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Transtorno opositor desafiante
O QUE É TOD?
Padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis,
desafiadores e desobedientes observados nas interações da criança
com adultos e figuras de autoridade, podendo também aparecer no
relacionamento com os colegas, que perturbam a harmonia
familiar, impedem a boa socialização nos mais variados contextos
sociais, destruindo a possibilidade de laços afetivos duradouros e
que persistem por pelo menos 6 meses.
Os sintomas aparecem em diferentes ambientes, especialmente
na escola e em casa. Inicia-se por volta dos 6 aos 8 anos,
ocorrendo duas vezes mais em meninos.
Transtorno opositor desafiante
Transtorno opositor desafiante
Sintomas
• Baixa auto estima
• Baixa tolerância a frustrações
• Humor deprimido
• Ataques de raiva
• Poucas amizades
• Desempenho escolar comprometido
Características
• Perda de paciência;
• Indisciplina e atitude de desafio;
• Discussão com adultos e colegas;
• Recusa em obedecer às solicitações e regras;
• Implicância com as pessoas;
• Responsabiliza outros por seu comportamento.
• Se aborrece com facilidade;
• Raiva e irritação constantes;
• Dificuldade no controle das emoções;
• Teimosia persistente;
• Ressentimento e rancor.
• Vingativo
Transtorno opositor desafiante
CAUSAS
Fatores biológicos
Características herdadas como:
‣Temperamento impulsivo;
‣Baixo limiar de frustração;
‣Irritabilidade;
‣Disfunções em neurotransmissores
serotoninérgicos e dopaminérgicos.
Alterações e complicações no
desenvolvimento:
‣Gestantes fumantes e alcoólatras;
‣Crianças prematuras, com baixo peso;
‣Complicações na gestação ou parto;
‣Doenças crônicas;
‣Déficits neuropsicológicos.
Fatores ambientais
Pais ou responsáveis:
▪ Comportamento criminoso;
▪ Comportamento agressivo precoce;
▪ Alcoolismo e uso de drogas;
▪ Ausentes, negligentes e abusadores;
▪ Falta de afeto e suporte emocional;
▪ Ausência de diálogo;
▪ Disciplina inconsistente;
▪ Violência doméstica;
▪ Falta de estrutura familiar;
▪ Moradia em área de criminalidade.
Escola:
▪ Rejeição no grupo de amigos;
▪ Salas de aula superlotadas;
▪ Professores despreparados;
▪ Negligentes;
▪ Com dificuldades para disciplinar.
Fatores psicológicos
Ligados ao aprendizado social e modelos
de apego:
❖ Lares opressores;
❖ Normas demasiadamente rígidas;
❖ Convive com violência, agressividade,
hostilidade;
❖ Briga entre os pais consideradas
como normal;
❖ Falta de impor limite aos filhos;
❖ Criança exerce controle sobre as
figuras de autoridade.
Transtorno opositor desafiante
AVALIAÇÃO
Na escola:
• Desempenho comprometido;
• Gera alto índice de reprovação;
• Não aceitam participar de
atividades em grupos;
• Recusa ajuda dos professores;
• Podem apresentar outros
transtornos de comportamento
associados como TDAH,
ansiedade, humor e transtornos
de aprendizagem.
A avaliação tem início com uma entrevista médica com os pais ou
responsáveis pela criança, investigando os sintomas, as características e os
danos nas relações afetivas que motivaram a busca por ajuda.
A avaliação comportamental completa se divide em 5 etapas:
1. Avaliação com pais ou responsáveis sem a presença do filho – anamnese;
2. Avaliação escrita e dissertativa sobre o rendimento escolar, o
comportamento em sala de aula e no recreio, a interação social com os
colegas e adultos da instituição;
3. Avaliação complementar de outros profissionais;
4. Aplicação complementar de testes padronizados;
5. Avaliação da criança – capacidade e habilidade de comunicação, interação
social, atenção, memória, pensamento, inteligência, linguagem, afetividade
e humor.
Concluída a avaliação detalhada o médico poderá optar por uma
intervenção interdisciplinar envolvendo profissionais como psicólogo,
fonoaudiólogo, psicomotricista, psicopedagogo, entre outros.
DIAGNÓSTICO
(DSM V 313.81)
A
Padrão de humor: Raivoso/Irritável
• Perda de paciência;
• Se aborrece facilmente;
• Raiva e irritação constantes;
• Ressentimento e rancor.
Comportamento: Questionador/Desafiante
• Indisciplina e atitude de desafio;
• Discussão com adultos e colegas;
• Recusa em obedecer e seguir regras;
• Incomodar deliberadamente as pessoas;
• Culpa outros por seu comportamento.
Índole vingativa
• Maldoso e vingativo, ao menos 2 vezes nos
últimos 6 meses.
B
Quando o comportamento causar
prejuízo clinicamente significativo ao
funcionamento:
✓ Social,
✓ Acadêmico
✓ Ocupacional.
D
Não satisfeito os critérios:
o Transtorno de conduta
o Transtorno da personalidade antissocial
(apenas acima de 18 anos)
C
Comportamentos não ocorrem
exclusivamente no curso de um transtorno
psicótico ou de humor.
Requisitos:
✓ Duração mínima de 6 meses
✓ Ao menos 4 sintomas
✓ Interação com ao menos um indivíduo,
exceto irmão.
Observação:
▪ Critérios satisfeitos apenas se o
comportamentos ocorrer com maior
frequência do que o observado
tipicamente em indivíduos de idade e
nível de desenvolvimento comparável.
Prognóstico
O prognóstico varia de
acordo com uma série de fatores
como: formas leves do TDO ou
severas, o grau de agressividade,
uso de drogas, família
disfuncional, hostilidade,
violência e negligência.
O diagnóstico e tratamento
precoce são fundamentais para
melhorar os sintomas e prevenir
que o Transtorno Desafiador
Opositivo evolua para o
Transtorno de Conduta.
Associação com outros
transtornos agrava o prognóstico
de tratamento e facilita a
evolução do TDO para o
Transtorno de Conduta.
Transtornos associados
A associação com outros transtornos é muito comum,
podendo estar presente em até 14% dos casos.
Principais transtornos associados ao TDO e suas principais
características:
• TDAH - Alunos apresentam prejuízos no desempenho escolar,
dificuldade em se organizarem e manterem a atenção em sala
de aula, realizarem tarefas escolares, permanecerem sentados
e quietos, focar a atenção em um único objeto.
• Transtorno de Ansiedade - Grande e excessiva preocupação,
muita ansiedade e intensa dificuldade em controla-la.
• Depressão - Tristeza, falta de motivação, humor deprimido,
irritável ou instável, mudanças súbitas de comportamento,
explosões de raiva, dificuldade em se divertir.
• Transtorno Bipolar - Associação a fase maníaca, na qual
aparece alteração ou oscilação de humor produzindo ataques
prolongados de raiva ou agressividade, chamados de
tempestades comportamentais.
• Bullying - Comportamentos agressivos e hostis de alunos que
se julgam superiores aos outros colegas, acreditam na
impunidade de seus atos dentro da escola.
Importante
Não existem exames capazes
de diagnosticar o TOD.
Diagnóstico é feito através de
avaliação criteriosa da criança,
pais e escola.
TRATAMENTOS
Medicamentos
Medicamentos não são curativos nesses
casos, apenas facilitam o tratamento
reduzindo os sintomas.
Auxilia no manejo dos sintomas de:
• Agressividade
• Impulsividade
• Ataques de raiva
• Baixo limiar de frustração
Psicossocial
Uso de diversas estratégias para melhorar as
relações interpessoais.
• Terapia cognitivo-comportamental
• Terapia familiar
• Treinamento dos pais
• Reforço positivo
• Psicoeducação escolar
• Intervenções escolares
• Praticas esportivas
RECOMENDAÇÃO
AOS PAIS
• Dedique um tempo a seu filho diariamente;
• Converse com ele e realize atividades esportivas ou de lazer;
• Estimule a prática de esportes coletivos;
• Explique claramente regras e instruções;
• Explique possíveis consequências em caso de indisciplina;
• Utilize técnicas comportamentais de manejo de sintomas opositivos e desafiadores;
• Proponha acordos e privilégios em caso de atitudes assertivas;
• Elogie atitudes positivas;
• Evite punições físicas (bater na criança reforçará comportamentos agressivos);
• Retire privilégios em casos de mau comportamento;
• Comunique-se com professores e coordenadores sempre que necessário;
• Realize passeios para promover a integração familiar.
O tratamento só apresentará resultados positivos se houver engajamento dos pais.
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Transtorno opositor desafiante

  • 2. O QUE É TOD? Padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações da criança com adultos e figuras de autoridade, podendo também aparecer no relacionamento com os colegas, que perturbam a harmonia familiar, impedem a boa socialização nos mais variados contextos sociais, destruindo a possibilidade de laços afetivos duradouros e que persistem por pelo menos 6 meses. Os sintomas aparecem em diferentes ambientes, especialmente na escola e em casa. Inicia-se por volta dos 6 aos 8 anos, ocorrendo duas vezes mais em meninos.
  • 5. Sintomas • Baixa auto estima • Baixa tolerância a frustrações • Humor deprimido • Ataques de raiva • Poucas amizades • Desempenho escolar comprometido Características • Perda de paciência; • Indisciplina e atitude de desafio; • Discussão com adultos e colegas; • Recusa em obedecer às solicitações e regras; • Implicância com as pessoas; • Responsabiliza outros por seu comportamento. • Se aborrece com facilidade; • Raiva e irritação constantes; • Dificuldade no controle das emoções; • Teimosia persistente; • Ressentimento e rancor. • Vingativo
  • 7. CAUSAS Fatores biológicos Características herdadas como: ‣Temperamento impulsivo; ‣Baixo limiar de frustração; ‣Irritabilidade; ‣Disfunções em neurotransmissores serotoninérgicos e dopaminérgicos. Alterações e complicações no desenvolvimento: ‣Gestantes fumantes e alcoólatras; ‣Crianças prematuras, com baixo peso; ‣Complicações na gestação ou parto; ‣Doenças crônicas; ‣Déficits neuropsicológicos. Fatores ambientais Pais ou responsáveis: ▪ Comportamento criminoso; ▪ Comportamento agressivo precoce; ▪ Alcoolismo e uso de drogas; ▪ Ausentes, negligentes e abusadores; ▪ Falta de afeto e suporte emocional; ▪ Ausência de diálogo; ▪ Disciplina inconsistente; ▪ Violência doméstica; ▪ Falta de estrutura familiar; ▪ Moradia em área de criminalidade. Escola: ▪ Rejeição no grupo de amigos; ▪ Salas de aula superlotadas; ▪ Professores despreparados; ▪ Negligentes; ▪ Com dificuldades para disciplinar. Fatores psicológicos Ligados ao aprendizado social e modelos de apego: ❖ Lares opressores; ❖ Normas demasiadamente rígidas; ❖ Convive com violência, agressividade, hostilidade; ❖ Briga entre os pais consideradas como normal; ❖ Falta de impor limite aos filhos; ❖ Criança exerce controle sobre as figuras de autoridade.
  • 9. AVALIAÇÃO Na escola: • Desempenho comprometido; • Gera alto índice de reprovação; • Não aceitam participar de atividades em grupos; • Recusa ajuda dos professores; • Podem apresentar outros transtornos de comportamento associados como TDAH, ansiedade, humor e transtornos de aprendizagem. A avaliação tem início com uma entrevista médica com os pais ou responsáveis pela criança, investigando os sintomas, as características e os danos nas relações afetivas que motivaram a busca por ajuda. A avaliação comportamental completa se divide em 5 etapas: 1. Avaliação com pais ou responsáveis sem a presença do filho – anamnese; 2. Avaliação escrita e dissertativa sobre o rendimento escolar, o comportamento em sala de aula e no recreio, a interação social com os colegas e adultos da instituição; 3. Avaliação complementar de outros profissionais; 4. Aplicação complementar de testes padronizados; 5. Avaliação da criança – capacidade e habilidade de comunicação, interação social, atenção, memória, pensamento, inteligência, linguagem, afetividade e humor. Concluída a avaliação detalhada o médico poderá optar por uma intervenção interdisciplinar envolvendo profissionais como psicólogo, fonoaudiólogo, psicomotricista, psicopedagogo, entre outros.
  • 10. DIAGNÓSTICO (DSM V 313.81) A Padrão de humor: Raivoso/Irritável • Perda de paciência; • Se aborrece facilmente; • Raiva e irritação constantes; • Ressentimento e rancor. Comportamento: Questionador/Desafiante • Indisciplina e atitude de desafio; • Discussão com adultos e colegas; • Recusa em obedecer e seguir regras; • Incomodar deliberadamente as pessoas; • Culpa outros por seu comportamento. Índole vingativa • Maldoso e vingativo, ao menos 2 vezes nos últimos 6 meses. B Quando o comportamento causar prejuízo clinicamente significativo ao funcionamento: ✓ Social, ✓ Acadêmico ✓ Ocupacional. D Não satisfeito os critérios: o Transtorno de conduta o Transtorno da personalidade antissocial (apenas acima de 18 anos) C Comportamentos não ocorrem exclusivamente no curso de um transtorno psicótico ou de humor. Requisitos: ✓ Duração mínima de 6 meses ✓ Ao menos 4 sintomas ✓ Interação com ao menos um indivíduo, exceto irmão. Observação: ▪ Critérios satisfeitos apenas se o comportamentos ocorrer com maior frequência do que o observado tipicamente em indivíduos de idade e nível de desenvolvimento comparável.
  • 11. Prognóstico O prognóstico varia de acordo com uma série de fatores como: formas leves do TDO ou severas, o grau de agressividade, uso de drogas, família disfuncional, hostilidade, violência e negligência. O diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais para melhorar os sintomas e prevenir que o Transtorno Desafiador Opositivo evolua para o Transtorno de Conduta. Associação com outros transtornos agrava o prognóstico de tratamento e facilita a evolução do TDO para o Transtorno de Conduta. Transtornos associados A associação com outros transtornos é muito comum, podendo estar presente em até 14% dos casos. Principais transtornos associados ao TDO e suas principais características: • TDAH - Alunos apresentam prejuízos no desempenho escolar, dificuldade em se organizarem e manterem a atenção em sala de aula, realizarem tarefas escolares, permanecerem sentados e quietos, focar a atenção em um único objeto. • Transtorno de Ansiedade - Grande e excessiva preocupação, muita ansiedade e intensa dificuldade em controla-la. • Depressão - Tristeza, falta de motivação, humor deprimido, irritável ou instável, mudanças súbitas de comportamento, explosões de raiva, dificuldade em se divertir. • Transtorno Bipolar - Associação a fase maníaca, na qual aparece alteração ou oscilação de humor produzindo ataques prolongados de raiva ou agressividade, chamados de tempestades comportamentais. • Bullying - Comportamentos agressivos e hostis de alunos que se julgam superiores aos outros colegas, acreditam na impunidade de seus atos dentro da escola. Importante Não existem exames capazes de diagnosticar o TOD. Diagnóstico é feito através de avaliação criteriosa da criança, pais e escola.
  • 12. TRATAMENTOS Medicamentos Medicamentos não são curativos nesses casos, apenas facilitam o tratamento reduzindo os sintomas. Auxilia no manejo dos sintomas de: • Agressividade • Impulsividade • Ataques de raiva • Baixo limiar de frustração Psicossocial Uso de diversas estratégias para melhorar as relações interpessoais. • Terapia cognitivo-comportamental • Terapia familiar • Treinamento dos pais • Reforço positivo • Psicoeducação escolar • Intervenções escolares • Praticas esportivas
  • 13. RECOMENDAÇÃO AOS PAIS • Dedique um tempo a seu filho diariamente; • Converse com ele e realize atividades esportivas ou de lazer; • Estimule a prática de esportes coletivos; • Explique claramente regras e instruções; • Explique possíveis consequências em caso de indisciplina; • Utilize técnicas comportamentais de manejo de sintomas opositivos e desafiadores; • Proponha acordos e privilégios em caso de atitudes assertivas; • Elogie atitudes positivas; • Evite punições físicas (bater na criança reforçará comportamentos agressivos); • Retire privilégios em casos de mau comportamento; • Comunique-se com professores e coordenadores sempre que necessário; • Realize passeios para promover a integração familiar. O tratamento só apresentará resultados positivos se houver engajamento dos pais.