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O movimento Sionista e O anti-semitismo
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Rodrigo Matheus Nickel
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O movimento sionista (1880-
1948)
Anti-semitismo: catalisador e aglutinador
1880-1914: xenofobia
1. Nacionalismos conservadores
(Hobsbawm)
2. Latente beligerância na Europa Ocidental
(Ferro)
•Formação de um Estado nacional judeu é
encarado como o único recurso para a
sobrevivência física e cultural judaica
•Valem-se dos argumentos romântico e de auto-
determinação
O Movimento Sionista
“As inauditas atrocidades dos fascistas
alemães, o extermínio total da população
judaica que eles proclamaram, e que levaram a
termo em muitos países, a propaganda racista,
primeiro as injúrias, depois os fornos de
Maidanek – tudo isso provocou entre os judeus
dos diversos países o sentimento de uma
ligação profunda. É a solidariedade dos
ofendidos e dos indignados.” (Ilia Ehrenburg,
Pravda, 21/09/1948)
O Movimento Sionista
Dois centros irradiadores
1. Europa Ocidental: assimilação com
reservas; menos numerosos
2. Rússia: russificação e conciliação; muito
numerosos
O Movimento Sionista
Europa Ocidental
Estopim: caso Dreyfus (Capitão Alfred Dreyfus –
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15/10/1894: preso, acusado de alta traição por
entregar planos militares franceses aos alemães
23/12/1894: condenado ao exílio na Ilha do Diabo
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1896: Tenente-Coronel Picquart acusa o
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06/11/1896: publicação de Une Erreur Judiciaire,
por Bernard Lazare
1906: reabertura do processo e reabilitação
1935: morre
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Émile Zola: intelectual francês
1898: publica J’Accuse no periódico L’Aurore
1902: morre
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1895: publica O Estado Judeu (criação do Estado
promovido pelas grandes potências) – Declaração
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Expõe o anti-semitismo à consideração pública e
criam o movimento político popular
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O Movimento Sionista
Rússia
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(Pogrom e Protocolos dos Sábios de Sião)
1881: I Aliyá (anti-semitismo e miséria)
1904-1914: II Aliyá (fracasso da revolução de
1905; figuras notáveis imbuídas dos valores
revolucionários)
O Movimento Sionista
Pós-Revolução Russa
Identificação dos judeus com o
internacionalismo
Concílio entre o anti-sionismo (à favor) e o anti-
semitismo (contra) (Lênin)
Surgimento do Bund: prega o nacionalismo e
identifica-se com os mencheviques
O Movimento Sionista
Pós Revolução Russa
Stalin: assimilação
Através da educação política contra o anti-
semitismo
Fixação ao campo
Considera o sionismo um problema judaico:
possibilita a emigração até 1936
O Movimento Sionista
- Carta de Indignação de Émile Zola,o escritor
mais lido na França da época;
- Publicado dia 13 de Janeiro de 1898;
- Escrita ao Presidente Félix Faure em razão da
2ª condenação do Capitão Alfred Dreyfus por
traição;
- Expõe a público a verdadeira traição do Major
Estherhazy e a incompetência do exército em
apurar as denúncias;
- Denuncia a fabricação de provas pelo Tenente-
Coronel du Paty de Clam;
- Denuncia de acobertamento de provas que
inocentariam Dreyfus;
- Mostra o preconceito anti-semita escancarado
dos membros do exército ao escolher
justamente um judeu como bode expiratório;
- O nacionalismo exarcebado versus o eterno
elemento estrangeiro judeu;
- Julgamento às portas fechadas;
- Torturas a Dreyfus e ameaças a sua família;
- O segundo julgamento condenou Dreyfus
mesmo com as provas exibidas pelo Major
Picquart que foi preso por ocasião de sua
atitude;
- Decretada a prisão de Zola que foge para fora
do país;
- As famosas acusações de Émile Zola contra o
Estado Maior:
- “Eu acuso o tenente-coronel du Paty de Clam de ter sido artífice do diabólico erro
judiciário,inconscientemente,quero crer,e de ter defendido em seguida sua obra
nefasta,durante três anos,através de tramas absurdas e culpáveis”
- “Eu acuso o General Mercier de ter-se mostrado cúmplice,ao menos por fraqueza de
espírito,de umas das maiores injustiças do século”
- “Eu acuso o General Billot de ter tido em suas mãos as provas certas da inocência
de Dreyfus e de tê-las abafado,de ter se tornado culpado desse crime de lesa-
humanidade com um objetivo político e para salvar o Estado-Maior comprometido”
- “Eu acuso o general Boisdeffre e o general Gonse por serem cúmplices do mesmo
crime,um sem dúvida por razão clerical,o outro talvez por esse espírito corporativista
que torna os gabinetes de guerra em arcas santas,inatacáveis”
- “Eu acuso o general Pellieux e o comandante Ravary de terem feito sindicância
rápida,e quero com isso dizer uma sindicância da mais monstruosa parcialidade,
onde temos, no relatório do segundo, um monumento indestrutível de audácia
ingênua.
-“Eu acuso os três especialistas em grafologia, os senhores Belhomme, Varinard e
Couard, de terem redigido relatórios mentirosos e fraudulentos, a menos que um
exame médico os declare doentes de algum mal da vista e de julgamento.”
- “Eu acuso os gabinetes de guerra de terem liderado na imprensa, particularmente
no L'Éclair e no L'Écho de Paris, uma campanha abominável para distrair a opinião e
cobrir seu erro.”
-“Eu acuso enfim o primeiro Conselho de Guerra de ter violado a lei ao condenar
um acusado apoiado em uma peça de acusação mantida secreta, e acuso o
segundo Conselho de Guerra de ter encoberto esta ilegalidade, sob ordem,
cometendo também o crime jurídico de inocentar sabidamente um culpado. ”
-O caso Dreyfus tem repercussão nacional e
internacional;
- Por 10 anos se deflagrou um conflito na França
entre os anti-dreyfusaard e os dreyfusaard;
- Diversos membros da intelectualidade
francesa aderiram a causa de Dreyfus,entre o
também escritor Marcel Proust,judeu,que
retratou diversos personagens dos
acontecimentos em seus livros.
O Anti-Semitismo Moderno
-As raízes do anti-semitismo moderno foram
desenvolvidas da expectativa da era da luzes e da
Revolução Francesa e,por conseguinte,sua
desilusão;
- “O anti-semitismo da Idade Média e seus
estereótipos não sumiram com o racionalismo
moderno,eles foram laicizados durante a
ilustração”Prof. David Bankier;
- A filosofia de autores como Voltaire e Spinoza
vai influenciar autores na Europa inteira.
- Tanto na Independência estado-unidense quanto
no período Napoleônico criou-se condições
melhores de vida para as comunidades judias
nesses países e,por conseqüência,sua migração;
-Os judeus,provenientes da raça
semítica,passaram a ser vistos através da
ótica racial cientificista como inferiores e
portadores de impurezas que contaminariam a
raça nacional;
- A influência da obra do Conde de Gobineau(A
desigualdade das raças humanas) atinge o
compositor germânico Richard Wagner;
- Também através do darwinismo social os
judeus são vistos como ameaças a
sociedade,a política e a cultura nacional;
- O caso Dreyfus seria o marco da
intensificação das ondas de anti-
semitismo(anos 1880);
- O anti-semitismo passa a ser política de
Estado em países com a Alemanha e a
Rússia(O problema judeu).
O Movimento Sionista
-Obras como de Moses Hess(Roma e
Jerusalém,1862) e Leo Pinsker(Auto-
Emancipação,1882) propunham uma solução
nacionalista para o problema judaico;
- Surge então após o caso Dreyfus a obra do
Dr.Theodor Herzl Der Judenstaat (O Estado
Judeu,1896);
- No ano seguinte ocorre na Basiléia,Suíça,o
primeiro Congresso Sionista;
- Herzl imagina que figuras judias notáveis como o
Barão Hirsch e o lorde Rothschild iriam liderar a
volta a Terra Israel,o que não acontece;
- De fato a maioria dos ilustres judeus nem o
recebe,alegando que antes de haver Israel eles
estariam sem pátria!;
-O apelo de Herzl se volta para os judeus do
leste(Rússia e Polônia),onde é recebido como
Messias nas palavras de Ben Gurion com 10 anos
na época;
- Herzl tenta convecer o governo britânico da
necessidade da imigração judaica;
- Apesar do apoio de anglo-judeus como
Benjamim Disraeli,Herzl não consegue criar o
Estado Judeu;
- Inglaterra propõe o Projeto Uganda de um lar
temporário aos judeus que é recusado pelo
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russos;
- Chaim Waizman assume a liderança do
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- Refugiados lotam barcos em direção a Israel;
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David Ben Gurion de torna seu primeiro-ministro.
Bibliografia:
-JOHNSON,Paul.História dos Judeus.Tradução:Henrique Mesquita
e Jacob Volízon Filho.IMAGO Editora LTDA,Rio de Janeiro,1995;
- COMAY,Michael.Sionismo,Israel e os Árabes Palestinos-
Perguntas e Respostas.Assessoria de Divulgação da Embaixada
de Israel em São Paulo.1983.
- ZOLA,Emile.J’accuse!.Traduzido para o inglês pela Wikisource:
- http://en.wikisource.org/wiki/J%27accuse...! .Acessado no dia
09/07/11 às 9h30 ;
- BANKIER,David.El antisemitismo moderno.Vídeo You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=vH4pNgl_vgE .Acessado no dia
10/07/11 às 22h30;
- TSUR,Jacob.A Epopéia do Sionismo.Ed.Documentário,Rio de
Janeiro,1977;
- GIORDANO,Cláudio(org.).BARBOSA,Rui.O Processo do Capitão
Dreyfus(Cartas a Inglaterra).Ed.Giordano,São Paulo,1994;
- POLIAKOV,León.Do Anti-Sionismo ao Anti-Semitismo.
Ed.Perspectiva,São Paulo,1988.

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  • 1. Sionismo O movimento Sionista e O anti-semitismo moderno. Rodrigo Matheus Nickel Marcos Bueno Sander
  • 2. O movimento sionista (1880- 1948) Anti-semitismo: catalisador e aglutinador 1880-1914: xenofobia 1. Nacionalismos conservadores (Hobsbawm) 2. Latente beligerância na Europa Ocidental (Ferro)
  • 3. •Formação de um Estado nacional judeu é encarado como o único recurso para a sobrevivência física e cultural judaica •Valem-se dos argumentos romântico e de auto- determinação O Movimento Sionista
  • 4. “As inauditas atrocidades dos fascistas alemães, o extermínio total da população judaica que eles proclamaram, e que levaram a termo em muitos países, a propaganda racista, primeiro as injúrias, depois os fornos de Maidanek – tudo isso provocou entre os judeus dos diversos países o sentimento de uma ligação profunda. É a solidariedade dos ofendidos e dos indignados.” (Ilia Ehrenburg, Pravda, 21/09/1948) O Movimento Sionista
  • 5. Dois centros irradiadores 1. Europa Ocidental: assimilação com reservas; menos numerosos 2. Rússia: russificação e conciliação; muito numerosos O Movimento Sionista
  • 6. Europa Ocidental Estopim: caso Dreyfus (Capitão Alfred Dreyfus – alsaciano e judeu) 15/10/1894: preso, acusado de alta traição por entregar planos militares franceses aos alemães 23/12/1894: condenado ao exílio na Ilha do Diabo 05/01/1895: degradação pública 1896: Tenente-Coronel Picquart acusa o Comandante Esterhazy 06/11/1896: publicação de Une Erreur Judiciaire, por Bernard Lazare 1906: reabertura do processo e reabilitação 1935: morre
  • 7. Repercussão Émile Zola: intelectual francês 1898: publica J’Accuse no periódico L’Aurore 1902: morre Theodor Herzl: jornalista judeu vienense 1895: publica O Estado Judeu (criação do Estado promovido pelas grandes potências) – Declaração Balfour (1917 - Grã-Bretanha) Promove a Organização Sionista (entidade financiadora) 1897: proclamação no I Congresso Sionista (Basiléia)
  • 8. Repercussão Expõe o anti-semitismo à consideração pública e criam o movimento político popular Financiamentos particulares para migração e assentamento O Movimento Sionista
  • 9. Rússia Império: processo de russificação e clivagem (Pogrom e Protocolos dos Sábios de Sião) 1881: I Aliyá (anti-semitismo e miséria) 1904-1914: II Aliyá (fracasso da revolução de 1905; figuras notáveis imbuídas dos valores revolucionários) O Movimento Sionista
  • 10. Pós-Revolução Russa Identificação dos judeus com o internacionalismo Concílio entre o anti-sionismo (à favor) e o anti- semitismo (contra) (Lênin) Surgimento do Bund: prega o nacionalismo e identifica-se com os mencheviques O Movimento Sionista
  • 11. Pós Revolução Russa Stalin: assimilação Através da educação política contra o anti- semitismo Fixação ao campo Considera o sionismo um problema judaico: possibilita a emigração até 1936 O Movimento Sionista
  • 12. - Carta de Indignação de Émile Zola,o escritor mais lido na França da época; - Publicado dia 13 de Janeiro de 1898; - Escrita ao Presidente Félix Faure em razão da 2ª condenação do Capitão Alfred Dreyfus por traição; - Expõe a público a verdadeira traição do Major Estherhazy e a incompetência do exército em apurar as denúncias; - Denuncia a fabricação de provas pelo Tenente- Coronel du Paty de Clam; - Denuncia de acobertamento de provas que inocentariam Dreyfus;
  • 13. - Mostra o preconceito anti-semita escancarado dos membros do exército ao escolher justamente um judeu como bode expiratório; - O nacionalismo exarcebado versus o eterno elemento estrangeiro judeu; - Julgamento às portas fechadas; - Torturas a Dreyfus e ameaças a sua família; - O segundo julgamento condenou Dreyfus mesmo com as provas exibidas pelo Major Picquart que foi preso por ocasião de sua atitude; - Decretada a prisão de Zola que foge para fora do país;
  • 14. - As famosas acusações de Émile Zola contra o Estado Maior: - “Eu acuso o tenente-coronel du Paty de Clam de ter sido artífice do diabólico erro judiciário,inconscientemente,quero crer,e de ter defendido em seguida sua obra nefasta,durante três anos,através de tramas absurdas e culpáveis” - “Eu acuso o General Mercier de ter-se mostrado cúmplice,ao menos por fraqueza de espírito,de umas das maiores injustiças do século” - “Eu acuso o General Billot de ter tido em suas mãos as provas certas da inocência de Dreyfus e de tê-las abafado,de ter se tornado culpado desse crime de lesa- humanidade com um objetivo político e para salvar o Estado-Maior comprometido” - “Eu acuso o general Boisdeffre e o general Gonse por serem cúmplices do mesmo crime,um sem dúvida por razão clerical,o outro talvez por esse espírito corporativista que torna os gabinetes de guerra em arcas santas,inatacáveis” - “Eu acuso o general Pellieux e o comandante Ravary de terem feito sindicância rápida,e quero com isso dizer uma sindicância da mais monstruosa parcialidade, onde temos, no relatório do segundo, um monumento indestrutível de audácia ingênua. -“Eu acuso os três especialistas em grafologia, os senhores Belhomme, Varinard e Couard, de terem redigido relatórios mentirosos e fraudulentos, a menos que um exame médico os declare doentes de algum mal da vista e de julgamento.” - “Eu acuso os gabinetes de guerra de terem liderado na imprensa, particularmente no L'Éclair e no L'Écho de Paris, uma campanha abominável para distrair a opinião e cobrir seu erro.”
  • 15. -“Eu acuso enfim o primeiro Conselho de Guerra de ter violado a lei ao condenar um acusado apoiado em uma peça de acusação mantida secreta, e acuso o segundo Conselho de Guerra de ter encoberto esta ilegalidade, sob ordem, cometendo também o crime jurídico de inocentar sabidamente um culpado. ” -O caso Dreyfus tem repercussão nacional e internacional; - Por 10 anos se deflagrou um conflito na França entre os anti-dreyfusaard e os dreyfusaard; - Diversos membros da intelectualidade francesa aderiram a causa de Dreyfus,entre o também escritor Marcel Proust,judeu,que retratou diversos personagens dos acontecimentos em seus livros.
  • 16. O Anti-Semitismo Moderno -As raízes do anti-semitismo moderno foram desenvolvidas da expectativa da era da luzes e da Revolução Francesa e,por conseguinte,sua desilusão; - “O anti-semitismo da Idade Média e seus estereótipos não sumiram com o racionalismo moderno,eles foram laicizados durante a ilustração”Prof. David Bankier; - A filosofia de autores como Voltaire e Spinoza vai influenciar autores na Europa inteira. - Tanto na Independência estado-unidense quanto no período Napoleônico criou-se condições melhores de vida para as comunidades judias nesses países e,por conseqüência,sua migração;
  • 17. -Os judeus,provenientes da raça semítica,passaram a ser vistos através da ótica racial cientificista como inferiores e portadores de impurezas que contaminariam a raça nacional; - A influência da obra do Conde de Gobineau(A desigualdade das raças humanas) atinge o compositor germânico Richard Wagner; - Também através do darwinismo social os judeus são vistos como ameaças a sociedade,a política e a cultura nacional; - O caso Dreyfus seria o marco da intensificação das ondas de anti- semitismo(anos 1880); - O anti-semitismo passa a ser política de Estado em países com a Alemanha e a Rússia(O problema judeu).
  • 18. O Movimento Sionista -Obras como de Moses Hess(Roma e Jerusalém,1862) e Leo Pinsker(Auto- Emancipação,1882) propunham uma solução nacionalista para o problema judaico; - Surge então após o caso Dreyfus a obra do Dr.Theodor Herzl Der Judenstaat (O Estado Judeu,1896); - No ano seguinte ocorre na Basiléia,Suíça,o primeiro Congresso Sionista; - Herzl imagina que figuras judias notáveis como o Barão Hirsch e o lorde Rothschild iriam liderar a volta a Terra Israel,o que não acontece; - De fato a maioria dos ilustres judeus nem o recebe,alegando que antes de haver Israel eles estariam sem pátria!;
  • 19. -O apelo de Herzl se volta para os judeus do leste(Rússia e Polônia),onde é recebido como Messias nas palavras de Ben Gurion com 10 anos na época; - Herzl tenta convecer o governo britânico da necessidade da imigração judaica; - Apesar do apoio de anglo-judeus como Benjamim Disraeli,Herzl não consegue criar o Estado Judeu; - Inglaterra propõe o Projeto Uganda de um lar temporário aos judeus que é recusado pelo judeus do leste em massa!; - Desgaste físico e mental de Herzl leva-o a morte e ao começo do Sionismo prático do judeus russos; - Chaim Waizman assume a liderança do Movimento Sionista;
  • 20. -Waizman se aproxima do ministro britânico das relações internacionais Lloyd George; - Consegue patrocínio da massificação da imigração judaica após Lloyd George tornar-se primeiro ministro; - Surge a Declaração de Balfour que estabelece regras para criação do lar nacional judeu; - Situação só foi possível após a 1ª Guerra Mundial com o desmembramento dos Grandes Impérios(Otomano,Germânico e Austro-Húngaro); - Waizman inicia os assentamentos agrícolas judeus; - O crescimento da população judia desperta o incipiente nacionalismo árabe; - Os conflitos trazem problemas a administração britânica da Palestina; - Samuel,ministro britânico,mantém as idéias de Balfour;
  • 21. -Em razão dos ataques árabes Jabotinsky,judeu de Odessa na Ucrânia,inicia a organização da legítima defesa judia; - Como Waizman,Jobotinsky defende a imigração de judeus,mas quer acelerar o processo; - O confronto se prolonga durante boa parte da década de 1920; - O jovem David Ben Gurion surge como líder do Sionismo Trabalhista Socialista; - Ele defende que o capitalismo não pode ser a base de criação do Estado Judeu e nasce a idéia das cooperativas ou dos kibutz; - A tríplice liderança se mantém por um longo período de crescimento da povo judeu na Palestina; - Todavia,ainda muitos judeus voltavam aos seus países de origem e a política britânica restringia a imigração devido aos árabes;
  • 22. -As colônias judaicas estagnam e projeto do Estado de Israel somente volta a ganhar força após a 2ª Guerra Mundial e o Holocausto Judeu na Europa; - A Inglaterra que pensava ter garantido os direitos civis dos judeus nos países da Europa central inicia nova onda de incentivos; - Refugiados lotam barcos em direção a Israel; - Finalmente,em 1948, cria-se o Estado de Israel e David Ben Gurion de torna seu primeiro-ministro.
  • 23. Bibliografia: -JOHNSON,Paul.História dos Judeus.Tradução:Henrique Mesquita e Jacob Volízon Filho.IMAGO Editora LTDA,Rio de Janeiro,1995; - COMAY,Michael.Sionismo,Israel e os Árabes Palestinos- Perguntas e Respostas.Assessoria de Divulgação da Embaixada de Israel em São Paulo.1983. - ZOLA,Emile.J’accuse!.Traduzido para o inglês pela Wikisource: - http://en.wikisource.org/wiki/J%27accuse...! .Acessado no dia 09/07/11 às 9h30 ; - BANKIER,David.El antisemitismo moderno.Vídeo You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=vH4pNgl_vgE .Acessado no dia 10/07/11 às 22h30; - TSUR,Jacob.A Epopéia do Sionismo.Ed.Documentário,Rio de Janeiro,1977; - GIORDANO,Cláudio(org.).BARBOSA,Rui.O Processo do Capitão Dreyfus(Cartas a Inglaterra).Ed.Giordano,São Paulo,1994; - POLIAKOV,León.Do Anti-Sionismo ao Anti-Semitismo. Ed.Perspectiva,São Paulo,1988.