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Etarismo
Setembro Amarelo
“Se precisar peça ajuda”
01 – Você nem aparenta a idade que tem! Você está fabuloso (a)
02 – Você deve ter sido muito bonito (a)
03 – Ela é muito bonita (o) para a idade que tem
04 – Você não tem mais idade para usar isso
05 – Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem?
06 – Solteira nessa idade? / Vai ficar para titia
07 – Ela poderia ser a mãe dele
08 – Ele (a) é jovem no coração
09 – Tá esquecido (a) por causa da idade
10 – Só vai velho naquele lugar!
11 – Ele (a) não entende dessas coisas, pois já está velho (a)
12 – Tá querendo parecer mocinha/garotão
13 - Solteira nessa idade?
14 –Panela velha é que faz comida boa
15 - Até que dá para o caldo
16 - Você não tem mais idade para usar isso”, “ela está entregando a idade”, “ela poderia ser a mãe dele”, “vai ficar para titia”,
“tá querendo parecer mocinha”,
17 – Ainda dá para o gasto
18 - Deve ser a menopausa”, “depois de uma certa idade”, “fulana já está meio gasta”, “isso é coisa para jovem”, “com o
tempo, homem melhora como o vinho e mulher azeda como leite”
19 - Criança não tem que ter opinião, tem que obedecer ou não liga para o que ele diz porque é aborrecente?
Em junho, deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), informou que a expectativa de vida no
Brasil é de 76,2 anos. o Brasil tem a quinta maior população idosa do mundo, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a tendência é de que continue crescendo nos
próximos anos.
O etarismo é o conjunto de estereótipos, preconceitos e discriminações direcionados a pessoas
com base na idade, segundo descreve a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Assim como o sexismo e o racismo são formas de discriminação baseadas em gênero e raça,
respectivamente. Ocorre quando indivíduos ou grupos são tratados de forma desigual ou
estereotipada com base na faixa etária, seja para mais jovens ou mais velhos.
A discriminação por idade pode trazer sérias consequências para a saúde, o bem-estar e os direitos
humanos.
Pode apresentar-se de forma institucional, interpessoal ou autodirigido, de acordo com o Relatório Global sobre
Etarismo, realizado pela OMS e pela Organização das Nações Unidas (ONU), a partir do Escritório do Alto Comissário
das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), em 2021.
O etarismo institucional refere-se às leis, regras, normas sociais, políticas e práticas de instituições que restringem
injustamente as oportunidades e prejudicam sistematicamente os indivíduos devido à idade.
Por exemplo, a uma pessoa pode ser negada uma vaga de emprego por ser muito velha, ou alguém que pode sofrer
represálias ao começar um movimento ativista por ser muito jovem.
O etarismo interpessoal, surge em interações entre dois ou mais indivíduos, por exemplo, quando colegas de estudo ou
trabalho julgam uns aos outros por conta da idade.
O etarismo autodirigido ocorre quando o preconceito de idade é interiorizado e voltado contra si mesmo.
Etarismo é crime?
A Lei 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso, em seu artigo 96, descreve o delito de discriminação contra
idoso. A pena prevista é de 6 meses a 1 ano de reclusão e multa. Se a pessoa que cometer o crime for responsável
pela vítima, a pena será aumentada em até 1/3.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de
transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania,
por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1oNa mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo.
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do
agente.
Como o preconceito de idade afeta a vida das pessoas
O preconceito afeta a saúde mental da pessoa, porque ela tende a ficar em isolamento, não se sente confortável no
ambiente onde ela é rejeitada por, principalmente, ter mais de 60 anos.
Isso pode levar à depressão, porque a cada vez que a pessoa pensa em fazer algo, ela interioriza isso.
Além do impacto na saúde mental, o etarismo também afeta o cotidiano e bem-estar.
Segundo a ONU, o etarismo está associado a uma expectativa de vida mais curta, pior saúde física e
mental.
O etarismo pode aumentar o risco de violência e abuso contra pessoas mais velhas e contribuir para a pobreza e a insegurança
financeira na velhice.
O preconceito de idade também molda como estatísticas e dados populacionais são coletados, o que impacta no
desenvolvimento de políticas públicas. Por exemplo, a ONU afirma que adultos mais velhos tendem a ser excluídos dos esforços
de pesquisa e coleta de dados
Como combater o etarismo
 Desenvolver políticas e leis com fins de diminuir a discriminação por idade, desigualdade e melhorar leis de
direitos humanos, principalmente, para a população mais velha;
 Modificar os instrumentos legislativos existentes que permitem a discriminação por idade;
 Inclusão de intervenções educacionais, desde a escola primária até o ensino superior, que ajudem a aumentar a
empatia e dissipar concepções equivocadas sobre diferentes faixas etárias;
 Investimentos em atividades que gerem contatos intergeracionais. O contato mais próximo e rotineiro de
pessoas de diferentes idades é uma das formas mais eficazes de reduzir preconceitos e estereótipos.
Setembro Amarelo e Prevenção de Suicídio
Os idosos usam meios mais letais que os jovens em suas tentativas de suicídio e é dentro de casa
onde mais ocorre o ato.
No Brasil, a média de casos é de 7,8 a cada 100 mil, 47% mais que os 5,3/100 mil entre a população
geral.
Nos idosos, o luto pela perda progressiva de companheiros, filhos e amigos e as limitações físicas
características dessa fase final da vida se somam ao isolamento social, falta de uma rede de apoio,
solidão e depressão como fatores de risco para o suicídio.
Tendência global, as taxas mais elevadas estão entre os brasileiros acima dos 70 anos, com 8,4 (faixa dos 80+) e 8,2 (70-79) casos
a cada 100 mil. Os dados são do artigo “Suicídio em idosos: um estudo epidemiológico”, de pesquisadoras da Escola de
Enfermagem (EE) da USP, publicado no ano passado.
O estudo analisou a incidência de suicídio dos brasileiros com 60 anos ou mais e os meios utilizados entre 2012 e 2016, buscando
olhar para a saúde mental do idoso para além dos problemas orgânicos mais conhecidos que atingem essa população, como o
Alzheimer e a demência.
Ninguém quer acreditar que idoso sofra, porque idoso é fofo e feliz, como a criança e o adolescente,
em relação ao “tabu” que é o sofrimento psíquico é dos adultos.
Dizer que os velhos ou as crianças estão na “melhor idade” reforça a invisibilidade.
Inserção no mercado de trabalho, cuidado com a saúde mental e pleno exercício da
sexualidade são alguns dos fatores que permitiram essa melhor qualidade de vida.
Negar às pessoas o direito de trabalhar e viver sua sexualidade é esvaziá-las de seu papel de adulto.
Ainda existe uma idealização da figura do idoso na sociedade ocidental: ele é o bondoso, e seu papel é
cuidar dos netos. E isso se estende para a dor psíquica. “Ouse ele pensar em suicídio.”
Outro ponto importante são os números entre os idosos homens: eles não apenas são o grupo com a maior taxa de suicídio
(14,8/100 mil) como entre 2012 e 2016 houve um aumento de 2,8% nos casos. Já entre as mulheres idosas (2,6/100 mil), houve
uma redução de 10,3%. Também na população geral, o aumento foi exclusivo entre os homens.
As possíveis causas para essa diferença são o maior acesso dos homens aos meios mais letais e seus comportamentos de
competitividade e impulsividade, associados ao maior consumo de drogas e uma cultura de vergonha quando eles não
conseguem morrer.
As mulheres procuram mais os serviços de saúde e têm mais facilidade em lidar com os estigmas da saúde mental. Os papeis sociais,
o homem forte, não chora.
Meios de prevenção do Suicídio
Para que nós possamos ter uma vida longa prazerosa, é necessário dar visibilidade ao suicídio e seus fatores com análises
científicas e a notificação adequada dos casos, superando tabus e dificuldades burocráticas.
Uma das medidas de prevenção ao suicídio é a capacitação e o treinamento dos profissionais de saúde, em especial os não
especialistas em saúde mental, e também dos professores e profissionais da mídia para a divulgação segura de informações e a
conscientização do público.
Outra intervenção é retirar os meios, individualmente e por meio de políticas públicas, com destaque para as armas de fogo e os
remédios desnecessários dentro de casa, além de uma maior vigilância dos pesticidas.
Toda prevenção não pode deixar de validar qualquer experiência de sofrimento, superar os tabus, acerca de ser ou não pecado,
ou que precisa esperar um milagre ou uma recuperação mágica.
Diante de uma tentativa de suicídio, é preciso acolher, identificar os riscos e acompanhar de forma constante a pessoa em
sofrimento.
Quando a pessoa é resgatada, acolhida, ouvida, ela começa a entender outras possiblidades. Muitas vezes o que a gente
precisa fazer é protegê-la do ato impulsivo.
O álcool ou uma sucessão de situações estressantes podem desencadear a tentativa.
o atendimento longitudinal (ao longo da vida) e multidisciplinar, que envolve vários profissionais da saúde, entre enfermeiros de
saúde mental, psicólogos, psiquiatras, geriatras e assistentes sociais, sempre em parceria com a família, para elaborar um plano
de cuidado.
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última
pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o
mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros
se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com
índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam
relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos
casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

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ESTUDO DO ETARISMO E A SOCIEDADE CONTEMPORANEA

  • 2. 01 – Você nem aparenta a idade que tem! Você está fabuloso (a) 02 – Você deve ter sido muito bonito (a) 03 – Ela é muito bonita (o) para a idade que tem 04 – Você não tem mais idade para usar isso 05 – Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem? 06 – Solteira nessa idade? / Vai ficar para titia 07 – Ela poderia ser a mãe dele 08 – Ele (a) é jovem no coração 09 – Tá esquecido (a) por causa da idade 10 – Só vai velho naquele lugar! 11 – Ele (a) não entende dessas coisas, pois já está velho (a) 12 – Tá querendo parecer mocinha/garotão 13 - Solteira nessa idade? 14 –Panela velha é que faz comida boa 15 - Até que dá para o caldo 16 - Você não tem mais idade para usar isso”, “ela está entregando a idade”, “ela poderia ser a mãe dele”, “vai ficar para titia”, “tá querendo parecer mocinha”, 17 – Ainda dá para o gasto 18 - Deve ser a menopausa”, “depois de uma certa idade”, “fulana já está meio gasta”, “isso é coisa para jovem”, “com o tempo, homem melhora como o vinho e mulher azeda como leite” 19 - Criança não tem que ter opinião, tem que obedecer ou não liga para o que ele diz porque é aborrecente?
  • 3. Em junho, deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), informou que a expectativa de vida no Brasil é de 76,2 anos. o Brasil tem a quinta maior população idosa do mundo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a tendência é de que continue crescendo nos próximos anos. O etarismo é o conjunto de estereótipos, preconceitos e discriminações direcionados a pessoas com base na idade, segundo descreve a Organização Mundial da Saúde (OMS). Assim como o sexismo e o racismo são formas de discriminação baseadas em gênero e raça, respectivamente. Ocorre quando indivíduos ou grupos são tratados de forma desigual ou estereotipada com base na faixa etária, seja para mais jovens ou mais velhos. A discriminação por idade pode trazer sérias consequências para a saúde, o bem-estar e os direitos humanos.
  • 4. Pode apresentar-se de forma institucional, interpessoal ou autodirigido, de acordo com o Relatório Global sobre Etarismo, realizado pela OMS e pela Organização das Nações Unidas (ONU), a partir do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), em 2021. O etarismo institucional refere-se às leis, regras, normas sociais, políticas e práticas de instituições que restringem injustamente as oportunidades e prejudicam sistematicamente os indivíduos devido à idade. Por exemplo, a uma pessoa pode ser negada uma vaga de emprego por ser muito velha, ou alguém que pode sofrer represálias ao começar um movimento ativista por ser muito jovem. O etarismo interpessoal, surge em interações entre dois ou mais indivíduos, por exemplo, quando colegas de estudo ou trabalho julgam uns aos outros por conta da idade. O etarismo autodirigido ocorre quando o preconceito de idade é interiorizado e voltado contra si mesmo.
  • 5. Etarismo é crime? A Lei 10.741/2003, conhecida como Estatuto do Idoso, em seu artigo 96, descreve o delito de discriminação contra idoso. A pena prevista é de 6 meses a 1 ano de reclusão e multa. Se a pessoa que cometer o crime for responsável pela vítima, a pena será aumentada em até 1/3. Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. § 1oNa mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
  • 6. Como o preconceito de idade afeta a vida das pessoas O preconceito afeta a saúde mental da pessoa, porque ela tende a ficar em isolamento, não se sente confortável no ambiente onde ela é rejeitada por, principalmente, ter mais de 60 anos. Isso pode levar à depressão, porque a cada vez que a pessoa pensa em fazer algo, ela interioriza isso. Além do impacto na saúde mental, o etarismo também afeta o cotidiano e bem-estar. Segundo a ONU, o etarismo está associado a uma expectativa de vida mais curta, pior saúde física e mental. O etarismo pode aumentar o risco de violência e abuso contra pessoas mais velhas e contribuir para a pobreza e a insegurança financeira na velhice. O preconceito de idade também molda como estatísticas e dados populacionais são coletados, o que impacta no desenvolvimento de políticas públicas. Por exemplo, a ONU afirma que adultos mais velhos tendem a ser excluídos dos esforços de pesquisa e coleta de dados
  • 7. Como combater o etarismo  Desenvolver políticas e leis com fins de diminuir a discriminação por idade, desigualdade e melhorar leis de direitos humanos, principalmente, para a população mais velha;  Modificar os instrumentos legislativos existentes que permitem a discriminação por idade;  Inclusão de intervenções educacionais, desde a escola primária até o ensino superior, que ajudem a aumentar a empatia e dissipar concepções equivocadas sobre diferentes faixas etárias;  Investimentos em atividades que gerem contatos intergeracionais. O contato mais próximo e rotineiro de pessoas de diferentes idades é uma das formas mais eficazes de reduzir preconceitos e estereótipos.
  • 8. Setembro Amarelo e Prevenção de Suicídio Os idosos usam meios mais letais que os jovens em suas tentativas de suicídio e é dentro de casa onde mais ocorre o ato. No Brasil, a média de casos é de 7,8 a cada 100 mil, 47% mais que os 5,3/100 mil entre a população geral. Nos idosos, o luto pela perda progressiva de companheiros, filhos e amigos e as limitações físicas características dessa fase final da vida se somam ao isolamento social, falta de uma rede de apoio, solidão e depressão como fatores de risco para o suicídio. Tendência global, as taxas mais elevadas estão entre os brasileiros acima dos 70 anos, com 8,4 (faixa dos 80+) e 8,2 (70-79) casos a cada 100 mil. Os dados são do artigo “Suicídio em idosos: um estudo epidemiológico”, de pesquisadoras da Escola de Enfermagem (EE) da USP, publicado no ano passado. O estudo analisou a incidência de suicídio dos brasileiros com 60 anos ou mais e os meios utilizados entre 2012 e 2016, buscando olhar para a saúde mental do idoso para além dos problemas orgânicos mais conhecidos que atingem essa população, como o Alzheimer e a demência.
  • 9. Ninguém quer acreditar que idoso sofra, porque idoso é fofo e feliz, como a criança e o adolescente, em relação ao “tabu” que é o sofrimento psíquico é dos adultos. Dizer que os velhos ou as crianças estão na “melhor idade” reforça a invisibilidade. Inserção no mercado de trabalho, cuidado com a saúde mental e pleno exercício da sexualidade são alguns dos fatores que permitiram essa melhor qualidade de vida. Negar às pessoas o direito de trabalhar e viver sua sexualidade é esvaziá-las de seu papel de adulto. Ainda existe uma idealização da figura do idoso na sociedade ocidental: ele é o bondoso, e seu papel é cuidar dos netos. E isso se estende para a dor psíquica. “Ouse ele pensar em suicídio.” Outro ponto importante são os números entre os idosos homens: eles não apenas são o grupo com a maior taxa de suicídio (14,8/100 mil) como entre 2012 e 2016 houve um aumento de 2,8% nos casos. Já entre as mulheres idosas (2,6/100 mil), houve uma redução de 10,3%. Também na população geral, o aumento foi exclusivo entre os homens. As possíveis causas para essa diferença são o maior acesso dos homens aos meios mais letais e seus comportamentos de competitividade e impulsividade, associados ao maior consumo de drogas e uma cultura de vergonha quando eles não conseguem morrer. As mulheres procuram mais os serviços de saúde e têm mais facilidade em lidar com os estigmas da saúde mental. Os papeis sociais, o homem forte, não chora.
  • 10. Meios de prevenção do Suicídio Para que nós possamos ter uma vida longa prazerosa, é necessário dar visibilidade ao suicídio e seus fatores com análises científicas e a notificação adequada dos casos, superando tabus e dificuldades burocráticas. Uma das medidas de prevenção ao suicídio é a capacitação e o treinamento dos profissionais de saúde, em especial os não especialistas em saúde mental, e também dos professores e profissionais da mídia para a divulgação segura de informações e a conscientização do público. Outra intervenção é retirar os meios, individualmente e por meio de políticas públicas, com destaque para as armas de fogo e os remédios desnecessários dentro de casa, além de uma maior vigilância dos pesticidas.
  • 11. Toda prevenção não pode deixar de validar qualquer experiência de sofrimento, superar os tabus, acerca de ser ou não pecado, ou que precisa esperar um milagre ou uma recuperação mágica. Diante de uma tentativa de suicídio, é preciso acolher, identificar os riscos e acompanhar de forma constante a pessoa em sofrimento. Quando a pessoa é resgatada, acolhida, ouvida, ela começa a entender outras possiblidades. Muitas vezes o que a gente precisa fazer é protegê-la do ato impulsivo. O álcool ou uma sucessão de situações estressantes podem desencadear a tentativa. o atendimento longitudinal (ao longo da vida) e multidisciplinar, que envolve vários profissionais da saúde, entre enfermeiros de saúde mental, psicólogos, psiquiatras, geriatras e assistentes sociais, sempre em parceria com a família, para elaborar um plano de cuidado.
  • 12. O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.