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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ANÁLISE HISTÓRICA E EPISTEMOLÓGICA
COMPREENDENDO A ORIGEM E A CONSTITUIÇÃO DOS MODELOS ESCOLARES – A  ESCOLA BURGUESA
Se antes, no comunismo primitivo, a educação coincidia inteiramente com o próprio processo de trabalho, a partir do advento da sociedade de classes, com o aparecimento de uma classe que não precisa trabalhar para viver, surge uma educação diferenciada. E é aí que está localizada a origem da escola.  A palavra  escola  em grego significa o lugar do ócio. Portanto, a  escola  era o lugar a que tinham acesso as classes ociosas. A classe dominante, a classe dos proprietários, tinha uma educação diferenciada que era a educação escolar. Por contraposição, a educação geral, a educação da maioria era o próprio trabalho:  o povo se educava no próprio processo de trabalho. Era o aprender fazendo. Aprendia lidando com a realidade, aprendia agindo sobre a matéria, transformando-a.
A SOCIEDADE MODERNA E A ESCOLA A produção centrada na cidade e na indústria implica que o conhecimento, a ciência que é uma potência espiritual, se converta, através da indústria, em potência material. Então, o conhecimento - Bacon assim colocava no início da Época Moderna - é poder,  conhecer é poder . Todo o desenvolvimento científico da Época Moderna se dirigia ao domínio da natureza: sujeitar a natureza aos desígnios do homem, transformar os conhecimentos em meios de produção material.
Se trata de uma sociedade baseada na cidade e na indústria, se a cidade é algo construído, artificial, não mais algo natural, isto vai implicar que esta sociedade organizada à base do direito positivo também vai trazer consigo a necessidade de generalização da escrita.  Até a Idade Média, a escrita era algo secundário e subordinado a formas de produção que não implicavam o domínio da escrita.
Na Época Moderna, a incorporação da ciência ao processo produtivo envolve a exigência da disseminação dos códigos formais, do código da escrita. O direito positivo é um direito registrado por escrito, muito diferente do direito natural que é espontâneo, transmitido pelos costumes. O domínio da escrita se converte, assim, numa necessidade generalizada. Com efeito, já que não existe ciência oral (a ciência implica em registro escrito), ao incorporar a ciência a cidade incorpora, na sua forma de organização, a exigência do domínio da escrita
Quanto mais avança o processo urbano-industrial, mais se desloca a exigência da expansão escolar. Por aí é possível compreender exatamente por que esta sociedade moderna e burguesa levanta a bandeira da escolarização universal, gratuita, obrigatória e leiga.  A escolaridade básica deve ser estendida a todos.
A escola está ligada a  este processo, como agência educativa ligada às necessidades do progresso, às necessidades de hábitos civilizados, que corresponde à vida nas cidades. E a isto também está ligado o papel político da educação escolar enquanto formação para a cidadania, formação do cidadão.  Significa formar para a vida na cidade, para ser sujeito de direitos e deveres na vida da sociedade moderna, centrada na cidade e na indústria. O que tivemos com este processo? Que a forma escolar emerge como forma dominante de educação na sociedade atual. Isto a tal ponto que a forma escolar passa a ser confundida com a educação propriamente dita.  Assim, hoje, quando pensamos em educação, automaticamente pensamos em escola. E por isso que quando se levantam bandeiras em prol da educação, o que está em causa é o problema escolar.
SE A EDUCAÇÃO ESCOLAR É A FORMA DOMINANTE NA SOCIEDADE ATUAL, COMPREENDE-SE POR QUE AS DEMAIS FORMAS DE EDUCAÇÃO, AINDA QUE SUBSISTAM NA SOCIEDADE MODERNA, PASSAM PARA UM PLANO SECUNDÁRIO, SE SUBORDINAM À ESCOLA E SÃO AFERIDAS A PARTIR DA ESCOLA
AS ESCOLAS NO BRASIL O ensino elementar tinha a duração de seis anos e ensinava Retórica, Humanidades, Gramática Portuguesa, latim e Grego. Nas classes posteriores, a duração era de três anos e as disciplinas ministradas eram a Matemática, Física, Filosofia (lógica, moral, metafísica), Gramática, latim e Grego. Depois de 1759, com a expulsão dos jesuítas, outras ordens religiosas dedicaram-se a instrução.
Em 1972 o marquês de Pombal implantou o ensino público oficial através das aulas-régias de disciplinas isoladas. Em 1879, a reforma de Leôncio de Carvalho instituiu a liberdade de ensino, possibilitando o surgimento de colégios protestantes e positivistas. Em 1891, Benjamim Constant, baseado nos ensinamentos de Augusto Comte, elaborou uma reforma de ensino de nítida orientação positivista, defensora de uma ditadura republicana dos cientistas e de uma educação como prática analudarora das tensões sociais.
Entre 1920 e 1930 ocorreram várias reformas estaduais como novas propostas pedagógicas (Fernando de Azevedo no Rio de Janeiro, Anísio Teixeira na Bahia e Francisco Campos em Minas Gerais. Em 1922, O manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de Fernando de Azeredo e outros 26 educadores, condenaram o elitismo na educação brasileira, preconizando uma escola pública gratuita, leiga e de qualidade. Em 1930, Francisco de Campos criou o estatuto das Universidades e organizou o ensino secundário. Foi então fundada, em 1934, A universidade de São Paulo e, 1937, a então Universidade nacional do Rio de janeiro, atual Universidade Federal do Rio de janeiro.
A aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases, em 1961, garantiu o direito á educação em todos os níveis, Criou o Conselho Federal de Educação(1962), fixou os currículos mínimos e garantiu a autonomia da s Universidades. Hoje a Lei 93.94/96 garanti o acesso de todos aos vários níveis: Educação infantil; Ensino Fundamental de nove anos; Ensino Médio. Educação Superior.
A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA E assim tudo começou... No momento das provas, os estudantes não poderão solicitar nada que necessitem nem aos seus colegas nem àquele que toma conta da prova; não deverão sentar-se em carteiras conjugadas, porém se isso ocorrer, dever-se á prestar muita atenção nos dois estudantes que estiverem sentados juntos, pois que caso as respostas às questões dos dois sejam iguais, não se saberá quem respondeu e quem copiou.
A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA O tempo da prova deverá ser estabelecido previamente e não se deverá permitir acréscimos de tempo, tendo em vista algum estudante terminar de responder a sua prova pessoal etc.(...) Ratio Studiorium, elaborado pelos  jesuítas no final do século XVI com o objetivo de padronizar o ensino.
A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA Digam aos seus alunos que suas provas são para valer!” “ Utilize os erros de alguns alunos para mostrar aos outros o que não devem fazer.” “ Lembrem que tudo é passível de cair na prova”. João Amós Comenius. In Didática magna .
ENTENDENDO OS EXAMES Exame :Ato de examinar; observação ou investigação minuciosa e atenta; verificação; inspeção; análise; prova oral ou escrita, teórica ou prática a que alguém é submetido; teste; inspeção; interrogatório; revista – e aquele em que o aluno, uma vez aprovado é dado como competente na matéria examinada.
Principais representantes: A pedagogia jesuítica: Os jesuítas (século XVI), nas normas para a orientação dos estudos escolásticos, seja nas classes inferiores ou nas superiores, ainda que definissem com rigor os procedimentos a serem levados em conta num ensino eficiente, tinham uma atenção especial com o ritual de provas e exames.  Eram solenes essas ocasiões, seja na constituição de bancas examinadoras e procedimentos de exames, seja pela comunicação pública dos resultados, seja pela emulação ou pelo repreensão severa daí decorrente .
Comênio insiste na atenção especial que se deve dar à educação como centro de interesse da ação do professor; porém não prescinde também do uso dos exames como meio para estimular os estudantes ao trabalho intelectual da aprendizagem
Os exames escolares através das provas apresentam  as seguintes características: Tem por objetivo julgar e conseqüentemente aprovar ou reprovar o estudante; São pontuais: no momento e que o estudante deve saber responder às questões aqui e agora no momento das provas ou dos testes, nem importa se poderá vir a saber depois; São classificatórios: todo exame classifica, minimamente, em aprovado e reprovado; São seletivos, na medida em que excluem os que “não sabem”, no contexto dos parâmetros considerados aceitáveis pelos avaliadores; São estáticos: enquanto classificam o estudante num determinado nível de aprendizagem, consideram este nível como definitivo.
f – são antidemocráticos: na medida em que os exames excluem educandos, não podem ser democráticos; g – dão fundamentos a uma prática pedagógica autoritária: com os exames, o sistema de ensino e o educador têm em suas mãos um instrumento de poder, cuja autoridade pode ser exarcebada em autoritarismo, infelizmente, essa tem sido a tendência e a prática em nossas escolas. (Luckesi.2003)
A avaliação confundida com medição deseja responder à pergunta: “Quanto vale? (o que fazemos)”.  A resolução do problema do valor a ser concedido a este ou aquele ato passa pela situação de criar uma escala de medida. A centralização no exame: uma pista falsa A avaliação como medida
A avaliação sobre forma de constatação e balanço continua sendo uma prática corrente e muitas vezes considerada a forma suprema de avaliação; Os alunos não aprendem por aprender, mas para passar em um teste; Os professores dedicam muito tempo e energia às correções clássicas dos testes, sem eficácia pedagógica real.
Neste período o termo  avaliar  foi usado como sinônimo de  medir.  Isso  aconteceu  a partir do final do século XIX e teve um apogeu na década de 1940 com o aperfeiçoamento dos instrumentos de medida na educação, incluindo o grande impulso dado à elaboração e aplicação de testes. Mas essa abordagem , que  identificava a avaliação como medida, logo deixou transparecer sua limitação: é que nem todos os aspectos da educação podem ser medidos: incluindo a aprendizagem dos alunos.
A origem dos procedimentos de medição  A utilização das provas orais em classes numerosas, tornou-se difícil com a escola se tornando para todos, em função de que embora em classes numerosos os alunos  são avaliados individualmente. A substituição se deu justamente para facilitar o trabalho dos professores, que passaram a ditar as questões os alunos copiarem e responderem o que permitia avaliar todos ao mesmo tempo. Assim, surgiram as chamadas de provas de lápis e papel, isto é,  as provas escritas, que foram sendo adotadas como recurso de avaliação.
Primeiros estudos: 1845 em Boston : Em função da preocupação  com a melhoria da qualidade do ensino, foi constituída uma comissão para inspecionar e verificar a qualidade ministrada nas escolas. Este primeiro estudo influenciou Horace Mann – Secretário de Educação  - que se utilizou dos exames em escala para justificar a necessidade  de melhoria das escolas – aplicou teste das várias áreas do conhecimento com 530 alunos e o diagnóstico foi utilizado para ressignificar o currículo. As provas foram corrigidas em condições uniformes e a comissão tabulou as respostas questão por questão, escola por escola. Este foi o primeiro caso registrado de aplicação de provas escritas a uma amostra de alunos do mesmo nível de escolaridade. È atribuída a  Horace Mann  a introdução das provas escrita nas escolas, em substituição ao exame oral, que então prevalecia.
Por volta de 1895 J. M. Rice salientava que era preciso adotar  medidas mais objetivas para avaliar a aprendizagem. – afirmava que  o subjetivismo que imperava na forma de avaliar o rendimento escolar dos alunos era decorrente da falta de medidas objetivas de avaliação. Organizou um teste de ortografia que foi realizado em várias etapas – obtendo os seguintes resultados: O menor ou maior sucesso obtido pelos alunos dependia de inúmeras  variáveis, tais como: a) O tempo despendido pelo professor com o ditado das palavras; b) A frequência com que esses exercícios era repetidos; c)  O modo e o número de vezes que cada palavra era pronunciada, e outros tantos fatores relacionados ao ensino. Rice é considerado um pioneiro na organização de instrumentos de mensuração na área educacional e o precursor dos testes objetivos de rendimento escolar.
Rice também inspirou a educadores a fazer teste  de julgamento com vários professores: Consistiu na apresentação de uma mesma prova para vários professores  pedindo que atribuíssem a essa prova uma nota: A comparação das diferentes notas atribuídas á mesma prova, pelos diversos professores , revelou a falta de fidedignidade, isto é, de consistência das notas escolares , mostrando que elas dependiam mais da personalidade do professor do que do conhecimento que o aluno tinha da matéria. O resultado foi a recomendação de se adotar instrumentos mais objetivos de medida e avaliação.
A CONTRIBUIÇÃO DECISIVA DE THORNDIKE.  O grande desenvolvimento dos testes de aproveitamento ocorreu a partir  das duas primeiras décadas do século XX, em decorrência da importante contribuição de Edward Lee Thorndike no campo da mensuração educacional, ao qual se dedicou por mais de trinta anos. Em 1904, escreveu um livro sobre a aplicação dos métodos estatísticos na medida das habilidades e de outro traços do comportamento humano. È conhecida a sua afirmação de que “tudo o que existe, desde  que existe, existe em certa quantidade e como tal pode ser medido”.
A DIFUSÃO DOS TESTES E DAS MEDIDAS EM EDUCAÇÃO. Também foi Mac Mall o primeiro a sugerir aos professores que  construíssem  seus próprios testes objetivos de aproveitamento,  usando-os em suas classes juntamente com os testes padronizados já existentes.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, nos anos 30, revelou que, nessa década, 74 por cento dos professores norte-americanos já elaboravam e aplicavam testes objetivos para avaliar o desempenho escolar de seus alunos. Foi assim que a prática educacional foi sendo influenciada, desde o final do século XIX, e de forma mais efetiva do século XX, pelo desenvolvimento de novas técnicas de mensuração, fruto do movimento cientifico que estendeu-se a todos os campos do conhecimento, atingindo também o campo da Psicologia e o da Pedagogia.
A AVALIAÇÃO COMO GESTÃO
Gerenciar: governar da melhor forma possível, com economia,dirigir , controlar o funcional, dominar o organizacional, fazer render ao máximo, “otimizar”, aumentar o rendimento, melhorar a gestão contábil, a gestão de estoques, a gestão de pessoal; a avaliação deve evitar o desperdício, a perda; avaliar é racionalizar...A avaliação deve aportar uma  “mais-valia” à prática. Bonniol(2001)
As preocupações com a gestão tornaram-se universais e a gestão do sistema escolar  deu origem a reflexões e a um crescente número de publicações. A avaliação está entre os procedimentos essenciais de toda atividade de gestão, pois constitui o núcleo do processo de regulação de um sistema que, como todos sabem, pressupõe uma tomada de informação sobre a realidade  (observação),  um confronto com o objetivo ( justamente a avaliação ), e uma ação corretiva  (a recuperação).
A avaliação das práticas e das instituições insere-se em um triplo fenômeno do tipo ideológico: A exigência dos atores sociais de ter um direito de visão sobre a prática dos outros atores sociais; Um fenômeno do tipo organizacional que fez triunfar os sistemas de gestão com relação a sistemas de crescimento dos recursos; A idéia de que a legitimidade social dos grandes setores de nossa vida coletiva não está mais garantida por si mesma e exige constantemente uma nova operação de legitimação.
1 – FASE TYLERIANA Tyler( foi um dos primeiros) a propor um modelo para responder as disfunções na prática de avaliação. Para esse autor, a avaliação consiste essencialmente em determinar em que medida são alcançados os  objetivos do currículo . Isto implica: 1) o enunciado das metas e dos objetivos do currículo; 2) a classificação taxionômica dos objetivos; 3)a definição dos objetivos comportamentais; 4) a elaboração de ferramentas de avaliação úteis e confiáveis.
ÉPOCA DA INOCÊNCIA A tentativa de esquecimento da guerra da depressão, criar e desenvolver  atitudes, adquirir recursos e conseguir desfrutar de uma “boa vida”. Gasta-se muito nas áreas urbanas, empobrecimento e descaso com as áreas rurais, com os negros, os pobres e com os recursos naturais. Neste período não existe uma preocupação propriamente dita com a qualidade das escolas, este é o período de construção e ampliação.
A ÉPOCA DO REALISMO O acordar da era da inocência de forma brusca, ocorre em função da corrida espacial. No principio da década de 1960 vários educadores, se deram conta da inoperância do seu trabalho  e que as conclusões sobre a avaliação não estavam ajudando aos elaboradores de currículo. OCORRE NESTE PERÍODO A CRISE DE IDENTIDADE DOS AVALIADORES, QUAL O SEU PAPEL? PARA QUE SERVIAM EFETIVAMENTE? SE DEVERIAM SER INVESTIGADORES, ADMINISTRADORES DE TESTES,PROFESSORES, ORGANIZADORES OU FILÓSOFOS.
ÉPOCA DO PROFISSIONALISMO UNIVERSIDADES CRIAM DEPARTAMENTOS PARA DESENVOLVER ESTUDOS SOBRE AVALIAÇÃO, VÁRIOS ÁRTIGOS SÃO PUBLICADOS, É CRESCENTE O INTERESSE E O AUMENTO DE CURSOS E ESTUDOS SOBRE O TEMA. Apesar da crescente busca de métodos adequados, do incremento da comunicação, do entendimento entre os principais teóricos, e do desenvolvimento de novas técnicas, a prática atual da avaliação tem modificado muito pouco.
Está claro que é necessário renovar os esforços para educar, os avaliadores nas novas técnicas, para por a prova e informar dos resultados conseguido mediantes e para desenvolver técnicas adicionais. Em todos estes esforços, deve por a ênfase em conseguir que a metodologia responda as necessidades dos profissionais e daqueles a quem eles servem.
A FASE FORMATIVA
Nessa fase, a avaliação da aprendizagem buscara superar o caráter quantitativo e classificatório, recomendando-se que esta deveria possuir características de diagnóstico, indicar para o professor a necessidade de reformulação de sua prática pedagógica, e de novos encaminhamentos para que a aprendizagem realmente acontecesse.
Para Álvarez Méndez (2002, p.72) “importa nessa interpretação, e com vistas à dimensão formativa da avaliação, a qualidade e a relevância da informação que se coleta com o fim de apreciar o valor formativo/educativo do que é objeto da avaliação”. Classificatória; Excludente; Avaliava somente os alunos; Serviam para a manutenção da ordem estabelecida: A escola dualista; As relações de poder; A violência simbólica. A partir da década de 1980 ocorrem as denúncias de que a avaliação  é :

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  • 1. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: ANÁLISE HISTÓRICA E EPISTEMOLÓGICA
  • 2. COMPREENDENDO A ORIGEM E A CONSTITUIÇÃO DOS MODELOS ESCOLARES – A ESCOLA BURGUESA
  • 3. Se antes, no comunismo primitivo, a educação coincidia inteiramente com o próprio processo de trabalho, a partir do advento da sociedade de classes, com o aparecimento de uma classe que não precisa trabalhar para viver, surge uma educação diferenciada. E é aí que está localizada a origem da escola. A palavra escola em grego significa o lugar do ócio. Portanto, a escola era o lugar a que tinham acesso as classes ociosas. A classe dominante, a classe dos proprietários, tinha uma educação diferenciada que era a educação escolar. Por contraposição, a educação geral, a educação da maioria era o próprio trabalho: o povo se educava no próprio processo de trabalho. Era o aprender fazendo. Aprendia lidando com a realidade, aprendia agindo sobre a matéria, transformando-a.
  • 4. A SOCIEDADE MODERNA E A ESCOLA A produção centrada na cidade e na indústria implica que o conhecimento, a ciência que é uma potência espiritual, se converta, através da indústria, em potência material. Então, o conhecimento - Bacon assim colocava no início da Época Moderna - é poder, conhecer é poder . Todo o desenvolvimento científico da Época Moderna se dirigia ao domínio da natureza: sujeitar a natureza aos desígnios do homem, transformar os conhecimentos em meios de produção material.
  • 5. Se trata de uma sociedade baseada na cidade e na indústria, se a cidade é algo construído, artificial, não mais algo natural, isto vai implicar que esta sociedade organizada à base do direito positivo também vai trazer consigo a necessidade de generalização da escrita. Até a Idade Média, a escrita era algo secundário e subordinado a formas de produção que não implicavam o domínio da escrita.
  • 6. Na Época Moderna, a incorporação da ciência ao processo produtivo envolve a exigência da disseminação dos códigos formais, do código da escrita. O direito positivo é um direito registrado por escrito, muito diferente do direito natural que é espontâneo, transmitido pelos costumes. O domínio da escrita se converte, assim, numa necessidade generalizada. Com efeito, já que não existe ciência oral (a ciência implica em registro escrito), ao incorporar a ciência a cidade incorpora, na sua forma de organização, a exigência do domínio da escrita
  • 7. Quanto mais avança o processo urbano-industrial, mais se desloca a exigência da expansão escolar. Por aí é possível compreender exatamente por que esta sociedade moderna e burguesa levanta a bandeira da escolarização universal, gratuita, obrigatória e leiga. A escolaridade básica deve ser estendida a todos.
  • 8. A escola está ligada a este processo, como agência educativa ligada às necessidades do progresso, às necessidades de hábitos civilizados, que corresponde à vida nas cidades. E a isto também está ligado o papel político da educação escolar enquanto formação para a cidadania, formação do cidadão. Significa formar para a vida na cidade, para ser sujeito de direitos e deveres na vida da sociedade moderna, centrada na cidade e na indústria. O que tivemos com este processo? Que a forma escolar emerge como forma dominante de educação na sociedade atual. Isto a tal ponto que a forma escolar passa a ser confundida com a educação propriamente dita. Assim, hoje, quando pensamos em educação, automaticamente pensamos em escola. E por isso que quando se levantam bandeiras em prol da educação, o que está em causa é o problema escolar.
  • 9. SE A EDUCAÇÃO ESCOLAR É A FORMA DOMINANTE NA SOCIEDADE ATUAL, COMPREENDE-SE POR QUE AS DEMAIS FORMAS DE EDUCAÇÃO, AINDA QUE SUBSISTAM NA SOCIEDADE MODERNA, PASSAM PARA UM PLANO SECUNDÁRIO, SE SUBORDINAM À ESCOLA E SÃO AFERIDAS A PARTIR DA ESCOLA
  • 10. AS ESCOLAS NO BRASIL O ensino elementar tinha a duração de seis anos e ensinava Retórica, Humanidades, Gramática Portuguesa, latim e Grego. Nas classes posteriores, a duração era de três anos e as disciplinas ministradas eram a Matemática, Física, Filosofia (lógica, moral, metafísica), Gramática, latim e Grego. Depois de 1759, com a expulsão dos jesuítas, outras ordens religiosas dedicaram-se a instrução.
  • 11. Em 1972 o marquês de Pombal implantou o ensino público oficial através das aulas-régias de disciplinas isoladas. Em 1879, a reforma de Leôncio de Carvalho instituiu a liberdade de ensino, possibilitando o surgimento de colégios protestantes e positivistas. Em 1891, Benjamim Constant, baseado nos ensinamentos de Augusto Comte, elaborou uma reforma de ensino de nítida orientação positivista, defensora de uma ditadura republicana dos cientistas e de uma educação como prática analudarora das tensões sociais.
  • 12. Entre 1920 e 1930 ocorreram várias reformas estaduais como novas propostas pedagógicas (Fernando de Azevedo no Rio de Janeiro, Anísio Teixeira na Bahia e Francisco Campos em Minas Gerais. Em 1922, O manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de Fernando de Azeredo e outros 26 educadores, condenaram o elitismo na educação brasileira, preconizando uma escola pública gratuita, leiga e de qualidade. Em 1930, Francisco de Campos criou o estatuto das Universidades e organizou o ensino secundário. Foi então fundada, em 1934, A universidade de São Paulo e, 1937, a então Universidade nacional do Rio de janeiro, atual Universidade Federal do Rio de janeiro.
  • 13. A aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases, em 1961, garantiu o direito á educação em todos os níveis, Criou o Conselho Federal de Educação(1962), fixou os currículos mínimos e garantiu a autonomia da s Universidades. Hoje a Lei 93.94/96 garanti o acesso de todos aos vários níveis: Educação infantil; Ensino Fundamental de nove anos; Ensino Médio. Educação Superior.
  • 14. A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA E assim tudo começou... No momento das provas, os estudantes não poderão solicitar nada que necessitem nem aos seus colegas nem àquele que toma conta da prova; não deverão sentar-se em carteiras conjugadas, porém se isso ocorrer, dever-se á prestar muita atenção nos dois estudantes que estiverem sentados juntos, pois que caso as respostas às questões dos dois sejam iguais, não se saberá quem respondeu e quem copiou.
  • 15. A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA O tempo da prova deverá ser estabelecido previamente e não se deverá permitir acréscimos de tempo, tendo em vista algum estudante terminar de responder a sua prova pessoal etc.(...) Ratio Studiorium, elaborado pelos jesuítas no final do século XVI com o objetivo de padronizar o ensino.
  • 16. A AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA ESCOLA BURGUESA Digam aos seus alunos que suas provas são para valer!” “ Utilize os erros de alguns alunos para mostrar aos outros o que não devem fazer.” “ Lembrem que tudo é passível de cair na prova”. João Amós Comenius. In Didática magna .
  • 17. ENTENDENDO OS EXAMES Exame :Ato de examinar; observação ou investigação minuciosa e atenta; verificação; inspeção; análise; prova oral ou escrita, teórica ou prática a que alguém é submetido; teste; inspeção; interrogatório; revista – e aquele em que o aluno, uma vez aprovado é dado como competente na matéria examinada.
  • 18. Principais representantes: A pedagogia jesuítica: Os jesuítas (século XVI), nas normas para a orientação dos estudos escolásticos, seja nas classes inferiores ou nas superiores, ainda que definissem com rigor os procedimentos a serem levados em conta num ensino eficiente, tinham uma atenção especial com o ritual de provas e exames. Eram solenes essas ocasiões, seja na constituição de bancas examinadoras e procedimentos de exames, seja pela comunicação pública dos resultados, seja pela emulação ou pelo repreensão severa daí decorrente .
  • 19. Comênio insiste na atenção especial que se deve dar à educação como centro de interesse da ação do professor; porém não prescinde também do uso dos exames como meio para estimular os estudantes ao trabalho intelectual da aprendizagem
  • 20. Os exames escolares através das provas apresentam as seguintes características: Tem por objetivo julgar e conseqüentemente aprovar ou reprovar o estudante; São pontuais: no momento e que o estudante deve saber responder às questões aqui e agora no momento das provas ou dos testes, nem importa se poderá vir a saber depois; São classificatórios: todo exame classifica, minimamente, em aprovado e reprovado; São seletivos, na medida em que excluem os que “não sabem”, no contexto dos parâmetros considerados aceitáveis pelos avaliadores; São estáticos: enquanto classificam o estudante num determinado nível de aprendizagem, consideram este nível como definitivo.
  • 21. f – são antidemocráticos: na medida em que os exames excluem educandos, não podem ser democráticos; g – dão fundamentos a uma prática pedagógica autoritária: com os exames, o sistema de ensino e o educador têm em suas mãos um instrumento de poder, cuja autoridade pode ser exarcebada em autoritarismo, infelizmente, essa tem sido a tendência e a prática em nossas escolas. (Luckesi.2003)
  • 22. A avaliação confundida com medição deseja responder à pergunta: “Quanto vale? (o que fazemos)”. A resolução do problema do valor a ser concedido a este ou aquele ato passa pela situação de criar uma escala de medida. A centralização no exame: uma pista falsa A avaliação como medida
  • 23. A avaliação sobre forma de constatação e balanço continua sendo uma prática corrente e muitas vezes considerada a forma suprema de avaliação; Os alunos não aprendem por aprender, mas para passar em um teste; Os professores dedicam muito tempo e energia às correções clássicas dos testes, sem eficácia pedagógica real.
  • 24. Neste período o termo avaliar foi usado como sinônimo de medir. Isso aconteceu a partir do final do século XIX e teve um apogeu na década de 1940 com o aperfeiçoamento dos instrumentos de medida na educação, incluindo o grande impulso dado à elaboração e aplicação de testes. Mas essa abordagem , que identificava a avaliação como medida, logo deixou transparecer sua limitação: é que nem todos os aspectos da educação podem ser medidos: incluindo a aprendizagem dos alunos.
  • 25. A origem dos procedimentos de medição A utilização das provas orais em classes numerosas, tornou-se difícil com a escola se tornando para todos, em função de que embora em classes numerosos os alunos são avaliados individualmente. A substituição se deu justamente para facilitar o trabalho dos professores, que passaram a ditar as questões os alunos copiarem e responderem o que permitia avaliar todos ao mesmo tempo. Assim, surgiram as chamadas de provas de lápis e papel, isto é, as provas escritas, que foram sendo adotadas como recurso de avaliação.
  • 26. Primeiros estudos: 1845 em Boston : Em função da preocupação com a melhoria da qualidade do ensino, foi constituída uma comissão para inspecionar e verificar a qualidade ministrada nas escolas. Este primeiro estudo influenciou Horace Mann – Secretário de Educação - que se utilizou dos exames em escala para justificar a necessidade de melhoria das escolas – aplicou teste das várias áreas do conhecimento com 530 alunos e o diagnóstico foi utilizado para ressignificar o currículo. As provas foram corrigidas em condições uniformes e a comissão tabulou as respostas questão por questão, escola por escola. Este foi o primeiro caso registrado de aplicação de provas escritas a uma amostra de alunos do mesmo nível de escolaridade. È atribuída a Horace Mann a introdução das provas escrita nas escolas, em substituição ao exame oral, que então prevalecia.
  • 27. Por volta de 1895 J. M. Rice salientava que era preciso adotar medidas mais objetivas para avaliar a aprendizagem. – afirmava que o subjetivismo que imperava na forma de avaliar o rendimento escolar dos alunos era decorrente da falta de medidas objetivas de avaliação. Organizou um teste de ortografia que foi realizado em várias etapas – obtendo os seguintes resultados: O menor ou maior sucesso obtido pelos alunos dependia de inúmeras variáveis, tais como: a) O tempo despendido pelo professor com o ditado das palavras; b) A frequência com que esses exercícios era repetidos; c) O modo e o número de vezes que cada palavra era pronunciada, e outros tantos fatores relacionados ao ensino. Rice é considerado um pioneiro na organização de instrumentos de mensuração na área educacional e o precursor dos testes objetivos de rendimento escolar.
  • 28. Rice também inspirou a educadores a fazer teste de julgamento com vários professores: Consistiu na apresentação de uma mesma prova para vários professores pedindo que atribuíssem a essa prova uma nota: A comparação das diferentes notas atribuídas á mesma prova, pelos diversos professores , revelou a falta de fidedignidade, isto é, de consistência das notas escolares , mostrando que elas dependiam mais da personalidade do professor do que do conhecimento que o aluno tinha da matéria. O resultado foi a recomendação de se adotar instrumentos mais objetivos de medida e avaliação.
  • 29. A CONTRIBUIÇÃO DECISIVA DE THORNDIKE. O grande desenvolvimento dos testes de aproveitamento ocorreu a partir das duas primeiras décadas do século XX, em decorrência da importante contribuição de Edward Lee Thorndike no campo da mensuração educacional, ao qual se dedicou por mais de trinta anos. Em 1904, escreveu um livro sobre a aplicação dos métodos estatísticos na medida das habilidades e de outro traços do comportamento humano. È conhecida a sua afirmação de que “tudo o que existe, desde que existe, existe em certa quantidade e como tal pode ser medido”.
  • 30. A DIFUSÃO DOS TESTES E DAS MEDIDAS EM EDUCAÇÃO. Também foi Mac Mall o primeiro a sugerir aos professores que construíssem seus próprios testes objetivos de aproveitamento, usando-os em suas classes juntamente com os testes padronizados já existentes.
  • 31. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, nos anos 30, revelou que, nessa década, 74 por cento dos professores norte-americanos já elaboravam e aplicavam testes objetivos para avaliar o desempenho escolar de seus alunos. Foi assim que a prática educacional foi sendo influenciada, desde o final do século XIX, e de forma mais efetiva do século XX, pelo desenvolvimento de novas técnicas de mensuração, fruto do movimento cientifico que estendeu-se a todos os campos do conhecimento, atingindo também o campo da Psicologia e o da Pedagogia.
  • 33. Gerenciar: governar da melhor forma possível, com economia,dirigir , controlar o funcional, dominar o organizacional, fazer render ao máximo, “otimizar”, aumentar o rendimento, melhorar a gestão contábil, a gestão de estoques, a gestão de pessoal; a avaliação deve evitar o desperdício, a perda; avaliar é racionalizar...A avaliação deve aportar uma “mais-valia” à prática. Bonniol(2001)
  • 34. As preocupações com a gestão tornaram-se universais e a gestão do sistema escolar deu origem a reflexões e a um crescente número de publicações. A avaliação está entre os procedimentos essenciais de toda atividade de gestão, pois constitui o núcleo do processo de regulação de um sistema que, como todos sabem, pressupõe uma tomada de informação sobre a realidade (observação), um confronto com o objetivo ( justamente a avaliação ), e uma ação corretiva (a recuperação).
  • 35. A avaliação das práticas e das instituições insere-se em um triplo fenômeno do tipo ideológico: A exigência dos atores sociais de ter um direito de visão sobre a prática dos outros atores sociais; Um fenômeno do tipo organizacional que fez triunfar os sistemas de gestão com relação a sistemas de crescimento dos recursos; A idéia de que a legitimidade social dos grandes setores de nossa vida coletiva não está mais garantida por si mesma e exige constantemente uma nova operação de legitimação.
  • 36. 1 – FASE TYLERIANA Tyler( foi um dos primeiros) a propor um modelo para responder as disfunções na prática de avaliação. Para esse autor, a avaliação consiste essencialmente em determinar em que medida são alcançados os objetivos do currículo . Isto implica: 1) o enunciado das metas e dos objetivos do currículo; 2) a classificação taxionômica dos objetivos; 3)a definição dos objetivos comportamentais; 4) a elaboração de ferramentas de avaliação úteis e confiáveis.
  • 37. ÉPOCA DA INOCÊNCIA A tentativa de esquecimento da guerra da depressão, criar e desenvolver atitudes, adquirir recursos e conseguir desfrutar de uma “boa vida”. Gasta-se muito nas áreas urbanas, empobrecimento e descaso com as áreas rurais, com os negros, os pobres e com os recursos naturais. Neste período não existe uma preocupação propriamente dita com a qualidade das escolas, este é o período de construção e ampliação.
  • 38. A ÉPOCA DO REALISMO O acordar da era da inocência de forma brusca, ocorre em função da corrida espacial. No principio da década de 1960 vários educadores, se deram conta da inoperância do seu trabalho e que as conclusões sobre a avaliação não estavam ajudando aos elaboradores de currículo. OCORRE NESTE PERÍODO A CRISE DE IDENTIDADE DOS AVALIADORES, QUAL O SEU PAPEL? PARA QUE SERVIAM EFETIVAMENTE? SE DEVERIAM SER INVESTIGADORES, ADMINISTRADORES DE TESTES,PROFESSORES, ORGANIZADORES OU FILÓSOFOS.
  • 39. ÉPOCA DO PROFISSIONALISMO UNIVERSIDADES CRIAM DEPARTAMENTOS PARA DESENVOLVER ESTUDOS SOBRE AVALIAÇÃO, VÁRIOS ÁRTIGOS SÃO PUBLICADOS, É CRESCENTE O INTERESSE E O AUMENTO DE CURSOS E ESTUDOS SOBRE O TEMA. Apesar da crescente busca de métodos adequados, do incremento da comunicação, do entendimento entre os principais teóricos, e do desenvolvimento de novas técnicas, a prática atual da avaliação tem modificado muito pouco.
  • 40. Está claro que é necessário renovar os esforços para educar, os avaliadores nas novas técnicas, para por a prova e informar dos resultados conseguido mediantes e para desenvolver técnicas adicionais. Em todos estes esforços, deve por a ênfase em conseguir que a metodologia responda as necessidades dos profissionais e daqueles a quem eles servem.
  • 42. Nessa fase, a avaliação da aprendizagem buscara superar o caráter quantitativo e classificatório, recomendando-se que esta deveria possuir características de diagnóstico, indicar para o professor a necessidade de reformulação de sua prática pedagógica, e de novos encaminhamentos para que a aprendizagem realmente acontecesse.
  • 43. Para Álvarez Méndez (2002, p.72) “importa nessa interpretação, e com vistas à dimensão formativa da avaliação, a qualidade e a relevância da informação que se coleta com o fim de apreciar o valor formativo/educativo do que é objeto da avaliação”. Classificatória; Excludente; Avaliava somente os alunos; Serviam para a manutenção da ordem estabelecida: A escola dualista; As relações de poder; A violência simbólica. A partir da década de 1980 ocorrem as denúncias de que a avaliação é :