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LÍNGUA
PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO E
GÊNERO TEXTUAIS
PROFA. BERLANDIA PAIVA
• UNIDADE I - COMPREENSÃO / INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
• O que é texto?
• Texto é um conjunto coerente de enunciados, os quais
podem serem escritos ou orais. Trata-se de uma
composição de signos codificada sob a forma de um
sistema e que forma uma unidade de sentido.
• O texto tem intenção comunicativa: através dos
seus signos, procura transmitir uma determinada
mensagem que adquire sentido de acordo com o
contexto.
• Contexto: É a situação concreta a que o texto se
refere, logo todo texto tem um contexto. Há diferentes
tipos de contextos (social, político, cultural, estético,
esportivo, educacional, histórico...) e sua identificação
é fundamental para que se possa compreender bem o
texto.
slide ifrn - interpretação e compreensão
• COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
• O que é Compreensão de Texto?
• Compreender é a habilidade de extrair o significado explícito das palavras e frases, identificando ideias principais e
secundárias no texto. É o primeiro passo para entender o conteúdo.
• Exemplo: Em uma notícia sobre o aumento da temperatura global, compreender é identificar os dados apresentados, como: “A
temperatura global subiu 1,1°C desde a era pré-industrial.”
• Exemplo: "O sol nasceu às 6h da manhã."
• Compreensão: O fato descrito é que o sol nasceu às 6h da manhã.
• O que é Interpretação de Texto?
• A interpretação vai além da compreensão; envolve analisar o que está implícito no texto, seus interesses, emoções, e os
efeitos de linguagem utilizados pelo autor.
• Exemplo: No mesmo texto sobre o clima, interpretado é entender que a preocupação do autor é alertar sobre os riscos para o
planeta.
• Exemplo: "Os primeiros raios de sol trouxeram esperança."
• Interpretação: A menção aos raios de sol pode estar simbolizando uma mudança positiva ou um novo começo.
a) a ideia principal do texto:
o que o autor pretende provar com este texto?
b) os argumentos (ideias secundárias):
o autor usa a argumentação e as objeções
com o objetivo de reforçar a ideia principal.
• OBS.: A interpretação de um texto, para ser bem feita,
pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem.
Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa,
sua intenção é apresentar ou comprovar uma ideia –ao
contrário de um texto literário, que procura provocar
sentimentos, enredos.
• Para interpretar um texto, precisamos ser capazes não apenas de entender o
que se lê, mas também de perceber a intenção do que está escrito, notando o
que está implícito no texto.
• Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um
texto, mas se mostram incapazes de perceber satisfatoriamente o sentido do
texto como um todo.
• 1ª leitura –informativa –Macroestrutura
• Tem-se uma ideia do que trata o texto, qual o tema. É importante buscar as
palavras mais importantes de cada parágrafo, que constituem as palavras-
chave do texto em torno das quais as outras se organizam para dar
significação e produzirem sentidos.
• 2ª leitura –interpretativa –Microestrutura
• Compreender, analisar e sintetizar as informações do texto. A leitura
interpretativa requer:
• Compreensão: entender a mensagem literal contida no texto. As questões
versam sobre a postura ideológica do autor, a ideia central, a tese defendida.
• Análise: depreender do texto a informação essencial. Para isso é importante
buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, elas constituirão as
palavras-chave do texto. Atentar para os modos de articulação das ideias.
Estratégias para Ler Melhor
Leia o título e legendas: Eles fornecem pistas sobre o conteúdo.
Faça perguntas durante a leitura: O que o autor quer comunicar? Há alguma opinião
implícita?
Marque palavras-chave: Identifique termos importantes para entender o contexto.
Releia quando necessário: alguns textos desativados mais de uma leitura para serem bem
compreendidos.
• DICAS PARA INTERPRETAR BEM UM TEXTO
• Muitos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável.
Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com
atenção os itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos
publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao
seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O
mal é “ler por ler”, para se livrar.
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos
consultar. Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na
realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande
prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na
qualidade de um amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar
responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um
todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A
cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só
depois tente resolver as questões propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um
determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia
não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa.
Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você
vai acostumar-se a agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir
a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno
ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante
desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais
e revistas especializadas.
GÊNEROS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS
Exemplos de gêneros textuais:
Romance; Conto; Fábula; Lenda; Novela;
Crônica; Notícia; Ensaio; Editorial; Resenha;
Monografia; Reportagem; Relatório científico;
Relato histórico; Relato de viagem; Carta; E-
mail; Abaixo-assinado; Artigo de opinião; Diário;
Biografia; Entrevista; Curriculum vitae; Verbete
de dicionário; Receita; Regulamento; Manual de
instruções; Bula de medicamento; Regras de
um jogo; Lista de compras; Cardápio de
restaurante.
Embora os diferentes gêneros textuais
apresentem estruturas específicas, com
características próprias, é importante que os
concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou
seja, que não definamos a sua estrutura
como fixa.
GÊNEROS TEXTUAIS
Gêneros textuais são textos que exercem uma
função social específica, ou seja, ocorrem em
situações cotidianas de comunicação e
apresentam uma intenção comunicativa bem
definida.
Os diferentes gêneros textuais se adequam ao
uso que se faz deles. Adequam-se,
principalmente, ao objetivo do texto, ao
emissor e ao receptor da mensagem e ao
contexto em que se realiza.
• OBS.: É possível que se criem novos
gêneros textuais a partir dos gêneros já
existentes para responder a novas
necessidades de comunicação. São
adaptáveis e estão em constante
evolução.
TIPOS E GÊNEROS TEXTAIS
• Tipos e gêneros textuais são duas
categorias diferentes de classificação
textual.
• Os tipos textuais são modelos abrangentes
e fixos que definem e distinguem a
estrutura e os aspectos linguísticos de
uma narração, descrição, dissertação e
explicação.
Exemplos de tipos
textuais:
Texto narrativo; Texto descritivo;
Texto dissertativo
expositivo;
Texto dissertativo
argumentativo;
Texto explicativo injuntivo;
Texto explicativo
prescritivo.
Os aspectos gerais dos tipos de
texto concretizam-se em
situações cotidianas de
comunicação nos gêneros
textuais, textos flexíveis e
adaptáveis que apresentam uma
intenção comunicativa bem
definida e uma função social
específica, adequando-se ao uso
que se faz deles.
• 1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos
• Romances;
• Contos;
• Fábulas;
• Novelas;
• Crônicas;
• 2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos
• Diários;
• Relatos de viagens;
• Folhetos turísticos;
• Cardápios de restaurantes;
• Classificados;
• 3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos
• Jornais;
• Enciclopédias;
• Resumos escolares;
• Verbetes de dicionário;
• 4 Gêneros textuais pertencentes aos textos
argumentativos
• Artigos de opinião;
• Abaixo-assinados;
• Manifestos;
• Sermões;
• 5 Gêneros textuais pertencentes aos textos
injuntivos
• Receitas culinárias;
• Manuais de instruções;
• Bula de remédio;
• 6 Gêneros textuais pertencentes aos textos
prescritivos
• Leis;
• Cláusulas contratuais;
• Edital de concursos públicos;
TIPOLOGIA TEXTUAL
1. Narração: Modalidade em que um narrador, participante ou
não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num determinado
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a
objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e
posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Estamos cercados de narrações desde as que nos contam
histórias infantis até às piadas do cotidiano.
• Predominância de verbos no passado.
• Presença de personagens, lugar, tempo, clímax, narrador.
• O que, quando, onde, com quem e como aconteceu?
• Foco na 1º pessoa "eu" e na 3º pessoa.
• Verbos que expressam ação.
• Geralmente mesclada de descrição.
É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica,
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
• Lebre e a Tartaruga
• — Tenho pena de você —, disse uma vez a lebre à
tartaruga: — obrigada a andar com a tua casa às
costas, não podes passear, correr, brincar, e livrar-te
de teus inimigos.
• — Guarda para ti a tua compaixão — disse a tartaruga
— pesada como sou, e tu ligeira como te gabas de ser,
apostemos que eu chego primeiro do que tu a
qualquer meta que nos proponhamos a alcançar.
• — Vá feito, disse a lebre: só pela graça aceito a
aposta.
• Ajustada a meta, pôs-se a tartaruga a caminho; a lebre
que a via, pesada, ir remando em seco, ria-se como
uma perdida; e pôs-se a saltar, a divertir-se; e a
tartaruga ia-se adiantando.
• 2. Descrição: Um texto em que se faz um retrato por escrito de um
lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras
mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função
caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até
descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de
anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a
imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do
objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual
que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros
textuais.
• Apresenta sensações (paladar, visão, audição, tato, olfato).
• Predominância de verbos de ligação (ser, estar, ficar, continuar...).
• Predominância de verbos no presente ou no passado.
• Presença de muitos (qualidades) e atributos.
• Apresenta descrição minuciosa do objeto.
• Ausência de ação verbal.
• Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico,
anúncio classificado, etc.
• "José Ribamar é, no colégio, o menino que usa dentes de fora,
monstruoso e intempestivo, assassino frio de gatos, canários e
sabiás, matador de gambás, preás e outros bichos que só de
ver, brrr! Dão-nos calafrios.
• A própria imagem do terror: ele tira partido de sua própria
aparência má, mostrando ainda
• pior. Faz com que a própria mãe espere sôfrega, a hora de
abrir o colégio e a professora, ainda mais sôfrega, a hora de
fechá-lo."
• (José Ribamar Rainho - O Monstro – Millor Fernades)
• 3. Dissertação: Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele.
Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
• 3.1 Dissertação-Argumentação: Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um
ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando
convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem
denotativa.
• Linguagem denotativa.
• Presença de argumentos.
• Objetividade e clareza.
• Introdução, desenvolvimento e conclusão.
• Texto apresenta impessoalidade.
• Apresenta dados, comparações, citações, afirmações, justificativas.
• Procura persuadir o leitor.
• Apresenta bastantes conjunções.
• É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica,
editorial de jornais e revistas.
“A execução de criminosos e oponentes políticos tem
sido usada por quase todas as sociedades, tanto para
punir crimes como para suprimir oposições políticas.
Na maioria dos países que a praticam, a pena de
morte é reservada para assassinato, espionagem,
traição ou no âmbito do direito militar. Em alguns
países, crimes sexuais como estupro, adultério,
incesto e sodomia levam à pena de morte, assim
como crimes como apostasia
(renúncia formal à religião do Estado)
nas nações islâmicas.”
4. TEXTO EXPOSITIVO: Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta
informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo
apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. O texto focado em
apresentar informações sem se preocupar com a persuasão.
Linguagem clara e objetiva.
Apresenta muitos dados.
Procurar trazer conhecimento ao leitor.
Linguagem denotativa.
Intenção de explicar o conteúdo.
Há conjunções e articuladores textuais.
Ocorre em: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, revistas e jornais, apresentação,
livros didáticos, artigos...
O telefone celular
A história do celular é recente, mas remontava o passado – e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a
austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o
clássico Sansão e Dalila (1949). Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência.
5. Injunção / Instrucional: Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos
são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do
futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para
montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação
(ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).
 Linguagem objetiva e clara.
 Predominância de verbos no imperativo
 Verbos também no infinitivo.
 Uso de verbo no futuro do presente.
 Dita regras, comportamentos, ações...
Ocorre em: previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras e
eventos.
Brownie de
chocolate
Ingredientes
2 xícaras de achocolatado
em pó
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de açúcar
200g de manteiga
4 ovos
Modo de Preparo
1. Em uma tigela coloque os ovos e o açúcar e bata com a
ajuda de fouet ou garfo;
2. Em seguida adicione a manteiga e o achocolatado em pó;
3. Misture tudo e depois adicione a farinha de trigo;
4. Mexa a massa até que fique homogênea;
5. Despeje a massa em uma forma untada com
achocolatado em pó;
6. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 35
minutos.
OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos
acima. Alguns outros consideram que existe também o tipo
predição.
• 6. Predição: Caracterizado por predizer algo ou levar o
interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por
ocorrer.
 Fala do futuro.
 Levar a pessoa a crer em alguma coisa.
 Verbos no futuro do indicativo
 Verbos no futuro do subjuntivo.
• É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas,
previsões meteorológicas, previsões
escatológicas/apocalípticas.
• “E vós ouvireis falar de guerras e rumores de guerras, todavia
não vos desespereis, porque
• é preciso que tais coisas ocorram, mas ainda não será o fim”.
Matheus 24:6
• OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou
Conversacional. Entretanto, esse nada mais é que o tipo
narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação
envolve personagens, um momento temporal (não
necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um
enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata
a conversa.
• 7. Dialogal / Conversacional: Caracteriza-se pelo diálogo
entre os interlocutores.
• Apresenta diálogo entre os interlocutores.
• Frases curtas.
• Presença de sinais de exclamação;
• Presença de interrogações e travessões.
• Presença de perguntas.
• Ocorre em: entrevista, conversa telefônica, chat, reuniões,
diálogos.
• - Olá!
• - Então, tudo bem?
• - Boa tarde.
• - Por favor, poderia me ajudar com isso?
• Um pouco mais sobre os Gêneros Textuais
• Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou
escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito
parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas
semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das
variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou
informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e
diferenciado dos demais através de suas características.
• Exemplos:
• Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo
dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou
a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou
descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. No caso da "carta denúncia", em que
há o relato de um fato que o autor sente necessidade de o expor ao seu público, os tipos
narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.
Propaganda: é um gênero
textual dissertativo-expositivo
onde há a o intuito de propagar
informações sobre algo,
buscando sempre atingir e
influenciar o leitor apresentando,
na maioria das vezes,
mensagens que despertam as
emoções e a sensibilidade do
mesmo.
Bula de remédio: trata-se de um
gênero textual descritivo,
dissertativo-expositivo e
injuntivo que tem por obrigação
fornecer as informações
necessárias para o correto uso
do medicamento.
• Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por
objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo
os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no
imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga
corretamente as instruções.
• Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem
por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira
simplificada, como fazer algo.
• Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que
expressa o posicionamento da empresa sobre determinado
assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.
• Notícia: podemos perfeitamente identificar características
narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado
momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos
personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente
descritos.
• Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-
expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao
leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
• Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal,
representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o
entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou
do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve
também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se
trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode
também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de
emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica.
• História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em
enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos
entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.
• Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de
ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar
uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual,
em sua grande maioria.
• Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos,
pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer
parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua
estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto,
epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de
aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero.
Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o
conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou
seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético.
Assim, quando se aplica a poesia ao gênero, resulta-se em um poema
poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até
mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados).
• Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a
estruturação em estrofes e as rimas. Ao contrário do poema, costuma
apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se repete ao
longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os
instrumentos musicais. A tipologia narrativa tem prevalência neste caso.
• Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas
respostas exigem algum nível de engenhosidade. Predominantemente
dialogal.
Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano.
Atualmente, é utilizado para publicações científicas ou artísticas que
ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada ano. Possui
caráter fundamentalmente dissertativo.
Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o
público a desejar aquilo que é oferecido pelo anúncio. Por meio do uso
criativo das imagens e da linguagem, consegue utilizar todas as
tipologias textuais com facilidade.
Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos,
relacionados a informações de um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo
também se manifesta, através da orientação que cada um traz.
Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos
que podem ocorrer no futuro da época do autor. A predominância é a do
tipo preditivo, havendo também características dos tipos narrativo e
descritivo.
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slide ifrn - interpretação e compreensão
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• GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS
• Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com características
formais comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre
outros.
• A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários:
• Gênero lírico, Gênero épico e Gênero dramático.
• Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos e,
presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais
abrangente e atual, ficando, dessa forma, a seguinte divisão:
• Gênero lírico;
• Gênero narrativo;
• Gênero dramático.
• Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que
não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta
características próprias.
• 1. Gênero lírico
• O gênero lírico: É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu; expressa sentimentos
e emoções; exterioriza um mundo interior; apresenta um caráter subjetivo; usa palavras
no seu sentido conotativo; recorre a muitas figuras de linguagem.
• Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira.
• Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o
ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo
de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william
shakespeare.
• Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com
poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites
nupciais.
• Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos
seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele.
O hino é uma ode com acompanhamento musical;
• Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma
homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o
poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e
riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem,
espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
• Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo,
em tom sério ou irônico.
• Acalanto: ou canção de ninar;
• Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as
letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;
• Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de
amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à
dança;
• Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;
• Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente
médio;
• Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o
poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim
distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas;
• Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e
dois tercetos, com rima geralmente em aba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
• Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de
escárnio e de maldizer); satíricas.
• 2. Gênero narrativo
• O gênero narrativo: É escrito maioritariamente em prosa; apresenta um
narrador que conta a ação; narra uma sucessão de acontecimentos reais ou
imaginários; apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e
conclusão; desenrola-se num tempo e num espaço; utiliza discurso direto,
indireto e/ou indireto livre. Porém, praticamente todas as obras narrativas
possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a
questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê?
• Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia
épica, fábula, crônica, ensaio.
Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram
histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras,
viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de
exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois
exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de
Homero.
Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens
bem definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as
façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor
vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar
dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física,
adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo
de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a
longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de
novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis,
e A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta
situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura
oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de
Decamerão.
Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto
de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que
envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos
(conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o
suspense e a solução de um mistério.
Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens
principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem
coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta,
especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da
TV..
Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos
narrativos e manifestos descritivos.
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático,
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo
tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre
um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral,
comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos
ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre
a tolerância, de John Locke.
3. Gênero dramático
O gênero dramático: É feito para que haja a sua encenação; está dividido em
atos e cenas; conta a história através da fala das personagens; apresenta
indicações cênicas que auxiliam a representação.
Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa.
A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos
anos. Atualmente, é entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de
gêneros e a subdivisão em vários subgêneros.
• Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação
duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com
atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de
Shakespeare.
• Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos
como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor
primário, as situações ridículas e, em especial, o engano.
• Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares.
• Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos.
Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
• Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte
apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
realidade vivida por este povo.
• TIPOS DE DISCURSO
• Discurso Direto
• No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a
citar fielmente a fala do personagem. O objetivo desse tipo de discurso é
transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se distancia
do discurso não se responsabilizando pelo que é dito. Pode ser também
utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por
um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.
• Características do Discurso Direto
• Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com
o verbo "dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder,
perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros.
• Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois
pontos, aspas.
• Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.
• Exemplos de Discurso Direto
• 1. Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus
semelhantes com firmeza e honestidade.".
• 2. O réu afirmou: "Sou inocente!"
• 3. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar: — Alô, quem fala? Bom dia, com
quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
• Discurso Indireto
• No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem
donde profere suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da
personagem.
• Características do Discurso Indireto
• O discurso é narrado em terceira pessoa.
• Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar,
responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do
travessão, pois geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem
de outras orações, o que pode ser marcado através da conjunção “que” (verbo
+ que).
• Exemplos de Discurso Indireto
• Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus
semelhantes com firmeza e honestidade.
• 1. O réu afirmou que era inocente.
• 2. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou
quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e
perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa queria falar.
• Transposição do Discurso Direto para o Indireto
• Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o
discurso de acordo com a intenção pretendida.
• 1. Direto: Preciso sair por alguns instantes. (enunciado na 1.ª pessoa)
• 2. Indireto: Disse que precisava sair por alguns instantes. (enunciado na 3.ª
pessoa)
• 3. Direto: Sou a pessoa com quem falou há pouco. (enunciado no presente)
• 4. Indireto: Disse que era a pessoa com quem tinha falado há pouco.
(enunciado no imperfeito)
• 5. Direto: Não li o jornal hoje. (enunciado no pretérito perfeito)
• Indireto: Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no pretérito mais que
perfeito)
• 6. Direto: O que fará relativamente aquele assunto? (enunciado no futuro do
presente)
• Indireto: Perguntou-me o que faria relativamente aquele assunto. (enunciado
no futuro de pretérito)
• 7. Direto: Não me ligues mais! (enunciado no modo imperativo)
• Indireto: Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no modo subjuntivo)
• 8. Direto: Isto não é nada agradável. (pronome demonstrativo em 1.ª pessoa)
• Indireto: Disse que aquilo não era nada agradável. (pronome demonstrativo
em 3.ª pessoa)
• 9. Direto: Vivemos muito bem aqui. (advérbio de lugar aqui)
• Indireto: Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de lugar lá)
• Discurso Indireto Livre
• No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e
indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos
personagens. Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso.
Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se
passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas.
• Características do Discurso Indireto Livre
• Liberdade sintática.
• Aderência do narrador ao personagem.
• Exemplos de Discurso Indireto Livre
• 1. Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia
um peso. Talvez não tenha sido suficientemente justo com as
crianças…
• 2. O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que
consigo!
• 3. Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo
televisão!
• Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha
sido sinalizada a mudança da fala do narrador para a do personagem.
slide ifrn - interpretação e compreensão
UNIDADE IV -
REGISTROS E
VARIAÇÕES
LINGUÍSTICA
S
• A linguagem é a característica que nos
difere dos demais seres, permitindo-nos
a oportunidade de expressar
sentimentos, revelar conhecimentos,
expor nossa opinião frente aos assuntos
relacionados ao nosso cotidiano, e,
sobretudo, promovendo nossa inserção
ao convívio social.
• E dentre os fatores que a ela se
relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível
de formalidade e o de informalidade. O
padrão formal está diretamente ligado à
linguagem escrita, restringindo-se às
normas gramaticais de um modo geral.
Razão pela qual nunca escrevemos da
mesma maneira que falamos. Este fator
foi determinante para a que a mesma
pudesse exercer total soberania sobre
as demais.
• Quanto ao nível informal, este por sua
vez representa o estilo considerado “de
menor prestígio”, e isto tem gerado
controvérsias entre os estudos da língua,
uma vez que para a sociedade, aquela
pessoa que fala ou escreve de maneira
errônea é considerada “inculta”,
tornando-se desta forma um estigma.
• Compondo o quadro do padrão informal
da linguagem, estão as chamadas
variedades linguísticas, as quais
representam as variações de acordo com
as condições sociais, culturais, regionais
e históricas em que é utilizada
VARIAÇÃO
LINGUÍSTICA
• É a forma como a língua
portuguesa se apresenta, ou seja,
é o modo como a população se
expressa em sua determinada
língua.
• A principal função da língua é a
comunicação e a sua consequência
é a variação de acordo com a
realidade do emissor.
• Variação linguística é diferente
de erro. Essa variação linguística
se apresenta em razão de: • -
Condições sociais; • - Condições
culturais; • - condições regionais;
• Variação histórica (diacrônicas) As
variações históricas tratam das
mudanças ocorridas na língua com o
decorrer do tempo. Algumas
expressões deixaram de existir,
outras novas surgiram e outras se
transformaram com a ação do tempo.
• CRÔNICA: ANTIGAMENTE Carlos
Drummond de Andrade
Antigamente as moças se achavam
mademoiselles e eram todas
mimosas e muito prendadas. Não
faziam anos: completavam
primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo não sendo
rapagões, faziam-lhes pés de
alferes, arrastando as asas, mas
ficavam longos meses debaixo do
balaio. E, se levavam tábua, o
remédio era tirar o cavalo da chuva
e ir pregar noutra freguesia.
• Variação regional/ geográfica
(diatópica) As variações
geográficas naturalmente falam
da diferença de linguagem devido
à região. Essas diferenças
tornam-se óbvias quando
ouvimos um falante brasileiro,
um angolano e um português
conversando: nos três países,
fala-se português, mas há
diferenças imensas entre cada
fala.
• Variações sociais (diastráticas) As
variações sociais são as
diferenças de acordo com o
grupo social do falante. Embora
tenhamos visto como as gírias
variam histórica e
geograficamente, no caso da
variação social, a gíria está mais
ligada à faixa etária do falante,
sendo tida como linguagem
informal dos mais 27 jovens (ou
seja, as gírias atuais tendem a ser
faladas pelos mais novos).
• Há, ainda, expressões informais ligadas a
grupos sociais específicos. Um grupo de
futebolistas, por exemplo, pode usar a
expressão “carrinho” com significado
específico, que pode não ser entendido
por um falante que não goste de futebol
ou que será entendido de modo distinto
por crianças, por exemplo.
• As gírias pertencem ao vocabulário
específico de certos grupos, como os
surfistas, cantores de rap, tatuadores,
entre outros.
• Os jargões estão relacionados ao
profissionalismo, caracterizando um linguajar
técnico. Representando a classe, podemos citar
os médicos, advogados, profissionais da área
de informática, dentre outros.
Vício na fala, por Oswaldo de Andrade Para
dizerem milho dizem mio Para melhor dizem
mió Para pior pió Para telha dizem teia Para
telhado dizem teiado E vão fazendo telhados.
• Variações situacionais (diafásicas) As
variações estilísticas remetem ao contexto que
exige a adaptação da fala ou ao estilo dela.
Aqui entram as questões de linguagem formal
e informal, adequação à norma-padrão ou
despreocupação com seu uso.
• Assim, o vocabulário e a maneira de falar com
amigos provavelmente não serão os mesmos
que em uma entrevista de emprego, e
também serão diferentes daqueles usados
para falar com pais e avós. As variações
estilísticas respeitam a situação da interação
social, levando-se em conta ambiente e
expectativas dos interlocutores.
• Preconceito Linguístico As variações
linguísticas existem para estabelecer uma
comunicação adequada ao contexto
pedido.
• Apesar disso, as diversas maneiras de
expressar-se ganham status de maior ou
menor prestígio social baseado em uma
série de preconceitos sociais: as variações
linguísticas ligadas a grupos de maior
poder aquisitivo, com algum tipo de status
social, ou a regiões tidas como
“desenvolvidas” tendem a ganhar maior
destaque e preferência em relação às
variedades linguísticas ligadas a grupos
de menor poder aquisitivo,
marginalizados, que sofrem preconceitos
ou que são estigmatizados.
• "Internetês" As redes sociais é um
exemplo de como os usuários
podem empregar o código
linguístico, adequando-o à várias
situações. Veja o exemplo: João
diz: oi Pedro diz: blz? João diz: na
paz e vc? Pedro diz: tudo tranks :)
João diz: oq vc ta fazendo? [...]
Pedro diz: tenho que sair agora...
João diz: flw´ Pedro diz: vlw, abc
• Norma Culta • Espécie de "lei" que
orienta o uso social da língua. • Evita
que cada um use a língua à sua
maneira. • Está registrada nos
dicionários e nas gramáticas.
• • A norma-padrão é uma referência
para o uso formal da língua. • Norma
Culta ou Variedades Urbanas de
Prestígio - Variedades empregadas
pelos falantes urbanos mais
escolarizados e com renda mais alta.
slide ifrn - interpretação e compreensão
UNIDADE
V
–
SEMÂNTICA
• Semântica é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre
significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles
representam, a sua denotação.
• A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
para se expressar através da linguagem. Trata da significação das
palavras, que podem estar isoladas ou contextualizadas.
• A semântica trata de todas as possibilidades de significação, envolvendo
nosso conhecimento de mundo, experiência de vida e outros fatores
extralinguísticos, como a região em que vivemos, a idade que temos, o
grupo social ou profissional a que pertencemos etc. Tudo isso vai
influenciar os matizes da palavra. A palavra isolada tem um significado
primário; no entanto, tem vários sentidos secundários dentro de
contextos específicos.
• 1. SINONÍMIA
• É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que
apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos.
• Exemplos: cômico - engraçado; débil- fraco, frágil; distante - afastado,
remoto.
• OBS.: Nem sempre existe um sinônimo perfeito para a palavra
empregada.
• Vale mais a aproximação de sentido (capacidade sinonímica). Morrer /
falecer beija-flor / colibri porco / suíno língua / idioma Deus / Pai Eterno
careca / calvo casa / lar casamento / matrimônio
• Veja os exemplos abaixo: Muda-se de casa, mas o lar continua. (A
palavra casa foi tomada como elemento físico. Já o termo lar possui
uma conotação espiritual.)
• Alguns casais se casam, mas não contraem matrimônio. (O verbo casar-
se tem conotação jurídica. O substantivo matrimônio tem uma
conotação religiosa.) Assim, pode-se concluir que a capacidade
sinonímica de um termo não pode ser avaliada fora de contexto
• 2. ANTONÍMIA É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos.
Exemplos: economizar - gastar; bem - mal; bom - ruim. OBS 1.: Além das
palavras que apresentam significação oposta no dicionário, existem
outras cuja oposição está inserida no contexto, ou seja, a oposição se
prende apenas ao texto.
• "A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta
descobertos Que para receber-me, estais abertos”
• OBS 2.: A antonímia também pode originar-se de um prefixo de sentido
oposto ou negativo: bendizer, maldizer simpático, antipático progredir,
regredir concórdia, discórdia explícito, implícito ativo, inativo esperar,
desesperar comunista, anticomunista simétrico, assimétrico pré-nupcial,
pós-nupcial
• 3. Homonímia Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas
com significados diferentes, ou seja, homônimos. As homônimas podem
ser classificadas em:
• 3.1 Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia diferente.
slide ifrn - interpretação e compreensão
slide ifrn - interpretação e compreensão
• 5. Polissemia Trata da pluralidade significativa de um mesmo
vocábulo, que, a depender do contexto, terá uma significação diversa.
Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe
gramatical!).
• Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de automóvel”, “peça
de teatro”, “peça de bronze”, “és uma boa peça”, “uma peça de carne”
etc. Exemplos: – Desculpe o bolo que te dei ontem. – Comemos um
bolo delicioso na casa da Jéssica. – Tenho um bolo de revistas lá em
casa.
• ATENÇÃO!!! Não confundir homônimos perfeitos com vocábulos
polissêmicos. Uma boa maneira de resolver a situação, normalmente,
é perceber se há mudança na classe gramatical do vocábulo; se
houver, a palavra não é polissêmica!
• 6. Hiponímia e Hiperonímia
• O hiperônimo é uma palavra cuja significação inclui o sentido de diversas
outras palavras, é uma palavra que se refere a todos os seres de uma
“espécie”: Animal é hiperônimo de gato, tartaruga, burro, boi etc.
• Fruta é hiperônimo de laranja, uva, maçã, morango etc. Já o hipônimo é
uma palavra de significação específica dentro de um campo de sentido:
Pedro, José, Paulo são hipônimos de homem.
• Azul, amarelo, branco são hipônimos de cor.
• Portanto, o hiperônimo é uma palavra que abarca o sentido de outras
palavras, é mais abrangente; o hipônimo, por sua vez, tem o sentido mais
restrito em relação a um vocábulo de sentido mais genérico. Há entre
esses conceitos, portanto, uma relação de hierarquia.

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  • 2. • UNIDADE I - COMPREENSÃO / INTERPRETAÇÃO DE TEXTO • O que é texto? • Texto é um conjunto coerente de enunciados, os quais podem serem escritos ou orais. Trata-se de uma composição de signos codificada sob a forma de um sistema e que forma uma unidade de sentido. • O texto tem intenção comunicativa: através dos seus signos, procura transmitir uma determinada mensagem que adquire sentido de acordo com o contexto. • Contexto: É a situação concreta a que o texto se refere, logo todo texto tem um contexto. Há diferentes tipos de contextos (social, político, cultural, estético, esportivo, educacional, histórico...) e sua identificação é fundamental para que se possa compreender bem o texto.
  • 4. • COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO • O que é Compreensão de Texto? • Compreender é a habilidade de extrair o significado explícito das palavras e frases, identificando ideias principais e secundárias no texto. É o primeiro passo para entender o conteúdo. • Exemplo: Em uma notícia sobre o aumento da temperatura global, compreender é identificar os dados apresentados, como: “A temperatura global subiu 1,1°C desde a era pré-industrial.” • Exemplo: "O sol nasceu às 6h da manhã." • Compreensão: O fato descrito é que o sol nasceu às 6h da manhã. • O que é Interpretação de Texto? • A interpretação vai além da compreensão; envolve analisar o que está implícito no texto, seus interesses, emoções, e os efeitos de linguagem utilizados pelo autor. • Exemplo: No mesmo texto sobre o clima, interpretado é entender que a preocupação do autor é alertar sobre os riscos para o planeta. • Exemplo: "Os primeiros raios de sol trouxeram esperança." • Interpretação: A menção aos raios de sol pode estar simbolizando uma mudança positiva ou um novo começo.
  • 5. a) a ideia principal do texto: o que o autor pretende provar com este texto? b) os argumentos (ideias secundárias): o autor usa a argumentação e as objeções com o objetivo de reforçar a ideia principal. • OBS.: A interpretação de um texto, para ser bem feita, pressupõe o reconhecimento dos elementos que o compõem. Quando o texto possui uma natureza técnica e dissertativa, sua intenção é apresentar ou comprovar uma ideia –ao contrário de um texto literário, que procura provocar sentimentos, enredos.
  • 6. • Para interpretar um texto, precisamos ser capazes não apenas de entender o que se lê, mas também de perceber a intenção do que está escrito, notando o que está implícito no texto. • Muitas vezes, os leitores reconhecem e compreendem as palavras de um texto, mas se mostram incapazes de perceber satisfatoriamente o sentido do texto como um todo. • 1ª leitura –informativa –Macroestrutura • Tem-se uma ideia do que trata o texto, qual o tema. É importante buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, que constituem as palavras- chave do texto em torno das quais as outras se organizam para dar significação e produzirem sentidos. • 2ª leitura –interpretativa –Microestrutura • Compreender, analisar e sintetizar as informações do texto. A leitura interpretativa requer: • Compreensão: entender a mensagem literal contida no texto. As questões versam sobre a postura ideológica do autor, a ideia central, a tese defendida. • Análise: depreender do texto a informação essencial. Para isso é importante buscar as palavras mais importantes de cada parágrafo, elas constituirão as palavras-chave do texto. Atentar para os modos de articulação das ideias.
  • 7. Estratégias para Ler Melhor Leia o título e legendas: Eles fornecem pistas sobre o conteúdo. Faça perguntas durante a leitura: O que o autor quer comunicar? Há alguma opinião implícita? Marque palavras-chave: Identifique termos importantes para entender o contexto. Releia quando necessário: alguns textos desativados mais de uma leitura para serem bem compreendidos.
  • 8. • DICAS PARA INTERPRETAR BEM UM TEXTO • Muitos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo. 1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar. 2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de sinônimos e antônimos. 3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.
  • 9. 4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas. 5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo. 6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.
  • 11. Exemplos de gêneros textuais: Romance; Conto; Fábula; Lenda; Novela; Crônica; Notícia; Ensaio; Editorial; Resenha; Monografia; Reportagem; Relatório científico; Relato histórico; Relato de viagem; Carta; E- mail; Abaixo-assinado; Artigo de opinião; Diário; Biografia; Entrevista; Curriculum vitae; Verbete de dicionário; Receita; Regulamento; Manual de instruções; Bula de medicamento; Regras de um jogo; Lista de compras; Cardápio de restaurante. Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com características próprias, é importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou seja, que não definamos a sua estrutura como fixa. GÊNEROS TEXTUAIS Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou seja, ocorrem em situações cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem definida. Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-se, principalmente, ao objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao contexto em que se realiza.
  • 12. • OBS.: É possível que se criem novos gêneros textuais a partir dos gêneros já existentes para responder a novas necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em constante evolução. TIPOS E GÊNEROS TEXTAIS • Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual. • Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação.
  • 13. Exemplos de tipos textuais: Texto narrativo; Texto descritivo; Texto dissertativo expositivo; Texto dissertativo argumentativo; Texto explicativo injuntivo; Texto explicativo prescritivo. Os aspectos gerais dos tipos de texto concretizam-se em situações cotidianas de comunicação nos gêneros textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam uma intenção comunicativa bem definida e uma função social específica, adequando-se ao uso que se faz deles.
  • 14. • 1 Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos • Romances; • Contos; • Fábulas; • Novelas; • Crônicas; • 2 Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos • Diários; • Relatos de viagens; • Folhetos turísticos; • Cardápios de restaurantes; • Classificados; • 3 Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos • Jornais; • Enciclopédias; • Resumos escolares; • Verbetes de dicionário;
  • 15. • 4 Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos • Artigos de opinião; • Abaixo-assinados; • Manifestos; • Sermões; • 5 Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos • Receitas culinárias; • Manuais de instruções; • Bula de remédio; • 6 Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos • Leis; • Cláusulas contratuais; • Edital de concursos públicos;
  • 16. TIPOLOGIA TEXTUAL 1. Narração: Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. • Predominância de verbos no passado. • Presença de personagens, lugar, tempo, clímax, narrador. • O que, quando, onde, com quem e como aconteceu? • Foco na 1º pessoa "eu" e na 3º pessoa. • Verbos que expressam ação. • Geralmente mesclada de descrição. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
  • 17. • Lebre e a Tartaruga • — Tenho pena de você —, disse uma vez a lebre à tartaruga: — obrigada a andar com a tua casa às costas, não podes passear, correr, brincar, e livrar-te de teus inimigos. • — Guarda para ti a tua compaixão — disse a tartaruga — pesada como sou, e tu ligeira como te gabas de ser, apostemos que eu chego primeiro do que tu a qualquer meta que nos proponhamos a alcançar. • — Vá feito, disse a lebre: só pela graça aceito a aposta. • Ajustada a meta, pôs-se a tartaruga a caminho; a lebre que a via, pesada, ir remando em seco, ria-se como uma perdida; e pôs-se a saltar, a divertir-se; e a tartaruga ia-se adiantando.
  • 18. • 2. Descrição: Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. • Apresenta sensações (paladar, visão, audição, tato, olfato). • Predominância de verbos de ligação (ser, estar, ficar, continuar...). • Predominância de verbos no presente ou no passado. • Presença de muitos (qualidades) e atributos. • Apresenta descrição minuciosa do objeto. • Ausência de ação verbal. • Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
  • 19. • "José Ribamar é, no colégio, o menino que usa dentes de fora, monstruoso e intempestivo, assassino frio de gatos, canários e sabiás, matador de gambás, preás e outros bichos que só de ver, brrr! Dão-nos calafrios. • A própria imagem do terror: ele tira partido de sua própria aparência má, mostrando ainda • pior. Faz com que a própria mãe espere sôfrega, a hora de abrir o colégio e a professora, ainda mais sôfrega, a hora de fechá-lo." • (José Ribamar Rainho - O Monstro – Millor Fernades)
  • 20. • 3. Dissertação: Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. • 3.1 Dissertação-Argumentação: Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. • Linguagem denotativa. • Presença de argumentos. • Objetividade e clareza. • Introdução, desenvolvimento e conclusão. • Texto apresenta impessoalidade. • Apresenta dados, comparações, citações, afirmações, justificativas. • Procura persuadir o leitor. • Apresenta bastantes conjunções. • É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas.
  • 21. “A execução de criminosos e oponentes políticos tem sido usada por quase todas as sociedades, tanto para punir crimes como para suprimir oposições políticas. Na maioria dos países que a praticam, a pena de morte é reservada para assassinato, espionagem, traição ou no âmbito do direito militar. Em alguns países, crimes sexuais como estupro, adultério, incesto e sodomia levam à pena de morte, assim como crimes como apostasia (renúncia formal à religião do Estado) nas nações islâmicas.” 4. TEXTO EXPOSITIVO: Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. O texto focado em apresentar informações sem se preocupar com a persuasão. Linguagem clara e objetiva. Apresenta muitos dados. Procurar trazer conhecimento ao leitor. Linguagem denotativa. Intenção de explicar o conteúdo. Há conjunções e articuladores textuais. Ocorre em: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, revistas e jornais, apresentação, livros didáticos, artigos...
  • 22. O telefone celular A história do celular é recente, mas remontava o passado – e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949). Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. 5. Injunção / Instrucional: Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.).  Linguagem objetiva e clara.  Predominância de verbos no imperativo  Verbos também no infinitivo.  Uso de verbo no futuro do presente.  Dita regras, comportamentos, ações... Ocorre em: previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras e eventos.
  • 23. Brownie de chocolate Ingredientes 2 xícaras de achocolatado em pó 1 xícara de farinha de trigo 1 xícara de açúcar 200g de manteiga 4 ovos Modo de Preparo 1. Em uma tigela coloque os ovos e o açúcar e bata com a ajuda de fouet ou garfo; 2. Em seguida adicione a manteiga e o achocolatado em pó; 3. Misture tudo e depois adicione a farinha de trigo; 4. Mexa a massa até que fique homogênea; 5. Despeje a massa em uma forma untada com achocolatado em pó; 6. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 35 minutos. OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que existe também o tipo predição.
  • 24. • 6. Predição: Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer.  Fala do futuro.  Levar a pessoa a crer em alguma coisa.  Verbos no futuro do indicativo  Verbos no futuro do subjuntivo. • É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. • “E vós ouvireis falar de guerras e rumores de guerras, todavia não vos desespereis, porque • é preciso que tais coisas ocorram, mas ainda não será o fim”. Matheus 24:6 • OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa.
  • 25. • 7. Dialogal / Conversacional: Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. • Apresenta diálogo entre os interlocutores. • Frases curtas. • Presença de sinais de exclamação; • Presença de interrogações e travessões. • Presença de perguntas. • Ocorre em: entrevista, conversa telefônica, chat, reuniões, diálogos. • - Olá! • - Então, tudo bem? • - Boa tarde. • - Por favor, poderia me ajudar com isso?
  • 26. • Um pouco mais sobre os Gêneros Textuais • Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. • Exemplos: • Carta: quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a ser do tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de "carta pessoal", a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. No caso da "carta denúncia", em que há o relato de um fato que o autor sente necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.
  • 27. Propaganda: é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Bula de remédio: trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
  • 28. • Receita: é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. • Tutorial: é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo. • Editorial: é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade. • Notícia: podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.
  • 29. • Reportagem: é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo- expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. • Entrevista: é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos, como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica. • História em quadrinhos: é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. • Charge: é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria.
  • 30. • Poema: trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético. Assim, quando se aplica a poesia ao gênero, resulta-se em um poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). • Canção: possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e as rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que se repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais. A tipologia narrativa tem prevalência neste caso. • Adivinha: é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum nível de engenhosidade. Predominantemente dialogal.
  • 31. Anais: um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente a cada ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo. Anúncio publicitário: utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que é oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e da linguagem, consegue utilizar todas as tipologias textuais com facilidade. Boletos, faturas, carnês: predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações de um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada um traz. Profecia: em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no futuro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características dos tipos narrativo e descritivo.
  • 35. • GÊNEROS LITERÁRIOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS • Gêneros literários são divisões feitas em obras literárias de acordo com características formais comuns, agrupando-as segundo critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. • A divisão clássica remonta à Grécia antiga e define três gêneros literários: • Gênero lírico, Gênero épico e Gênero dramático. • Esta classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos e, presentemente, privilegia-se a substituição do gênero épico pelo gênero narrativo, mais abrangente e atual, ficando, dessa forma, a seguinte divisão: • Gênero lírico; • Gênero narrativo; • Gênero dramático.
  • 36. • Dentro de um determinado gênero literário há o predomínio de uma estrutura típica, que não corresponde à estrutura de outro gênero literário, visto que cada um apresenta características próprias. • 1. Gênero lírico • O gênero lírico: É escrito em verso, na 1.ª pessoa do discurso - eu; expressa sentimentos e emoções; exterioriza um mundo interior; apresenta um caráter subjetivo; usa palavras no seu sentido conotativo; recorre a muitas figuras de linguagem. • Subgêneros do gênero lírico: ode, hino, elegia, idílio, écloga, epitalâmio, sátira. • Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e yufa, de william shakespeare. • Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. • Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical;
  • 37. • Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara); • Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. • Acalanto: ou canção de ninar; • Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase; • Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança; • Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical; • Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;
  • 38. • Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas; • Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em aba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d. • Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas.
  • 39. • 2. Gênero narrativo • O gênero narrativo: É escrito maioritariamente em prosa; apresenta um narrador que conta a ação; narra uma sucessão de acontecimentos reais ou imaginários; apresenta a estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão; desenrola-se num tempo e num espaço; utiliza discurso direto, indireto e/ou indireto livre. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? • Subgêneros do gênero narrativo: romance, novela, conto, epopeia ou poesia épica, fábula, crônica, ensaio.
  • 40. Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero. Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
  • 41. Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV..
  • 42. Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos. Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. 3. Gênero dramático O gênero dramático: É feito para que haja a sua encenação; está dividido em atos e cenas; conta a história através da fala das personagens; apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação. Subgêneros do gênero dramático: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa. A classificação de gêneros literários sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Atualmente, é entendida como algo flexível, sendo possível a mistura de gêneros e a subdivisão em vários subgêneros.
  • 43. • Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare. • Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano. • Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. • Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. • Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
  • 44. • TIPOS DE DISCURSO • Discurso Direto • No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem. O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador se distancia do discurso não se responsabilizando pelo que é dito. Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.
  • 45. • Características do Discurso Direto • Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo "dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros. • Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas. • Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada. • Exemplos de Discurso Direto • 1. Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com firmeza e honestidade.". • 2. O réu afirmou: "Sou inocente!" • 3. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar: — Alô, quem fala? Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.
  • 46. • Discurso Indireto • No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem donde profere suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem. • Características do Discurso Indireto • O discurso é narrado em terceira pessoa. • Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Contudo não há utilização do travessão, pois geralmente as orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da conjunção “que” (verbo + que).
  • 47. • Exemplos de Discurso Indireto • Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com firmeza e honestidade. • 1. O réu afirmou que era inocente. • 2. Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando. Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem a pessoa queria falar. • Transposição do Discurso Direto para o Indireto • Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de acordo com a intenção pretendida.
  • 48. • 1. Direto: Preciso sair por alguns instantes. (enunciado na 1.ª pessoa) • 2. Indireto: Disse que precisava sair por alguns instantes. (enunciado na 3.ª pessoa) • 3. Direto: Sou a pessoa com quem falou há pouco. (enunciado no presente) • 4. Indireto: Disse que era a pessoa com quem tinha falado há pouco. (enunciado no imperfeito) • 5. Direto: Não li o jornal hoje. (enunciado no pretérito perfeito) • Indireto: Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no pretérito mais que perfeito)
  • 49. • 6. Direto: O que fará relativamente aquele assunto? (enunciado no futuro do presente) • Indireto: Perguntou-me o que faria relativamente aquele assunto. (enunciado no futuro de pretérito) • 7. Direto: Não me ligues mais! (enunciado no modo imperativo) • Indireto: Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no modo subjuntivo) • 8. Direto: Isto não é nada agradável. (pronome demonstrativo em 1.ª pessoa) • Indireto: Disse que aquilo não era nada agradável. (pronome demonstrativo em 3.ª pessoa) • 9. Direto: Vivemos muito bem aqui. (advérbio de lugar aqui) • Indireto: Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de lugar lá)
  • 50. • Discurso Indireto Livre • No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos personagens. Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas. • Características do Discurso Indireto Livre • Liberdade sintática. • Aderência do narrador ao personagem. • Exemplos de Discurso Indireto Livre
  • 51. • 1. Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez não tenha sido suficientemente justo com as crianças… • 2. O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo! • 3. Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão! • Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido sinalizada a mudança da fala do narrador para a do personagem.
  • 53. UNIDADE IV - REGISTROS E VARIAÇÕES LINGUÍSTICA S • A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. • E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade. O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
  • 54. • Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma. • Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada
  • 55. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA • É a forma como a língua portuguesa se apresenta, ou seja, é o modo como a população se expressa em sua determinada língua. • A principal função da língua é a comunicação e a sua consequência é a variação de acordo com a realidade do emissor. • Variação linguística é diferente de erro. Essa variação linguística se apresenta em razão de: • - Condições sociais; • - Condições culturais; • - condições regionais;
  • 56. • Variação histórica (diacrônicas) As variações históricas tratam das mudanças ocorridas na língua com o decorrer do tempo. Algumas expressões deixaram de existir, outras novas surgiram e outras se transformaram com a ação do tempo.
  • 57. • CRÔNICA: ANTIGAMENTE Carlos Drummond de Andrade Antigamente as moças se achavam mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pés de alferes, arrastando as asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E, se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar noutra freguesia.
  • 58. • Variação regional/ geográfica (diatópica) As variações geográficas naturalmente falam da diferença de linguagem devido à região. Essas diferenças tornam-se óbvias quando ouvimos um falante brasileiro, um angolano e um português conversando: nos três países, fala-se português, mas há diferenças imensas entre cada fala.
  • 59. • Variações sociais (diastráticas) As variações sociais são as diferenças de acordo com o grupo social do falante. Embora tenhamos visto como as gírias variam histórica e geograficamente, no caso da variação social, a gíria está mais ligada à faixa etária do falante, sendo tida como linguagem informal dos mais 27 jovens (ou seja, as gírias atuais tendem a ser faladas pelos mais novos).
  • 60. • Há, ainda, expressões informais ligadas a grupos sociais específicos. Um grupo de futebolistas, por exemplo, pode usar a expressão “carrinho” com significado específico, que pode não ser entendido por um falante que não goste de futebol ou que será entendido de modo distinto por crianças, por exemplo. • As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
  • 61. • Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros. Vício na fala, por Oswaldo de Andrade Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados.
  • 62. • Variações situacionais (diafásicas) As variações estilísticas remetem ao contexto que exige a adaptação da fala ou ao estilo dela. Aqui entram as questões de linguagem formal e informal, adequação à norma-padrão ou despreocupação com seu uso. • Assim, o vocabulário e a maneira de falar com amigos provavelmente não serão os mesmos que em uma entrevista de emprego, e também serão diferentes daqueles usados para falar com pais e avós. As variações estilísticas respeitam a situação da interação social, levando-se em conta ambiente e expectativas dos interlocutores.
  • 63. • Preconceito Linguístico As variações linguísticas existem para estabelecer uma comunicação adequada ao contexto pedido. • Apesar disso, as diversas maneiras de expressar-se ganham status de maior ou menor prestígio social baseado em uma série de preconceitos sociais: as variações linguísticas ligadas a grupos de maior poder aquisitivo, com algum tipo de status social, ou a regiões tidas como “desenvolvidas” tendem a ganhar maior destaque e preferência em relação às variedades linguísticas ligadas a grupos de menor poder aquisitivo, marginalizados, que sofrem preconceitos ou que são estigmatizados.
  • 64. • "Internetês" As redes sociais é um exemplo de como os usuários podem empregar o código linguístico, adequando-o à várias situações. Veja o exemplo: João diz: oi Pedro diz: blz? João diz: na paz e vc? Pedro diz: tudo tranks :) João diz: oq vc ta fazendo? [...] Pedro diz: tenho que sair agora... João diz: flw´ Pedro diz: vlw, abc
  • 65. • Norma Culta • Espécie de "lei" que orienta o uso social da língua. • Evita que cada um use a língua à sua maneira. • Está registrada nos dicionários e nas gramáticas. • • A norma-padrão é uma referência para o uso formal da língua. • Norma Culta ou Variedades Urbanas de Prestígio - Variedades empregadas pelos falantes urbanos mais escolarizados e com renda mais alta.
  • 67. UNIDADE V – SEMÂNTICA • Semântica é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. • A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Trata da significação das palavras, que podem estar isoladas ou contextualizadas. • A semântica trata de todas as possibilidades de significação, envolvendo nosso conhecimento de mundo, experiência de vida e outros fatores extralinguísticos, como a região em que vivemos, a idade que temos, o grupo social ou profissional a que pertencemos etc. Tudo isso vai influenciar os matizes da palavra. A palavra isolada tem um significado primário; no entanto, tem vários sentidos secundários dentro de contextos específicos.
  • 68. • 1. SINONÍMIA • É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. • Exemplos: cômico - engraçado; débil- fraco, frágil; distante - afastado, remoto. • OBS.: Nem sempre existe um sinônimo perfeito para a palavra empregada. • Vale mais a aproximação de sentido (capacidade sinonímica). Morrer / falecer beija-flor / colibri porco / suíno língua / idioma Deus / Pai Eterno careca / calvo casa / lar casamento / matrimônio
  • 69. • Veja os exemplos abaixo: Muda-se de casa, mas o lar continua. (A palavra casa foi tomada como elemento físico. Já o termo lar possui uma conotação espiritual.) • Alguns casais se casam, mas não contraem matrimônio. (O verbo casar- se tem conotação jurídica. O substantivo matrimônio tem uma conotação religiosa.) Assim, pode-se concluir que a capacidade sinonímica de um termo não pode ser avaliada fora de contexto
  • 70. • 2. ANTONÍMIA É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos. Exemplos: economizar - gastar; bem - mal; bom - ruim. OBS 1.: Além das palavras que apresentam significação oposta no dicionário, existem outras cuja oposição está inserida no contexto, ou seja, a oposição se prende apenas ao texto. • "A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos Que para receber-me, estais abertos”
  • 71. • OBS 2.: A antonímia também pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo: bendizer, maldizer simpático, antipático progredir, regredir concórdia, discórdia explícito, implícito ativo, inativo esperar, desesperar comunista, anticomunista simétrico, assimétrico pré-nupcial, pós-nupcial • 3. Homonímia Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes, ou seja, homônimos. As homônimas podem ser classificadas em: • 3.1 Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia diferente.
  • 74. • 5. Polissemia Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do contexto, terá uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que, dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!). • Por exemplo, veja os sentidos de “peça”: “peça de automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”, “és uma boa peça”, “uma peça de carne” etc. Exemplos: – Desculpe o bolo que te dei ontem. – Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica. – Tenho um bolo de revistas lá em casa. • ATENÇÃO!!! Não confundir homônimos perfeitos com vocábulos polissêmicos. Uma boa maneira de resolver a situação, normalmente, é perceber se há mudança na classe gramatical do vocábulo; se houver, a palavra não é polissêmica!
  • 75. • 6. Hiponímia e Hiperonímia • O hiperônimo é uma palavra cuja significação inclui o sentido de diversas outras palavras, é uma palavra que se refere a todos os seres de uma “espécie”: Animal é hiperônimo de gato, tartaruga, burro, boi etc. • Fruta é hiperônimo de laranja, uva, maçã, morango etc. Já o hipônimo é uma palavra de significação específica dentro de um campo de sentido: Pedro, José, Paulo são hipônimos de homem. • Azul, amarelo, branco são hipônimos de cor. • Portanto, o hiperônimo é uma palavra que abarca o sentido de outras palavras, é mais abrangente; o hipônimo, por sua vez, tem o sentido mais restrito em relação a um vocábulo de sentido mais genérico. Há entre esses conceitos, portanto, uma relação de hierarquia.