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A Minha Escola é um Museu
Uma viagem pela Arte Moderna
11 a 18 de maio
JORNAL DE FILOSOFIA
Mais uma vez, estão de parabéns os
professores Joseph Rodrigues, Raquel
Freitas e Sandra Dias, responsáveis pela
organização do evento de excelente
qualidade - A Minha Escola é um Museu
(e todos os professores envolvidos).
Mais do que trazer o museu à escola,
trata-se de fazerda escola ummuseu!
Quando a escola é um museu está a
cumprir um dos aspetos fundamentais da
sua missão. A dimensão estética é uma
vertente essencial na formação integral do
indivíduo.
Durante uma semana, a escola torna-se
um espaço privilegiado de vivência de
experiências estéticas, de aproximação à
arte, aos níveis da criatividade e da
contemplação/fruição.
Neste âmbito, uma abordagem filosófica
na compreensão da experiência estética é
especialmente pertinente pela articulação/
complementaridade de objetivos das
disciplinas de Filosofia e Artes. Neste
contexto, os alunos do 10ºA
acompanham o evento com uma
edição especial do Jornal de Filosofia
que lhe é inteiramente dedicada .
Página 1
Nº4
( Edição em Papel )
abril/ maio 2016
10ºA/ 11ºA/ 11ºB
Prof. Helena Bray
Online - Blogue
Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão em Papel
Quando a escola é um
“museu” está a
cumprir um dos
aspetos fundamentais
da sua missão.
A dimensão estética é
uma vertente essencial
na formação integral
do indivíduo.
Páginas 3,4 e 5
ENTREVISTA
Pág. 3,4 e 6
Os quadros da nossa
exposição
Pág 5, 6 e 7
O problema da justificação
dos juízos estéticos
Pág 2
O problema da definição de
arte
Pág 8
Página 2
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel
JORNAL DE FILOSOFIA| nº 4
Serão os juízos estéticos
proposições subjetivas, cuja
verdade ou falsidade depende
apenas dos sentimentos de
aprovação ou reprovação do
sujeito?
Serão os juízos estéticos
verdades objetivas,
conhecidas por todos de igual
forma?
Os juízos estéticos têm apenas
validade para quem os
profere ou têm validade
universal?
As propriedades estéticas são
projeções das nossas mentes
ou são propriedades
intrínsecas aos objetos?
O Problema da Justificação dos Juízos Estéticos
Raquel Azeda, 10ºA
Hume apresentou uma posição de sub-
jetivismo moderado que consiste no
seguinte: os juízos estéticos são subje-
tivos mas existem juízos estéticos que
são verdadeiros ou falsos, independen-
temente do gosto individual.
Esta perspetiva baseia-se no padrão do
gosto (regra para resolver disputas de
gosto e decidir que juízos estéticos são
verdadeiros ou falsos). Este padrão
não é uma regra do objeto, as proprie-
dades estéticas não pertencem aos
objetos mas existem qualidades que
proporcionam um certo juízo estético.
Hume argumenta que apesar dos de-
sacordos, verifica-se que as pessoas,
em diferentes épocas e lugares, acham
umas coisas mais agradáveis que ou-
tras, o que demonstra que existem
princípios comuns que determinam a
formação do gosto.
A NATUREZA DOS JUÍZOS
ESTÉTICOS
O Problema da subjetividade ou objeti-
vidade dos juízos estéticos coloca as se-
guintes questões: Serão os juízos estéti-
cos proposições subjetivas cuja verdade
depende apenas dos sentimentos do
sujeito ou expressam verdades objeti-
vas? De que depende a verdade destes
juízos: das propriedades intrínsecas aos
objetos ou do que sentimos ao observá-
los?
Os subjetivistas radicais afirmam que os
juízos estéticos são apenas subjetivos,
dependem dos sentimentos de prazer ou
desprazer de cada sujeito. As proprieda-
des estéticas não existem nos objetos
mas são atribuídas pelos sujeitos. É ver-
dade que assim explicar-se-ia o facto de
haver grande variedade de opiniões em
relação ao juízos estéticos, mas como se
explicaria o contrário: por que será que
existem consensos em torno de obras de
arte? E porque é que sempre que existe
discordâncias, temos tendência para
apresentarmos razões para concordarem
connosco?
Já os objetivistas defendem que os juí-
zos estéticos são verdadeiros ou falsos
em função das propriedades estéticas
intrínsecas dos objetos e não dos senti-
mentos do sujeito. Têm, portanto, vali-
dade universal. Assim estaria explicado
o porquê do gosto poder ser educado e
de existirem pessoas especialistas em
áreas onde se discutem as qualidades
estéticas; mas porque será tão difícil
encontrar critérios que resolvam confli-
tos em torno dos juízos estéticos? E co-
mo se justifica a dificuldade em explicar
o que são propriedades estéticas?
Será que existem teorias que tentem
ultrapassar as objeções apresentadas
acima?
Neste âmbito, surgem duas perspetivas
subjetivas mas com critérios de univer-
salidade criadas por Hume e Kant.
SUBJETIVISMO RADICAL
OBJETIVISMO ESTÉTICO
Kant afirma também que os juízos es-
téticos são subjetivos, mas que estes
têm validade universal.
Os juízos estéticos são subjetivos por-
que dependem dos sentimentos de
prazer ou desagrado que temos peran-
te um objeto estético. Mas o juízo de
gosto é desinteressado, contemplativo
( independente dos interesses pesso-
ais), imparcial e normativo. Tornam-se
universalmente subjetivos pois, apesar
de subjetivos, devem ser válidos para
todos os sujeitos que julgam desinte-
ressadamente.
Assim, a beleza não está nas coisas
mas é como se estivesse, porque há
uma exigência de universalidade nos
nossos juízos (queremos que sejam
aceites pelos outros) pela existência de
faculdades comuns a todos os seres
humanos, que permite avaliar os obje-
tos estéticos da mesma forma.
O Subjetivismo Moderado de Hume e o
O Subjetivismo Universal de Kant
Raquel Azeda, 10ºA
Dali, Rosa meditativa (1958)
JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
Página 3
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel
Patrícia - Boa tarde, chamo-me Ana Patrícia e estou
a representar a turma do 10ºA, para fazer algumas
perguntas aos senhores professores no âmbito da ex-
posição A minha escola é um museu. Esta atividade já
se realizou o ano passado e teve um grande sucesso, os
alunos adoraram ver algumas obras de grandes pinto-
res. Como é que surgiu esta ideia?
Profª Raquel Freitas.—Devido ao sucesso que a
exposição teve o ano passado, com a arte clássica.
Este ano optámos pela época moderna, principalmente com pintores
espanhóis em articulação com a disciplina de espanhol—Picasso, Miró,
Sorolla e Dali.
Prof. Joseph Rodrigues - Esta ideia surgiu porque a Consejeria de
Éducación, que é a representante da embaixada espanhola em Portugal,
tinha requisitado 20 reproduções do Museu do Prado, em Madrid, que
disponibilizava às escolas do país, mediante uma inscrição; foi o que nós
fizemos, no ano passado fizemos a inscrição para recebermos as repro-
duções; depois fomos conversando e em vez de fazemos uma exposição
com 20 reproduções, decidimos fazer um evento com outras iniciativas
e outras atividades também com os trabalhos dos alunos. Trabalhámos
com os alunos sobre aquelas obras, em artes, e a professora Sandra aca-
bou por fazer as visitas guiadas em espanhol; foi um encontro das disci-
plinas, artes e espanhol, porque Espanha tem uma grande tradição de
pintura, grandes autores que todos conhecemos e celebramos este en-
contro com a língua. O ano passado estávamos confinados às obras que
o museu nos emprestava, que já existiam, que eram aquelas 20 e este
ano resolvemos avançar um bocadinho no tempo e fazer uma exposição
A MINHA ESCOLA É UM MUSEU
Uma viagem pela Arte Moderna
Entrevista aos professores responsáveis pelo evento
“Motivar os nossos alunos para as artes
visuais e mostrar um pouco da cultura
espanhola
Na cultura entra não só a pintura e os
seus grandes nomes como também
a própria língua espanhola
Incentivar os alunos a aprender mais
sobre a cultura e ao mesmo tempo sobre a
língua e praticá-la, fazendo de guias dos
trabalhos que vão ser expostos e
desenvolvendo a comunicação”
A Minha Escola é um Museu - 2015
A Minha Escola é um Museu - 2016
Da esquerda para a direita- alunas: Ana Palheira (gravação),
Ana Lopes (entrevistadora). Professores: Profª Sandra Dias,
Prof. Joseph Rodrigues e Profª Raquel Freitas.
Cont Pág. 4
com obras modernas e daí que nos tenha surgido estes qua-
tro, maioritariamente Dali e Picasso que, se calhar, são os
mais emblemáticos .
Patrícia - Quais são os principais objetivos ?
Profª Sandra Dias— Temos dois pontos de vista, por um
lado as artes, no sentido de motivar os nossos alunos da
escola para as artes visuais e por outro lado também mos-
trar um pouco mais da cultura espanhola, e na cultura entra
não só a pintura e os grandes nomes da cultura espanhola
como também a própria língua espanhola; há aqui é um
incentivar os alunos a aprender mais sobre a cultura e ao
mesmo tempo sobre a língua e praticá-la, fazendo de guias
dos trabalhos que vão ser expostos e desenvolvendo a co-
municação.
Prof Joseph Rodrigues —Mas um dos grandes objetivos
da atividade a minha escola é um museu é (muitas vezes é a
escola que vai ao museu) neste caso trazer o museu à esco-
la, porque a maior parte dos alunos também não tem a pos-
sibilidade de visitar estas grandes obras ao vivo e nós não
temos os originais, mas temos as réplicas; mas de qualquer
maneira, os alunos têm contato com estes movimentos, nes-
te caso com o período da arte moderna e portanto é o mu-
seu espanhol, o ano passado foi o Museu do Prado algumas
obras deste museu, este ano algumas obras que talvez este-
jam em vários museus de Espanha, por exemplo o Museu
Málaga de Picasso, o Museu Dali Barcelona, o reino de Sofia
Madrid; as representações foram pedidas pela professora
Sandra e gentilmente ofereceram e é isso que vamos ver na
exposição.
O grande objetivo é realmente fazer da escola um museu,
para já despertar o interesse pelos alunos para ir aos mu-
seus, esse é um objetivo e portanto oferecer aos alunos e
despertar a motivação pela arte e pela língua espanhola,
oportunidade de verem obras e de certa forma conseguir
que alguns deles visitem de facto os espaços. O ano passado
fizemos uma visita de estudo a Madrid, eles visitaram as
obras que apresentamos aqui; este ano realizámos uma
vista de estudo a Málaga onde eles puderam ver também o
Museu Picasso e ver algumas obras que irão eles próprios apre-
sentar aqui. É um conjunto de atividades que trabalham para
um objetivo que é aproximar os alunos da arte e da cultura e
desenvolver conhecimentos das tais disciplinas. Temos esta
vertente da exposição, já o ano passado da visita aos próprios
museus e este ano outra vez. A professora Sandra chegou com
os alunos na sexta feira de Málaga, foi visitar o museus de
Picasso e também outras fundações.
Profª Sandra Dias — Fomos à casa natal de Picasso, foi
onde ele nasceu e tem muitas obras dele e fomos ao museu de
Picasso em Málaga; a senhora que fez a visita guiada foi a
própria pessoa com quem eu comuniquei que fez o envio das
reproduções e quando soube que levava alunos, ficou muito
satisfeita e foi ela própria a fazer a visita e pediu para depois
enviar fotografias daquilo que vamos fazer e é o que pretende
um encontro de culturas, comunicar .
Patrícia - Consideram importante a arte na formação dos
jovens?
Prof. Joseph Rodrigues — Muito importante, queremos
que cresçam tenham uma outra visão da realidade, porque a
realidade não é só aquela que vivemos, existem outras várias
“realidades” sobre a mesma realidade, por isso também a
grande frase deste ano “ tudo o que tu possas imaginar é real”
frase do próprio Picasso; isto no principio do séc. XX alterou
completamente todos paradigmas quanto à arte; até aí era
mais sobre a realidade, era o retrato a paisagem, agora explo-
ra muito mais a subjetividade , o imaginário que é importante
em qualquer fase das nossas vidas. A arte é o escape da reali-
dade e a arte é também uma leitura dessa realidade, da natu-
reza, da vivencia humana, é muito importante para os alunos,
como também para os adultos. Nós devemos fazer com que
vocês despertem para esta realidade e para a língua, porque
no fim, conhecer outras línguas é bastante importante. E es-
tamos aqui mesmo ao lado de Espanha, e a escola tem que
contribuir para isso porque em casa muitas vezes os pais não
têm essa possibilidade ou não têm essas referências, e a esco-
A MINHA ESCOLA É UM MUSEU
Uma viagem pela Arte Moderna
Entrevista aos professores responsáveis pelo evento
“...queremos que cresçam, que te-
nham uma outra visão da realida-
de, porque a realidade não é só
aquela que vivemos, existem outras
várias “realidades” sobre a mesma
realidade por isso também a gran-
de frase deste ano “ tudo o que tu
possas imaginar é real “ frase do
próprio Picasso…”
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão de Papel
Cont Pág. 6
JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
Página 5
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão de Papel
OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO
Tudo o que possas imaginar é real (Picasso)
Ana Palheira, Matilde de Deus, Diogo Valério –10ºA
O CUBISMO
O cubismo desvincula-se da represen-
tação ou da semelhança com a nature-
za ao romper com a perspetiva con-
vencional e a linha de contorno dos
objetos, decompondo a figura em pe-
quenos detalhes, em planos que per-
mitem uma observação do objeto em
diferentes pontos de vista.
As formas geométricas invadem as
composições, as formas observadas na
natureza são retratadas de forma sim-
plificada, em cilindros, cubos ou esfe-
ras.
tamanho, pois ele mede 350 por 782
cm. Elaborado em tela pintada a óleo é
um símbolo doloroso do terror que pode
ser produzido pelas guerras.
GUERNICA
Em 1937, no auge da Guerra Civil
Espanhola (1936-1939), Picasso pinta
o seu mural mais conhecido: Guerni-
ca. Esta mostra a violência e o massa-
cre sofridos pela população da cidade
de Guernica.
Este painel, produzido em 1937, é
exposto num pavilhão da Exposição
Internacional de Paris, no espaço
reservado à República Espanhola.
Este trabalho é grandioso, em todos
os sentidos, tanto na catástrofe bélica
que reproduz, quanto no seu
PICASSO
Pablo Picasso (25-10-1881) - (8-4-1973)
é considerado um dos mais importantes
artistas plásticos do século XX. Nasceu
na cidade espanhola de Málaga, estu-
dou na cidade de Barcelona mas traba-
lhou principalmente na França.
As suas obras podem ser divididas em
várias fases, de acordo com a valoriza-
ção de certas cores. A fase Azul (1901-
1904) foi o período onde predominou
os tons de azul. Nesta fase, o artista dá
uma atenção toda especial aos elemen-
tos marginalizados pela sociedade. Na
Fase Rosa (1905-1907), predomina as
cores rosa e vermelho, e suas obras ga-
nham uma conotação lírica.
Recebe influência do artista Cézanne e
desenvolve o estilo artístico conhecido
por cubismo.
Guernica (1930)
Banhista (1971) Nu encostado com gato (1964)
O rapto (1920)
JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
Página 6 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel
la dá-nos essas referências e faz-nos abrir
horizontes e espera-se que daqui a alguns
anos, alguma coisa que irão fazer, de cer-
to modo, tenha sido lançado na escola.
Patrícia— Acham que os alunos se mos-
tram interessados ou revelam sensibilida-
de estética?
Prof Joseph Rodrigues — Nem todos
têm essa sensibilidade, mas alguns é nes-
tas exposições que acabam por despertar
alguma curiosidade; o ano passado o nos-
so diretor, o professor Ramiro, referiu a
experiência da professora Sandra a expli-
car as obras aos alunos e alguns estarem
bastante atentos e com perguntas (e al-
guns que nos achávamos ser difícil desper-
tar interesse). Se não oferecermos eles
também não procuram.
Profª Sandra Dias— A nível da língua, o
primeiro impacto da proposta para os alu-
nos não foi bem recebida, eles não ficaram
propriamente satisfeitos com a ideia de
apresentarem obras para a escola inteira e
para alunos mais velhos, mas depois de
estarem um bocadinho mais treinados e de
fazerem a primeira visita e a segunda a
seguir já perguntavam se não vinha mais
ninguém; acabou por ser muito positivo, em
termos de pratica linguística foi excelente.
Para além da questão da língua e da comu-
nicação, ao longo da semana também houve
atividades, houve alunos que queriam mais,
houve também um conjunto de atividades
relacionadas com a cultura espanhola e com
a arte.
Patrícia— Na exposição estão vários pinto-
res espanhóis como Picasso, Miró, Dali e
Sorolla. Considera que eles tiveram um pa-
pel importante na arte moderna europeia ?
Prof. Joseph Rodrigues —Sim, princi-
palmente Dali e Picasso; nesse período hou-
ve de certa maneira um cruzamento dos
artistas. Eles passaram por Paris e volta-
ram, foi o que aconteceu com Dali, Picasso e
Miró. Paris era o grande centro das artes no
inicio do séc. XX, final do sec. XIX e todos
beberam um bocadinho da cultura europeia
e foram realmente importantes; tanto o Dali
como Picasso criaram movimentos, Dali
com o surrealismo e Picasso com o cubis-
mo, criaram correntes artísticas, fizeram
percursos próprios dentro da arte moderna,
estão incluídos na cultura europeia .
A MINHA ESCOLA É UM MUSEU
Uma Viagem pela Arte Moderna
Entrevista aos professores responsáveis pelo evento
OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO
Tudo o que possas imaginar é real (Picasso)
Sorolla
Joaquín Sorolla y Bastida nas-
ceu em 27 de Fevereiro 1863 em
Valência, Espanha. Aos 14 anos
iniciou a sua educação artística.
Com 18 anos viajou para Madrid
para estudar pintura no Museu
do Prado.
Sorolla dedicava-se à produção
de temas mitológicos, históricos
e sociais para exibições em sa-
lões e exposições internacionais
em Madrid, Paris, Veneza, Mu-
nique, Berlim e Chicago.
Pintor da Luz
A partir de 1900 o seu estilo revelou
-se, utilizou recursos impressionis-
tas, manifestando-se em pinceladas
rápidas carregadas de tinta, que em
poucos traços modelavam a rica e
vibrante gama de cores das praias e
pessoas, que retratava nas suas
telas.
As suas obras refletem energia e
captam o fugaz. O dinamismo da luz
é refratada na superfície da água em
combinação com os reflexos do céu e
a cor local.
Passeio junto ao mar (1909)
A Hora do Banho (1909)
Debaixo do toldo (1910)
O pequeno barco (1909)
Bruna Silva, 10ºA
JORNAL DE FILOSOFIA| nº 4
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel Página 7
OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO
Toda a minha ambição no campo pictórico é materializar as imagens da
irracionalidade concreta com a mais imperialista fúria da precisão (Dali)
Surrealismo
O surrealismo foi um movimento
artístico e literário nascido em Paris
no ano 1920, inserido no contexto
das vanguardas que viriam a definir
o modernismo no período entre as
duas Grandes Guerras Mundiais.
O surrealismo enfatiza o papel do
inconsciente na atividade criativa.
Um dos seus objetivos foi produzir
uma arte que, segundo este movi-
Salvador Dali
Salvador Dali, pintor Catalão, nas-
ceu no dia 11 de maio de 1904 em
Figueres, Catalunha em Espanha, e
morreu no dia 23 de janeiro de
1989 com 84 anos.
O trabalho de Dali chama a aten-
ção pela combinação de imagens
oníricas, bizarras, com excelente
qualidade plástica. Dali foi influen-
ciado pelos mestres do classicismo
(corrente que valoriza a Antiguida-
de Clássica como padrão do senti-
do estético).
O seu trabalho mais conhecido, "A
Persistência da Memória", foi con-
cluído em 1931. A interpretação
desta obra também conhecida por
"Relógios fundidos", é a de que os
relógios são o pressuposto da rigi-
dez do tempo, e neste sentido é
apoiado por outras imagens, tais
como a vasta expansão da paisa-
gem.
Salvador Dali teve também traba-
lhos artísticos no cinema, na escul-
tura e na fotografia.
Formas baseadas na fantasia
(sonhos, inconsciente)
Procura da perfeição do desenho
e das cores, dentro da dimensão
do imaginário
Impressão espacial possuindo
ilusões óticas
Dissociação entre imagens e
legendas, conjugadas para a
construção de cenas de sonho ou
de ironia
A Persistência da Memória (1931)
Relógios derretidos misturam-se com imagens familiares aos olhos
humanos, criando uma impressão de que eles realmente estão ali.
A Tentação de Santo Antão 1946
Margarida Nunes, João Lourenço, 10ºA
mento, estava a ser destruída pelo
racionalismo e valorizava a dimen-
são do imaginário.
O rosto de Mae West (1934)
Dali de costas pintando Gala (1973-73)
O Problema da Definição de Arte
JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
A teoria da arte como imitação é a primeira
das teorias que surgem como resposta ao pro-
blema da definição da arte, que coloca a ques-
tão: O que é a arte?
A teoria da arte como imitação afirma que a
arte é a imitação da realidade.
Para perceber melhor esta tese podemos re-
correr a Platão e Aristóteles, que nos seus es-
critos defendem que esta surge como uma
evidência e não como uma proposta que seja
preciso defender. Todavia, embora concordas-
sem a respeito do carácter imitativo da arte,
Platão e Aristóteles tinham opiniões muito
diferentes em relação à importância da arte.
Platão serve-se da tese para concluir que ela
deve ser repudiada pois, defende, as obras de
arte são cópias das realidades que estão ao
alcance dos nossos sentidos e destinam-se a
iludir-nos, porque muitas vezes confundimos
as obras de arte com os objetos que elas imi-
tam. Isto é por isso grave porque os objetos
físicos são já próprias cópias imperfeitas de
realidades superiores e perfeitas.
Aristóteles por outro lado, partindo do mesmo
ponto de vista, atribui à arte um papel social
importante. Acreditava que o carácter imitati-
vo da arte tinha um função terapêutica, pois
permitia ao espectador libertar e purificar as
suas paixões. Por exemplo, segundo Aristóte-
les, o herói trágico é alguém que se assemelha
a nós, com quem nos identificamos, e que
sofre um infortúnio causado por um erro que
também nós poderíamos cometer. A tragédia
imita a vida, mas ao mesmo tempo não é a
vida, o que faz com que nos purifiquemos no
teatro de emoções que, assim, não viveremos
da mesma forma na realidade.
OBJEÇÕES
As principais objeções apresentadas a esta
teoria são, por isso, o facto de existirem obras
consideradas arte que nada imitam e a ques-
tão de que se a arte é imitação, a melhor seria
a mais realista, mas muita arte, embora repre-
sentativa, não é uma imitação.
A ARTE COMO IMITAÇÃO DA
REALIDADE
Nicole, 10ºA
A ARTE COMO EXPRESSÃO
DE SENTIMENTOS
Miguel Wergykoski, 10ºA
A ARTE COMO FORMA
SIGNIFICANTE
Beatriz Ferreira, 10ºA
Uma obra é arte se, e só se, exprime senti-
mentos e emoções do artista.
Segundo Tolstoi, arte é a expressão de emo-
ções do artista, e que por vezes transmite o
mesmo sentimento que o artista viveu. A
arte é uma forma de comunicação, neste
caso não veicula ideias, mas sim sentimen-
tos, e portanto, a arte pode exprimir uma
grande diversidade de sentimentos.
Existem três condições para que haja arte.
A primeira é que tem que haver sinceridade
por parte do artista, ou seja, as emoções na
obra de arte têm de ser genuínas. A segun-
da, que depende da primeira, é a individua-
lidade do sentimento. A subjetividade dos
seus sentimentos, quer dizer que, cada pes-
soa é diferente e sente sentimentos diferen-
tes, assim, a arte não é a expressão de emo-
ções universais mas sim individuais. A ter-
ceira e a última é a clareza com que o senti-
mento é transmitido, ou seja, o seu senti-
mento na obra de arte tem de ser claro para
que o recetor sinta.
OBJEÇÕES
As objeções a esta teoria são, há obras que
não expressam emoções do artista e que
existe uma dificuldade em saber se a emo-
ção do artista foi verdadeiro e se o que sen-
timos corresponde ao que o artista nos quis
transmitir.
A teoria da arte como forma significan-
te defendida, entre outros, pelo filósofo
Clive Bell. Este considera que o que
define uma obra de arte não deve ser
procurado na própria obra, mas sim no
sujeito que a aprecia. Isso não significa
que não haja uma característica co-
mum a todas as obras de arte, mas que
podemos identificá-la apenas por inter-
médio de um tipo de emoção - emoção
estética, que elas, e só elas, provocam
em nós.
OBJEÇÕES
Esta teoria enfrenta algumas objeções.
Não é consensual que exista uma emo-
ção estética (distinta das outras emo-
ções humanas).
O conceito de forma significante é con-
troverso já que todas as pinturas pos-
suem uma certa combinação de linhas,
cores e formas.
É controverso o facto desta teoria con-
siderar que apenas a forma é relevante
para a obra de arte e não o conteúdo.
É arte toda a obra que
possui uma
forma significante
Forma significante é a
combinação de cores,
linhas e formas, capaz de
provocar a emoção esté-
tica.
A arte é a expressão da emo-
ção do artista
A obra de arte transmite
intencionalmente o mesmo
sentimento que o artista
experimentou
A arte é imitação da
realidade
Uma obra é arte se, e só se,
é produzida pelo homem e
imita algo.
Dali, O retrato de Luís Buñuel
Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em PapelPágina 8
Conteúdos :
alunos do 10ºA
Profs. Joseph Rodrigues, Raquel
Freitas e Sandra Dias
Organização – Prof. Helena Bray
Impressão — Prof. Carlos Pimenta
Referências bibliográficas dos
temas/ problemas tratados e
notas biográficas:
Manual adotado
Sites: Crítica; wikipedia, Infopédia

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Jornal de Filosofia - Edição Especial

  • 1. A Minha Escola é um Museu Uma viagem pela Arte Moderna 11 a 18 de maio JORNAL DE FILOSOFIA Mais uma vez, estão de parabéns os professores Joseph Rodrigues, Raquel Freitas e Sandra Dias, responsáveis pela organização do evento de excelente qualidade - A Minha Escola é um Museu (e todos os professores envolvidos). Mais do que trazer o museu à escola, trata-se de fazerda escola ummuseu! Quando a escola é um museu está a cumprir um dos aspetos fundamentais da sua missão. A dimensão estética é uma vertente essencial na formação integral do indivíduo. Durante uma semana, a escola torna-se um espaço privilegiado de vivência de experiências estéticas, de aproximação à arte, aos níveis da criatividade e da contemplação/fruição. Neste âmbito, uma abordagem filosófica na compreensão da experiência estética é especialmente pertinente pela articulação/ complementaridade de objetivos das disciplinas de Filosofia e Artes. Neste contexto, os alunos do 10ºA acompanham o evento com uma edição especial do Jornal de Filosofia que lhe é inteiramente dedicada . Página 1 Nº4 ( Edição em Papel ) abril/ maio 2016 10ºA/ 11ºA/ 11ºB Prof. Helena Bray Online - Blogue Jornal de Filosofia/ Blogue|Versão em Papel Quando a escola é um “museu” está a cumprir um dos aspetos fundamentais da sua missão. A dimensão estética é uma vertente essencial na formação integral do indivíduo. Páginas 3,4 e 5 ENTREVISTA Pág. 3,4 e 6 Os quadros da nossa exposição Pág 5, 6 e 7 O problema da justificação dos juízos estéticos Pág 2 O problema da definição de arte Pág 8
  • 2. Página 2 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel JORNAL DE FILOSOFIA| nº 4 Serão os juízos estéticos proposições subjetivas, cuja verdade ou falsidade depende apenas dos sentimentos de aprovação ou reprovação do sujeito? Serão os juízos estéticos verdades objetivas, conhecidas por todos de igual forma? Os juízos estéticos têm apenas validade para quem os profere ou têm validade universal? As propriedades estéticas são projeções das nossas mentes ou são propriedades intrínsecas aos objetos? O Problema da Justificação dos Juízos Estéticos Raquel Azeda, 10ºA Hume apresentou uma posição de sub- jetivismo moderado que consiste no seguinte: os juízos estéticos são subje- tivos mas existem juízos estéticos que são verdadeiros ou falsos, independen- temente do gosto individual. Esta perspetiva baseia-se no padrão do gosto (regra para resolver disputas de gosto e decidir que juízos estéticos são verdadeiros ou falsos). Este padrão não é uma regra do objeto, as proprie- dades estéticas não pertencem aos objetos mas existem qualidades que proporcionam um certo juízo estético. Hume argumenta que apesar dos de- sacordos, verifica-se que as pessoas, em diferentes épocas e lugares, acham umas coisas mais agradáveis que ou- tras, o que demonstra que existem princípios comuns que determinam a formação do gosto. A NATUREZA DOS JUÍZOS ESTÉTICOS O Problema da subjetividade ou objeti- vidade dos juízos estéticos coloca as se- guintes questões: Serão os juízos estéti- cos proposições subjetivas cuja verdade depende apenas dos sentimentos do sujeito ou expressam verdades objeti- vas? De que depende a verdade destes juízos: das propriedades intrínsecas aos objetos ou do que sentimos ao observá- los? Os subjetivistas radicais afirmam que os juízos estéticos são apenas subjetivos, dependem dos sentimentos de prazer ou desprazer de cada sujeito. As proprieda- des estéticas não existem nos objetos mas são atribuídas pelos sujeitos. É ver- dade que assim explicar-se-ia o facto de haver grande variedade de opiniões em relação ao juízos estéticos, mas como se explicaria o contrário: por que será que existem consensos em torno de obras de arte? E porque é que sempre que existe discordâncias, temos tendência para apresentarmos razões para concordarem connosco? Já os objetivistas defendem que os juí- zos estéticos são verdadeiros ou falsos em função das propriedades estéticas intrínsecas dos objetos e não dos senti- mentos do sujeito. Têm, portanto, vali- dade universal. Assim estaria explicado o porquê do gosto poder ser educado e de existirem pessoas especialistas em áreas onde se discutem as qualidades estéticas; mas porque será tão difícil encontrar critérios que resolvam confli- tos em torno dos juízos estéticos? E co- mo se justifica a dificuldade em explicar o que são propriedades estéticas? Será que existem teorias que tentem ultrapassar as objeções apresentadas acima? Neste âmbito, surgem duas perspetivas subjetivas mas com critérios de univer- salidade criadas por Hume e Kant. SUBJETIVISMO RADICAL OBJETIVISMO ESTÉTICO Kant afirma também que os juízos es- téticos são subjetivos, mas que estes têm validade universal. Os juízos estéticos são subjetivos por- que dependem dos sentimentos de prazer ou desagrado que temos peran- te um objeto estético. Mas o juízo de gosto é desinteressado, contemplativo ( independente dos interesses pesso- ais), imparcial e normativo. Tornam-se universalmente subjetivos pois, apesar de subjetivos, devem ser válidos para todos os sujeitos que julgam desinte- ressadamente. Assim, a beleza não está nas coisas mas é como se estivesse, porque há uma exigência de universalidade nos nossos juízos (queremos que sejam aceites pelos outros) pela existência de faculdades comuns a todos os seres humanos, que permite avaliar os obje- tos estéticos da mesma forma. O Subjetivismo Moderado de Hume e o O Subjetivismo Universal de Kant Raquel Azeda, 10ºA Dali, Rosa meditativa (1958)
  • 3. JORNAL DE FILOSOFIA| nº4 Página 3 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel Patrícia - Boa tarde, chamo-me Ana Patrícia e estou a representar a turma do 10ºA, para fazer algumas perguntas aos senhores professores no âmbito da ex- posição A minha escola é um museu. Esta atividade já se realizou o ano passado e teve um grande sucesso, os alunos adoraram ver algumas obras de grandes pinto- res. Como é que surgiu esta ideia? Profª Raquel Freitas.—Devido ao sucesso que a exposição teve o ano passado, com a arte clássica. Este ano optámos pela época moderna, principalmente com pintores espanhóis em articulação com a disciplina de espanhol—Picasso, Miró, Sorolla e Dali. Prof. Joseph Rodrigues - Esta ideia surgiu porque a Consejeria de Éducación, que é a representante da embaixada espanhola em Portugal, tinha requisitado 20 reproduções do Museu do Prado, em Madrid, que disponibilizava às escolas do país, mediante uma inscrição; foi o que nós fizemos, no ano passado fizemos a inscrição para recebermos as repro- duções; depois fomos conversando e em vez de fazemos uma exposição com 20 reproduções, decidimos fazer um evento com outras iniciativas e outras atividades também com os trabalhos dos alunos. Trabalhámos com os alunos sobre aquelas obras, em artes, e a professora Sandra aca- bou por fazer as visitas guiadas em espanhol; foi um encontro das disci- plinas, artes e espanhol, porque Espanha tem uma grande tradição de pintura, grandes autores que todos conhecemos e celebramos este en- contro com a língua. O ano passado estávamos confinados às obras que o museu nos emprestava, que já existiam, que eram aquelas 20 e este ano resolvemos avançar um bocadinho no tempo e fazer uma exposição A MINHA ESCOLA É UM MUSEU Uma viagem pela Arte Moderna Entrevista aos professores responsáveis pelo evento “Motivar os nossos alunos para as artes visuais e mostrar um pouco da cultura espanhola Na cultura entra não só a pintura e os seus grandes nomes como também a própria língua espanhola Incentivar os alunos a aprender mais sobre a cultura e ao mesmo tempo sobre a língua e praticá-la, fazendo de guias dos trabalhos que vão ser expostos e desenvolvendo a comunicação” A Minha Escola é um Museu - 2015 A Minha Escola é um Museu - 2016 Da esquerda para a direita- alunas: Ana Palheira (gravação), Ana Lopes (entrevistadora). Professores: Profª Sandra Dias, Prof. Joseph Rodrigues e Profª Raquel Freitas. Cont Pág. 4
  • 4. com obras modernas e daí que nos tenha surgido estes qua- tro, maioritariamente Dali e Picasso que, se calhar, são os mais emblemáticos . Patrícia - Quais são os principais objetivos ? Profª Sandra Dias— Temos dois pontos de vista, por um lado as artes, no sentido de motivar os nossos alunos da escola para as artes visuais e por outro lado também mos- trar um pouco mais da cultura espanhola, e na cultura entra não só a pintura e os grandes nomes da cultura espanhola como também a própria língua espanhola; há aqui é um incentivar os alunos a aprender mais sobre a cultura e ao mesmo tempo sobre a língua e praticá-la, fazendo de guias dos trabalhos que vão ser expostos e desenvolvendo a co- municação. Prof Joseph Rodrigues —Mas um dos grandes objetivos da atividade a minha escola é um museu é (muitas vezes é a escola que vai ao museu) neste caso trazer o museu à esco- la, porque a maior parte dos alunos também não tem a pos- sibilidade de visitar estas grandes obras ao vivo e nós não temos os originais, mas temos as réplicas; mas de qualquer maneira, os alunos têm contato com estes movimentos, nes- te caso com o período da arte moderna e portanto é o mu- seu espanhol, o ano passado foi o Museu do Prado algumas obras deste museu, este ano algumas obras que talvez este- jam em vários museus de Espanha, por exemplo o Museu Málaga de Picasso, o Museu Dali Barcelona, o reino de Sofia Madrid; as representações foram pedidas pela professora Sandra e gentilmente ofereceram e é isso que vamos ver na exposição. O grande objetivo é realmente fazer da escola um museu, para já despertar o interesse pelos alunos para ir aos mu- seus, esse é um objetivo e portanto oferecer aos alunos e despertar a motivação pela arte e pela língua espanhola, oportunidade de verem obras e de certa forma conseguir que alguns deles visitem de facto os espaços. O ano passado fizemos uma visita de estudo a Madrid, eles visitaram as obras que apresentamos aqui; este ano realizámos uma vista de estudo a Málaga onde eles puderam ver também o Museu Picasso e ver algumas obras que irão eles próprios apre- sentar aqui. É um conjunto de atividades que trabalham para um objetivo que é aproximar os alunos da arte e da cultura e desenvolver conhecimentos das tais disciplinas. Temos esta vertente da exposição, já o ano passado da visita aos próprios museus e este ano outra vez. A professora Sandra chegou com os alunos na sexta feira de Málaga, foi visitar o museus de Picasso e também outras fundações. Profª Sandra Dias — Fomos à casa natal de Picasso, foi onde ele nasceu e tem muitas obras dele e fomos ao museu de Picasso em Málaga; a senhora que fez a visita guiada foi a própria pessoa com quem eu comuniquei que fez o envio das reproduções e quando soube que levava alunos, ficou muito satisfeita e foi ela própria a fazer a visita e pediu para depois enviar fotografias daquilo que vamos fazer e é o que pretende um encontro de culturas, comunicar . Patrícia - Consideram importante a arte na formação dos jovens? Prof. Joseph Rodrigues — Muito importante, queremos que cresçam tenham uma outra visão da realidade, porque a realidade não é só aquela que vivemos, existem outras várias “realidades” sobre a mesma realidade, por isso também a grande frase deste ano “ tudo o que tu possas imaginar é real” frase do próprio Picasso; isto no principio do séc. XX alterou completamente todos paradigmas quanto à arte; até aí era mais sobre a realidade, era o retrato a paisagem, agora explo- ra muito mais a subjetividade , o imaginário que é importante em qualquer fase das nossas vidas. A arte é o escape da reali- dade e a arte é também uma leitura dessa realidade, da natu- reza, da vivencia humana, é muito importante para os alunos, como também para os adultos. Nós devemos fazer com que vocês despertem para esta realidade e para a língua, porque no fim, conhecer outras línguas é bastante importante. E es- tamos aqui mesmo ao lado de Espanha, e a escola tem que contribuir para isso porque em casa muitas vezes os pais não têm essa possibilidade ou não têm essas referências, e a esco- A MINHA ESCOLA É UM MUSEU Uma viagem pela Arte Moderna Entrevista aos professores responsáveis pelo evento “...queremos que cresçam, que te- nham uma outra visão da realida- de, porque a realidade não é só aquela que vivemos, existem outras várias “realidades” sobre a mesma realidade por isso também a gran- de frase deste ano “ tudo o que tu possas imaginar é real “ frase do próprio Picasso…” Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão de Papel Cont Pág. 6 JORNAL DE FILOSOFIA| nº4
  • 5. JORNAL DE FILOSOFIA| nº4 Página 5 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão de Papel OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO Tudo o que possas imaginar é real (Picasso) Ana Palheira, Matilde de Deus, Diogo Valério –10ºA O CUBISMO O cubismo desvincula-se da represen- tação ou da semelhança com a nature- za ao romper com a perspetiva con- vencional e a linha de contorno dos objetos, decompondo a figura em pe- quenos detalhes, em planos que per- mitem uma observação do objeto em diferentes pontos de vista. As formas geométricas invadem as composições, as formas observadas na natureza são retratadas de forma sim- plificada, em cilindros, cubos ou esfe- ras. tamanho, pois ele mede 350 por 782 cm. Elaborado em tela pintada a óleo é um símbolo doloroso do terror que pode ser produzido pelas guerras. GUERNICA Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Picasso pinta o seu mural mais conhecido: Guerni- ca. Esta mostra a violência e o massa- cre sofridos pela população da cidade de Guernica. Este painel, produzido em 1937, é exposto num pavilhão da Exposição Internacional de Paris, no espaço reservado à República Espanhola. Este trabalho é grandioso, em todos os sentidos, tanto na catástrofe bélica que reproduz, quanto no seu PICASSO Pablo Picasso (25-10-1881) - (8-4-1973) é considerado um dos mais importantes artistas plásticos do século XX. Nasceu na cidade espanhola de Málaga, estu- dou na cidade de Barcelona mas traba- lhou principalmente na França. As suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a valoriza- ção de certas cores. A fase Azul (1901- 1904) foi o período onde predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial aos elemen- tos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907), predomina as cores rosa e vermelho, e suas obras ga- nham uma conotação lírica. Recebe influência do artista Cézanne e desenvolve o estilo artístico conhecido por cubismo. Guernica (1930) Banhista (1971) Nu encostado com gato (1964) O rapto (1920)
  • 6. JORNAL DE FILOSOFIA| nº4 Página 6 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel la dá-nos essas referências e faz-nos abrir horizontes e espera-se que daqui a alguns anos, alguma coisa que irão fazer, de cer- to modo, tenha sido lançado na escola. Patrícia— Acham que os alunos se mos- tram interessados ou revelam sensibilida- de estética? Prof Joseph Rodrigues — Nem todos têm essa sensibilidade, mas alguns é nes- tas exposições que acabam por despertar alguma curiosidade; o ano passado o nos- so diretor, o professor Ramiro, referiu a experiência da professora Sandra a expli- car as obras aos alunos e alguns estarem bastante atentos e com perguntas (e al- guns que nos achávamos ser difícil desper- tar interesse). Se não oferecermos eles também não procuram. Profª Sandra Dias— A nível da língua, o primeiro impacto da proposta para os alu- nos não foi bem recebida, eles não ficaram propriamente satisfeitos com a ideia de apresentarem obras para a escola inteira e para alunos mais velhos, mas depois de estarem um bocadinho mais treinados e de fazerem a primeira visita e a segunda a seguir já perguntavam se não vinha mais ninguém; acabou por ser muito positivo, em termos de pratica linguística foi excelente. Para além da questão da língua e da comu- nicação, ao longo da semana também houve atividades, houve alunos que queriam mais, houve também um conjunto de atividades relacionadas com a cultura espanhola e com a arte. Patrícia— Na exposição estão vários pinto- res espanhóis como Picasso, Miró, Dali e Sorolla. Considera que eles tiveram um pa- pel importante na arte moderna europeia ? Prof. Joseph Rodrigues —Sim, princi- palmente Dali e Picasso; nesse período hou- ve de certa maneira um cruzamento dos artistas. Eles passaram por Paris e volta- ram, foi o que aconteceu com Dali, Picasso e Miró. Paris era o grande centro das artes no inicio do séc. XX, final do sec. XIX e todos beberam um bocadinho da cultura europeia e foram realmente importantes; tanto o Dali como Picasso criaram movimentos, Dali com o surrealismo e Picasso com o cubis- mo, criaram correntes artísticas, fizeram percursos próprios dentro da arte moderna, estão incluídos na cultura europeia . A MINHA ESCOLA É UM MUSEU Uma Viagem pela Arte Moderna Entrevista aos professores responsáveis pelo evento OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO Tudo o que possas imaginar é real (Picasso) Sorolla Joaquín Sorolla y Bastida nas- ceu em 27 de Fevereiro 1863 em Valência, Espanha. Aos 14 anos iniciou a sua educação artística. Com 18 anos viajou para Madrid para estudar pintura no Museu do Prado. Sorolla dedicava-se à produção de temas mitológicos, históricos e sociais para exibições em sa- lões e exposições internacionais em Madrid, Paris, Veneza, Mu- nique, Berlim e Chicago. Pintor da Luz A partir de 1900 o seu estilo revelou -se, utilizou recursos impressionis- tas, manifestando-se em pinceladas rápidas carregadas de tinta, que em poucos traços modelavam a rica e vibrante gama de cores das praias e pessoas, que retratava nas suas telas. As suas obras refletem energia e captam o fugaz. O dinamismo da luz é refratada na superfície da água em combinação com os reflexos do céu e a cor local. Passeio junto ao mar (1909) A Hora do Banho (1909) Debaixo do toldo (1910) O pequeno barco (1909) Bruna Silva, 10ºA
  • 7. JORNAL DE FILOSOFIA| nº 4 Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em Papel Página 7 OS QUADROS DA NOSSA EXPOSIÇÃO Toda a minha ambição no campo pictórico é materializar as imagens da irracionalidade concreta com a mais imperialista fúria da precisão (Dali) Surrealismo O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris no ano 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. O surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo este movi- Salvador Dali Salvador Dali, pintor Catalão, nas- ceu no dia 11 de maio de 1904 em Figueres, Catalunha em Espanha, e morreu no dia 23 de janeiro de 1989 com 84 anos. O trabalho de Dali chama a aten- ção pela combinação de imagens oníricas, bizarras, com excelente qualidade plástica. Dali foi influen- ciado pelos mestres do classicismo (corrente que valoriza a Antiguida- de Clássica como padrão do senti- do estético). O seu trabalho mais conhecido, "A Persistência da Memória", foi con- cluído em 1931. A interpretação desta obra também conhecida por "Relógios fundidos", é a de que os relógios são o pressuposto da rigi- dez do tempo, e neste sentido é apoiado por outras imagens, tais como a vasta expansão da paisa- gem. Salvador Dali teve também traba- lhos artísticos no cinema, na escul- tura e na fotografia. Formas baseadas na fantasia (sonhos, inconsciente) Procura da perfeição do desenho e das cores, dentro da dimensão do imaginário Impressão espacial possuindo ilusões óticas Dissociação entre imagens e legendas, conjugadas para a construção de cenas de sonho ou de ironia A Persistência da Memória (1931) Relógios derretidos misturam-se com imagens familiares aos olhos humanos, criando uma impressão de que eles realmente estão ali. A Tentação de Santo Antão 1946 Margarida Nunes, João Lourenço, 10ºA mento, estava a ser destruída pelo racionalismo e valorizava a dimen- são do imaginário. O rosto de Mae West (1934) Dali de costas pintando Gala (1973-73)
  • 8. O Problema da Definição de Arte JORNAL DE FILOSOFIA| nº4 A teoria da arte como imitação é a primeira das teorias que surgem como resposta ao pro- blema da definição da arte, que coloca a ques- tão: O que é a arte? A teoria da arte como imitação afirma que a arte é a imitação da realidade. Para perceber melhor esta tese podemos re- correr a Platão e Aristóteles, que nos seus es- critos defendem que esta surge como uma evidência e não como uma proposta que seja preciso defender. Todavia, embora concordas- sem a respeito do carácter imitativo da arte, Platão e Aristóteles tinham opiniões muito diferentes em relação à importância da arte. Platão serve-se da tese para concluir que ela deve ser repudiada pois, defende, as obras de arte são cópias das realidades que estão ao alcance dos nossos sentidos e destinam-se a iludir-nos, porque muitas vezes confundimos as obras de arte com os objetos que elas imi- tam. Isto é por isso grave porque os objetos físicos são já próprias cópias imperfeitas de realidades superiores e perfeitas. Aristóteles por outro lado, partindo do mesmo ponto de vista, atribui à arte um papel social importante. Acreditava que o carácter imitati- vo da arte tinha um função terapêutica, pois permitia ao espectador libertar e purificar as suas paixões. Por exemplo, segundo Aristóte- les, o herói trágico é alguém que se assemelha a nós, com quem nos identificamos, e que sofre um infortúnio causado por um erro que também nós poderíamos cometer. A tragédia imita a vida, mas ao mesmo tempo não é a vida, o que faz com que nos purifiquemos no teatro de emoções que, assim, não viveremos da mesma forma na realidade. OBJEÇÕES As principais objeções apresentadas a esta teoria são, por isso, o facto de existirem obras consideradas arte que nada imitam e a ques- tão de que se a arte é imitação, a melhor seria a mais realista, mas muita arte, embora repre- sentativa, não é uma imitação. A ARTE COMO IMITAÇÃO DA REALIDADE Nicole, 10ºA A ARTE COMO EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS Miguel Wergykoski, 10ºA A ARTE COMO FORMA SIGNIFICANTE Beatriz Ferreira, 10ºA Uma obra é arte se, e só se, exprime senti- mentos e emoções do artista. Segundo Tolstoi, arte é a expressão de emo- ções do artista, e que por vezes transmite o mesmo sentimento que o artista viveu. A arte é uma forma de comunicação, neste caso não veicula ideias, mas sim sentimen- tos, e portanto, a arte pode exprimir uma grande diversidade de sentimentos. Existem três condições para que haja arte. A primeira é que tem que haver sinceridade por parte do artista, ou seja, as emoções na obra de arte têm de ser genuínas. A segun- da, que depende da primeira, é a individua- lidade do sentimento. A subjetividade dos seus sentimentos, quer dizer que, cada pes- soa é diferente e sente sentimentos diferen- tes, assim, a arte não é a expressão de emo- ções universais mas sim individuais. A ter- ceira e a última é a clareza com que o senti- mento é transmitido, ou seja, o seu senti- mento na obra de arte tem de ser claro para que o recetor sinta. OBJEÇÕES As objeções a esta teoria são, há obras que não expressam emoções do artista e que existe uma dificuldade em saber se a emo- ção do artista foi verdadeiro e se o que sen- timos corresponde ao que o artista nos quis transmitir. A teoria da arte como forma significan- te defendida, entre outros, pelo filósofo Clive Bell. Este considera que o que define uma obra de arte não deve ser procurado na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia. Isso não significa que não haja uma característica co- mum a todas as obras de arte, mas que podemos identificá-la apenas por inter- médio de um tipo de emoção - emoção estética, que elas, e só elas, provocam em nós. OBJEÇÕES Esta teoria enfrenta algumas objeções. Não é consensual que exista uma emo- ção estética (distinta das outras emo- ções humanas). O conceito de forma significante é con- troverso já que todas as pinturas pos- suem uma certa combinação de linhas, cores e formas. É controverso o facto desta teoria con- siderar que apenas a forma é relevante para a obra de arte e não o conteúdo. É arte toda a obra que possui uma forma significante Forma significante é a combinação de cores, linhas e formas, capaz de provocar a emoção esté- tica. A arte é a expressão da emo- ção do artista A obra de arte transmite intencionalmente o mesmo sentimento que o artista experimentou A arte é imitação da realidade Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo. Dali, O retrato de Luís Buñuel Jornal de Filosofia/ Blogue |Versão em PapelPágina 8 Conteúdos : alunos do 10ºA Profs. Joseph Rodrigues, Raquel Freitas e Sandra Dias Organização – Prof. Helena Bray Impressão — Prof. Carlos Pimenta Referências bibliográficas dos temas/ problemas tratados e notas biográficas: Manual adotado Sites: Crítica; wikipedia, Infopédia