1. CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM TERAPIAS
COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS
DISCIPLINA: ABORDGENS PSICOTERÁPICAS
ESPECIALIZADAS
PROFESSOR(A):RENATHA COSTA
2. • Evolução histórica da Psicologia
• O surgimento da Psicologia Científica
• As primeiras escolas da Psicologia
• A Psicologia no Brasil
• Especialidades da Psicologia
• Diferentes Abordagens em Psicologia
• Abordagens Psicodinâmicas
• Abordagens Comportamentais
• Abordagens Humanistas e Existenciais
3. A evolução histórica da Psicologia
No meio científico diz-se que a Psicologia é uma ciência com um longo
passado, mas com uma história curta. Esta afirmação faz sentido quando
consideramos dois grandes momentos na sua história:
O momento filosófico-especulativo e o científico.
O primeiro tem sua origem no pensamento grego e se estende até o final
do século XIX ou princípio do XX, período considerado como marco do
surgimento da Psicologia Científica, o segundo momento.
4. Os primórdios do pensamento psicológico
As primeiras idéias, no Ocidente, relacionadas à Psicologia, surgiram com o
pensamento filosófico, quando os gregos se propunham indagar, investigar, organizar e
compreender o mundo. Nas palavras de Marilena Chauí:
[...] a filosofia surgiu quando se descobriu que a verdade do mundo e dos
humanos não era algo secreto e misterioso, que precisava ser revelado por
divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por
todos, através da razão que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal
conhecimento dependia do uso correto da razão ou do pensamento e que, além
da verdade poder ser conhecida por todos, podia pelo mesmo motivo, ser
ensinada ou transmitida a todos.
(CHAUÍ, 1995, p.23).
5. A origem....
É neste sentido que a Filosofia enquanto conhecimento sistemático e
racional oportunizou o surgimento das primeiras indagações sobre a
subjetividade do homem.
A origem da Psicologia, considerada inicialmente como parte da Filosofia,
ou Filosofia Mental, pode ser localizada no quarto e quinto séculos A.C.
com os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles, que levantaram
questionamentos e reflexões sobre o funcionamento da mente.
6. A origem....
De acordo com Ana Bock (1999), desde a Antiguidade e muito antes do
advento da Psicologia Científica, os gregos já haviam postulado duas
grandes teorias: a platônica, que defendia a imortalidade da alma e a
concebia como separada do corpo; e a aristotélica, que afirmava, na Ética,
a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.
7. O surgimento da Psicologia Científica
Século XIX. Esse foi um século marcado pelo advento de muitas ciências e
pelo recuo da Filosofia, enquanto teoria do conhecimento. Foi nesse
contexto que surgiu a Psicologia Científica.
Com a crise econômica e social causada pela emergência do modo de
produção capitalista, o indivíduo também entrava em crise, questionando
vários aspectos da sua existência. Surgiu, então, a necessidade de uma
ciência que explicasse os aspectos individuais e subjetivos do ser humano.
8. O surgimento da Psicologia Científica
Wilhelm Wundt (1832 – 1920) é considerado o idealizador da Psicologia
como ciência, pois fundou em 1879, o primeiro laboratório experimental de
Psicologia, na universidade de Leipzig, na Alemanha, sendo este o marco
histórico da Psicologia como ciência. Dedicou se a investigar os processos
elementares da consciência (experiência imediata), além das experiências
sensoriais, através do método da introspecção analítica.
Introspecção- Exame que alguém faz dos próprios
pensamentos e sentimentos; observação do interior.
9. As primeiras escolas da Psicologia
Como mencionamos anteriormente, a Psicologia nasceu na Alemanha, no final
do século XIX, porém, estudiosos de outros países se empenharam em
desenvolver novas construções teóricas que a consolidaram no status de ciência.
Esta sistematização foi determinante para a formulação de novas teorias, ou
escolas, que inicialmente caracterizavam-se como posturas metodológicas de
investigação e pesquisa.
As primeiras escolas foram: o Funcionalismo, de William James (1842-1910); o
Estruturalismo, de Edward Titchner (1867-1927); e o Associacionismo, de
Edward L. Thorndike (1874-1949).
10. Funcionalismo
Por estudar o funcionamento dos processos mentais para auxiliar
o ser humano, esse movimento ficou conhecido como
Funcionalismo e foi considerado a primeira sistematização
genuinamente americana.
Os postulados do Funcionalismo chegaram até os nossos dias
através da abordagem da Psicologia Cognitiva.
11. Estruturalismo
O Estruturalismo foi defendido pelos pioneiros da Psicologia Científica
(Wundt e Edward B. Titchner) que entendiam que o importante seria
determinar os dados imediatos da consciência: as características principais
e específicas dos processos de consciência, e seus elementos
fundamentais.
Apesar de investigar a consciência, como os funcionalistas, os
estruturalistas focaram o seu estudo nos estados elementares da
consciência: as estruturas do sistema nervoso.
12. Associacionismo
O Associacionismo teve como seu principal representante Edward L.
Thorndike que defendia uma produção de conhecimento pautada na
utilidade do mesmo. Sua teoria, considerada como a primeira teoria sobre
a aprendizagem na Psicologia, concebia a aprendizagem como um
processo de associação de idéias, as quais acontecem sempre das mais
simples para as mais complexas.
13. As teorias do século XX
A característica mais marcante da Psicologia do século XX é a sua divisão
em quatro grandes movimentos ou forças que diferem por sua visão de
mundo e homem e, consequentemente, por sua metodologia de
investigação.
A primeira força da Psicologia desse século é o Movimento Behaviorista,
que tem como premissa a determinação do meio ambiente sobre o
comportamento.
Seu objeto de estudo é o comportamento que é sempre um produto do
meio ambiente. Entre os principais representantes deste movimento temos:
John Watson; B. F. Skinner; e Ivan Pavlov.
14. Segunda Força
A segunda força da Psicologia é o Movimento Psicanalítico. Organizado
a partir do pensamento de Sigmund Freud, enfatiza o estudo no
inconsciente, que influenciaria fortemente as ações conscientes do
indivíduo.
Sua visão de homem é a de um organismo irracional, podendo ser
governado, manipulado por forças ocultas, instintivas, que ele desconhece.
Entre os principais representantes deste movimento temos: S. Freud;
Melanie Klein; e J. Lacan.
15. Terceira Força
A terceira força é o Movimento Fenomenológico Existencial/Humanista
que tem como objeto de estudo a consciência e nega qualquer
determinismo, acreditando na liberdade de escolha.
O homem é a fonte de todos os seus atos, ele é essencialmente livre para
fazer suas escolhas e o ponto central é a sua consciência.
Entre os principais representantes deste movimento temos: Husserl;
Maslow; e Rogers.
16. Quarta Força
A quarta força da Psicologia é o Movimento Transpessoal, que
representa a primeira corrente da Psicologia contemporânea que dedica
atenção privilegiada à dimensão espiritual da experiência humana.
Seu objeto de estudo são os estados alterados de consciência, obtidos
através de uma ampliação da consciência. O termo transpessoal significa
ultrapassar ou transcender a personalidade. Entre os principais
representantes deste movimento temos: W. James; C.G. Jung; e S. Grof.
20. Período Colonial
• Os Jesuítas, direcionados para a educação,
• Padre Antônio Vieira (1608-1697)
• José de Anchieta (1534-1597)
• Ideias Psicológicas sobre a educação e o desenvolvimento da criança
• Articulação com a maneira indígena de tratar as crianças
• Ideias sobre as “paixões da alma”
21. Educação até séc. XIX
• Teólogos, professores e médicos: autores de obras filosóficas,
tendem a considerar a Psicologia como parte da metafísica;
• Preocupação com desenvolvimento das faculdades psíquicas das
crianças: inteligência, sensações, vontade;
• Métodos de ensino: aprendizagem e utilização de recompensas e
castigos.
22. Medicina até séc. XIX
• 1832: Faculdades de Medicina no RJ e na BA
• Teses (1836): trabalhos sobre fenômenos psicológicos: paixões ou
emoções, diagnóstico e tratamento de alucinações, epilepsia,
ninfomania, hipocondria, psicofisiologia, educação física e moral,
higiene escolar, sexualidade e temas psicossociais;
• 1881: cátedra “Clínica das moléstias mentais”;
• Controle de epidemias e da conduta humana.
23. Período Pré-Universitário - Medicina
• Laboratórios de Psicologia nos Manicômios
• RJ, 1907: Juliano Moreira, Hospital Nacional de Alienados (antigo Hospício
Pedro II)
• RJ, 1924: Waclaw Radecki, Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro
• Deu origem ao Instituto de Psicologia da Universidade do Brasil
• Promoção de tratamentos mais humanos para os “alienados”
• Franco da Rocha – Rio de Janeiro
24. Período Pré-Universitário - Medicina
• Hospício de Juquery – SP (1898)
• Franco Rocha – práticas científicas e “ asilamento racional”;
• Pavilhão para crianças anormais, laboratório histoquímico e manicômio
judiciário;
• Alternância de banhos frios e quentes, malarioterapia, traumaterapia,
laborterapia e terapias medicamentosas;
• Poucas contribuições à Psicologia;
25. Período Pré-Universitário - Medicina
• Hospital Nacional dos Alienados (1822 - Antigo Pedro II)
• 1902: tratamento eminentemente médico
• 1907: Laboratório de Psicologia Experimental da Clínica Psiquiátrica do
Hospital Nacional dos Alienados (2º lab)
• Setor dos “criminosos loucos” – futuro Manicômio Judiciário (1921)
• Ecletismo como posição hegemônica
• Vínculo explícito com a Psicologia – produção de conhecimentos
• Maurício de Medeiros e Plínio Olinto
26. Período Pré-Universitário - Medicina
• Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro
• 1910, RJ
• 1923: Laboratório de Psicologia – Waclaw Radecki (1887-1953)
• Intensa produção
• 1ª referência da perspectiva psicoterápica – ação que limitava-se à Psiquiatria – mais
tarde, um dos mais importantes campos de atuação do psicólogo
• 1932: Lab transformado em Instituto de Psicologia pelo Ministério de Educação e Saúde
Pública, incorporado à Universidade do Brasil, para contribuir com as Faculdades de
Filosofia, Ciências e Letras; Educação; Política, e Economia
• Continha Escola de Enfermagem com disciplina de Psicologia
27. Período Pré-Universitário - Medicina
• Teses nas Faculdades de Medicina de Salvador e RJ (desde 1832)
• c. 1880: Wundt, Janet, Ribot, James etc.
• séc. XX: Psicanálise
• Henrique Roxo (1900)
• Duração dos atos psíquicos elementares: considerado o primeiro trabalho
de psicologia experimental no Brasil
28. Período Pré-Universitário - Educação
• Laboratórios de Psicologia nas Escolas Normais
• Escola Nova: Educação deve ser científica, e basear-se no saber das
ciências correlatas, especialmente da psicologia
• Focos:
• Processo de aprendizagem e métodos eficazes de ensino
• Fatores individuais que provocam problemas de aprendizagem (alunos e
professoras)
29. Período Pré-Universitário - Educação
• Teorias da aprendizagem
• Thorndike, Pavlov
• Conduta infantil e psicanálise
• Adler
• SP, 1906: planejado por Alfred Binet, instalado por Medeiros e Albuquerque (William
James, hipnose e fisiologia do sistema nervoso) e Manuel Bomfim, no Pedagogium
(Museu pedagógico)
• SP, 1914: Laboratório de Pedagogia Experimental; Escola Normal de SP, dirigido por
Ugo Pizzoli
• Deu origem ao curso de Filosofia da USP
• BH, c.1930: Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico; Helena Antipoff (Claparède,
Simon, Piaget)
30. Período Pré-Universitário
• Contexto
• Império => República
• Influência francesa e Positivismo
• Teses nas Faculdades de Medicina de Salvador e RJ (desde 1832)
• 1880: Wundt, Janet, Ribot, James etc.
• Séc. XX: Psicanálise
• Henrique Roxo (1900)
• Duração dos atos psíquicos elementares: considerado o primeiro
trabalho de psicologia experimental no Brasil
31. Período Pré-Universitário - Laboratórios no Brasil
Hospícios
• RJ, 1907: Juliano Moreira, Hospital Nacional de Alienados (antigo Hospício
Pedro II)
• RJ, 1924: Waclaw Radecki, Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro
• Deu origem ao Instituto de Psicologia da Universidade do Brasil
32. Período Pré-Universitário - Laboratórios no Brasil
Escolas Normais
▪ SP, 1906: planejado por Alfred Binet, instalado por Medeiros e Albuquerque (William
James, hipnose e fisiologia do sistema nervoso) e Manuel Bomfim, no Pedagogium
(Museu pedagógico)
▪ SP, 1914: Laboratório de Pedagogia Experimental; Escola Normal de SP, dirigido
por Ugo Pizzoli
▪ Deu origem ao curso de Filosofia da USP
▪ BH, c.1930: Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico; Helena Antipoff (Claparède,
Simon, Piaget)
33. Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte - 1928
• Reforma do Ensino de MG – Francisco Campos
• Psicologia assume papel de destaque – Escola de Aperfeiçoamento
deveria difundir a Pedagogia a ser implementada no estado
• Promoveu vários cursos: Simon (col. Binet), Helena Antipoff (assist.
Claparède), que permaneceu no Brasil.
Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte - 1928
34. Laboratório de Psicologia
• Helena Antipoff (responsável)
• Pesquisas sobre: inteligência, relações entre escola e meio social, entre
inteligência e vocabulário, seleção e orientação profissional,
homogeneização de classes escolares, motricidade e fadiga, revisão e
adaptação de testes de para medida psicológica e verificação do
rendimento escolar;
• Pesquisas de campo, dados coletas em sala de aula;
Laboratório de Psicologia - Helena Antipoff (responsável)
35. • Trouxe perspectiva genético-funcional e construtivista (Claparède e
Psicologia soviética)
• Classe especial para “deficientes mentais”
• Germe de várias escolas
• “Indivíduo excepcional”
• Inteligência civilizada – ação pedagógica seria determinante
Laboratório de Psicologia - Helena Antipoff (responsável)
38. Fred Simmons Keller (1899-1996)
• Behaviorista – Análise Experimental do Comportamento
• Trabalhou com B. F. Skinner
• Contratado pela UnB para estabelecer o curso de Psicologia (c. 1960)
• USP-1961; UnB-1964
• Métodos de ensino e formação de pesquisadores
• PSI – Personalized System of Instruction
39. Período Universitário - Filosofia
• 1938 – criação da USP (primeira universidade do Brasil)
• Cadeiras dos cursos de Filosofia:
• Psicologia Geral
• Psicologia Educacional
• Cursos de especialização com duração de 2 anos
• Introdução da Psicanálise na universidade
• Psicologia aplicada
• Empresas – seleção de pessoal
40. Período Profissional
Influências anteriores:
• Medicina – hospitais psiquiátricos
• Educação – escolas normais
• Filosofia – cadeiras de psicologia na universidade
• Lei 4.119, de 1962, cria a profissão de psicólogo
• Formação nos departamentos de Filosofia das universidades
• Currículo mínimo para formar o psicólogo
• Curso de 5 anos
• Conselho Federal de Psicologia
• Criado em 1971
• Primeiro presidente: Arthur de Mattos Saldanha (UFRGS)
41. Período Profissional
• A primeira faculdade de Psicologia do Brasil foi a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em 1953. O curso
foi organizado pelo professor Hanns Ludwig Lippmann.
• A profissão de psicólogo foi regulamentada no Brasil em 1962, com a
Lei 4.119.
42. A Psicologia no Brasil hoje
• Influências das áreas originais:
• Medicina
• Educação
• Filosofia
• Influências teóricas
• Psicanálise (séc. XX inteiro, especialmente RJ e RS)
• Behaviorismo (anos 1960 – USP, UnB)
• Marxismo (anos 1980 em diante – Psicologia Social e Comunitária)
• Proliferação de cursos de graduação
• Relação entre ciência e profissão ainda não resolvida
• Diretrizes curriculares: Generalistas ou Especialistas?
43. Conselho Federal de Psicologia (CFP)
• O Conselho Federal de Psicologia é o órgão supremo dos Conselhos Regionais, com
jurisdição em todo o território nacional e sede no Distrito Federal.
• O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia
(CRPs) formam, juntos, o Sistema Conselhos.
• O CFP e os Conselhos Regionais foram criados pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro
de 1971 , regulamentada pelo Decreto 79.822, de 17 de junho de 1977. A lei define
que os Conselhos são dotados de personalidade jurídica de direito público, autonomia
administrativa e financeira.
44. Conselho Federal de Psicologia (CFP)
• O Título Profissional de Especialista em Psicologia, embora não constitua condição
obrigatória para exercício profissional, atesta o reconhecimento da atuação da psicóloga
ou do psicólogo à determinada área da especialidade, qualificando a formação do
profissional.
• O assunto e suas especificidades são regulamentados pela Resolução CFP nº 013/2007.
• As especialidades concedidas atualmente são as seguintes:
✓ Psicologia Escolar/Educacional;
✓ Psicologia Organizacional e do Trabalho;
✓ Psicologia de Tráfego;
✓ Psicologia Jurídica;
✓ Psicologia do Esporte;
✓ Psicologia Clínica;
✓ Psicologia Hospitalar;
✓ Psicopedagogia;
✓ Psicomotricidade;
✓ Psicologia Social;
✓ Neuropsicologia;
✓ Psicologia em Saúde;
✓ Avaliação Psicológica.
45. INDICAÇÃO DE VÍDEOS
O QUE É PSICOTERAPIA?
https://www.youtube.com/watch?v=M3rhCabFuuI
Lançamento da Resolução sobre Psicoterapia
https://www.youtube.com/watch?v=GrB1SScSRhE
A Resolução de Psicoterapias do CFP: uma conquista? Aula completa
https://www.youtube.com/watch?v=6k1P9I9jmTY&t=1190s
Nova RESOLUÇÃO do CFP sobre ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE
https://www.youtube.com/watch?v=zYk17Nf20k4
Conselhos de Psicologia: Funcionamento e Atribuições - 20 minutos
https://www.youtube.com/watch?v=0sTAmWev31k
AS PRINCIPAIS ESCOLAS TEÓRICAS DA PSICOLOGIA
https://www.youtube.com/watch?v=tXE-xCO1f2s
FILME:
Nise o coração da loucura
47. Definição de Psicoterapia
• É um método de tratamento mediante o qual um profissional treinado,
valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e
a relação terapêutica, realiza uma variedade de intervenções, auxiliando o
indivíduo a modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e
comportamental.
Cordioli, A. V. et al. 2008
48. Definição de Psicoterapia
No Dicionário Técnico de Psicologia (CABRAL, NICK, 1982) encontramos um
significado referente à “aplicação de técnicas especializadas ao tratamento
de distúrbios mentais ou aos problemas de ajustamento cotidiano”
49. Definição de Psicoterapia
• Resolução CFP 10/2000, por se constituir “técnica e conceitualmente, um
processo científico de compreensão, análise e intervenção que se realiza
através da aplicação sistematizada e controlada de métodos e técnicas
psicológicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética
profissional.” (BRASIL, 2000)
50. Tipos de Psicoterapia
De acordo com:
• Número de pessoas: individual; casal; familiar; grupo.
• Duração: curtas (sessões determinadas); longas (geralmente sem
previsão prévia)
• Setting: presencial; online.
• Condução do terapeuta: não diretiva; diretiva; mediador.
51. Diferentes Abordagens na Psicoterapia
Não existe apenas uma maneira de entender o ser humano, mas diversas
abordagens e vertentes, cada uma delas possui um entendimento sobre o ser
humano, e de como este se desenvolve e como adoece psicologicamente.
Há três vertentes que embasam as distintas abordagens terapêuticas:
✓ Psicoterapias psicodinâmicas
✓ Psicoterapia Comportamental
✓ Psicoterapias existenciais e humanistas
Cada uma delas segue seus estudos e práticas de acordo com suas buscas,
concepções, métodos, valores e objetivos.
52. Diferentes Abordagens na Psicoterapia
Perrez e Baumann (2004) classificam quatro grande propostas
psicoterapêuticas:
• Psicoterapias psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos com
base em conflitos inconscientes.
(Sigmund Freud, Melanie Klein, Lacan, Bion, Winnicott, Carl Jung, Alfred
Adler, Erik Erikson.)
53. Diferentes Abordagens na Psicoterapia
Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos
mentais baseadas na história de aprendizado do indivíduo e nas interações
dele com seu meio, e têm por objetivo o restabelecimento das competências
do paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e
percepções.
• (Terapia cognitivo comportamental; neurofeedback, Aaron Beck.)
54. Diferentes Abordagens na Psicoterapia
Psicoterapias existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do
princípio de que todo ser humano possui em si uma força interna que, se não
for impedida por influência externa, o conduz à sua plena realização. Elas
explicam assim os transtornos psíquicos como fruto da incongruência entre a
autoimagem e a experiência pessoal e buscam fomentar as forças de
autorrealização (selfatualisation) do indivíduo.
• (Terapia centrada no cliente, Fenomenologia, Gestalt-terapia, Logoterapia)
57. Psicanálise
Psicanálise Foco: Inconsciente, traumas, conteúdos reprimidos, desejos
proibidos. Questões:
✓ Como o inconsciente influencia nossos sentimentos e ações?
✓ De que modo o inconsciente funciona?
✓ Como podemos entender nosso conteúdo inconsciente?
✓ Como lidar com traumas antigos que nos bloqueiam?
✓ Como acontece o desenvolvimento da sexualidade?
58. Psicanálise
Sigmund Freud Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico neurologista
alemão, criador da Psicanálise. Segundo ele, o inconsciente é a fonte de
impulsos, desejos reprimidos e velhas lembranças. Ele realizou muitas
descobertas sobre sua teoria fazendo autoanálise, analisando seus sonhos
rigorosamente e também os de seus pacientes.
59. Psicanálise
A psicanálise compreende que nossos comportamentos e sentimentos são regidos por
desejos inconscientes.
O objeto de estudo da psicanálise é o inconsciente e sua análise é realizada por meio da
fala do paciente e da associação livre pelo psicanalista, que relaciona seu discurso com
as estruturas e elementos de seu inconsciente.
Busca, portanto, desvendar o funcionamento inconsciente, partindo do pressuposto de
que somos movidos por desejos e traumas inconscientes, entendendo que as
experiências traumáticas que atravessamos podem se transformar em sintomas, e estes
podem ser resolvidos por meio da análise do funcionamento inconsciente.
60. Psicanálise
Psicanálise é uma das teorias mais conhecidas da psicologia, tendo como foco analisar
os elementos inconscientes da pessoa atendida e tratar seus traumas.
O inconsciente é considerado tudo aquilo que sentimos, pensamos e desejamos que não
temos consciência.
Seria como um local que não temos acesso, que guarda nossos traumas passados e
nossos desejos reprimidos.
A terapia psicanalítica acontece por meio do diálogo, e pode muito útil para quem busca
entender melhor e lidar com traumas e desenvolver maior consciência de seu
funcionamento inconsciente.
61. Psicanálise
Primeira Tópica
Consciente: é apenas uma parte de nosso funcionamento mental, o que temos
consciência do que pensamos, sentimos, falamos e fazemos, sendo constituído pelas
ideias que estamos cientes no momento.
Pré-Consciente: é constituído por elementos inconscientes que podem se tornar
conscientes quando direcionamos a atenção para eles, podendo ser percebido nos
sonhos ou nos atos falhos, por exemplo.
Inconsciente: é composto pelo que não temos consciência, onde estão nossos desejos
reprimidos, conteúdos censurados e pulsões inacessíveis à consciência, que influencia
nossos comportamentos e ações.
62. Psicanálise
Segunda Tópica
Id: é a fonte de nosso desejo libidinal, onde estão todas as energias psíquicas e pulsões
que possuem como intuito a obtenção do prazer.
Ego: ("eu", em grego) é resultante da tentativa de estabelecer equilíbrio entre os desejos
do id e as exigências da realidade e ordens morais do super-ego. Na prática o que
queremos é viver todo o tempo nosso "id" (desejos), mas há o "super-ego" para nos proibir
e controlar, e o "ego" surge como resultante da tensão entre “id” e “super-ego”.
Super-Ego: é o representante das regras morais que nos impedem a realizar desejos, que
nos geram proibições e limites por meio de regras morais
63. Psicanálise
Psicoterapia Psicanalítica
O psicanalista trabalha por meio da associação livre de ideias, escutando a pessoa e
interpretando a sua fala com seus conteúdos inconscientes, para tomar consciência de
seu funcionamento inconsciente, defesas e traumas.
Na abordagem psicanalítica, a psicoterapia pode ser realizada com o paciente deitado
num divã, onde ele comenta livremente e sem restrições sobre suas aflições, desejos,
traumas, fantasias, sonhos, etc.
Mas também pode acontecer num sofá ou poltronas. A terapia promove a vivência do
conteúdo inconsciente, de modo a resolver questões que estavam mal resolvidas, traumas
e desejos reprimidos.
64. Indicação de Vídeo
O que é PSICANÁLISE e como funciona na prática
https://www.youtube.com/watch?v=S67LvRfNO4U
65. Psicologia Analítica
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um grande seguidor de Freud e da Psicanálise, porém,
com o tempo passou a desenvolver sua própria abordagem em psicologia, que chamou de
Psicologia Analítica.
Sua teoria possui bases na Psicanálise de Freud, porém há algumas diferenças
significativas.
A terapia Junguiana explora o universo simbólico da pessoa, não tão focado em
questões sexuais, mas no que Jung chama de “energia psíquica”, busca compreender as
relações entre a pessoa e seus sonhos, arquétipos, incluindo a ideia de um “inconsciente
coletivo”.
66. Indicação de vídeo
Terapia Junguiana: COMO FUNCIONA | Introdução e Conceitos | EGO E SELF |
Psicologia Analítica
https://www.youtube.com/watch?v=ZN1kqv9LRKA
Ego junguiano | O QUE É? | Ego e Self | EGO E CONSCIÊNCIA| Psicologia Analítica
Junguiana
https://www.youtube.com/watch?v=fHqPTJ5hNUE
JUNG - Arquétipos e o Inconsciente Coletivo! (COM EXEMPLOS)
https://www.youtube.com/watch?v=LRBjplRL3ow
68. Psicologia Comportamental
Foco: Comportamento
Questões:
Por que as pessoas se comportam de certa maneira?
Como acontece a aprendizagem e o condicionamento?
O que gera, o que mantém e o que diminui um comportamento?
Como diminuir comportamentos que nos geram mal estar?
Método: Observação, análise, classificação, reforço e avaliação.
69. Psicologia Comportamental
A Psicologia Comportamental é uma teoria focada no alívio dos sintomas e
comportamentos desagradáveis e obtenção de resultados em curto prazo. Parte do
princípio de que nos movemos em busca do prazer e tentamos evitar a dor, deste modo
repetimos comportamentos que nos são prazerosos e tentamos extinguir os que nos
geram sofrimento.
Acredita que nossos comportamentos são aprendidos e que os comportamentos
indesejados podem ser substituídos por outros mais adequados. Enquanto terapia, atua
na modificação de comportamentos indesejados e na aquisição de novos comportamentos
adequados.
70. Psicologia Comportamental
O comportamentalismo, ou behaviorismo, é a abordagem da psicologia mais científica,
pois trata diretamente com os comportamentos observáveis, que podem ser medidos e
classificados.
Foi iniciado pelo estudo sobre o condicionamento animal, pelo fisiologista russo Ivan
Pavlov (1849-1936), e desenvolvido pelos psicólogos estadounidenses John Watson
(1878-1958) e Burrhus Skinner (1904-1990).
A Terapia Comportamental costuma ser muito indicada para situações de sofrimento
intenso, como no caso de fobias, pânico, depressão, alto nível de ansiedade, compulsões
agudas, entre outras.
71. Psicologia Comportamental
Comportamento é considerado como uma resposta ou reação da pessoa a um estímulo,
seja este observável ou não.
Para o tratamento, propõe a modificação dos comportamentos, por meio duma
intervenção a curto prazo, que muitas vezes envolve tarefas para a pessoa realizar entre
as sessões, partindo de objetivos definidos.
A depressão, por exemplo, é entendida como uma série de comportamentos como
alterações no sono e apetite, desesperança, choro excessivo, ideação suicida e outros,
esses comportamentos são relacionados com os históricos que os determinaram e as
situações presentes que os mantém.
72. Psicologia Comportamental
Comportamento é considerado como uma resposta ou reação da pessoa a um estímulo,
seja este observável ou não.
Para o tratamento, propõe a modificação dos comportamentos, por meio duma
intervenção a curto prazo, que muitas vezes envolve tarefas para a pessoa realizar entre
as sessões, partindo de objetivos definidos.
A depressão, por exemplo, é entendida como uma série de comportamentos como
alterações no sono e apetite, desesperança, choro excessivo, ideação suicida e outros,
esses comportamentos são relacionados com os históricos que os determinaram e as
situações presentes que os mantém.
73. Psicologia Comportamental
O terapeuta comportamental faz o levantamento criterioso dos eventos e
acontecimentos relacionados aos comportamentos indesejáveis do cliente.
Após esse levantamento, busca-se combater os comportamentos-problema, e promover o
aumento da frequência de comportamentos adequados, desejáveis, funcionais e
geradores de satisfação e felicidade.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) parte do entendimento de que nossos
comportamentos e sentimentos são frutos de nossos pensamentos e do modo como
valorizamos nossas experiências. Se controlarmos nossas crenças, conseguimos alterar
nossos sentimentos e comportamentos.
74. Terarapia Cognitivo Comportamental
As bases teóricas da terapia cognitiva têm sido desenvolvidas e moldadas
por várias abordagens:
Abordagem fenomenológica: afirma que as visões do indivíduo a respeito
do self e do mundo pessoal são fundamentais para a determinação do
comportamento. (DATTILIO; FREEMAN, 1998)
Séculos XIX e XX filósofos europeus Incluindo Kant, Heidegger, Jaspers e Frankl, continuaram a
desenvolver a ideia de que os processos cognitivos conscientes têm um papel fundamental na existência
humana. (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008)
75. Terarapia Cognitivo Comportamental
Teoria estrutural: promove o conceito da estruturação hierárquica dos
processos cognitivos, com uma ênfase na divisão em processo de
pensamento primário e secundário.
Psicologia Cognitiva: integra características de ambas as teorias. Enfatiza
a importância da cognição no processamento das informações e na
mudança comportamental. (DATTILIO; FREEMAN, 1998)
A terapia cognitiva combina aspectos dos sistemas mais tradicionais de
terapia dentro de sua própria estrutura conceitual. (DATTILIO; FREEMAN,
1998)
76. Terarapia Cognitivo Comportamental
MODELO COGNITIVO COMPORTAMENTAL
Surgiu no final dos anos 50 - Trabalhos de Albert Ellis.
• Terapia Cognitiva. • Início dos anos 60. • Aaron T. Beck.
Psiquiatra, Formação Psicanalítica.
Pesquisa com pacientes deprimidos modelo psicanalítico da depressão.
Depressão visão distorcida e negativa de:
Tríade cognitiva negativa
Si mesmo
Do mundo ao seu redor
De seu futuro
77. Terarapia Cognitivo Comportamental
Tríade negativa
✓ Decorrente de esquemas cognitivos:
✓ Disfuncionais negativos.
✓ Rígidos.
✓ Não realísticos.
Formados durante a infância.
✓ Interações com o ambiente, que seriam os elementos críticos para o
surgimento, a manutenção e a recorrência da depressão. (KNAPP, 2008)
78. Terarapia Cognitivo Comportamental
Conjunto de técnicas:
Corrigir crenças distorcidas.
Aliviar os sintomas depressivos.
Terapia Cognitiva: Novo modelo explicativo para o desencadeamento e a manutenção
dos sintomas depressivos e seu tratamento.
TC apresentava uma eficácia semelhante à observada com o uso de antidepressivos no
tratamento da depressão. (KNAPP, 2008)
79. Terarapia Cognitivo Comportamental
Terapia Cognitiva:
✓ Psicoterapia Breve.
✓ Estruturada.
✓ Orientada ao presente.
✓ Direcionada a resolver problemas atuais.
✓ Modificar pensamentos e os comportamentos disfuncionais.
(BECK, J, 1997)
80. Terarapia Cognitivo Comportamental
A Terapia Cognitiva difere dos modos tradicionais da psicoterapia:
“É um processo cooperativo de investigação empírica, testagem da realidade e
resolução de problemas entre o terapeuta e o paciente”.
(BECK; WEISHAAR, 1986, apud DATTILIO E FREEMAN, 1998)
Pode ser claramente diferenciado como um sistema de psicoterapia, em oposição a um
mero aglomerado de técnicas.
(DATTILIO; FREEMAN, 1998)
81. “Dai-me uma dúzia de crianças sadias, bem formadas, e
um mundo de acordo com minhas especificações em
que criá-las e garanto que, tomando uma ao acaso,
posso treiná-la para que se torne qualquer tipo de
especialista que se escolha – médico, advogado, artista,
comerciante-chefe e sim até mendigo e ladrão –
independente de suas inclinações, tendências, talentos,
habilidades, vocações e da raça de seus ancestrais.”
(John Watson)
82. Indicação de vídeo
Como é a Terapia Cognitivo-comportamental
https://www.youtube.com/watch?v=X_a8Xx88rog
84. Psicoterapia Existencial
Foco: Existência
Questões:
O que é existir?
Como nos pronunciamos no mundo?
Qual o sentido da vida? Há um sentido?
Quais são os valores sustentam nossa existência?
O que fazemos de nossa vida e de nossas experiências?
Como reagimos ao que experimentamos e sentimos?
Como ir em busca do que nos faz sentir realizados?
85. Psicoterapia Existencial
O existencialismo é um conjunto de reflexões filosóficas e literárias sobre a existência e
a condição humana, em seu aspecto concreto e singular.
Concreto, no sentido de se opor a teorias abstratas e idealizações, e singular por valorizar
a pessoa em seu modo de ser particular.
Seus principais valores são a liberdade de escolha, o reconhecimento das emoções e o
respeito às diferenças. Somos livres para fazer escolhas e responsáveis pelas
consequências das escolhas que fazemos.
Estamos em permanente transformação, somos resultado das condições que estamos
inseridos mas também escolhemos a vida que levamos.
86. Psicoterapia Existencial
A psicoterapia existencial é uma constante busca do sentido que damos a nossa
própria vida, de modo que esteja alinhado com o que realmente desejamos e com nosso
modo de ser autêntico.
Valoriza as experiências subjetivas, compreendendo o indivíduo como um ser livre e único,
que se faz por meio de suas escolhas.
Não há uma essência que defina ou determine previamente como cada um deve ser e
viver sua vida, as pessoas se fazem, se desfazem e se refazem por meio de suas
experiências e escolhas de vida. Cada indivíduo é visto como um ser singular, que
possui valores e interesses próprios.
87. Psicoterapia Existencial
Princípios
✓ Cada pessoa é um ser-no-mundo, isso significa que ela habita um mundo com valores
e significados, não há como compreender a pessoa fora deste mundo, pois sempre
está em relação-com;
✓ As pessoas são livres para fazer escolhas e responsáveis pelas consequências de
suas escolhas;
✓ O sentido de vida da pessoa muda com o tempo, o que é importante para ela num
período não é o mesmo que em outro;
✓ As pessoas estão em constante movimento e transformação;
✓ Criamos a nossa própria vida por meio das escolhas que fazemos e das experiências
que temos.
88. Psicoterapia Existencial
A psicoterapia existencial não trabalha com a ideia de um padrão do que seja saúde ou
doença, isso é relativo a cada indivíduo.
O objetivo não é conduzir a pessoa para um caminho nem ajustá-la a um modo de ser
específico, mas incentivar a tomada de consciência de seus sentimentos e valores, com a
intenção de ampliar suas possibilidades existenciais, para o encontro ou criação de novos
sentidos para sua vida.
Na medida em que o indivíduo toma consciência de si, acredita-se que ele se aproxima de
seu modo de ser autêntico, passando a fazer escolhas mais coerentes com seus intuitos,
se posicionando no mundo de acordo com o que sente e quer, indo na direção de seus
interesses genuínos
89. Psicoterapia Existencial
A psicoterapia existencial é uma abordagem terapêutica com foco na existência e em
sua relação com as pessoas, os espaços e consigo mesma.
Trata-se de um enfoque mais filosófico que científico, pois compreende que cada
indivíduo é singular e livre para escolher como viver sua vida, não há uma receita de
como devemos viver a vida. Os problemas, as crises e os paradoxos fazem parte da vida,
e surgem do simples fato de viver.
O objetivo desta terapia não é evitar os conflitos, mas auxiliar a pessoa a lidar com
suas dificuldades de maneira mais saudável e autêntica, encontrando novas maneiras de
lidar com seus sentimentos.
90. Fenomenologia
•É uma atitude filosófica e um método que busca o conhecimento mais radical
•Estuda como algo aparece ou se manifesta
•Volta ao fenômeno puro, às essências assim como aparecem
•Retoma o sensível, abandonado pelo pensamento Cartesiano
•A ideia da importância do tempo presente é conhecida como “Aqui e Agora”
91. Gestalt-terapia
•Analisa a mente e os comportamentos humanos como um todo
•Sugere que não nos concentremos em cada componente pequeno, mas sim em como
eles interagem uns com os outros
•Tem uma visão de homem baseada no existencialismo, que valoriza a subjetividade, a
singularidade, a responsabilidade e a vivência
•Tem como foco principal a existência humana
92. “O mais importante não é aquilo que fizeram
de nós, mas o que fazemos com o que
fizeram de nós.”
(Jean-Paul Sartre)
93. Indicação de vídeos
Falando sobre Gestalt-Terapia - Conceitos Fundamentais em Gestalt-Terapia
https://www.youtube.com/watch?v=aNo4FDMVzKs
Falando sobre Gestalt-Terapia - O que é Gestalt-Terapia?
https://www.youtube.com/watch?v=cfsZP-IHCkk
Aulão de psicologia sobre a fenomenologia de Husserl - de maneira descomplicada
https://www.youtube.com/watch?v=KH-OyVeEKaU
Fenomenologia existencial: entenda de vez o que é! | Acidamente
https://www.youtube.com/watch?v=yFS4xThOg5o
95. Abordagem Centrada na Pessoa
Foco: Emoções
Questões:
Como perceber melhor os nossos sentimentos?
Como ir de encontro com o desenvolvimento pessoal?
Como valorizar o indivíduo de acordo com seu modo de ser?
Como me aproximo da pessoa atendida, aceitando ela?
Como compreender a pessoa do modo como ela se mostra?
96. Abordagem Centrada na Pessoa
Carl Rogers Proposta terapêutica criada pelo psicólogo estadunidense Carl
Rogers (1902-1987), partindo da concepção de que toda pessoa está se
desenvolvendo para se melhorar e superar seus obstáculos, numa tendência
constante para sentir-se bem.
O objetivo é promover o autoconhecimento e amadurecimento da pessoa,
respeitando seu ritmo, e incentivando sua autenticidade para lidar com os
obstáculos de maneira autônoma.
97. Abordagem Centrada na Pessoa
Valores
✓ Entende que cada pessoa está sempre em busca de se desenvolver, fazendo
escolhas e alterando os eventos futuros, em busca de sentido, valor e criatividade;
✓ O terapeuta se coloca com respeito e aceitação com relação aos modos de ser e
para com as escolhas de vida de cada pessoa;
✓ Busca a valorização das emoções e o desenvolvimento pessoal;
✓ Aceitação incondicional da pessoa do modo como se apresenta, de seus
sentimentos e valores sobre a vida;
✓ Possibilitar o desenvolvimento da pessoa de acordo com o que ela sente, partindo
da avaliação da própria pessoa sobre si mesma.
98. Abordagem Centrada na Pessoa
Essa abordagem busca aproximar a pessoa dela mesma, acreditando no potencial que
cada um tem de se desenvolver, incentiva a tomada de consciência dos sentimentos e
comunicação de maneira autêntica.
Acredita que toda pessoa está em constante desenvolvimento, superando seus obstáculos
e se aprimorando, numa tendência ao equilíbrio.
O terapeuta respeita a pessoa tal como ela é, oferecendo condições para promover seu
autoconhecimento e amadurecimento emocional, em seu ritmo, aceitando seus
sentimentos em favor da autenticidade, valorizando o sujeito como para elaborar a si
mesmo e ampliar sua capacidade de ser.
99. Abordagem Centrada na Pessoa
Abordagem Centrada na Pessoa Acredita que cada pessoa está buscando
constantemente sua realização pessoal, e o uso pleno de suas potencialidades e
capacidades para seu desenvolvimento emocional e intelectual, vivendo sua jornada
pessoal de seu modo particular, onde não existem modelos prontos ou regras de como
ser.
O processo terapêutico consiste num trabalho de cooperação entre o terapeuta e a
pessoa atendida, de modo a possibilitar relação autêntica, promovendo o aumento da
autoestima e da autoconfiança, incentivando o amadurecimento psíquico de cada um.
O terapeuta busca exercitar a empatia de se colocar no lugar da pessoa, se aproximando
desta emocionalmente.
100. Abordagem Centrada na Pessoa
Abordagem Centrada na Pessoa O terapeuta respeita a pessoa tal como ela é,
oferecendo condições para que possa se desenvolver de seu modo, aceitando e
respeitando seus sentimentos em favor da autenticidade, dando ênfase ao indivíduo no
papel central para elaborar a si mesmo, e ampliar a capacidade de ser.
Essa proposta se difere de outras concepções, que muitas vezes focam no problema ou
no passado da pessoa, buscando corrigir ou dar palpites sobre sua vida.
A abordagem centrada na pessoa observa a pessoa com intuito de compreender seu
sentimento presente, por meio da aceitação de como cada pessoa sente, caminhando de
acordo com os interesses e com o ritmo da pessoa atendida e incentivando a sua
autonomia.
101. “A apreciação dos outros não me serve de guia.
Apenas uma pessoa pode saber que eu procedo
com honestidade, com aplicação, com franqueza e
com rigor, ou se o que faço é falso, defensivo e fútil.
E essa pessoa sou eu mesmo.”
(Carl Rogers)
102. Indicação de Vídeos
O que é e como funciona a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl Rogers
https://www.youtube.com/watch?v=4rUg7qM7hyM
CARL ROGERS (1) – TENDÊNCIAS FORMATIVA E ATUALIZADORA - ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA
https://www.youtube.com/watch?v=ysvEHhYjHo4
O que é Abordagem Centrada na Pessoa?
https://www.youtube.com/watch?v=qb1-Z6iMxaQ
Abordagem Centrada na Pessoa na Prática
https://www.youtube.com/watch?v=ApwC_g_cj2o
104. A Logoterapia ou Análise Existencial
(LTEA) é uma abordagem psicológica
que foca no encontro do sentido da
vida.
Logoterapia e Análise Existencial é uma
abordagem psicoterapêutica reconhecida
internacionalmente, baseia-se na premissa de
que a principal força motivacional de um
indivíduo é encontrar um sentido para vida.
Logoterapia
105. A Logoterapia e Análise Existencial é uma Abordagem Psicológica criada por Viktor Emil
Frankl (1905- 1997), neuropsiquiatra Austríaco.
É conhecida como a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, sendo a primeira a
Psicanálise e a segunda a Psicologia Individual, as quais Viktor Frankl também estudou
profundamente.
Reconhecida pela Associação Americana de Psicologia (APA), também
possui reconhecimento no Brasil pelo Conselho Federal de Psicologia.
Logoterapia
106. Qual a sua proposta?
Uma abordagem voltada à atitude.
A Logoterapia observa a integralidade da vida humana, mas atua a partir
da noodinâmica, dirigindo-se à consciência, observado a tensão existencial entre
a pessoa e o sentido e a relação do ser humano com os valores presentes no mundo.
Esta forma de trabalho faz da Logoterapia, apesar de seu aporte filosófico,
uma abordagem muito atitudinal, pois leva a pessoa ao enfrentamento concreto de sua
relação: consigo, com o mundo e com o sentido da vida humana.
Logoterapia
109. Para uma abordagem na clínica, a Logoterapia utiliza três técnicas
principais, conhecidas como derreflexão, intenção paradoxal e
diálogo socrático.
Embora sejam nomes pouco conhecidos no senso comum, os métodos
e práticas auxiliam na compreensão de si e resolução de problemas e
conflitos internos
Quais são as técnicas da Logoterapia
111. Indicação de vídeo
Liberdade de Escolha na Visão da Logoterapia de Viktor Frankl
https://www.youtube.com/watch?v=bJ1hxy883ck
Episódio 1 - O que é a Logoterapia?
https://www.youtube.com/watch?v=j-z16fFtpn8
Episódio 2 - Conheça Viktor Frankl, Psicólogo sobrevivente de 4 campos de concentração.
https://www.youtube.com/watch?v=w8MObbWuMkA
Episódio 3 - Qual é a diferença da Logoterapia para outras teorias
https://www.youtube.com/watch?v=caBVsx8d8u8
Episódio 4 - Vazio Existencial: O grande mal dos nossos tempos
https://www.youtube.com/watch?v=iL16uCFCmuI
112. O ENTENDIMENTO DO SUICÍDIO NO SUJEITO HISTÉRICO: Numa Perspectiva da
Psicanálise
HISTÓRICO
Ana (nome fictício) tinha 40 anos quando foi submetida a
terapia por uma fixação não satisfeita de sua imagem
corporal como queixa principal. Realizava atividades físicas
intensas, no turno matutino e vespertino, e não conseguia
alcançar o peso “ideal”.
Durante a sessão, Ana relatou sobre os seus pensamentos
suicidas após crises no casamento. As filhas eram os únicos
motivos pelo qual ela ainda estava viva, enfatizando a
necessidade de sua presença para o desenvolvimento das
crianças, mas a cada briga do casal a sua única vontade é a
morte.
Inconformada com as traições do marido e a mudança no
casamento, a paciente afirmou que iria lutar pelo casamento,
mas sem saber como fazer isso e se ainda existia o
interesse dele por ela, lhe deixa em uma profunda angústia e
relata que, se um
dia encontrá-lo com alguma amante irá cometer suicídio.
Em uma outra sessão, Ana manteve o suicídio como
principal foco temático, sentindo-se culpada pelo
“término” do casamento, mantendo dificuldade para
elaborar o luto, do fim desse relacionamento “ideal.
Durante toda a sessão, buscava um motivo para a
presente situação, em um discurso persecutório e
muitas lagrimas." Ana relata uma cena, na qual, narra o
encontro com uma das amantes de seu marido na rua, e
ao ser questionada pela amiga do casal que estava com
ela no momento se não iria até ela e para dá-lhe uma
surra, ela paralisou. Quando conseguiu esboçar alguma
reação, avisou para a amiga que não queria continuar
viva e se retirou do local. O Marido da paciente foi
avisado sobre o ocorrido pela a amiga do casal,
resultando em outra discussão, e Ana retornou para a
busca incessante pelo corpo ideal, afirmando que, ela
113. O ENTENDIMENTO DO SUICÍDIO NO SUJEITO HISTÉRICO: Numa Perspectiva da Psicanálise
era mais bonita do que a amante do marido. No decorrer dos
atendimentos o seu maior questionamento era achar uma
explicação sobre o envolvimento do marido com mulheres
“inferiores” a ela, como dizia.
HISTÓRIA FAMILIAR
Ana, quando foi submetida a psicoterapia, aos 40 anos de
idade, e residia na cidade de Salvador, juntamente com o
marido e duas filhas. A paciente é a segunda filha de uma prole
de quatro filhos, todos vivos. Foi a última a sair de casa,
relatando ter dificuldades de afastar-se da família e dos amigos
que lá tinha feito: “lá eu achava que tinha tudo, era confortável,
mas precisava trabalhar. Acabei vindo para salvador, e aqui
fiquei e casei”.
Pouco foi dito sobre a relação familiar, mas trouxe em seus
discursos, a ausência do pai durante a sua vida após a
separação dos genitores e a relação conflituosa com a mãe.
Os pais se separaram quando Ana tinha 12 anos de idade,
passando a conviver com o pai somente em datas
comemorativas, e com o passar do tempo, raramente tinha
contato após a nova formação familiar do pai, “motivo do
distanciamento” como enfatizou a paciente.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
A estrutura clínica da paciente foi o campo de investigação,
suspeitando--se de um caso de histeria. Após este
diagnóstico diferenciado entre as estruturas, foi possível
pensar em uma melhor condução no tratamento. Após uma
breve ilustração da história familiar e clínica, o passo
seguinte será articulações teóricas com recortes do
discurso da paciente, a fim de, responder se Ana trata-se
de um caso de histeria. O diagnóstico em psicanálise
começa a partir das interrogações feitas em relação ao
estatuto do inconsciente com relação à realidade. Entende--
se que, toda ligação do sujeito com o mundo é mediada
pela realidade psíquica.
114. O ENTENDIMENTO DO SUICÍDIO NO SUJEITO HISTÉRICO: Numa Perspectiva da Psicanálise
A fonte primária da realidade psíquica é o inconsciente, que
através da fala temos acesso, possibilitando também o inicio
do trabalho clínico. Se faz necessário explanar que, só
podemos tratar o sofrimento psíquico a partir do que é
apresentado dessa realidade, em forma de palavras e ações
ricas em sentindo, ou seja, a realidade que interessa ao sujeito
de maneira subjetiva, da qual ele se vê, fala, pensa, enfim, a
forma que ele se coloca no mundo e até mesmo se
desconhece.
A psicanálise utiliza da transferência em seu manejo clínico,
excluindo a prática como leitor de fenômenos, mas como
nomeador de incidência do sujeito na linguagem. Dessa forma,
o diagnóstico deixa de ser fenomenológico para ser estrutural.
O diagnóstico estrutural pode-se ser compreendido como um
diagnóstico que é realizado a partir da fala remetida ao
analista, ou seja, sob transferência.
PONTOS DE DISCUSSÃO
1. De que maneira pode ser compreendido o suicídio?
2. Quais as características de um discurso histérico?
3. O que leva um sujeito histérico a tentar contra a própria
vida?
DISCUSSÃO
A leitura do discurso da paciente foi analisada com a
atenção flutuante, utilizando a técnica da associação livre,
possibilitando a paciente seguir o fluxo de trabalho do
inconsciente. Foi dada uma atenção especial à transfe
rência; instrumento fundamental no processo da
psicoterapia psicanalítica.
A proposta inicial da terapia, era permitir que a paciente
entrasse em um processo transferencial. Durante a primeira
sessão foi permitido que Ana esvaziasse a queixa principal,
até quando foi feito um corte em seu discurso, marcando o
significante “morrer”, e encerrada a sessão.
115. O ENTENDIMENTO DO SUICÍDIO NO SUJEITO HISTÉRICO: Numa Perspectiva da Psicanálise
É possível perceber que o suicídio se faz presente na vida de
Ana, mesmo sem a passagem ao ato. O suicídio pode ser
compreendido como uma solução para acabar com a dor,
quando a vida se torna intragável, difícil de suportar, tornando
de alguma maneira a vida mais “leve” diante da dor de sua
existência.
Antes de discutirmos essa temática é preciso compreendermos
a estrutura psíquica da mesma, da qual, suspeita-se de uma
neurose histérica.
A partir de leituras realizadas sobre a temática e experiência
clínica, é entendido que as histéricas buscam por um ideal de
perfeição em quase todos aspectos de sua vida, tento a
insatisfação como perfil patente. As histéricas não vai atrás do
seu desejo, o seu foco é o ideal, desta forma, permanece na
queixa, buscando justificativas para se manter no lugar do
outro idealizado.
A preocupação com o corpo, em tamponar o furo, a lacuna
diante do ideal de perfeição, contribui para que as histéricas
de hoje se sustentam em modernas ortopedias corporais,
possíveis suplentes das paralisias, cegueiras e contraturas,
sintomas que se apresentava no século passado.
No sujeito histérico se mantém firme traços de uma queixa
antiga que sobre o fundo de uma reivindicação de amor em
relação à mãe. O histérico se reconhece como um sujeito
que não tem sido amado o bastante pelo Outro, ou seja,
não recebeu todas as provas de amor esperada pela mãe.
Ao que se refere a fantasia criada pelo neurótico para se
relacionar com o objeto causa do seu desejo, dá suporte
para o desejo do sujeito diante da falta do Outro, ou seja,
para tamponar a falta no Outro. É uma maneira de fazer
suplência à incapacidade da relação sexual. Desta forma,
perder o objeto pode resultar em um choque na fantasia,
podendo levar o neurótico a um ato suicida
116. O ENTENDIMENTO DO SUICÍDIO NO SUJEITO HISTÉRICO: Numa Perspectiva da Psicanálise
PONTOS IMPORTANTES
• O suicídio pode ser compreendido como uma manifestação humana, uma solução
utilizada quando a vida se torna intragável;
• As histéricas buscam por ideal de perfeição, seja ele corporal, intelectual ou emotivo, o
seu perfil patente é a insatisfação;
• No sujeito histérico se mantém firme traços de uma queixa antiga que sobre o fundo de
uma reivindicação de amor em relação à mãe;
• Geralmente, são as questões amorosas que levam o sujeito histérico a cometer o
suicídio.
117. ATIVIDADE – ESTUDO DE CASO
Caso Pedro
A partir da leitura do caso, você deve eleger os pontos de discussão
elaborar a sua hipótese diagnóstica e uma planejar uma proposta
inicial de trabalho, considerando 5 sessões futuras.
Caso clínico está no chat.
Tempo de resolução: 90 minutos
Retornaremos as 11h para explanação
133. Quais são as etapas da terapia cognitivo-comportamental?
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem como principal objetivo mudar os sistemas de significados
dos pacientes para alterar os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais prejudiciais. Indicada
para todas as idades, incluindo crianças e idosos, tem uma abordagem objetiva, diretiva e eficaz.
Um dos fatores que contribuem para isso é a estrutura clara da sessão, que norteia o trabalho do
terapeuta, facilita o entendimento do paciente em relação ao tratamento e contribui para um processo mais
positivo.
Como a terapia cognitivo-comportamental enfatiza o papel que as disfunções cognitivas desempenham na
origem e na manutenção dos transtornos mentais, tal abordagem envolve a modificação desses
pensamentos e crenças disfuncionais que favorecem a presença dos sintomas prejudiciais.
Para isso, o tratamento dos transtornos mentais na TCC envolve um plano de ação individualizado e
colaborativo em que as demandas e os objetivos trazidos pelo cliente são considerados para a elaboração
das intervenções.
134. Quais são as etapas da terapia cognitivo-comportamental?
•Passo a passo. ...
•Intervenções. ...
•Psicoeducação. ...
•Estrutura das sessões. ...
•Tarefas de casa. ...
•Recursos lúdicos.
135. Passo a passo
A terapia cognitivo-comportamental engloba formulação de caso e conceitualização cognitiva,
estabelecimento de objetivos e metas, familiarização ao modelo cognitivo, intervenções cognitivas e
comportamentais, prevenção de recaída e término do tratamento.
A formulação de caso é um método e uma estratégia clínica para elaborar uma descrição do
problema atual do paciente, uma compreensão de seus padrões mal-adaptativos, uma teoria sobre
o porquê e como esses padrões se desenvolveram, bem como uma ou mais hipóteses de quais
processos estão mantendo esses padrões ativos.
Por sua vez, a conceitualização cognitiva faz referência específica ao padrão cognitivo da pessoa,
envolvendo seus pensamentos automáticos, suas crenças intermediárias e suas crenças nucleares.
Essa etapa envolve entender os problemas apresentados por meio do modelo cognitivo e possibilita
que as intervenções sejam pensadas com base nas características apresentadas em cada caso.
Além disso, é continuamente revisitada para incorporar novos dados que possam surgir.
136. Intervenções
Já as intervenções feitas na TCC visam colocar à prova os pensamentos e as crenças disfuncionais. Juntos,
terapeuta e paciente desenvolvem tarefas dentro e fora das sessões para testar a veracidade das interpretações que
o indivíduo faz da realidade.
Além dos pensamentos, o manejo dos sintomas comportamentais, fisiológicos e emocionais é levado em
consideração.
Por fim, são trabalhados os principais problemas que podem aparecer no futuro e trazer dificuldades, bem como a
identificação dos sinais para possíveis recaídas.
O término do tratamento na terapia cognitivo-comportamental também é colaborativo, pois ocorre quando as queixas
apresentadas são resolvidas e é observada melhora no quadro.
Caso necessárias, sessões de manutenção podem ser solicitadas, ocorrendo de maneira mais espaçadas. Sendo
assim, o fim do tratamento é pensado de modo que se possa garantir a continuidade dos resultados alcançados.
137. Psicoeducação
Um ponto fundamental de todo o processo da TCC é a psicoeducação, ou
seja, uma proposta de familiarização do cliente com o modelo cognitivo.
Dessa forma, no decorrer dos atendimentos, ele é chamado a entender os
princípios básicos da abordagem, como funciona o tratamento e quais as
intervenções utilizadas.
O objetivo da psicoeducação é dar condições ao sujeito de utilizar tais
informações e instrumentos ao longo dos atendimentos e caso volte a
apresentar problemas similares no futuro.
138. Estrutura das sessões
Na primeira sessão de TCC, é importante discutir com o paciente a respeito do seu diagnóstico, definir quais
serão os objetivos do tratamento e começar a focar em um problema específico.
A partir da segunda sessão, é possível dividir os encontros em três partes: inicial, intermediária e final. Nessas
etapas, necessário que o terapeuta saiba identificar um pensamento automático, avaliando se o problema
merece atenção redobrada, se é recorrente ou disfuncional. O foco é estimular o indivíduo é a pensar em
resultados que estejam dentro de seu alcance.
Importante ressaltar que não existe uma estrutura única a ser seguida na terapia cognitivo-comportamental.
Mesmo assim, os passos incluem um resumo da sessão anterior, o estabelecimento de uma agenda de cada
encontro, além da abordagem dos tópicos escolhidos para a consulta.
Verificar o humor da pessoa também é um cuidado fundamental que deve se estender por todas as etapas. O
objetivo é avaliar como o paciente está se sentindo no momento e identificar os sentimentos que predominam
em sua mente durante o intervalo entre uma sessão e outra.
139. Tarefas de casa
As chamadas tarefas de casa também devem estar presentes em toda a estrutura da
sessão em terapia cognitivo-comportamental.
A prática tem relevância no trabalho de reestruturação cognitiva, servindo como uma
experiência capaz de questionar a validade das crenças que estão por trás de certos
sofrimentos, como aqueles desproporcionais e outras disfunções.
É uma maneira da TCC continuar acontecendo mesmo longe do consultório. Por isso, o
profissional precisa adaptá-la conforme o momento que o paciente está vivendo, além de
ser uma prática de comum acordo entre ambos.
Ainda é preciso priorizar o feedback, que vai nortear os próximos direcionamentos.
140. Recursos lúdicos
Para ajudar pacientes acima de 7 anos a aprenderem sobre as distorções cognitivas e a
combatê-las, há recursos lúdicos fundamentados cientificamente na terapia cognitivo-
comportamental que podem ser utilizados, seja no contexto familiar, seja no contexto
clínico.
Um exemplo é o jogo ‘Como sou? Como me vejo’, de autoria da psicóloga Ariádny Abbud
e publicado pela editora RIC Jogos.
A ferramenta apresenta diversas possibilidades de intervenção, entre elas: psicoeducar
sobre o modelo cognitivo, psicoeducar sobre as emoções, monitorar o humor, verificar
como o paciente se enxerga (visão de si), identificar pensamentos, identificar crenças,
fazer reestruturação cognitiva e auxiliar no diagnóstico de transtornos alimentares.
141. Fazer anotações eficazes e rápidas é uma habilidade valiosa para os terapeutas.
Aqui estão algumas dicas para agilizar esse processo sem perder a qualidade das informações:
1.Utilize Abreviações e Símbolos: Desenvolva um conjunto de abreviações e símbolos que você entenda
claramente. Isso pode economizar tempo durante a escrita.
2.Preencha um Modelo Pré-estruturado: Use um modelo de anotações estruturado com seções pré-
definidas. Isso garante que você não perca nenhuma informação importante e facilita a organização.
3.Resuma Informações: Concentre-se em registrar os pontos mais relevantes da sessão. Não é necessário
transcrever cada detalhe, mas sim os aspectos mais significativos.
4.Anote Imediatamente Após a Sessão: Fazer as anotações logo após a sessão garante que as
informações estejam frescas na memória, resultando em registros mais precisos.
5.Use Tecnologia: Aplicativos e softwares de anotações podem ser muito úteis. Eles permitem a
organização eficiente das informações e podem incluir recursos como pesquisa rápida e armazenamento
seguro.
142. Numa sala de cinema...
uma mulher dá uma bofetada num homem e
sai...
143. “Mulher forte.
Quem dera que
outras tímidas que
conheço tivessem
visto isto"
“Ele só queria
um beijo e ela
humilhou-o"
"Agora
perdeu-a e
nunca mais a
vai ver”.
“Sempre
humilhada em
casa e agora
não aguentou
mais”
144. Referências
BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, M. de Lourdes. Psicologias - uma introdução ao estudo de
psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
BRAGHIROLLI, Elaine Maria et. al. Psicologia Geral. Petrópolis: Vozes, 2002.
CORDIOLI, Aristides Volpato; GREVET, Eugenio Horacio Eugenio. Psicoterapias: Abordagens Atuais. Rio Grande do
Sul: Artmed; 4ª edição 2018.
FIGUEIREDO, Luiz Cláudio; SANTI, Pedro Luiz. Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia
como ciência. 2. ed. São Paulo: Educ, 2004.
FIORINI, Hector Juan. Teoria e técnica de psicoterapias. São Paulo: WMF Martins Fontes; 2ª edição 2013.
HEIDBREDER, Edna. Psicologias do Século XX. São Paulo: Palma, 1981.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Psicoterapia: teorias e técnicas psicoterápicas. São Paulo: Summus Editorial, 3ª edição,
2013.
TELES, Maria Luiza. Aprender Psicologia. São Paulo: Brasiliense, 1990.