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SOCIOLOGIA DA SAÚDE
Conceito Geral da
Sociologia
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SOCIOLOGIA
Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da
Sociologia. Comte foi o percursor do positivismo, no século XIX, que
constituiu a base para o surgimento do cientificismo. O cientificismo acredita
que a forma provável que existe para se chegar ao conhecimento é por meio
da ciência. Comte lutava para que todos os ramos de estudos fossem
elaborados com a máxima objetividade. Este pensador francês defendia o
ponto de vista de serem válidas apenas as análises das sociedades que eram
feitas com espírito científico, ou seja, com objetividade e sem metas
preconcebidas. Os estudos das relações humanas deveriam constituir uma
nova ciência, a que se deu o nome de Sociologia. De fato, Comte foi o
primeiro a usar a palavra sociologia, em 1839, em seu Curso de Filosofia
Positiva. Segundo Comte, a Sociologia é a ciência suprema, estando acima de
todas as filosofias e religiões. “Dela tudo parte e a ela tudo se reduz, ”
afirmou.
SOCIOLOGIA
Mas foi a partir do trabalho de Émile Durkheim
(1858-1917) que a Sociologia passou, de fato, a ser
considerada uma ciência. Com seu rigor científico,
Durkheim classificou a Sociologia como uma ciência
com credibilidade, e assim ela se desenvolveu
academicamente ao longo do tempo. Foi Durkheim
quem formulou os primeiros conceitos da Sociologia.
Ele demonstrou que os fatos sociais têm
características próprias. Para Durkheim, a Sociologia
é o estudo dos fatos sociais.
SOCIOLOGIA
O que são os fatos sociais?
De acordo com Durkheim, são o modo como um
grupo social pensa, sente e age. Para Durkheim,
os fatos sociais existem independentes da
vontade de uma pessoa, antes mesmo de ela
nascer, e são impostos pela sociedade.
SOCIOLOGIA
Os fatos sociais são basicamente caracterizados por três
características:
1. Generalidade: o fato social é comum a todos, ou a pelo menos à
maioria, de um grupo de pessoas. Exemplos: a forma de habitação, de
comunicação, de sentidos e moral.
2. Exterioridade: o fato social existe, não dependendo da vontade do
indivíduo. São as leis, as regras sociais e os costumes que são
impostos de maneira coercitiva.
3. Coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a adotar o
comportamento estabelecido. As pessoas são obrigadas a viver
conforme as regras da sociedade, independentemente de sua vontade
ou escolha.
SOCIOLOGIA
Os fatos sociais, de acordo com Durkheim, podem ser
estudados de forma objetiva, como “coisas”. Da mesma
maneira como a Biologia estuda a natureza, a Sociologia
estuda os fatos sociais. Para a teoria sociológica de
Durkheim, os fatos sociais têm existência própria, ou
seja, independem das crenças e ações de indivíduos.
Surgiu como uma das manifestações do pensamento
moderno. A evolução do pensamento científico intenta
cobrir uma nova área do conhecimento humano ainda
não incorporada ao saber científico, qual seja, o mundo
social.
SOCIOLOGIA
Enquanto ciência, a sociologia tinha o objetivo de
sistematizar o estudo dos fenômenos sociais em busca de
resolução aos problemas sociais. Os sociólogos buscam
compreender as diferentes interações entre as pessoas
para que possam estabelecer relações de causa e efeito
dos diferentes fenômenos sociais e “assim indicar para as
organizações públicas e privadas maneiras de atender às
necessidades dos indivíduos, buscar os seus direitos,
estabelecer os seus deveres ou o que quer que seja para a
humanidade como um todo avance em busca de melhor
qualidade de vida” (DIAS, idem).
SOCIOLOGIA
Augusto Comte (positivista2): “as sociedades estavam em estado de caos social,
era necessário restabelecer a ordem nas ideias e nos conhecimentos”. Comte
estabeleceu as bases iniciais do que seria uma ciência social, abriu perspectivas
para um novo campo de pesquisa científica o qual se ocupou dos fenômenos
sociais.
Surgimento da Sociologia: mudanças provocadas pela revolução científico-
tecnológica (Revolução Industrial) iniciada no século XVIII. Influência também da
Revolução Francesa de 1789.
Esse surgimento ocorre num contexto histórico específico: nos derradeiros
momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da sociedade
capitalista. (MARTINS, 2007, p. 10). Mudanças profundas no campo social.
As relações entre as pessoas de uma realidade rural (relações pouco complexas)
passam a sofrer modificações em função das novas estruturas sociais que se
desenvolveram em torno de uma nova realidade industrial complexa.
SOCIOLOGIA
Principais características da Revolução Industrial:
Transformação da economia inglesa, que passou de
predominantemente agrária a uma economia
industrial.
 Relação patrão x empregado; homem x máquina
Com o advento da Revolução Industrial, surgem
novos papéis sociais, principalmente o empresário
capitalista e o de operário.
SOCIOLOGIA
Com a consolidação industrial se configura um
‘mercado de trabalho’, no qual se vendem as
‘capacidades de trabalho’ (na linguagem de Marx, a
alienação da força de trabalho). Os novos
trabalhadores industriais têm que empregar
disciplinadamente3 sua força laboral em benefício
dos detentores dos meios-de-produção, do local de
trabalho, do maquinário e da matéria-prima (os
capitalistas).
SOCIOLOGIA
Em decorrência da rápida urbanização, é provocado o aumento de problemas sociais,
como ausências de moradia, miséria, precariedade de serviços sanitários e de saúde,
prostituição, alcoolismo, suicídios, infanticídios, surtos de violências e de epidemias
(cólera, tifo) entre outros.
Características fundamentais das novas formas de organização social:
- Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas
- A divisão do trabalho e a necessidade de sua coordenação (que resulta no
empobrecimento intelectual do empregado e não do aumento da habilidade individual).
- Mudanças culturais no trabalho (problemas na gestão do fator humano – imposição de
disciplina rígida e articulação dos indivíduos isolados);
- Produção de bens em grande quantidade;
- Surgimento de novos papéis sociais (empresário X operário). Agora os trabalhadores não
vendiam mais os seus produtos, mas sua ‘capacidade de trabalho’.
Surgimento do Proletariado
Um dos pontos mais significativos dos anos que se seguiram a este estado de
coisas foi o surgimento do proletariado, que desempenha um papel histórico
essencial ao desenvolvimento da sociedade capitalista.
Os trabalhadores começam a negar suas condições de vida. Passam a se
revoltar e destruir máquinas, sabotar oficinas, cometer roubos e crimes,
evoluindo para as associações livres, criação de sindicatos, etc. A classe
operária começou a organizar-se.
Todos esses eventos de impacto social profundo colocaram a sociedade num
plano de análise. A sociedade passa a se constituir em “problema”, em
“objeto” a ser analisado.
Os primeiros homens que se preocuparam com essas transformações não
eram homens da ciência (ainda), mas homens que, pela ação, queriam
empreender uma mudança (no século XVIII para o XIV: Owen, Willian
Thompson, Jeremy Bentham, por exemplos).
SOCIOLOGIA
A sociologia surge como constituição de um saber sobre a sociedade, ela constitui
uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial.
- Mudança no pensamento:
Não só as transformações sociais foram importantes no surgimento da sociologia,
mas também uma mudança no pensamento:
Renúncia a uma visão sobrenatural para explicar os fatos, substituindo-a por uma
indagação racional. Há modificações na forma de se conhecer a natureza e a
cultura.
A experimentação e o método científico são aplicados para o conhecimento da
natureza (domínio racional da natureza). O progresso nesse campo é intenso,
desde Copérnico a Newton.
A crença cede lugar à dúvida metódica a fim de possibilitar um conhecimento
objetivo da realidade.
SOCIOLOGIA
Esse conhecimento deveria ser estendido e
aplicado ao estudo da sociedade. Passa-se a
buscar leis gerais sobre a sociedade, campo em
que deveriam ser evitadas conjecturas e
especulações (Ferguson apud Martins, 2007, p.
19). O método é o empírico e indutivo (baseado
no método das ciências da natureza).
Compreensão de uma lógica do processo histórico
(Vico, Hegel, Marx)
Alie-se a esses fatos que o iluminismo e a revolução burguesa (1789)
questionavam as instituições da época denunciando-as injustas e irracionais,
que atentavam contra a natureza dos indivíduos e impediam a liberdade do
homem.
Surge uma crescente racionalização da vida social. As instituições começam a
ser vistas como produtos da atividade do próprio homem, e não fenômenos
sagrados e imutáveis. Sendo produtos do homem, elas podem ser
transformadas com a ajuda da filosofia e da sociologia (Marx).
A partir da terceira década do século XIX intensificam-se as crises econômicas
e as lutas de classe na sociedade francesa. A burguesia, já no poder, começa
a utilizar as instituições estatais para conter o movimento social e a
“desordem”. Tornam-se evidentes os motivos da revolução burguesa (em
prol da burguesia, que se torna elite).
SOCIOLOGIA
Passada a revolução, alguns pensadores franceses como Durkheim e Comte começam a
fomentar uma ciência social ao buscar entender a nova realidade provocada pela
revolução. Esses pensadores nutriam certo rancor pela revolução, principalmente pelos
seus falsos dogmas (liberdade, igualdade e importância do indivíduo em face das
instituições sociais). Esses primeiros teóricos começam a utilizar os termos “anarquia”,
“perturbação”, “crise”, “desordem” para julgar aquele estado de coisas.
Os novos teóricos propõem racionalizar a nova ordem e encontrar soluções. Para tanto
era necessário conhecer as “leis” (científicas) que regem os fatos sociais.
Auguste Comte: “a nova teoria positiva da sociedade deve ensinar os homens a aceitar a
ordem (industrial) existente, deixando de lado sua negação” (idem).
- A sociologia, nova ciência da sociedade, surge com fins e interesses práticos.
A nova ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social,
enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia
social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade.

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  • 1. SOCIOLOGIA DA SAÚDE Conceito Geral da Sociologia Enfermeiro – COREN: 709655 CUMBA: LUCIANO SOARES
  • 2. SOCIOLOGIA Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Comte foi o percursor do positivismo, no século XIX, que constituiu a base para o surgimento do cientificismo. O cientificismo acredita que a forma provável que existe para se chegar ao conhecimento é por meio da ciência. Comte lutava para que todos os ramos de estudos fossem elaborados com a máxima objetividade. Este pensador francês defendia o ponto de vista de serem válidas apenas as análises das sociedades que eram feitas com espírito científico, ou seja, com objetividade e sem metas preconcebidas. Os estudos das relações humanas deveriam constituir uma nova ciência, a que se deu o nome de Sociologia. De fato, Comte foi o primeiro a usar a palavra sociologia, em 1839, em seu Curso de Filosofia Positiva. Segundo Comte, a Sociologia é a ciência suprema, estando acima de todas as filosofias e religiões. “Dela tudo parte e a ela tudo se reduz, ” afirmou.
  • 3. SOCIOLOGIA Mas foi a partir do trabalho de Émile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou, de fato, a ser considerada uma ciência. Com seu rigor científico, Durkheim classificou a Sociologia como uma ciência com credibilidade, e assim ela se desenvolveu academicamente ao longo do tempo. Foi Durkheim quem formulou os primeiros conceitos da Sociologia. Ele demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Para Durkheim, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais.
  • 4. SOCIOLOGIA O que são os fatos sociais? De acordo com Durkheim, são o modo como um grupo social pensa, sente e age. Para Durkheim, os fatos sociais existem independentes da vontade de uma pessoa, antes mesmo de ela nascer, e são impostos pela sociedade.
  • 5. SOCIOLOGIA Os fatos sociais são basicamente caracterizados por três características: 1. Generalidade: o fato social é comum a todos, ou a pelo menos à maioria, de um grupo de pessoas. Exemplos: a forma de habitação, de comunicação, de sentidos e moral. 2. Exterioridade: o fato social existe, não dependendo da vontade do indivíduo. São as leis, as regras sociais e os costumes que são impostos de maneira coercitiva. 3. Coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a adotar o comportamento estabelecido. As pessoas são obrigadas a viver conforme as regras da sociedade, independentemente de sua vontade ou escolha.
  • 6. SOCIOLOGIA Os fatos sociais, de acordo com Durkheim, podem ser estudados de forma objetiva, como “coisas”. Da mesma maneira como a Biologia estuda a natureza, a Sociologia estuda os fatos sociais. Para a teoria sociológica de Durkheim, os fatos sociais têm existência própria, ou seja, independem das crenças e ações de indivíduos. Surgiu como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do pensamento científico intenta cobrir uma nova área do conhecimento humano ainda não incorporada ao saber científico, qual seja, o mundo social.
  • 7. SOCIOLOGIA Enquanto ciência, a sociologia tinha o objetivo de sistematizar o estudo dos fenômenos sociais em busca de resolução aos problemas sociais. Os sociólogos buscam compreender as diferentes interações entre as pessoas para que possam estabelecer relações de causa e efeito dos diferentes fenômenos sociais e “assim indicar para as organizações públicas e privadas maneiras de atender às necessidades dos indivíduos, buscar os seus direitos, estabelecer os seus deveres ou o que quer que seja para a humanidade como um todo avance em busca de melhor qualidade de vida” (DIAS, idem).
  • 8. SOCIOLOGIA Augusto Comte (positivista2): “as sociedades estavam em estado de caos social, era necessário restabelecer a ordem nas ideias e nos conhecimentos”. Comte estabeleceu as bases iniciais do que seria uma ciência social, abriu perspectivas para um novo campo de pesquisa científica o qual se ocupou dos fenômenos sociais. Surgimento da Sociologia: mudanças provocadas pela revolução científico- tecnológica (Revolução Industrial) iniciada no século XVIII. Influência também da Revolução Francesa de 1789. Esse surgimento ocorre num contexto histórico específico: nos derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da sociedade capitalista. (MARTINS, 2007, p. 10). Mudanças profundas no campo social. As relações entre as pessoas de uma realidade rural (relações pouco complexas) passam a sofrer modificações em função das novas estruturas sociais que se desenvolveram em torno de uma nova realidade industrial complexa.
  • 9. SOCIOLOGIA Principais características da Revolução Industrial: Transformação da economia inglesa, que passou de predominantemente agrária a uma economia industrial.  Relação patrão x empregado; homem x máquina Com o advento da Revolução Industrial, surgem novos papéis sociais, principalmente o empresário capitalista e o de operário.
  • 10. SOCIOLOGIA Com a consolidação industrial se configura um ‘mercado de trabalho’, no qual se vendem as ‘capacidades de trabalho’ (na linguagem de Marx, a alienação da força de trabalho). Os novos trabalhadores industriais têm que empregar disciplinadamente3 sua força laboral em benefício dos detentores dos meios-de-produção, do local de trabalho, do maquinário e da matéria-prima (os capitalistas).
  • 11. SOCIOLOGIA Em decorrência da rápida urbanização, é provocado o aumento de problemas sociais, como ausências de moradia, miséria, precariedade de serviços sanitários e de saúde, prostituição, alcoolismo, suicídios, infanticídios, surtos de violências e de epidemias (cólera, tifo) entre outros. Características fundamentais das novas formas de organização social: - Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas - A divisão do trabalho e a necessidade de sua coordenação (que resulta no empobrecimento intelectual do empregado e não do aumento da habilidade individual). - Mudanças culturais no trabalho (problemas na gestão do fator humano – imposição de disciplina rígida e articulação dos indivíduos isolados); - Produção de bens em grande quantidade; - Surgimento de novos papéis sociais (empresário X operário). Agora os trabalhadores não vendiam mais os seus produtos, mas sua ‘capacidade de trabalho’.
  • 12. Surgimento do Proletariado Um dos pontos mais significativos dos anos que se seguiram a este estado de coisas foi o surgimento do proletariado, que desempenha um papel histórico essencial ao desenvolvimento da sociedade capitalista. Os trabalhadores começam a negar suas condições de vida. Passam a se revoltar e destruir máquinas, sabotar oficinas, cometer roubos e crimes, evoluindo para as associações livres, criação de sindicatos, etc. A classe operária começou a organizar-se. Todos esses eventos de impacto social profundo colocaram a sociedade num plano de análise. A sociedade passa a se constituir em “problema”, em “objeto” a ser analisado. Os primeiros homens que se preocuparam com essas transformações não eram homens da ciência (ainda), mas homens que, pela ação, queriam empreender uma mudança (no século XVIII para o XIV: Owen, Willian Thompson, Jeremy Bentham, por exemplos).
  • 13. SOCIOLOGIA A sociologia surge como constituição de um saber sobre a sociedade, ela constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial. - Mudança no pensamento: Não só as transformações sociais foram importantes no surgimento da sociologia, mas também uma mudança no pensamento: Renúncia a uma visão sobrenatural para explicar os fatos, substituindo-a por uma indagação racional. Há modificações na forma de se conhecer a natureza e a cultura. A experimentação e o método científico são aplicados para o conhecimento da natureza (domínio racional da natureza). O progresso nesse campo é intenso, desde Copérnico a Newton. A crença cede lugar à dúvida metódica a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade.
  • 14. SOCIOLOGIA Esse conhecimento deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade. Passa-se a buscar leis gerais sobre a sociedade, campo em que deveriam ser evitadas conjecturas e especulações (Ferguson apud Martins, 2007, p. 19). O método é o empírico e indutivo (baseado no método das ciências da natureza).
  • 15. Compreensão de uma lógica do processo histórico (Vico, Hegel, Marx) Alie-se a esses fatos que o iluminismo e a revolução burguesa (1789) questionavam as instituições da época denunciando-as injustas e irracionais, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e impediam a liberdade do homem. Surge uma crescente racionalização da vida social. As instituições começam a ser vistas como produtos da atividade do próprio homem, e não fenômenos sagrados e imutáveis. Sendo produtos do homem, elas podem ser transformadas com a ajuda da filosofia e da sociologia (Marx). A partir da terceira década do século XIX intensificam-se as crises econômicas e as lutas de classe na sociedade francesa. A burguesia, já no poder, começa a utilizar as instituições estatais para conter o movimento social e a “desordem”. Tornam-se evidentes os motivos da revolução burguesa (em prol da burguesia, que se torna elite).
  • 16. SOCIOLOGIA Passada a revolução, alguns pensadores franceses como Durkheim e Comte começam a fomentar uma ciência social ao buscar entender a nova realidade provocada pela revolução. Esses pensadores nutriam certo rancor pela revolução, principalmente pelos seus falsos dogmas (liberdade, igualdade e importância do indivíduo em face das instituições sociais). Esses primeiros teóricos começam a utilizar os termos “anarquia”, “perturbação”, “crise”, “desordem” para julgar aquele estado de coisas. Os novos teóricos propõem racionalizar a nova ordem e encontrar soluções. Para tanto era necessário conhecer as “leis” (científicas) que regem os fatos sociais. Auguste Comte: “a nova teoria positiva da sociedade deve ensinar os homens a aceitar a ordem (industrial) existente, deixando de lado sua negação” (idem). - A sociologia, nova ciência da sociedade, surge com fins e interesses práticos. A nova ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade.