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UA 3 Platão
1,2,3 Vida e obra
• Platão nasceu em Atenas 428/427, seu nome era Arístocles.
• Filho de família aristocrata com aptidões para a política. Foi discípulo de
Crátilo, seguidor de Heráclito e depois de Sócrates.
• Em 404, a Aristocracia assumiu o poder e dois parentes seus (Cármides e
Crítias) tiveram participações importantes. Platão não aprovava seus
métodos, nem dos democratas que depois que reassumiram o poder foram
responsáveis pela condenação de Sócrates.
• Em 399 esteve em Megára com alguns discípulos de Sócrates e em 388
viajou para a Itália, conhecendo os pitagóricos. Conheceu também o tirano
Dionísio I. Tentou incutir seu ideal de rei filósofo. Mas logo se indispôs.
Vendido como escravo foi enviado para Égina, cidade em guerra com
Atenas. Resgatado por Aniceris. Volta para Atenas e funda a Academia.
• Volta para Siracusa, já sobre o reinado de Dionísio II, mas também não
teve sucesso.
• Escritos (9 tetralogias): 1 Eutifron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon;
• 2 Crátilon, Teeteto, Sofista, Político;
• 3 Pamênides, Banqueto, Filebo, Fedro;
• 4 Alcebiabiades I, Alcebiades II, Hiparco, Amantes;
• 5 Teages, Cármides Laques, Lísis;
• 6 Eutidemo, Protrágoras, Górgias, Mênon;
• 7 Hípias menor, Hípias maior, Íon e Menexeno;
• 8 Clitofon, República, Timeu, Critias;
• 9 Mino, Leis, Epinomis, Cartas.
• Confirma-se que os diálogos dialéticos: Parmênides, Sofista, Político,
filebo e também Timeu, Crítias e a s leis são obras da última fase de
Platão.
• República, Fédon, Banquete e Fedro pertencem a faze central.
• Górgias Górgias, é anterior a viagem a Itália, Mênon Crátilo e
Protágoras posteriores.
• Os diálogos menores são da primeira fase.
• Platão elaborou teorias sobre o bem, que foram expressas
exclusivamente na forma oral para alunos da academia.
4 Os diálogos platônicos e Sócrates como
personagem
• Buscou reproduzir o jogo de perguntas e respostas, com
todos os meandros da dúvida. (Diálogo) O personagem
Sócrates dos diálogos de Platão é o próprio Platão e seus
escritos devem ser lidos levando em conta o Platão não
escrito.
5 Recuperação e novo significado do “mito”
em Platão
• Filosofia, libertação do logos em relação ao mito. Os sofistas fizeram
uso funcional do mito, o que foi condenado por Sócrates.
• Para Platão, mais que fantasia, o mito é expressão de fé e de crença.
O mito busca a clarificação no logos e o logos busca
complementação intuitiva no mito. Não cancela, nem dá
prioridade ao mito.
II A fundação da metafísica
• 1.1 Primeira navegação: Naturalistas tentaram explicar os fenômenos
recorrendo as causas de caráter físico e mecânico.
• Segunda navegação: Sem vento recorria-se aos remos. Nova rota
“libertação radical dos sentidos e do sensível em um deslocamento
para o plano racional puro.
• 1.2 Ao explicar por que uma coisa é bela impõe-se postular uma
causa ulterior, que para constituir verdadeira causa deverá ser algo
não sensível mas inteligível. Essa causa é a ideia a forma pura da
beleza.
• A verdadeira causa porque Sócrates está preso é de ordem superior,
representando um valor espiritual e moral: acatou o veredito dos
juízes de atenas, acreditando que isso era o bem e o conveniente.
• 1.3 A “segunda navegação”, portanto, leva ao
reconhecimento da existência de dois planos do ser: um,
fenomênico e visível; outro invisível e metafenomênico,
captável apenas com a mente.
• Depois da “segunda navegação” platônica é que se pode
falar de “material” e “imaterial”, “sensível” e “supra-
sensível”, etc.
• O “verdadeiro ser” é constituído pela “realidade inteligível”.
2 O hiperurânio ou o mundo das Ideias
• As ideias são a “forma” das coisas, “substâncias” “entidades”. Causa
inteligível e real das coisas. São aquilo que o pensamento pensa
quando liberto do sensível. São as essências das coisas.
• As ideias existem em si e por si, o Belo ou o Verdadeiro não são
apenas relativamente, mas se impõem ao sujeito de modo absoluto.
• As verdadeiras causas das coisas sensíveis que mudam não podem
sofrer mudança, pois não seriam razões últimas.
• Hiperurânio, (lugar acima do céu) lugar que não é lugar, O hiperurânio
é a imagem do mundo a-espacial do inteligível.
3 A estrutura do mundo ideal
• 3.1 As ideias estão dispostas numa ordem hierárquica tendo no seu
vértice a ideia de Bem
• “O bem não é substância ou essência, mas firma-se acima da
substância, transcendendo-a em dignidade hierárquica e em poder.”
• 3.2 O princípio supremo que na República denomina-se “Bem” nas
doutrinas não escritas chama-se “Uno”. O Uno sintetiza em si o Bem,
pois tudo quanto produz é bem. Ao uno se contrapunha a Díade ou
dualidade (indeterminado ou ilimitado). Da colaboração dos dois
princípios procede a totalidade das ideias.
• O Uno, enquanto se delimita, se manifesta como Bem.
• A) O uno é princípio do ser. A ideia nasce da delimitação do ilimitado.
• B) (Verdade) Só o que é determinado é inteligível e cognoscível.
• C) (Valor) Delimitação implica, ordem e perfeição.
• Platão definiu a unidade como “medida absolutamente exata”.
• 3.3 Os entes matemáticos são múltiplos e intermediários entre as
ideias e as coisas.
4 O cosmo sensível
• 4.1 O mundo físico deriva das ideias, que funcionam como princípio
formal, e do princípio material, sensível, um princípio ilimitado e
indeterminado de caráter físico.
• A matéria, chora (espacialidade) participa de modo obscuro do
inteligível, permanecendo a mercê de um movimento informe e
caótico.
• 4.2 Existe um Demiurgo Deus-artífice, que pensa e quer, o qual
assumindo como modelo o mundo das ideias, plasmou a chora
segundo esse modelo gerando o cosmo físico.
• O mundo inteligível é eterno assim como o Demiurgo. O mundo
sensível foi gerado pelo artífice a partir do modelo, por bondade.
• 4.3 O Demiurgo realizou a obra mais bela possível, animado pelo
desejo de bem, o mal e o negativo que permanecem, devem-se à
espacialidade caótica. Concebe o mundo como vivo e inteligente.
Além de um corpo possui alma. O mundo é uma espécie de “Deus
visível”.
• 4.4 Enquanto eterno, o mundo inteligível está na dimensão do é, sem
o “era” e sem o “será”. O mundo sensível está na dimensão do tempo.
Antes da geração do mundo não existia tempo. O mundo sensível
torna-se “cosmo”, ordem perfeita, triunfo do inteligível sobre a
matéria.
III O conhecimento, a dialética, a arte e o
“amor” platônico
• 1 A “anamnese”, raiz do conhecimento: para superar a aporia dos
erísticos, que dizia não ser possível investigar o que não se conhece,
nem o que já se conhece. (no Menon) Propõe a “anaminese” um
emergir daquilo que já existe desde sempre na alma. Após exposição
mitológica Platão realiza uma “experiência maiêutica”. Interroga um
escravo ignorante de geometria e consegue fazer com que ele resolva
um complexo problema de geometria.
• No Fedon da diferença entre formas sensíveis imperfeitas e as formas
geométricas perfeitas, conclui que as últimas não poderiam ser
criações nossas mas encontradas e descobertas na nossa mente.
2 Os graus do conhecimento
• Anamnese explica que o conhecimento é possível porque temos na
alma uma intuição originária do verdadeiro.
• Na república Platão parte do princípio que o conhecimento é
proporcional aos graus do ser. O que é ser é perfeitamente
cognoscível. O sensível é intermediário entre o ser e o não-ser, dele
existe um conhecimento intermediário entre ciência e ignorância.
Conhecimento que não se identifica com o conhecimento vedadeiro e
próprio. (é a opinião doxa). Para fundamentar a opinião é necessário
trata-la com o raciocínio causal, transformando-a em ciência –
episteme.
• A opinião se divide em simples imaginação (eikasía) e crença (pístis),
enquanto a ciência em intermediária (diánoia) e em intelecção pura
(nóesis).
• Dianóia, conhecimento matemático-geométrico. Noésis,
conhecimento dialético das idéias.
3 Dialética
• Homens comuns, primeiros dois graus do conhecimento,
matemáticos sobem à diánoia, filósofos Tem acesso a noésis.
• Existe uma dialética ascendente que, liberta dos sentidos ascendendo
a ideia suprema.
• A dialética consiste na captação, baseada na intuição intelectual, do
mundo ideal, da sua estrutura e do lugar que cada ideia ocupa em
relação as outras. E nisso está a verdade. Segunda navegação.
4 A arte como distanciamento do verdadeiro
Platão se preocupa apenas em estabelecer o seu valor de verdade.
Considera a poesia inferior a filosofia. O poeta é poeta, não por ciência,
mas por intuição irracional. O poeta é poeta por destino divino, não
não por virtude derivada do conhecimento.
Mais precisas e determinadas são as concepções de arte expressas por
Platão no livro décimo da República. Se a arte é imatação das coisas
sensíveis será imitação de imitação. Permanecerá três vezes distante da
verdade.
Desse modo a arte se mostra corruptora. Devendo ser banida ou
eliminada do Estado Perfeito. Se quiser se salvar a arte deve submeter-
se às regras do filósofos.
O amor platônico como caminho alógico para
o absoluto.
• O tema da beleza não se vincula a arte, mas ao Eros e amor,
entendido como força mediadora entre o sensível e o supr-sensível.
• O Belo coincide com o Bem, o Eros é uma força que eleva ao Bem e a
erótica se revela um caminho alógico que conduz ao Absoluto.
• O amor é sede de beleza e de bondade. O amor é “filo-sofo”.
• a) O grau mais baixo na escala do amor é o amor físico.
• B) Depois o amor fecundo na esfera da alma, os amantes das almas,
da justiça e das leis, das ciências puras.
• C) finalmente no ápice da escala do amor, está a visão fulgurante da
Ideia do belo. O amor é nostalgia do absoluto tensão transcendente.
IV A concepção de Homem
• 1 Transforma a distinção entre alma e corpo em oposição. O corpo é
visto como cárcere da alma. O corpo é a raiz de todo mal.
• 2 Os paradoxos da “fuga do corpo” e da “fuga do mundo” e seu
significado. 1) No Fedon afirma que o verdadeiro filósofo deseja a
morte e a verdadeira filosofia é “exercício de morte”. A morte é
apenas um episódio que se refere ao corpo. O filósofo deseja a
verdadeira vida. 2) A fuga do mundo também é claro. Assemelhar-se
a Deus adquirindo justiça, santidade e sabedoria.
3 A purificação da alma como conhecimento
e a dialética como conversão
• Sócrates identifica a “cura da alma” com a suprema missão moral do
homem. Platão acrescenta que cura da alma significa “purificação da
alma”. Purificação coincide com processo de elevação ao
conhecimento supremo do inteligível.
• O processo de conhecimento racional também representa conversão
moral. É conhecendo que a alma se cura. O ciclo terrestre dura 100
anos o celeste 1000.
4 A imortalidade da alma
• No Fedon: A alma humana é capaz de conhecer as realidades
imutáveis e eternas. Para conhece-las deve possuir uma natureza afim
com elas. Consequentemente a alma tem de ser imutável e eterna.
• No Timeu: As almas são geradas pelo Demiurgo, com a mesma
substância da alma do mundo. Elas nascem, mas por determinação
divina, não estão sujeitas a morte.
• A existência e a imortalidade da alma só tem sentido caso se admita a
existência do métaempírico.
5 A metempsicose e o destino da alma após a
morte
• Metempsicose é a doutrina que ensina a transmigração da alma em
vários corpos.
• No Fedon as almas que viveram uma vida excessivamente ligada ao
corpo, com a morte não conseguem se separar inteiramente do que é
corpóreo. Homens virtuosos encarnam em animais mansos ou
homens honestos. A estirpe dos deuses não é permitido chegar a
quem não cultivar a filosofia.
• Estamos diante de um ciclo individual de reencarnações.
6 O mito de Er
• Terminada sua viajem de 1000 anos são propostos as almas a escolha
do seu paradigma de vida para reencarnação. O homem não é livre
para escolher entre viver ou não viver, mas para escolher viver ou não
de acordo com a moral.
• Vós escolhereis vosso demônio.
• Após a escolha bebem do “rio do esquecimento” e descem aos
corpos para viver a vida escolhida.
7 O mito do carro alado
• No Fedro, a alma se assemelha carro alado puchado por dois cavalos
de raças diferentes e guiado pelo aurita. Isso torna difícil a operação
de guiálos. (Os cavalos e o aurita simpoblizam os três elementos com
os quais o Demiurgo no Timeu forjou a alma). Para nossa alma
constitui árdua tarefa contemplar o Ser. Algumas almas conseguem
contemplar o ser e continuam a viver com os deuses. Outras não
conseguem chegar a “Planície da verdade”. Ela acabam caindo
novamente na terra.
Conclusões
• Verdade dos mitos é uma espécie de fé raciocinada.
• A verdadeira vida situa-se no além.
• No Hades a alma é julgada exclusivamente pela justiça e injustiça,
temperança e devassidão, virtude e vício.
• Tríplice destino das almas: a plena justiça, Bem-aventurança; b plena
injustiça, castigo eterno. C cometido injustiças sanáveis será punida
temporariamente.
• Mitos escatológicos, ideia de juízo, prêmio, castigo e libertador das
dores humanas.
V O Estado ideal
• 1.1 Filosofia e política. A verdadeira arte política é a arte da cura da
alma que e a torna mais virtuosa. (Platão no Górgeas)
• Só o político filósofo, pode construir o Estado fundado na justiça e no
bem.
• A) Filosofia como conhecimento do todo; B) Alma essência do
homem; C) Coincidência entre indivíduo e cidadão; D) Cidade Estado,
horizonte de todos os valores morais e única forma possível de
sociedade.
• A República tem como problema central a justiça.
1.2 Porque nasce um Estado e as três classes
que o constituem
• O homem não é autárquico, tem necessidade de outros: 1 que provém
necessidades materiais, 2 de guardas; 3 de homens que saibam governar.
Essas necessidades correspondem a três classes sociais.
• 1 Prevalece o aspecto concupcivel, é boa quando predomina a virtude da
temperança, ordem, domínio e disciplina do prazeres.
• 2 Prevalece o irrascível, suas virtudes são a fortaleza e a coragem, vigilantes
aos perigos externos e internos, evitando: que a classe 1 produza riqueza
ou pobreza em desmesura; o Estado gigante ou pequeno demais.
• 3 Prevalece a sabedoria, conhecimento do Bem.
• A cidade perfeita produz a harmonia entre as três virtudes.
1.3 Três partes da Alma, classes e virtudes
• Em cada homem estão presentes as três faculdades da alma, desejo,
razão e ira. Classes do Estado também são como as três partes da
alma, epithymétikon, Thimoeidés, Logísticon. A irracível encontra-se
ao lado da razão, mas pode se aliar a mais baixa, caso seja
corrompida. O indivíduo é temperante, quando as tendências
inferiores se harmonizam com a razão; corajoso, quando a parte
irascível se harmoniza com a razão; racional, quando tem a verdadeira
ciência do bem.
• O conceito de justiça: “segundo a natureza”, “cada um faça aquilo que
lhe compete fazer”. Os cidadãos e as classes dos cidadãos.
1.4 Como se educam as três classes
• Classe1 Não precisa de educação especial, aprende com a prática.
• Classe 2 Educação pela ginastica e música, ter os bens em comum
providos providos pela classe 1, propõe que os filhos sejam separados
dos pais desde a infância para formar uma só grande família.
• Classe 3 A educação para a filosofia e governo deveria durar até os
50. Entre 30 e 35 anos deveria ocorrer a experiência com a dialética.
Dos 35 aos 50, retomada dos contatos com a realidade empírica no
desempenho de diversas tarefas. Supõe a coincidência entre
verdadeiro filósofo e o verdadeiro político.
• Pouco importa se existe tal cidade, basta que cada um viva segundo
suas leis.
2 O “Político” e as “leis”
• Desenvolve ideias para a construção do Estado Segundo destinado a
suceder o Estado ideal.
• No Estado real, onde dificilmente se poderia encontrar homens
capazes de governar com “virtude e ciência”, a soberania cabe a lei, e
portanto é necessário elaborar constituições escritas. Três tipos:
• 1) Se um homem governa, monarquia;
• 2) Se os ricos governam, aristocracia;
• 3) Se é o povo na sua totalidade que governa e busca imitar o político
ideal, temos a democracia.
• Quanto essas formas de constituição política se corrompem temos:
• 1) a tirania;
• 2) a oligarquia;
• 3) a demagogia.
• Quando o Estado é bem governado a primeira forma de governo é a
melhor. Quando a corrupção campeia, é melhor a democracia,
porquanto pelo menos, a liberdade permanece garantida.
• Nas leis Platão recomenda dois conceitos básicos: Constituição mista
para Evitar a tirania e preservar a liberdade. E igualdade proporcional
de forma que a justa medida assume posição predominante.
Conclusões sobre Platão
• Mito da caverna, estátuas sombras e ecos. Luz do sol.
• 2 Quatro graus ontológicos da realidade,
• 1 Ontológico: ser sensível(estátuas), (sobra das estátuas), muro, supra-
sensível, representações simbólicas do ser verdadeiro, sol o sumo bem.
• 2 Cognitivo: sombras das estátuas – eikasía, estátuas – pístis; a passagem
da visão das estátuas para os objetos verdadeiros e para a visão do sol
simboliza a dialética em seus vários graus e depois intelecção pura.
• 3 Teológico simboliza o aspecto teológico místico de Platão.
• 4 Político, retorno do filósofo-político a caverna. Se arriscará a não ser
entendido.
UA 3Platão sua vida e obra, com detalhes de sua vida
1. Explique as distinções fundamentais da chamada segunda
navegação da metafísica a partir do pensamento de Platão.
2. O que é o hiperurânio de Platão e como se relaciona com o mundo
sensível?
3. Explique a Antropologia de Platão a partir das três almas.
4. Justifique a afirmação da imortalidade da alma.
5. Como Platão justifica a virtude da justiça e qual seu papel na
arquitetura da República de Platão

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  • 2. 1,2,3 Vida e obra • Platão nasceu em Atenas 428/427, seu nome era Arístocles. • Filho de família aristocrata com aptidões para a política. Foi discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito e depois de Sócrates. • Em 404, a Aristocracia assumiu o poder e dois parentes seus (Cármides e Crítias) tiveram participações importantes. Platão não aprovava seus métodos, nem dos democratas que depois que reassumiram o poder foram responsáveis pela condenação de Sócrates. • Em 399 esteve em Megára com alguns discípulos de Sócrates e em 388 viajou para a Itália, conhecendo os pitagóricos. Conheceu também o tirano Dionísio I. Tentou incutir seu ideal de rei filósofo. Mas logo se indispôs. Vendido como escravo foi enviado para Égina, cidade em guerra com Atenas. Resgatado por Aniceris. Volta para Atenas e funda a Academia.
  • 3. • Volta para Siracusa, já sobre o reinado de Dionísio II, mas também não teve sucesso. • Escritos (9 tetralogias): 1 Eutifron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon; • 2 Crátilon, Teeteto, Sofista, Político; • 3 Pamênides, Banqueto, Filebo, Fedro; • 4 Alcebiabiades I, Alcebiades II, Hiparco, Amantes; • 5 Teages, Cármides Laques, Lísis; • 6 Eutidemo, Protrágoras, Górgias, Mênon; • 7 Hípias menor, Hípias maior, Íon e Menexeno; • 8 Clitofon, República, Timeu, Critias; • 9 Mino, Leis, Epinomis, Cartas.
  • 4. • Confirma-se que os diálogos dialéticos: Parmênides, Sofista, Político, filebo e também Timeu, Crítias e a s leis são obras da última fase de Platão. • República, Fédon, Banquete e Fedro pertencem a faze central. • Górgias Górgias, é anterior a viagem a Itália, Mênon Crátilo e Protágoras posteriores. • Os diálogos menores são da primeira fase. • Platão elaborou teorias sobre o bem, que foram expressas exclusivamente na forma oral para alunos da academia.
  • 5. 4 Os diálogos platônicos e Sócrates como personagem • Buscou reproduzir o jogo de perguntas e respostas, com todos os meandros da dúvida. (Diálogo) O personagem Sócrates dos diálogos de Platão é o próprio Platão e seus escritos devem ser lidos levando em conta o Platão não escrito.
  • 6. 5 Recuperação e novo significado do “mito” em Platão • Filosofia, libertação do logos em relação ao mito. Os sofistas fizeram uso funcional do mito, o que foi condenado por Sócrates. • Para Platão, mais que fantasia, o mito é expressão de fé e de crença. O mito busca a clarificação no logos e o logos busca complementação intuitiva no mito. Não cancela, nem dá prioridade ao mito.
  • 7. II A fundação da metafísica • 1.1 Primeira navegação: Naturalistas tentaram explicar os fenômenos recorrendo as causas de caráter físico e mecânico. • Segunda navegação: Sem vento recorria-se aos remos. Nova rota “libertação radical dos sentidos e do sensível em um deslocamento para o plano racional puro. • 1.2 Ao explicar por que uma coisa é bela impõe-se postular uma causa ulterior, que para constituir verdadeira causa deverá ser algo não sensível mas inteligível. Essa causa é a ideia a forma pura da beleza. • A verdadeira causa porque Sócrates está preso é de ordem superior, representando um valor espiritual e moral: acatou o veredito dos juízes de atenas, acreditando que isso era o bem e o conveniente.
  • 8. • 1.3 A “segunda navegação”, portanto, leva ao reconhecimento da existência de dois planos do ser: um, fenomênico e visível; outro invisível e metafenomênico, captável apenas com a mente. • Depois da “segunda navegação” platônica é que se pode falar de “material” e “imaterial”, “sensível” e “supra- sensível”, etc. • O “verdadeiro ser” é constituído pela “realidade inteligível”.
  • 9. 2 O hiperurânio ou o mundo das Ideias • As ideias são a “forma” das coisas, “substâncias” “entidades”. Causa inteligível e real das coisas. São aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível. São as essências das coisas. • As ideias existem em si e por si, o Belo ou o Verdadeiro não são apenas relativamente, mas se impõem ao sujeito de modo absoluto. • As verdadeiras causas das coisas sensíveis que mudam não podem sofrer mudança, pois não seriam razões últimas. • Hiperurânio, (lugar acima do céu) lugar que não é lugar, O hiperurânio é a imagem do mundo a-espacial do inteligível.
  • 10. 3 A estrutura do mundo ideal • 3.1 As ideias estão dispostas numa ordem hierárquica tendo no seu vértice a ideia de Bem • “O bem não é substância ou essência, mas firma-se acima da substância, transcendendo-a em dignidade hierárquica e em poder.” • 3.2 O princípio supremo que na República denomina-se “Bem” nas doutrinas não escritas chama-se “Uno”. O Uno sintetiza em si o Bem, pois tudo quanto produz é bem. Ao uno se contrapunha a Díade ou dualidade (indeterminado ou ilimitado). Da colaboração dos dois princípios procede a totalidade das ideias.
  • 11. • O Uno, enquanto se delimita, se manifesta como Bem. • A) O uno é princípio do ser. A ideia nasce da delimitação do ilimitado. • B) (Verdade) Só o que é determinado é inteligível e cognoscível. • C) (Valor) Delimitação implica, ordem e perfeição. • Platão definiu a unidade como “medida absolutamente exata”. • 3.3 Os entes matemáticos são múltiplos e intermediários entre as ideias e as coisas.
  • 12. 4 O cosmo sensível • 4.1 O mundo físico deriva das ideias, que funcionam como princípio formal, e do princípio material, sensível, um princípio ilimitado e indeterminado de caráter físico. • A matéria, chora (espacialidade) participa de modo obscuro do inteligível, permanecendo a mercê de um movimento informe e caótico. • 4.2 Existe um Demiurgo Deus-artífice, que pensa e quer, o qual assumindo como modelo o mundo das ideias, plasmou a chora segundo esse modelo gerando o cosmo físico.
  • 13. • O mundo inteligível é eterno assim como o Demiurgo. O mundo sensível foi gerado pelo artífice a partir do modelo, por bondade. • 4.3 O Demiurgo realizou a obra mais bela possível, animado pelo desejo de bem, o mal e o negativo que permanecem, devem-se à espacialidade caótica. Concebe o mundo como vivo e inteligente. Além de um corpo possui alma. O mundo é uma espécie de “Deus visível”. • 4.4 Enquanto eterno, o mundo inteligível está na dimensão do é, sem o “era” e sem o “será”. O mundo sensível está na dimensão do tempo. Antes da geração do mundo não existia tempo. O mundo sensível torna-se “cosmo”, ordem perfeita, triunfo do inteligível sobre a matéria.
  • 14. III O conhecimento, a dialética, a arte e o “amor” platônico • 1 A “anamnese”, raiz do conhecimento: para superar a aporia dos erísticos, que dizia não ser possível investigar o que não se conhece, nem o que já se conhece. (no Menon) Propõe a “anaminese” um emergir daquilo que já existe desde sempre na alma. Após exposição mitológica Platão realiza uma “experiência maiêutica”. Interroga um escravo ignorante de geometria e consegue fazer com que ele resolva um complexo problema de geometria. • No Fedon da diferença entre formas sensíveis imperfeitas e as formas geométricas perfeitas, conclui que as últimas não poderiam ser criações nossas mas encontradas e descobertas na nossa mente.
  • 15. 2 Os graus do conhecimento • Anamnese explica que o conhecimento é possível porque temos na alma uma intuição originária do verdadeiro. • Na república Platão parte do princípio que o conhecimento é proporcional aos graus do ser. O que é ser é perfeitamente cognoscível. O sensível é intermediário entre o ser e o não-ser, dele existe um conhecimento intermediário entre ciência e ignorância. Conhecimento que não se identifica com o conhecimento vedadeiro e próprio. (é a opinião doxa). Para fundamentar a opinião é necessário trata-la com o raciocínio causal, transformando-a em ciência – episteme.
  • 16. • A opinião se divide em simples imaginação (eikasía) e crença (pístis), enquanto a ciência em intermediária (diánoia) e em intelecção pura (nóesis). • Dianóia, conhecimento matemático-geométrico. Noésis, conhecimento dialético das idéias.
  • 17. 3 Dialética • Homens comuns, primeiros dois graus do conhecimento, matemáticos sobem à diánoia, filósofos Tem acesso a noésis. • Existe uma dialética ascendente que, liberta dos sentidos ascendendo a ideia suprema. • A dialética consiste na captação, baseada na intuição intelectual, do mundo ideal, da sua estrutura e do lugar que cada ideia ocupa em relação as outras. E nisso está a verdade. Segunda navegação.
  • 18. 4 A arte como distanciamento do verdadeiro Platão se preocupa apenas em estabelecer o seu valor de verdade. Considera a poesia inferior a filosofia. O poeta é poeta, não por ciência, mas por intuição irracional. O poeta é poeta por destino divino, não não por virtude derivada do conhecimento. Mais precisas e determinadas são as concepções de arte expressas por Platão no livro décimo da República. Se a arte é imatação das coisas sensíveis será imitação de imitação. Permanecerá três vezes distante da verdade. Desse modo a arte se mostra corruptora. Devendo ser banida ou eliminada do Estado Perfeito. Se quiser se salvar a arte deve submeter- se às regras do filósofos.
  • 19. O amor platônico como caminho alógico para o absoluto. • O tema da beleza não se vincula a arte, mas ao Eros e amor, entendido como força mediadora entre o sensível e o supr-sensível. • O Belo coincide com o Bem, o Eros é uma força que eleva ao Bem e a erótica se revela um caminho alógico que conduz ao Absoluto. • O amor é sede de beleza e de bondade. O amor é “filo-sofo”. • a) O grau mais baixo na escala do amor é o amor físico. • B) Depois o amor fecundo na esfera da alma, os amantes das almas, da justiça e das leis, das ciências puras. • C) finalmente no ápice da escala do amor, está a visão fulgurante da Ideia do belo. O amor é nostalgia do absoluto tensão transcendente.
  • 20. IV A concepção de Homem • 1 Transforma a distinção entre alma e corpo em oposição. O corpo é visto como cárcere da alma. O corpo é a raiz de todo mal. • 2 Os paradoxos da “fuga do corpo” e da “fuga do mundo” e seu significado. 1) No Fedon afirma que o verdadeiro filósofo deseja a morte e a verdadeira filosofia é “exercício de morte”. A morte é apenas um episódio que se refere ao corpo. O filósofo deseja a verdadeira vida. 2) A fuga do mundo também é claro. Assemelhar-se a Deus adquirindo justiça, santidade e sabedoria.
  • 21. 3 A purificação da alma como conhecimento e a dialética como conversão • Sócrates identifica a “cura da alma” com a suprema missão moral do homem. Platão acrescenta que cura da alma significa “purificação da alma”. Purificação coincide com processo de elevação ao conhecimento supremo do inteligível. • O processo de conhecimento racional também representa conversão moral. É conhecendo que a alma se cura. O ciclo terrestre dura 100 anos o celeste 1000.
  • 22. 4 A imortalidade da alma • No Fedon: A alma humana é capaz de conhecer as realidades imutáveis e eternas. Para conhece-las deve possuir uma natureza afim com elas. Consequentemente a alma tem de ser imutável e eterna. • No Timeu: As almas são geradas pelo Demiurgo, com a mesma substância da alma do mundo. Elas nascem, mas por determinação divina, não estão sujeitas a morte. • A existência e a imortalidade da alma só tem sentido caso se admita a existência do métaempírico.
  • 23. 5 A metempsicose e o destino da alma após a morte • Metempsicose é a doutrina que ensina a transmigração da alma em vários corpos. • No Fedon as almas que viveram uma vida excessivamente ligada ao corpo, com a morte não conseguem se separar inteiramente do que é corpóreo. Homens virtuosos encarnam em animais mansos ou homens honestos. A estirpe dos deuses não é permitido chegar a quem não cultivar a filosofia. • Estamos diante de um ciclo individual de reencarnações.
  • 24. 6 O mito de Er • Terminada sua viajem de 1000 anos são propostos as almas a escolha do seu paradigma de vida para reencarnação. O homem não é livre para escolher entre viver ou não viver, mas para escolher viver ou não de acordo com a moral. • Vós escolhereis vosso demônio. • Após a escolha bebem do “rio do esquecimento” e descem aos corpos para viver a vida escolhida.
  • 25. 7 O mito do carro alado • No Fedro, a alma se assemelha carro alado puchado por dois cavalos de raças diferentes e guiado pelo aurita. Isso torna difícil a operação de guiálos. (Os cavalos e o aurita simpoblizam os três elementos com os quais o Demiurgo no Timeu forjou a alma). Para nossa alma constitui árdua tarefa contemplar o Ser. Algumas almas conseguem contemplar o ser e continuam a viver com os deuses. Outras não conseguem chegar a “Planície da verdade”. Ela acabam caindo novamente na terra.
  • 26. Conclusões • Verdade dos mitos é uma espécie de fé raciocinada. • A verdadeira vida situa-se no além. • No Hades a alma é julgada exclusivamente pela justiça e injustiça, temperança e devassidão, virtude e vício. • Tríplice destino das almas: a plena justiça, Bem-aventurança; b plena injustiça, castigo eterno. C cometido injustiças sanáveis será punida temporariamente. • Mitos escatológicos, ideia de juízo, prêmio, castigo e libertador das dores humanas.
  • 27. V O Estado ideal • 1.1 Filosofia e política. A verdadeira arte política é a arte da cura da alma que e a torna mais virtuosa. (Platão no Górgeas) • Só o político filósofo, pode construir o Estado fundado na justiça e no bem. • A) Filosofia como conhecimento do todo; B) Alma essência do homem; C) Coincidência entre indivíduo e cidadão; D) Cidade Estado, horizonte de todos os valores morais e única forma possível de sociedade. • A República tem como problema central a justiça.
  • 28. 1.2 Porque nasce um Estado e as três classes que o constituem • O homem não é autárquico, tem necessidade de outros: 1 que provém necessidades materiais, 2 de guardas; 3 de homens que saibam governar. Essas necessidades correspondem a três classes sociais. • 1 Prevalece o aspecto concupcivel, é boa quando predomina a virtude da temperança, ordem, domínio e disciplina do prazeres. • 2 Prevalece o irrascível, suas virtudes são a fortaleza e a coragem, vigilantes aos perigos externos e internos, evitando: que a classe 1 produza riqueza ou pobreza em desmesura; o Estado gigante ou pequeno demais. • 3 Prevalece a sabedoria, conhecimento do Bem. • A cidade perfeita produz a harmonia entre as três virtudes.
  • 29. 1.3 Três partes da Alma, classes e virtudes • Em cada homem estão presentes as três faculdades da alma, desejo, razão e ira. Classes do Estado também são como as três partes da alma, epithymétikon, Thimoeidés, Logísticon. A irracível encontra-se ao lado da razão, mas pode se aliar a mais baixa, caso seja corrompida. O indivíduo é temperante, quando as tendências inferiores se harmonizam com a razão; corajoso, quando a parte irascível se harmoniza com a razão; racional, quando tem a verdadeira ciência do bem. • O conceito de justiça: “segundo a natureza”, “cada um faça aquilo que lhe compete fazer”. Os cidadãos e as classes dos cidadãos.
  • 30. 1.4 Como se educam as três classes • Classe1 Não precisa de educação especial, aprende com a prática. • Classe 2 Educação pela ginastica e música, ter os bens em comum providos providos pela classe 1, propõe que os filhos sejam separados dos pais desde a infância para formar uma só grande família. • Classe 3 A educação para a filosofia e governo deveria durar até os 50. Entre 30 e 35 anos deveria ocorrer a experiência com a dialética. Dos 35 aos 50, retomada dos contatos com a realidade empírica no desempenho de diversas tarefas. Supõe a coincidência entre verdadeiro filósofo e o verdadeiro político. • Pouco importa se existe tal cidade, basta que cada um viva segundo suas leis.
  • 31. 2 O “Político” e as “leis” • Desenvolve ideias para a construção do Estado Segundo destinado a suceder o Estado ideal. • No Estado real, onde dificilmente se poderia encontrar homens capazes de governar com “virtude e ciência”, a soberania cabe a lei, e portanto é necessário elaborar constituições escritas. Três tipos: • 1) Se um homem governa, monarquia; • 2) Se os ricos governam, aristocracia; • 3) Se é o povo na sua totalidade que governa e busca imitar o político ideal, temos a democracia.
  • 32. • Quanto essas formas de constituição política se corrompem temos: • 1) a tirania; • 2) a oligarquia; • 3) a demagogia. • Quando o Estado é bem governado a primeira forma de governo é a melhor. Quando a corrupção campeia, é melhor a democracia, porquanto pelo menos, a liberdade permanece garantida. • Nas leis Platão recomenda dois conceitos básicos: Constituição mista para Evitar a tirania e preservar a liberdade. E igualdade proporcional de forma que a justa medida assume posição predominante.
  • 33. Conclusões sobre Platão • Mito da caverna, estátuas sombras e ecos. Luz do sol. • 2 Quatro graus ontológicos da realidade, • 1 Ontológico: ser sensível(estátuas), (sobra das estátuas), muro, supra- sensível, representações simbólicas do ser verdadeiro, sol o sumo bem. • 2 Cognitivo: sombras das estátuas – eikasía, estátuas – pístis; a passagem da visão das estátuas para os objetos verdadeiros e para a visão do sol simboliza a dialética em seus vários graus e depois intelecção pura. • 3 Teológico simboliza o aspecto teológico místico de Platão. • 4 Político, retorno do filósofo-político a caverna. Se arriscará a não ser entendido.
  • 35. 1. Explique as distinções fundamentais da chamada segunda navegação da metafísica a partir do pensamento de Platão. 2. O que é o hiperurânio de Platão e como se relaciona com o mundo sensível? 3. Explique a Antropologia de Platão a partir das três almas. 4. Justifique a afirmação da imortalidade da alma. 5. Como Platão justifica a virtude da justiça e qual seu papel na arquitetura da República de Platão