se entrega. O abraço é silencioso, mas cura memórias que você nem sabia que estavam abertas. Pai Jacó observa com o chapéu na mão, em respeito ao momento. — A criança não precisa de explicação. Ela precisa de acolhimento. De promessa nova. De colo.
  • 38. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 38 Diálogo da alma Você: — Como cuido dela agora, Pai? Pai Jacó: — Dando a ela o que nunca deram: escuta, paciência, tempo, afeto. Não é mimar. É curar. Toda vez que tua alma sangrar por dentro, pergunta: “É ela que está chorando?” Porque às vezes, o adulto grita… Mas é a criança que está com medo.
  • 39. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 39 O presente Pai Jacó tira um pequeno boneco de pano do bolso e entrega à criança: — Isso aqui é símbolo de proteção. Quando você tiver com medo, abraça isso. E lembra: agora você não está mais sozinho. Você segura a criança pela mão. O menino sorri, pela primeira vez. E então… caminha com você. Agora, vocês são um só.
  • 40. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 40 Prática sugerida – O resgate da criança interior 1. Reserve um tempo para si, em silêncio. 2. Feche os olhos e visualize um bosque onde sua criança interior está. 3. Sinta a emoção dela. Abrace. Peça perdão. Diga que está de volta. 4. Escute o que ela precisa dizer. Prometa cuidar dela. 5. Escreva uma carta para essa criança. Leia para si mesmo em voz baixa. 6. Se quiser, desenhe ou procure uma foto de infância para acompanhar esse processo. “Quando a criança sorri por dentro, a alma começa a florescer por fora.” Pai Jacó
  • 41. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 41 Capítulo 6 – O acerto de contas espiritual Há encontros nesta vida que não são novos. São reencontros. Pactos antigos. Promessas quebradas. Feridas abertas em outras existências, que retornam para pedir cura — não vingança. Este capítulo é um chamado à reconciliação profunda, consigo mesmo e com os outros. É o momento de olhar para as amarras invisíveis que ainda prendem a alma.
  • 42. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 42 O círculo das dívidas No centro do jardim, hoje há um círculo feito de sal grosso e carvão. Dentro dele, quatro velas estão acesas, uma em cada ponto cardeal. Pai Jacó está de pé, com um colar de contas vermelhas no peito e um bastão na mão. — Hoje nóis vai mexê com coisa que o povo gosta de evitar: - Acerto de conta espiritual. Mas fica calmo, filho… isso aqui não é castigo. É libertação. Ele pede que você entre no círculo. Ao fazê-lo, você sente um calor no peito. Imagens começam a surgir… Rostos. Situações. Pessoas que causaram dor — ou que sofreram por sua causa.
  • 43. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 43 Diálogo com a sombra Você: — Pai Jacó… por que isso ainda me persegue? Pai Jacó: — Porque tua alma não esqueceu. E enquanto não houver perdão, verdade e restituição… a conta volta. E o que a justiça dos homens não vê… a justiça espiritual guarda. Você: — E se eu não lembrar o que fiz? Pai Jacó: — não precisa lembrar tudo. Precisa sentir o chamado do acerto. Se a alma sente culpa ou medo sem razão… é sinal que tem nó de outra vida pedindo pra ser desatado.
  • 44. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 44 O ritual de reconciliação Pai Jacó pede que você feche os olhos e chame mentalmente: Aqueles que feriu. Aqueles que te feriram. Aqueles que ainda te seguem nas sombras, cobrando o que não foi resolvido. Um a um, você os imagina diante de si. Ele diz: — Agora, você vai dizer com a alma: “Se te feri, me perdoa. Se me feriu, eu perdoo. Que a luz da verdade nos liberte. Que cada um siga seu caminho. Em paz.” Você repete. A voz treme. Mas sai. E então, uma luz dourada desce sobre o círculo. — Agora você está devolvendo o que é deles… E tomando de volta o que é teu. Isso é resgate de poder espiritual, meu filho.
  • 45. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 45 Libertação dos obsessores Pai Jacó faz um gesto sobre sua cabeça e diz em voz firme: — Se tiver obsessor, guia endurecido, espírito preso… Que receba agora a luz da verdade. Que vá pra onde precisa ir. Que solte a alma desse filho que escolheu se curar. Você sente uma pressão saindo dos ombros. Um peso indo embora. Algo dentro de você se desamarra.
  • 46. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 46 O presente Ao final, ele te entrega um cristal preto. — Isso aqui é tua força. Quando se sentir fraco, segura isso e lembra: Você já se libertou de coisa muito mais pesada do que pensa. E se tiver dívida que ainda precisa acertar… Que seja com amor, com lucidez, com escolha.
  • 47. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 47 Prática sugerida – Roda de perdão espiritual 1. Acenda quatro velas em forma de círculo (se desejar, desenhe com sal no chão). Ou substitua as velas por varetas de incenso. 2. Sente-se no centro com os olhos fechados. 3. Mentalize pessoas ligadas a dores passadas. Peça perdão. Ofereça perdão. 4. Finalize com uma oração que venha do coração. 5. Ao apagar as velas (ou após a queima completa dos incensos), diga em voz baixa: "Cada um segue com sua luz. E eu sigo com a minha." "Perdoar é pagar uma dívida antiga com a moeda da consciência." Pai Jacó
  • 48. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 48 Capítulo 7 – Quando o corpo adoece a alma Nem toda dor nasce da carne. Nem toda doença começa no sangue. Muitas vezes, o corpo fala o que a alma calou por tempo demais. Este capítulo é um convite à escuta profunda do corpo como mensageiro da alma — e não como inimigo. Pai Jacó nos ensina que todo sintoma é uma carta que precisa ser lida com amor.
  • 49. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 49 O leito simbólico Você entra numa pequena casa de cura espiritual, simples, de chão batido e paredes feitas de barro e fé. No centro, uma esteira de palha. Você deita nela. Pai Jacó aparece com um pote de argila e ervas. Ele se ajoelha ao seu lado e começa a passar a mistura nos seus braços, pernas e peito. — O corpo é morada da alma, meu filho. Quando a alma está ferida, o corpo vira altar de aviso. A dor, às vezes, é só um grito pedindo escuta.
  • 50. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 50 O mapa do corpo-emoção Ele aponta algumas partes do seu corpo com delicadeza: Cabeça pesada → pensamento repetido, culpa antiga. Peito apertado → mágoa guardada, amor sufocado. Barriga doente → medo do futuro, digestão da vida travada. Coluna envergada → excesso de responsabilidade, fardos que não são seus. — Tudo isso é tua alma tentando falar contigo, filho. Mas você anda escutando mais médico do que tua intuição, né? Ele sorri com doçura, mas o olhar é sério.
  • 51. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 51 Diálogo com a dor Você: — Mas e se a doença for mesmo física? Biológica? Pai Jacó: — E é mesmo. Mas toda doença física tem uma raiz energética, emocional ou espiritual. Se você trata só o sintoma… a alma continua ferida. — Agora, se você trata com amor, escuta, perdão e mudança…até o corpo agradece.
  • 52. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 52 O ritual de escuta do corpo Ele pede silêncio. — Fecha os olhos. Escolhe uma parte do teu corpo que dói ou incomoda. Pergunta pra ela: “O que você está tentando me contar?” Você faz isso. No início, nada vem. Mas então… uma imagem. Uma lembrança. Uma emoção. Você começa a entender. A dor tem voz. E tem história.
  • 53. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 53 O bálsamo Pai Jacó coloca uma gota de óleo de arruda e alfazema sobre sua testa. — Que essa unção seja tua cura. Que você aprenda a cuidar do corpo como se cuida de um templo. Porque não é fraqueza adoecer. Fraqueza é ignorar o que a alma grita até o corpo cair.
  • 54. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 54 Prática sugerida – Escuta terapêutica do corpo 1. Escolha um momento de calma. 2. Deite-se ou sente-se confortavelmente. 3. Concentre-se em uma parte do corpo que está doendo ou tensa. 4. Pergunte mentalmente: “O que você quer me dizer?” 5. Anote o que vier: sensações, memórias, emoções. 6. Agradeça ao corpo pela mensagem. "O corpo grita o que a alma sussurra. Cura de verdade escuta os dois." Pai Jacó
  • 55. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 55 Capítulo 8 – A cura não vem da superfície Curar não é apagar a dor. Curar é entender o que a dor quis ensinar. Nem sempre o corpo melhora. Mas a alma… a alma pode florescer mesmo no meio da tempestade. Aqui, Pai Jacó nos conduz para além das aparências. Ele mostra que a cura verdadeira não começa na pele, nem termina no diagnóstico. Ela começa quando a gente muda por dentro.
  • 56. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 56 A roda dos curadores Hoje, no jardim interior, há uma roda de espíritos vestidos de branco. Homens e mulheres de diversas raças, idades, origens. São os curadores da alma. Cada um carrega um instrumento: um tambor, uma folha, uma pedra, um livro. Pai Jacó está no centro. Ele te convida a se sentar entre eles. — Hoje você vai aprender o que cura de verdade. Porque tem muita gente por aí querendo milagre… Mas fugindo da mudança.
  • 57. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 57 A ilusão da cura rápida Você: — Pai Jacó, por que algumas pessoas rezam, fazem tratamento espiritual… e continuam doentes? Pai Jacó: — Porque pensam que cura é ficar bom por fora. Mas tem doença que foi semeada em muitas vidas. Tem dor que vem pra acordar a alma. E enquanto a alma não acorda, o corpo continua chamando. — Cura não é só melhora. Cura é mudança. Cura é quando você deixa de ser quem adoeceu… e vira quem escolhe viver diferente.
  • 58. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 58 As três perguntas do curador Pai Jacó acende uma vela azul clara diante de você e pergunta com firmeza: 1. Você quer mesmo mudar? 2. Está pronto pra abrir mão do que sustenta essa dor? 3. Vai aceitar viver sem precisar do sofrimento pra se sentir vivo? Você sente o impacto das palavras. Mudar assusta mais do que adoecer, às vezes. Porque a dor, ao menos, é conhecida. Mas a cura… exige o novo.
  • 59. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 59 A oferenda interior Ele te pede para entregar, simbolicamente, algo que ainda te prende à dor: – Um medo. – Uma crença. – Uma relação tóxica. – Uma identidade baseada na vítima. Você coloca isso no centro da roda, numa pequena tigela de barro. A tigela começa a brilhar. O círculo inteiro vibra. — Agora sim… a cura começou.
  • 60. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 60 Diálogo final Você: — E se eu cair de novo? Pai Jacó: — Então você levanta… Porque curar não é nunca mais sofrer. Cura é sofrer de outro jeito: Com consciência. Com propósito. Sem culpa. Com fé. — O milagre, meu filho… é continuar com fé mesmo quando não tem sinal nenhum que vai dar certo. Fé é semente. Cura é colheita.
  • 61. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 61 Prática sugerida – A cura como caminho 1. Escreva: – O que você acredita que precisa curar. – O que ainda te prende à dor. – Como sua vida mudaria se você fosse curado. 2. Reflita: – O que você está disposto a fazer diferente? 3. Crie seu próprio símbolo de cura (um desenho, um objeto, uma palavra) e mantenha por perto como lembrete do seu compromisso. "A alma começa a sarar no dia em que a gente para de procurar milagre… e começa a construir mudança." Pai Jacó.
  • 62. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 62 Capítulo 9 – As correntes invisíveis Tem algema que não se vê. Tem prisão que é feita de medo, culpa e pensamento repetido. Tem corrente que não foi posta por outro… Mas por você mesmo, em outras vidas ou nesta. Neste Capítulo, Pai Jacó nos mostra que, muitas vezes, a alma está presa sem saber. Presa em crenças. Presa em pactos antigos. Presa em palavras que aceitou como verdade… e carregou como destino.
  • 63. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 63 O labirinto das crenças Você entra não corredor escuro. Cada parede tem inscrições. Frases. Palavras. Você reconhece algumas: “Você não merece.” “Nunca vai dar certo.” “Você nasceu pra sofrer.” “Melhor não tentar.” Cada uma dessas frases brilha como se ainda estivessem vivendo dentro de você. Pai Jacó aparece, com um cajado de luz. — Esse aqui é o labirinto da mente presa, meu filho. Essas palavras aí… não são verdades. São feitiço de repetição. Foram ditas por alguém — e você acreditou.
  • 64. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 64 As correntes do pensamento Você: — Pai Jacó, como eu me liberto disso? Pai Jacó: — Primeiro passo é ver. Segundo é negar a mentira. Terceiro é plantar uma nova palavra onde antes só tinha veneno. Ele aponta para uma frase escrita na parede: "Você é fraco." Com o cajado, ele toca a frase. Ela se apaga. No lugar, surge outra: "Você é mais forte do que pensa." — Isso é reprogramação da alma, filho. Você não precisa de mágica… Precisa de coragem pra trocar o que te prende por aquilo que te liberta.
  • 65. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 65 Pactos inconscientes Pai Jacó explica: — Em outras vidas, você pode ter feito pactos de dor, de silêncio, de pobreza, de castigo. Promessas como: "Nunca mais amarei." "Pagarei com o corpo o que devo com a alma." "Serei servo pra sempre." — E quando você reencarna… mesmo sem lembrar, está vivendo como se essas promessas ainda valessem. Você: — E eu posso revogar isso? Pai Jacó: — E deve! Ele te entrega uma folha de bananeira. Nela, você escreve: "Revogo toda promessa, pacto ou crença que me prende ao sofrimento. Aceito agora viver com liberdade, amor e consciência." A folha queima sozinha e se transforma em luz dourada. — Agora você começou a quebrar as correntes invisíveis.
  • 66. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 66 O presente da liberdade Pai Jacó te entrega um colar de contas azuis. — Isso aqui é símbolo de liberdade de pensamento. Quando sentir que está preso de novo… segura isso e lembra: — Você pode escolher outro caminho.
  • 67. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 67 Prática sugerida – Quebra simbólica de pactos e crenças 1. Em silêncio, escreva todas as frases que ainda limitam sua vida. 2. Depois, ao lado de cada uma, escreva uma nova frase curadora. 3. Queime (com cuidado) ou rasgue o papel antigo. 4. Reafirme as novas palavras por 7 dias. 5. Ore: “Liberto minha alma de tudo que não me pertence mais. Eu sou livre. Eu sou novo. Eu sou inteiro.” "Toda corrente tem um elo que pode ser quebrado. E toda alma tem dentro de si a chave da libertação." Pai Jacó
  • 68. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 68 Capítulo 10 – A noite escura da alma O silêncio era quase absoluto. O ambiente estava vazio, iluminado apenas pela luz tímida da lamparina. A fumaça do incenso subia em espirais lentas, como se hesitasse em deixar o chão. Sentei no banco de madeira com a alma pesada. Havia dias em que nada parecia fazer sentido. Nem os ensinamentos, nem as preces, nem mesmo as palavras doces de Pai Jacó ressoavam dentro de mim. Era como se o mundo espiritual tivesse se retirado para algum lugar distante, inacessível, e me deixado ali... sozinho. Foi então que ele apareceu. Silencioso como sempre, apoiando o bastão firme na terra, olhos de ébano profundo, olhar que vê além da superfície. Não sorriu dessa vez. Sentou-se ao meu lado e apenas respirou comigo.
  • 69. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 69 — Está sentindo que está tudo escuro, né, filho? — perguntou. Assenti com a cabeça, incapaz de dizer qualquer coisa sem me emocionar. — A noite escura da alma... chega devagar, mas toma tudo. A fé fica sem voz, a esperança sem cor, o coração sem direção. Fechei os olhos e as lágrimas escorreram sem força. Era isso. Eu estava vazio. Sem brilho, sem resposta, sem chão. — Mas ó... — continuou ele, com voz baixa — quando o fio de luz some, é que a gente aprende a ver com o espírito. — Mas por que, Pai Jacó? Por que o plano espiritual se cala quando mais precisamos? — Porque é hora de escutar teu espírito, filho. Nessa travessia, os guia tudo se aquieta, não porque foram embora, mas porque tão ali... sustentando tua alma de longe, respeitando teu silêncio interno. Ele tocou meu ombro com carinho. — Você está atravessando a noite da tua alma. Não porque errou. Mas porque está crescendo. E crescer... dói. Silêncio. — Às vezes, Deus se esconde no escuro pra gente deixar de procurar Ele fora, e começar a procurar Ele dentro.
  • 70. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 70 Sabe, filho... a fé verdadeira não nasce na bonança. Ela nasce é no deserto. Suspirei fundo. A dor continuava ali, mas algo em mim se movia. — E quanto tempo dura essa noite, Pai? Ele olhou para as estrelas lá fora e respondeu com doçura: — Dura o tempo da travessia. Dura o tempo que tua alma precisa pra lembrar que tem luz própria. Depois se levantou, bateu o cajado no chão e disse, antes de desaparecer: — Só atravessa a noite escura quem está pronto pra amanhecer de dentro pra fora. E ali fiquei, não mais esperando respostas, mas aceitando o silêncio como parte da jornada. Pela primeira vez, percebi que mesmo na escuridão, algo em mim continuava aceso.
  • 71. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 71 Capítulo 11 – O silêncio de Deus O céu daquela noite parecia distante. Nenhuma estrela visível. A lua se escondeu atrás das nuvens, e o vento que dançava entre as folhas parecia sussurrar coisas que eu não conseguia entender. A sensação de abandono persistia. Era como se Deus houvesse recolhido Sua voz, como se todas as preces tivessem caído em um poço fundo, sem eco. Eu havia me acostumado com a presença silenciosa de Pai Jacó, com os sinais, os sonhos, os pressentimentos. Mas agora... nada. Nem sonho, nem sinal. Nem mesmo ele. Voltei ao pátio solitário. Era madrugada. Sentei-me ao pé da árvore onde tantas vezes o vi encostado, cajado à mão e sabedoria no olhar. Fiquei ali, com os olhos fechados, escutando o vazio. E foi ali, sem cerimônia, sem efeito especial, que senti novamente sua presença.
  • 72. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 72 — Deus não some, filho. É nóis que cala dentro. Abri os olhos devagar. Ele estava ali, como se nunca tivesse ido. Mas agora com um semblante mais grave, como quem vem tocar em algo profundo. — Quando o coração da gente está barulhento demais, Deus silencia. Não é castigo, é convite. Deus não grita com quem já está gritando por dentro. Aquelas palavras caíram sobre mim como água morna. — Tem hora que a prece não sobe — continuei —, que o coração não sente. Parece que Ele desistiu de mim. Pai Jacó fez um gesto com a cabeça, pedindo que eu o acompanhasse. Caminhamos até o interior do pátio e ele apontou para um vaso seco, onde antes havia uma flor. — Sabe essa terra aí? Está seca, sem flor, sem perfume. Mas a raiz ainda está viva. Está calada, esperando a hora de brotar. — Mas e o céu que não responde? — insisti. — O céu sempre responde, filho. Mas às vezes Ele responde com silêncio, pra ensinar que fé de verdade não depende de emoção, nem de arrepio. Fé de verdade é decisão: a de continuar caminhando mesmo sem ver o caminho. Ele se abaixou e tocou a terra do vaso.
  • 73. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 73 — Toda alma que amadurece atravessa esse silêncio de Deus. Porque é nesse silêncio que a gente descobre que Ele nunca foi fora... sempre foi dentro. Fechei os olhos. O silêncio continuava, sim — mas agora tinha outro sabor. Não era abandono, era espaço sagrado. Um intervalo entre a dor e o milagre. Antes de se afastar, ele ainda disse: — Fica tranquilo, filho. Se Deus está em silêncio, é porque Ele está te escutando mais do que nunca. Quando Ele cala, é tua alma que precisa falar. E mais uma vez, a noite se iluminou sem precisar de estrela.
  • 74. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 74 Capítulo 12 – A alma e os sonhos Numa certa noite, adormeci cansado, mas com o coração mais leve. Havia aceitado o silêncio de Deus, como quem entende que há respostas que só chegam depois que a alma aprende a escutar mais do que com os ouvidos. Mas naquela madrugada, algo diferente aconteceu. No sonho, eu me vi caminhando num campo amplo, envolto por uma névoa dourada. O chão era feito de terra vermelha, firme, mas viva. Havia árvores imensas, com copas que tocavam o céu. E ali, como sempre, estava Pai Jacó. Mas dessa vez, ele não veio com o cajado — veio com uma tocha acesa. — Vamo fazer uma viagem dentro de você, filho — disse ele, sem rodeios. — Porque alma que só olha pro mundo de fora, se perde dos caminhos de dentro.
  • 75. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 75 Seguimos caminhando. A paisagem mudava conforme eu sentia. Quando eu temia, o chão tremia. Quando eu me acalmava, flores nasciam ao redor. Entendi, então, que aquele não era um lugar qualquer. Era meu mundo interior. — O sonho, filho, é onde tua alma fala mais livre. É onde o espírito tira os sapatos do corpo e caminha na verdade. Paramos diante de um espelho d’água. Nele, vi cenas da minha infância, momentos esquecidos, dores adormecidas. Vi também rostos desconhecidos — ou melhor, não lembrados — de outras vidas. Uma mulher que me olhava com ternura e tristeza. Um homem que me estendia a mão após uma batalha. Um menino com meus olhos que sorria para mim como se me reconhecesse. — Tudo isso é você também — sussurrou Pai Jacó —. A alma não tem só um tempo, ela carrega muitos. E o sonho é o lugar onde esses tempos tudo se encosta. — Mas como saber o que é só imaginação e o que é mensagem? — perguntei. Ele olhou firme e respondeu: — Sonho tem cheiro, filho. Quando é só da mente, some na primeira luz do dia. Mas quando é da alma... ele te acompanha feito perfume invisível, mexe com tuas escolha, muda tua estrada. Sentei à beira daquele lago. Deixei que as imagens passassem como nuvens. Vi dores que não compreendia, e
  • 76. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 76 agora faziam sentido. Vi promessas antigas. Vi tarefas esquecidas. Vi amor. Vi culpa. Vi recomeço. — Toda noite é convite — disse Pai Jacó. — Mas só entra nesse mundo quem aprende a dormir com o espírito desperto. — E como desperto o espírito durante o sono? Ele sorriu com paciência: — Com prece, com intenção, com coração limpo. Não precisa muito, filho... antes de dormir, entrega. Só isso. Entrega tua alma pros bons amigos do Alto, que eles levam tua consciência aonde você mais precisa ir. E antes que eu pudesse agradecer, tudo se desfez. A paisagem, a luz, o lago. Acordei com os olhos úmidos e o coração cheio. Sabia que havia estado num lugar real, embora invisível. E que nem todos os sonhos são esquecíveis. Alguns são avisos, reencontros, curas. Naquela manhã, escrevi em meu caderno: "Na linguagem da alma, o sonho é a voz do invisível que cochicha o que a vida ainda não consegue dizer em voz alta."
  • 77. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 77 Capítulo 13 – Quando o amor machuca Era fim de tarde, e o céu parecia um coração aberto: tons de vermelho e dourado se misturavam no horizonte, como se o dia estivesse se despedindo com emoção. Eu estava recolhido, sentindo um aperto antigo. Aquela dor que não vem de um lugar físico, mas do centro do peito — uma saudade que não se sabe de quê, uma ferida sem nome. Estava mexido. Pensava nas pessoas que passaram pela minha vida: amores intensos, laços difíceis, amizades rompidas. E me perguntava: por que amar às vezes dói tanto? Foi quando Pai Jacó se aproximou. Veio devagar, respeitando meu silêncio. Sentou-se ao meu lado, como quem já conhecia aquela dor.
  • 78. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 78 — Coração ferido é chão fértil, filho. Se não tiver cuidado, vira espinho. Mas se souber cuidar... vira flor. Fiquei em silêncio. Ele prosseguiu: — Amor, meu filho... é coisa divina. Mas quando a gente mistura amor com carência, apego ou medo de ficar só, aí vira nó. Nó na alma. — Mas Pai, por que a gente ama quem nos machuca? Por que é tão difícil se libertar? Ele olhou o pôr do sol, depois me olhou por dentro. — Porque tua alma reconhece, mesmo sem lembrar. Às vezes, o que você chama de paixão é reencontro de outras vidas. E nem sempre reencontro é abraço. Tem reencontro que é acerto, que é aprendizado, que é espelho. Tem alma que vem pra te ensinar a amar certo... pra te mostrar o quanto você ainda ama errado. As palavras pesavam e libertavam ao mesmo tempo. — Mas e quando a gente faz tudo certo, e mesmo assim sofre? — Ah, filho... o amor certo às vezes machuca também. Porque amar de verdade é se expor. Mas se machuca mais do que cura, mais prende do que liberta... não é amor. É apego vestido de amor. — E como curar isso, Pai?
  • 79. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 79 Ele ficou um tempo em silêncio. Depois respondeu com suavidade: — Primeiro, você precisa se escolher. Depois, você precisa perdoar. E, por fim, você precisa deixar ir. Não o que foi bonito, mas o que hoje já não serve. Amor de verdade não aprisiona, não controla, não dói sempre. Amor verdadeiro é altar, não é cela. Fechei os olhos. Lembrei-me de rostos, de palavras, de promessas feitas e desfeitas. Doeu. Mas pela primeira vez, a dor tinha nome. Tinha direção. Pai Jacó tocou meu ombro com firmeza. — O amor que machuca é professor. O que cura é aquele que começa em você mesmo. Aprende a se amar, filho. Quem não se ama, aceita qualquer coisa e chama de amor. Antes de partir, ele olhou para o horizonte e disse: — Se quiser saber se é amor bom, pergunta: "esse amor me faz mais perto ou mais longe de mim mesmo?" E então desapareceu como sempre — deixando no ar o perfume discreto da verdade que cura devagar.
  • 80. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 80 Capítulo 14 – A casa espiritual Numa noite silenciosa, fui tomado por uma sensação estranha: como se estivesse sendo chamado, não por uma voz externa, mas por um eco vindo de dentro. Senti uma leveza incomum, como se meu corpo adormecesse, mas minha consciência despertasse em outro plano. Lá estava Pai Jacó, de pé ao lado de uma trilha feita de pedras brancas, ladeada por folhas caídas. Olhou-me com ternura, mas sem sorrir. Seu semblante era o de quem conduziria algo sério — porém necessário. — Hoje você vai visitar tua morada — disse, sem rodeios. — Minha casa? — perguntei confuso. — Tua casa espiritual. Aquela que você vai construindo com os pensamentos, os sentimentos, os gestos de cada dia.
  • 81. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 81 Caminhamos por um tempo que não sei medir. Então, avistamos uma casa à distância. Era simples, mas carregava uma energia densa. As paredes pareciam cinza; as janelas estavam fechadas. Um telhado rachado. As portas trancadas por dentro. — Essa é tua casa agora, filho — disse Pai Jacó, com calma. — Não precisa ter vergonha. Todo mundo tem uma assim em algum momento da caminhada. Aproximei-me devagar. Ao tocar a porta, ela se abriu sozinha. O ar lá dentro era abafado. Os cômodos escuros, desorganizados, cheios de objetos velhos, lembranças esquecidas, sentimentos empilhados como papéis amarelados. — Aqui é onde você guarda as mágoas, as culpass, as palavra que nunca disse, o perdão que ainda não deu — explicou ele. — Teu espírito mora aqui quando se afasta da luz. Fiquei parado, em silêncio. Meu coração apertava. Aquela casa era eu. — E o que faço com isso tudo? Pai Jacó andou até uma janela e abriu as cortinas. Um feixe de luz entrou. — Primeiro, você ilumina. Depois, você limpa. Cada vez que você perdoa, é um quarto que se areja. Cada vez que você agradece, é um canto que se ilumina. Cada verdade dita, cada passo de coragem... é um tijolo novo.
  • 82. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 82 Fomos de cômodo em cômodo. Em um, havia uma criança chorando — minha criança interior. Em outro, um espelho trincado — minha autoimagem distorcida. No sótão, um baú cheio de sonhos engavetados. — Alma que não visita sua própria casa, acaba vivendo na dos outros — disse ele. — E espírito que não cuida do lar interno, vive esperando que alguém venha arrumar o caos de dentro. Fiquei ali um tempo, com vontade de chorar, mas também com o impulso de arrumar, limpar, reacender. — Pai Jacó... essa casa pode ser reconstruída? — Ela pode até ser um templo, filho. Templo de luz, de verdade, de liberdade. Mas pra isso, você tem que voltar sempre. Entrar. Sentir. Cuidar. Antes de partir, ele me entregou uma chave. — Tua consciência é a chave. E tua escolha é a porta. Entra todo dia, nem que seja só pra acender uma vela. Acordei com essa imagem ainda viva: uma chave na mão e uma vontade nova no peito. Naquele dia, recomecei.
  • 83. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 83 Capítulo 15 – O reencontro com o Eu Maior Depois de tantas jornadas, silêncios e revelações, sentia que algo dentro de mim se reorganizava. Não era paz exatamente, mas uma espécie de alinhamento — como se peças antigas finalmente começassem a se encaixar. Numa madrugada serena, fui novamente conduzido a um estado entre o sono e a vigília. Lá estava Pai Jacó, sob uma figueira enorme, com raízes expostas como veias da terra. Seus olhos estavam mais profundos do que nunca. Ele não disse nada no início. Apenas me estendeu a mão. — Hoje, você vai se encontrar com quem você é de verdade — disse por fim. — Com o que ficou esquecido atrás de tanta máscara, dor, cobrança e medo.
  • 84. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 84 Caminhamos em silêncio por um campo de luz. Não havia paredes, nem estrada, nem tempo. Apenas um espaço amplo, onde tudo parecia acontecer ao mesmo tempo. Paramos diante de uma figura. De costas, imóvel. Senti como se a conhecesse profundamente, mas não conseguia nomeá-la. — Quem é? — perguntei. — Chega perto, filho — disse Pai Jacó. — E olha nos olhos dele. Aproximei-me devagar. A figura se virou. E então compreendi. Era eu. Mas um “eu” maior. Não no corpo, mas na presença. Um olhar que conhecia todos os meus segredos, que não julgava, que apenas... acolhia. — Esse é teu Espírito. Teu Eu Maior. A parte de você que nunca esqueceu quem é. Fiquei ali, diante de mim mesmo, com um misto de reverência e espanto. A figura me estendeu as mãos. Ao tocá-las, senti tudo: as vidas passadas, as escolhas, os erros, os aprendizados, os amores, as quedas, os recomeços. Tudo pulsava ali. — Enquanto você se via como pequeno, perdido, limitado... essa parte tua esperava você lembrar. — Mas por que me afastei tanto disso?
  • 85. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 85 Pai Jacó se aproximou, colocando a mão no meu ombro: — Porque o mundo ensina a gente a esquecer. Ensina que somos falta, que somos medo, que somos só corpo. Mas teu Eu Maior é a memória viva da tua luz. Não importa o quanto se perca... ele sempre te espera. Chorei. Não de tristeza, mas de reencontro. De alívio. De volta pra casa. — E agora? — perguntei. — Agora, você vive com mais verdade. Você deixa o Eu Maior guiar o Eu de cada dia. Porque quando a alma lembra quem é... o mundo de fora muda também. Antes de partir, Pai Jacó disse, com olhos marejados de amor: — Toda caminhada que parece pra fora... é pra dentro. Toda busca espiritual é pra lembrar que Deus vive em você também. E então tudo se dissolveu. A luz, a imagem, o campo. Acordei em paz. Naquele dia, escrevi com firmeza: “Sou mais do que lembrava. Sou luz em aprendizado. Sou espírito em experiência. Sou reencontro em forma de gente.”
  • 86. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 86 Epílogo – A travessia A jornada iniciada em silêncio encontrou, no tempo certo, uma nova rota. Foram encontros, sonhos, perguntas, vazios e reencontros. A cada capítulo vivido, a alma foi sendo desfiada até tocar a sua verdade. Não a verdade que convence os outros, mas aquela que pacifica por dentro. O que começou como dor virou direção. O que parecia ausência, revelou-se presença sutil. E o que eu imaginava ser apenas um guia espiritual, revelou-se espelho da parte mais luminosa que existe dentro de mim. Pai Jacó não trouxe todas as respostas — mas me ensinou a escutar as perguntas com o coração aberto. Não prometeu atalhos, mas me mostrou que todo passo com consciência já é caminho.
  • 87. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 87 Este livro não termina aqui. Porque a travessia é contínua. Porque o reencontro com o Eu Maior é um convite diário. E porque, toda vez que o coração se inclina em humildade e coragem, um novo diálogo se inicia.
  • 88. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 88 Mensagem final de Pai Jacó Filho querido... Se você chegou até aqui, é sinal que tua alma se permitiu. Se permitiu sentir, lembrar, doer, limpar e caminhar. A vida é estrada com muita curva e pedra, mas também com flor e céu. Quem olha só pras pedra, tropeça mais. Quem olha com alma, aprende com cada passo. Não se esqueça: tua luz não depende da luz de ninguém. Teu valor não mora no olhar dos outros. E tua força está no tanto de verdade que você aceita viver. Quando tudo parecer escuro de novo, volta pras prece simples. Volta pro silêncio com Deus. Volta pra tua casa espiritual. E lembra... Eu tô por aqui. Sempre que você chamar com verdade. Com fé e axé, Pai Jacó
  • 89. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 89 Agradecimentos Agradeço primeiro à vida, por me permitir atravessar desertos que se transformaram em jardins de consciência. Agradeço à espiritualidade amiga, em especial a Pai Jacó — espírito amoroso que me inspira, consola e ensina com firmeza e doçura. Agradeço às dores que despertaram minha sensibilidade, e aos silêncios que me ensinaram a escutar o que a alma queria dizer. Agradeço a todas as pessoas que passaram, passam e ainda passarão nesta minha existência e peço perdão a aquelas que magoei ou machuquei, tendo consciência de meus erros na caminhada evolutiva. Aos leitores, irmãos de jornada: que este livro possa ter sido um espelho, uma companhia ou um chamado — e que cada um encontre em si o ponto de luz que o conecte ao divino. E, por fim, agradeço a Jesus, Mestre Maior, por seu amor incondicional à humanidade. Com gratidão profunda, Verão de 2025
  • 90. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 90 Pai Jacó Pai Jacó é uma entidade espiritual venerada como Preto-Velho, conectada às linhas que representam sabedoria, humildade e caridade, especialmente no âmbito da cura física, emocional e espiritual. Atua na limpeza de energias, equilíbrio da aura e fortalecimento da saúde corporal e espiritual. É reconhecido por sua doçura e por transmitir “paz inexplicável” a quem o procura. Pai Jacó teria nascido em Guiné em 1764, levado escravizado ao Brasil, e cuja humildade e resignação o tornaram um espírito de luz após a morte. Viveu até os 83 anos, no século XIX, em Minas Gerais. Também é conhecido como Antônio Silas ou Pae Jacó, e tem papel relevante no resgate de espíritos obsessores, por seu compromisso com a caridade e sua elevada condição espiritual.
  • 91. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 91 O autor OLIVIO CEZAR RODRIGUES DA SILVA nasceu em 05/01/1953 em Ipaussu, SP. Viveu algumas décadas em Salvador, onde trabalhou como engenheiro mecânico, professor universitário e consultor técnico. Atualmente está aposentado e vive em Portugal. Trabalhou no movimento espírita por quatro décadas, nas seguintes instituições: Grupo da Fraternidade Leopoldo Machado (Salvador), Centro Espírita Chico Xavier (Salvador), Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo (Salvador) e Centro Espírita Caridade e Luz (São Roque - SP) tendo exercido a função de presidente nas três ultimas casas. Atualmente frequenta o Seara de Luz, na cidade de Beiriz, norte de Portugal. É autor dos livros: A Era do Cordeiro, Nos Bastidores do Hospital Esperança, Correlações entre a Ciência e o Espiritismo, Corpos Sutis e Chacras, Nos Bastidores das Reuniões de Desobsessão, Diálogos com Pai Jacó, Encontros com Pai Jacó e Ensinamentos de Pai Jacó. Co-autor com o médium Arthur Ângelo dos livros: Os Planos Sutis ao Redor da Terra e Um Grito de Loucura, ditados pelo Espírito Duarte Vilasboas. Contatos, críticas e sugestões para: oliviocezarsilva@gmail.com
  • 92. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 92 SINOPSE Este livro traz informações inéditas do mundo espiritual próximo à Terra, descrevendo comunidades do plano astral, detalhes da vida nas diversas camadas do Umbral e em planetas de planos espirituais próximos ao nosso orbe. Aborda aspectos históricos da origem do homem e das civilizações que já estiveram aqui, oriundas de diversas constelações, que utilizavam tecnologias de transporte avançadas, destacando sempre a Lei do Progresso, que estabelece os processos da evolução dos seres, sejam humanos ou extraterrestres. Vamos conhecer a vida cotidiana nas cidades de Aruanda, Nosso Lar, Hospital Esperança, Campo Formoso e outras, abordando temas como: localização, alimentação, vestuário, moradia, lazer, trabalho, flora e fauna da região. Elementais da natureza, entidades sob a forma de zoantropia, ovóides, dragões e magos negros, são alguns dos assuntos abordados ao longo da narrativa, sempre com uma visão abrangente e de vanguarda, revelando a diversidade de seres e planos convivendo de forma intensa.
  • 93. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 93 SINOPSE Afinal, por onde teria andado Jesus após Sua crucificação e morte até a madrugada da Ressurreição? - Em que tipo de corpo Ele aparece aos seus discípulos? - O que ocorreu com Seu corpo carnal? - Qual é a síntese de Sua mensagem? Este livro nos leva a uma imersão na história do Cordeiro, criando um cenário a partir da Sexta-feira da Paixão até o Domingo da Ressurreição, baseando-se nos registros contidos nos Evangelhos Canônicos e no estudo cientifico do Sudário de Turim. Avançando no tempo, busca também compreender a importância da mediunidade ao longo dos séculos do cristianismo.
  • 94. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 94 SINOPSE Um Grito de Loucura - um grito aos loucos. Porque aos loucos? Louco é aquele que decide se distanciar de sua missão. Nosso objetivo nesse livro é abordar essa loucura, na busca da ressignificação da pureza e do amor. Respeitar todas as chagas é entender a dor do outro de forma compassiva, vendo nele nosso semelhante, agregando a essa dor nossa capacidade de empatia para absorver e aceitar suas necessidades. Hoje, o mundo lentamente desperta seu interesse para tratar as chamadas doenças silenciosas. Dentre elas, a ansiedade, a depressão, a esquizofrenia e a loucura, que culminam no suicídio. A missão deste nosso despretensioso trabalho é ajudar as pessoas a reencontrarem o amor - o amor perdido, o amor esquecido...
  • 95. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 95 SINOPSE No livro “O Abismo” temos a primeiras notícias do Reino dos Dragões, onde vivem seres descomunais e horripilantes, com aspectos disformes que perderam a forma humana, degradados pela permanência no Mal. Nas Trevas, ainda abaixo do nosso solo material, encontramos o domínio dos Magos Negros, seres iniciados nas diversas religiões da Antiguidade e exímios conhecedores das leis que os regulam. No Umbral Grosso, que ocupa o mesmo espaço da nossa crosta terrestre, vive a grande maioria dos desencarnados que ainda desconhecem as leis da fraternidade. Subindo para o Umbral Médio, que se estende a partir de 20 km da crosta até cerca de 50 km de altitude, vamos encontrar os postos de socorro. Através de Chico Xavier, as noções mais detalhadas da rotina das cidades espirituais do Umbral Fino. O livro “Nosso Lar” é referencia desse tipo de colônia. A verdade é que milhares de colônias existem em torno da Terra cada uma em determinada faixa de vibração. Este livro aborda informações da colônia espiritual Hospital Esperança, apresentando trechos de livros que citam aquela instituição.
  • 96. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 96 SINOPSE O método cientifico atual baseia-se na observação e repetição de fatos, tanto os realizados por experimentos como aqueles advindos da Natureza. Mas este método é específico muitas vezes varia para cada determinada área de conhecimento humano. A Ciência ainda precisa medir ou pesar para obter comprovações do fenômeno estudado. Neste modesto livro, não pretendemos criticar a Ciência materialista ou mesmo os cientistas que a seguem, mas apresentar evidencias de um enorme campo do conhecimento humano sobre os fenômenos chamados de paranormais. A base será a Doutrina Espírita, que busca esclarecer e libertar a mente humana das prisões que infelizmente as religiões formais a colocaram. Mas também navegaremos pelos conceitos trazidos pela Teosofia e consequentemente as religiões seculares do Oriente. Estudaremos a parapsicologia, a psicotrônica, as experiências de quase morte, a reencarnação, a transcomunicação instrumental, as teorias da origem da vida e muitos outros assuntos, como a mediunidade, a glândula pineal, o registro akáshico, sempre buscando as interpretações da Ciência com uma pitada de Espiritualidade.
  • 97. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 97 SINOPSE Somos um complexo de energia em várias frequências, portanto, estamos constantemente trocando energia uns com os outros e também com a Natureza, de forma consciente ou inconsciente. Nosso corpo energético é semelhante ao Universo. Ele possui milhões de pontos brilhantes. Junto com eles temos vórtices maiores de energia, que se parecem com as galáxias e são vórtices de luz brilhante, girando em alta velocidade. Dentro desses vórtices temos vários outros mini vórtices de luz, que denominamos de chacras. A Doutrina Espírita traz uma grande contribuição para o assunto, abordando a realidade dos fluidos, a imortalidade da alma e a existência de planos espirituais, nos alertando que somos o que pensamos, interagindo o tempo todo com tudo ao nosso redor. Esta obra está dividida em três partes principais: corpos sutis, chacras e planos sutis, pois esses assuntos estão interligados e consideramos importante a abordagem dos mesmos para uma melhor compreensão do leitor.
  • 98. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 98 SINOPSE: A obsessão espiritual é um tema que, ao longo do tempo, tem despertado curiosidade, temor e, muitas vezes, incompreensão. Presente sob diversas formas nas tradições religiosas e culturais da humanidade, é na Doutrina Espírita que encontramos uma explicação clara, racional e profundamente consoladora para suas causas, manifestações e possibilidades de superação. Reuni aqui uma abordagem didática, equilibrada e vivencial, que integra teoria e prática, buscando oferecer ao leitor não apenas um diagnóstico do problema obsessivo, mas também caminhos de cura, libertação e autoconhecimento. A inclusão de temas mais complexos, como vampirismo espiritual, zoantropia e ovoidização, revela o compromisso de tratar a obsessão com a profundidade e o respeito que ela exige — sempre à luz do Evangelho. Mais do que um estudo teórico, este livro é um convite à ação consciente e caridosa diante do sofrimento alheio. Ele é direcionado a médiuns, trabalhadores espíritas, estudiosos e a todos que desejam compreender as causas profundas das dores humanas e colaborar com os processos de cura espiritual — os seus e os do próximo.
  • 99. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 99 SINOPSE Em Diálogos com Pai Jacó, o leitor é conduzido por uma jornada simbólica, espiritual e profundamente humana. Através dos encontros com Pai Jacó — espírito sábio na forma de um Preto Velho de elevada hierarquia — o narrador enfrenta suas sombras, dores, perdas e confusões existenciais, sendo guiado com firmeza e amor pelo caminho do autoconhecimento. Cada capítulo é um mergulho em temas universais como fé, sofrimento, silêncio espiritual, vínculos afetivos, perdão, sonhos, reencarnação e o reencontro com o Eu Maior. Com linguagem simples, poética e acessível, a obra toca o coração sem perder a profundidade filosófica e terapêutica. Este livro é mais do que leitura — é um chamado. Um chamado à alma que busca sentido, paz e reconexão com sua essência mais verdadeira. "Alma que não visita sua própria casa, acaba vivendo na dos outros." — Pai Jacó. Se você sente que chegou a hora de conversar com sua própria luz — e também com suas sombras — este livro será sua companhia de travessia.
  • 100. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 100 SINOPSE: Encontros com Pai Jacó é um mergulho profundo na alma humana através de diálogos poéticos e espirituais entre o autor e seu mentor, Pai Jacó — um Preto Velho de sabedoria serena e acolhedora. Em uma linguagem simples, porém carregada de significado, o livro aborda temas delicados como tristeza, solidão, desilusão, culpa, depressão, medo, suicídio, amor-próprio e perdão, oferecendo acolhimento e reflexão para as dores mais íntimas do ser. Cada capítulo é construído como uma conversa à beira das fronteiras da alma, onde o silêncio, o afeto e a escuta se tornam ferramentas de cura. Com ternura e firmeza, Pai Jacó conduz o leitor por um caminho de autoconhecimento e reconexão espiritual, ensinando que a transformação verdadeira começa no interior e que é possível encontrar luz mesmo nos momentos mais sombrios. A obra é ao mesmo tempo um livro de autoajuda e espiritualidade, fundamentado na sensibilidade da Doutrina Espírita, mas acessível a todos que buscam sentido, consolo e reconciliação com a própria história. Não há promessas mágicas, mas uma presença constante que afirma: “você não está só”. Ao final, o convite é claro e amoroso: voltar para casa — esse lugar simbólico onde a alma se sente inteira, amada e em paz. Encontros com Pai Jacó é um livro para ler com o coração aberto, e talvez, para encontrar a si mesmo em meio às páginas.
  • 101. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 101 SINOPSE: Este livro é um convite ao despertar da alma e à escuta da própria essência. Em trinta reflexões curtas e poéticas, o autor percorre os caminhos do silêncio, da dor, da fé, do perdão, do corpo, dos relacionamentos e da ancestralidade para revelar que a verdadeira sabedoria nasce de dentro. Cada capítulo é uma semente de consciência, plantada com palavras simples, mas profundas, que ressoam como ensinamentos antigos e atemporais. Com linguagem acessível e espiritualidade enraizada na vida cotidiana, o livro mostra que cair faz parte do caminho, que o corpo fala o que a alma cala, e que ouvir os outros — e a si mesmo — pode ser um ato sagrado. Ensinamentos de Pai Jacó é um manual delicado de crescimento pessoal e espiritual, voltado a quem busca leveza, verdade e presença na jornada da vida. Uma leitura para tocar o coração e lembrar que o fim nunca é o fim — é só um novo começo.
  • 102. Diálogos com Pai Jacó - Olivio Cezar 102 Estes livros estão disponíveis para download gratuito nos seguintes sites: https://www.bvespirita.net/ https://www.ebookespirita.org/ https://www.academia.edu/ https://doceru.com/ https://play.google.com/books/ https://pt.slideshare.net/ Para aquisição da obra impressa acesse os sites abaixo, pesquise o nome do livro ou do autor na barra de busca e faça sua encomenda. https://clubedeautores.com.br/ https://www.amazon.com.br