SlideShare uma empresa Scribd logo
2
Mais lidos
Resenha do Filme “E Seu Nome é Jonas”
Nome: Raedja Torres Guimarães
O filme “E seu nome é Jonas” apresenta as dificuldades encontradas por uma criança
com deficiência auditiva em uma época em que esta limitação ainda estava ganhando espaço
na compreensão científica e social. No filme, a criança chamada de Jonas foi o personagem que
deu a luz ao papel de ser surdo, e ao nascer e ser detectado com alguma anomalia na
aprendizagem, Jonas foi internado em um hospital psiquiátrico durante três anos e quatro meses
com diagnóstico de que seria retardado mental. A sua família também era um produto dessa
sociedade e por isso não conseguia identificar as demandas diferenciadas do pequeno Jonas.
Quando um médico da instituição psiquiátrica percebeu o equívoco do diagnóstico,
comunicou a família para que buscasse Jonas e o levasse para casa. A partir daí, a família
começou a descobrir que o pequeno Jonas deveria ter um processo de aprendizagem
diferenciado e próprio para uma criança surda.
Diante das inúmeras dificuldades de uma família com valores sociais ainda tão rígidos e
desprovidos de conhecimentos acerca dos cuidados e da comunicação com uma criança surda,
Jonas foi o motivo de vários conflitos entre os pais, até culminar na separação. Sua mãe sofreu
por não saber cuidar e educar seu filho, ainda mais por carregar essa tarefa sozinha, e com
dificuldades financeiras após a separação.
Na escola encontrada para surdos, o método de ensino usado era o oralismo e a leitura
labial. Com o tempo percebe-se que o método era falho para boa parte dos alunos, pois nem
todos aprendiam os fonemas e a leitura labial. E este era o caso de Jonas. Algo que chama
atenção nestas cenas escolares, era a orientação de coibir qualquer aprendizagem de sinais.
Muito interessante é o momento de diálogo entre a diretora da instituição de método oral e a
mãe de Jonas, quando esta lhe comunica que aprenderá linguagem de sinais e ensinará a seu
filho. Então a diretora responde que não gosta de saber que perdeu uma criança “para a surdez”.
No fundo, o método oral pretendia camuflar o fato de que aquelas crianças eram surdas, ou seja,
um método que não se baseava nas reais necessidades daquelas crianças deficientes, mas se
baseava numa intransigente adequação dessas crianças ao sistema de comunicação vigente. O
método era falho desde sua base, pois não se orientava nas demandas reais de seus indivíduos.
Mas a mãe ao circular entre os espaços sociais que surdos também frequentavam, acaba
conhecendo uma família de surdos que se comunicava por sinais. Ela observa que todos eram
alegres e bem comunicativos, e decide se socializar na intenção de que pudesse ter alguma
ajuda ou conhecimento que acrescentasse na lida com essa deficiência. Através desse contato,
Jonas começa a aprender a linguagem de sinais e logo se mostra bem interessado. Com as
descobertas que fazia, começou a compreender e expressar situações e sentimentos. E a partir
disso, um novo mundo se abriu para Jonas e sua família.
O filme permite-nos “vestir” temporariamente a pele de uma criança surda, enfrentando
os preconceitos, a falta de habilidade social, os enfrentamentos e suas repercussões na vida
dos surdos.
Pode-se sentir tanto a solidão, a tristeza e raiva de uma criança surda que quer achar
uma forma de comunicação para ser compreendida, como também o desespero da mãe não
conseguir encontrar nela mesma os recursos necessários para compreender seu filho. A
linguagem que faltava era muito importante para mediar essa relação. Até que a língua de sinais
passa a fazer este contato e o “silêncio” da criança surda se acaba.
Com o filme se é capaz de captar muita coisa sobre a difícil relação inicial entre o
“universo”’ sonoro da maioria das pessoas e o “universo” dos deficientes auditivos, antes da
chegada da linguagem de sinais que nos permite essa relação com sucesso. Entre as
aprendizagens com o filme estão:
- Compreender o percurso das teorias cientificas acerca de como deveria ser o método
educacional especial para aquisição de linguagem e meio de expressão para jovens e adultos
surdos, até chegarem no consenso sobre a linguagem de sinais na atualidade;
- Perceber as dificuldades pessoais e sociais que uma pessoa surda se depara ao longo de sua
vida para se expressarem e serem compreendidas pelas outras pessoas;
- Entender as situações que contribuem para que uma pessoa surda tenha momentos de raiva,
dada as circunstâncias de não serem compreendidas em suas tentativas de expressão ou na
falta de cortesia a que ela possam estar sujeitas por conta de suas limitações;
- Entender que a aprendizagem de uma pessoa surda passa por um processo diferenciado e
que portanto, durante toda a sua vida elas deverão ser avaliadas, exigidas e admitidas em
processos seletivos para emprego de forma diferenciada; para isso existem as leis de cotas que
guardam os direitos das pessoas com necessidades especiais.
Enfim, o filme nos situa que devemos sair da nossa zona de conforto e nos adaptarmos
ao mundo de inclusão das mais variadas pessoas, em especial as surdas. Que o tempo antigo
de trancafiar e oprimir pessoas diferentes do “sistema padrão” já foi ultrapassado e que a
inclusão de todas as pessoas, nos mais variados espaços sociais, é libertador e promove
benefícios à toda sociedade.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

PDF
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Dirce Cristiane Camilotti
 
RTF
Ficha de avaliação de seminário
Roberto Rorras Moura
 
PPT
Autismo aula power point
Caminhos do Autismo
 
DOCX
Memorial acadêmico
CNSR
 
PPT
inclusão social
elisabatista7
 
PDF
5 Parâmetros da libras
Nelinha Soares
 
PDF
Modelo de relatório experimental.pdf fim
renataiatsunik
 
PPT
Modelo banner 90 x 120
PotenzaWD
 
PDF
Gabriel portifólio estágio supervisionado ii
familiaestagio
 
PPTX
Síndrome de down
Fisioterapeuta
 
PDF
061 relatorio modelo
Marcos Azevedo
 
PPT
Apresentação TCC
Vinícius Oliveira da Costa
 
PPTX
Cultura de Paz
Guaraciara Lopes
 
PPTX
Autismo: desafios da inclusão da criança autista na escola regular
Janderly Reis
 
PDF
Modelo de Projeto de Pesquisa
José Antonio Ferreira da Silva
 
DOCX
relatório da educação especial-estágio
UFMA e UEMA
 
PPT
Slides sobre TDAH
Instituto Consciência GO
 
DOC
Modelo capa trabalhos escolares
Ricardo Franco
 
PPT
Apresentação TCC
Taiane Arruda
 
PDF
Jogos e Dinâmicas de Grupo - Pessoa com Deficiência
Rosane Domingues
 
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Dirce Cristiane Camilotti
 
Ficha de avaliação de seminário
Roberto Rorras Moura
 
Autismo aula power point
Caminhos do Autismo
 
Memorial acadêmico
CNSR
 
inclusão social
elisabatista7
 
5 Parâmetros da libras
Nelinha Soares
 
Modelo de relatório experimental.pdf fim
renataiatsunik
 
Modelo banner 90 x 120
PotenzaWD
 
Gabriel portifólio estágio supervisionado ii
familiaestagio
 
Síndrome de down
Fisioterapeuta
 
061 relatorio modelo
Marcos Azevedo
 
Apresentação TCC
Vinícius Oliveira da Costa
 
Cultura de Paz
Guaraciara Lopes
 
Autismo: desafios da inclusão da criança autista na escola regular
Janderly Reis
 
Modelo de Projeto de Pesquisa
José Antonio Ferreira da Silva
 
relatório da educação especial-estágio
UFMA e UEMA
 
Slides sobre TDAH
Instituto Consciência GO
 
Modelo capa trabalhos escolares
Ricardo Franco
 
Apresentação TCC
Taiane Arruda
 
Jogos e Dinâmicas de Grupo - Pessoa com Deficiência
Rosane Domingues
 

Semelhante a Resenha FILME MEU NOME É JONAS (20)

DOC
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
ilesor
 
PPT
Trabalho de libras correto
Fatima Souza
 
PDF
Autismo disfunção da linguagem
SimoneHelenDrumond
 
PDF
O que os surdos adultos têm a dizer aos pais de crianças
Nilda de Oliveira Campos
 
PDF
DEIXA EU SER PIÁ! Processos criativos em uma criança tímida
Thâmile Vidiz
 
PDF
DEIXA EU SER PIÁ! Processo criativo de uma criança tímida
piaprograma
 
PPTX
Sexualidade na educação infantil
Mary Lopes
 
PPT
Entendendo a surdez
Gunter Martin Wust
 
PDF
16123 texto do artigo-209209234322-1-10-20210410
revistas - UEPG
 
PPT
Grupo E - Surdez Profunda-BA_01
Elciene Oliveira
 
PDF
Mc cleary2009 o-ensino_de_lngua_estrangeira_e_a_questo_da_diversidade
Lulubell Chan
 
PDF
Curso de libras_-_graciele
Daniele Silva
 
PDF
Competências para o ensino do aluno com surdez.pdf
RutiniaCristinaMarti
 
PPSX
Ouvir No Silencio Slide
ebezerraf
 
PDF
Inclusão escolar Deficiente Auditivo
CEDDHSC-ESTADUAL-RJ
 
PDF
A língua de sinais constituindo o surdo como sujeito
Elvira Horácio
 
PDF
Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
Grupo Educação, Mídias e Comunidade Surda
 
RTF
A importância de ouvir histórias na educação infantil
Nit Portal Social
 
PDF
1º série reda cem - 10.15
MatheusMesquitaMelo
 
PDF
Acuda mamãe
gilfaca158
 
1254836029 oxmundoxsurdoxinfantil
ilesor
 
Trabalho de libras correto
Fatima Souza
 
Autismo disfunção da linguagem
SimoneHelenDrumond
 
O que os surdos adultos têm a dizer aos pais de crianças
Nilda de Oliveira Campos
 
DEIXA EU SER PIÁ! Processos criativos em uma criança tímida
Thâmile Vidiz
 
DEIXA EU SER PIÁ! Processo criativo de uma criança tímida
piaprograma
 
Sexualidade na educação infantil
Mary Lopes
 
Entendendo a surdez
Gunter Martin Wust
 
16123 texto do artigo-209209234322-1-10-20210410
revistas - UEPG
 
Grupo E - Surdez Profunda-BA_01
Elciene Oliveira
 
Mc cleary2009 o-ensino_de_lngua_estrangeira_e_a_questo_da_diversidade
Lulubell Chan
 
Curso de libras_-_graciele
Daniele Silva
 
Competências para o ensino do aluno com surdez.pdf
RutiniaCristinaMarti
 
Ouvir No Silencio Slide
ebezerraf
 
Inclusão escolar Deficiente Auditivo
CEDDHSC-ESTADUAL-RJ
 
A língua de sinais constituindo o surdo como sujeito
Elvira Horácio
 
Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
Grupo Educação, Mídias e Comunidade Surda
 
A importância de ouvir histórias na educação infantil
Nit Portal Social
 
1º série reda cem - 10.15
MatheusMesquitaMelo
 
Acuda mamãe
gilfaca158
 
Anúncio

Último (20)

PPTX
NR07+-+Treinamento+-+Linguagem+Corporal+-+2023_B.pptx
elonmartinsdeoliveir
 
PPTX
Slides Lição 4, Betel, O Primeiro Milagre de Jesus, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
PDF
Na Unidade de Saúde Familiar.pdf ou centro de saúde
biblioteca123
 
PDF
casadosefelizesi5abr23-230722164537-1080a97f.pdf
JosiasSilva69
 
PDF
Boletim informativo Contacto - julho 2025
Bibliotecas Escolares AEIDH
 
PPTX
Slides Lição 4, CPAD, Uma Igreja Cheia do Espírito Santo, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
PDF
ATIVIDADE GÊNERO LITERÁRIO MÚSICA E POEMA
Leah Prado
 
PDF
A Política e a Identidade das Pólis Gregas.pdf
katiasaraiva3
 
PDF
Rotina diáriaA1-A2.pdf com montes de coisas.
biblioteca123
 
PPTX
Apresentação de slide Grécia Antiga 2025 .pptx
KatielleCSouza
 
PDF
Probabilidade - Aula 2 - Conceitos Básicos de Probabilidade.pdf
WilsonlinoAnjos
 
PPTX
Slide_Formativo_EJA de apresentação.pptx
FabianoRibeiro69
 
PDF
A permanência dos conceitos de civilização e barbárie.pdf
katiasaraiva3
 
PDF
Cruzadinha - Leitura e escrita dos números.
Mary Alvarenga
 
PPTX
Educação Física - 6º Ano - Esportes de Marca
MarcosNasinbene1
 
PDF
POP IT - CALCULANDO ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO.
Mary Alvarenga
 
PDF
Alunos_RETA_FINAL_AULA_3_TCU_EOF_AFO_Prof_Leandro_Ravyelle.pdf
Henrique220411
 
PDF
POP IT tabuada de Pitágoras - multiplicação.
Mary Alvarenga
 
PPTX
APRESENTAÇÃO DA ULA DE ARTES SOBRE PROCESSO DE CRIAÇÃO (1).pptx
PATRICIA OLIVEIRA
 
DOCX
PLANO DE AULA DIÁRIO PARA TURMAS DE PRE 2
PATRICIASILVACOSTA7
 
NR07+-+Treinamento+-+Linguagem+Corporal+-+2023_B.pptx
elonmartinsdeoliveir
 
Slides Lição 4, Betel, O Primeiro Milagre de Jesus, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Na Unidade de Saúde Familiar.pdf ou centro de saúde
biblioteca123
 
casadosefelizesi5abr23-230722164537-1080a97f.pdf
JosiasSilva69
 
Boletim informativo Contacto - julho 2025
Bibliotecas Escolares AEIDH
 
Slides Lição 4, CPAD, Uma Igreja Cheia do Espírito Santo, 3Tr25.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE GÊNERO LITERÁRIO MÚSICA E POEMA
Leah Prado
 
A Política e a Identidade das Pólis Gregas.pdf
katiasaraiva3
 
Rotina diáriaA1-A2.pdf com montes de coisas.
biblioteca123
 
Apresentação de slide Grécia Antiga 2025 .pptx
KatielleCSouza
 
Probabilidade - Aula 2 - Conceitos Básicos de Probabilidade.pdf
WilsonlinoAnjos
 
Slide_Formativo_EJA de apresentação.pptx
FabianoRibeiro69
 
A permanência dos conceitos de civilização e barbárie.pdf
katiasaraiva3
 
Cruzadinha - Leitura e escrita dos números.
Mary Alvarenga
 
Educação Física - 6º Ano - Esportes de Marca
MarcosNasinbene1
 
POP IT - CALCULANDO ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO.
Mary Alvarenga
 
Alunos_RETA_FINAL_AULA_3_TCU_EOF_AFO_Prof_Leandro_Ravyelle.pdf
Henrique220411
 
POP IT tabuada de Pitágoras - multiplicação.
Mary Alvarenga
 
APRESENTAÇÃO DA ULA DE ARTES SOBRE PROCESSO DE CRIAÇÃO (1).pptx
PATRICIA OLIVEIRA
 
PLANO DE AULA DIÁRIO PARA TURMAS DE PRE 2
PATRICIASILVACOSTA7
 
Anúncio

Resenha FILME MEU NOME É JONAS

  • 1. Resenha do Filme “E Seu Nome é Jonas” Nome: Raedja Torres Guimarães O filme “E seu nome é Jonas” apresenta as dificuldades encontradas por uma criança com deficiência auditiva em uma época em que esta limitação ainda estava ganhando espaço na compreensão científica e social. No filme, a criança chamada de Jonas foi o personagem que deu a luz ao papel de ser surdo, e ao nascer e ser detectado com alguma anomalia na aprendizagem, Jonas foi internado em um hospital psiquiátrico durante três anos e quatro meses com diagnóstico de que seria retardado mental. A sua família também era um produto dessa sociedade e por isso não conseguia identificar as demandas diferenciadas do pequeno Jonas. Quando um médico da instituição psiquiátrica percebeu o equívoco do diagnóstico, comunicou a família para que buscasse Jonas e o levasse para casa. A partir daí, a família começou a descobrir que o pequeno Jonas deveria ter um processo de aprendizagem diferenciado e próprio para uma criança surda. Diante das inúmeras dificuldades de uma família com valores sociais ainda tão rígidos e desprovidos de conhecimentos acerca dos cuidados e da comunicação com uma criança surda, Jonas foi o motivo de vários conflitos entre os pais, até culminar na separação. Sua mãe sofreu por não saber cuidar e educar seu filho, ainda mais por carregar essa tarefa sozinha, e com dificuldades financeiras após a separação. Na escola encontrada para surdos, o método de ensino usado era o oralismo e a leitura labial. Com o tempo percebe-se que o método era falho para boa parte dos alunos, pois nem todos aprendiam os fonemas e a leitura labial. E este era o caso de Jonas. Algo que chama atenção nestas cenas escolares, era a orientação de coibir qualquer aprendizagem de sinais. Muito interessante é o momento de diálogo entre a diretora da instituição de método oral e a mãe de Jonas, quando esta lhe comunica que aprenderá linguagem de sinais e ensinará a seu filho. Então a diretora responde que não gosta de saber que perdeu uma criança “para a surdez”. No fundo, o método oral pretendia camuflar o fato de que aquelas crianças eram surdas, ou seja, um método que não se baseava nas reais necessidades daquelas crianças deficientes, mas se baseava numa intransigente adequação dessas crianças ao sistema de comunicação vigente. O método era falho desde sua base, pois não se orientava nas demandas reais de seus indivíduos. Mas a mãe ao circular entre os espaços sociais que surdos também frequentavam, acaba conhecendo uma família de surdos que se comunicava por sinais. Ela observa que todos eram alegres e bem comunicativos, e decide se socializar na intenção de que pudesse ter alguma
  • 2. ajuda ou conhecimento que acrescentasse na lida com essa deficiência. Através desse contato, Jonas começa a aprender a linguagem de sinais e logo se mostra bem interessado. Com as descobertas que fazia, começou a compreender e expressar situações e sentimentos. E a partir disso, um novo mundo se abriu para Jonas e sua família. O filme permite-nos “vestir” temporariamente a pele de uma criança surda, enfrentando os preconceitos, a falta de habilidade social, os enfrentamentos e suas repercussões na vida dos surdos. Pode-se sentir tanto a solidão, a tristeza e raiva de uma criança surda que quer achar uma forma de comunicação para ser compreendida, como também o desespero da mãe não conseguir encontrar nela mesma os recursos necessários para compreender seu filho. A linguagem que faltava era muito importante para mediar essa relação. Até que a língua de sinais passa a fazer este contato e o “silêncio” da criança surda se acaba. Com o filme se é capaz de captar muita coisa sobre a difícil relação inicial entre o “universo”’ sonoro da maioria das pessoas e o “universo” dos deficientes auditivos, antes da chegada da linguagem de sinais que nos permite essa relação com sucesso. Entre as aprendizagens com o filme estão: - Compreender o percurso das teorias cientificas acerca de como deveria ser o método educacional especial para aquisição de linguagem e meio de expressão para jovens e adultos surdos, até chegarem no consenso sobre a linguagem de sinais na atualidade; - Perceber as dificuldades pessoais e sociais que uma pessoa surda se depara ao longo de sua vida para se expressarem e serem compreendidas pelas outras pessoas; - Entender as situações que contribuem para que uma pessoa surda tenha momentos de raiva, dada as circunstâncias de não serem compreendidas em suas tentativas de expressão ou na falta de cortesia a que ela possam estar sujeitas por conta de suas limitações; - Entender que a aprendizagem de uma pessoa surda passa por um processo diferenciado e que portanto, durante toda a sua vida elas deverão ser avaliadas, exigidas e admitidas em processos seletivos para emprego de forma diferenciada; para isso existem as leis de cotas que guardam os direitos das pessoas com necessidades especiais. Enfim, o filme nos situa que devemos sair da nossa zona de conforto e nos adaptarmos ao mundo de inclusão das mais variadas pessoas, em especial as surdas. Que o tempo antigo de trancafiar e oprimir pessoas diferentes do “sistema padrão” já foi ultrapassado e que a inclusão de todas as pessoas, nos mais variados espaços sociais, é libertador e promove benefícios à toda sociedade.